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[L] Prosas poéticas e poemas curtos [ NON-TOLKIEN ]

Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Mais uma do Alca, pra começar atrasado em dezembro:

RISCO

A trilha do verme
atrás da palavra,
entre conceito e mundo,
entre ninfa e larva;

A lavra do poeta
larva atrás de larva
nem bem homem,
nem mundo,
perdido, apenas cava
mais fundo e mais fundo
até onde não estava.

E até aí, é tudo
menos que esperava:
O futuro prende o verme;
o ser, prende a palavra.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Estou postando para vocês um poema meu bem antigo, faz exatos dez anos que o escrevi, mas ainda diz muito, ou quase tudo, do que eu desejo e que, infelizmente, vejo a cada dia menos provável de acontecer. Neste fim de ano, que ele possa dizer um pouco nos corações de cada um de vocês também!

O 18º Poema

No fim do século, o homem
Esquecerá o passado,
e se fará novo ato,
e se fará novo homem.

No fim do século, o mundo
renascerá, diferente
e belo, e inelutavelmente
outro mundo, novo mundo.

No fim do século, a vida
será outra, será plena
e a sua irmã negra, a morte
será mais breve e serena.

No fim do século, os pobres
ricos não serão, mas ao menos
serão mais livres, menos pobres,
Farão a “História Moderna”.

No fim do século, luzes
explodirão, luzes plenas;
não sendo luzes apenas,
mais que clarear, desvelando.

No fim do século...agora,
é mil novecentos e noventa e seis
tão perto, tão perto e tão longe,
novembro, ano novo, talvez,

No fim do ano, mais perto
do fim do século, haja
um pouco mais de esperança;
em um novo começo, mudança.

No fim do poema:
desejo.

18/novembro/1996
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

É triste, Alcarinollo, o fim para o qual a humanidade caminha levianamente. Já escrevi poemas sobre este tema, mas o que vale é que a esperança, embora fraca, não suma.
Porém não é sobre a humanidade que venho escrever hoje, é sobre os sentimentos de um Coração Fiel, coisa sempre de grande valia, mas cuja importância é pouca em nossa sociedade.

A Última Promessa do Coração

A Última Promessa do Coração
está bem ali
no coração atormentado
É a promessa dos apaixonados
A última corrida
em meio à loucura cega
de verdadeiro amor

Coração Fiel
traído em sangue
Dor insuportável

Última chance
pelo real amor
Voô da esperança
Pássaro negro
coração em chamas
uivando de dor
cego para o mundo

Procurando reconforto
sobre as montanhas
Águia Branca do perdão
Mergulhando para o chão

Corta o vento
Corta a dor

Promessa cumprida
Água Branca
envolve com as asas
e cura feridas feitas com fogo

O Último voô
permitiu
a renovação
Outros voôs agora virão.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Salve, Karnillë, palavras bonitas, poema inspirado, belo texto! Continue por aqui!
Como estás falando de sentimentos, dá só uma olhada num poema que escrevi para Berén imaginando-o aos pés de Luthién, no entardecer dourado de uma Doriath que explodia em beleza e explendor...

Prisioneiros do sol


Eu e você
Sob o céu limpo,
Poente,
Quase que vivificamos
Tanta luz e
Incandescentes
Nossos corpos que se tocam
Num abraço quase ausente
E se procuram, bocas, órgãos
Sobre a relva ouro-verde.
Assim formosos e formando
Sobre o luz dourada sombras
Que de ouro se revestem
Enquanto se despem formas
De mulher, homem e então
Num instante infinito, o presente
Une as essências banhadas
Pelo ouro destas formas desnudadas
Que se fundem,
Se esquecem
Da antiga forma, o nada
Feito de luz e calor,
Vem para escrever no tempo
Esta página dourada
Feita de êxtase e gozo,
Então somos luz:
Cilada.


Um feliz 2007 para vc e todos aqui do Clube dos Bardos!!
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Olá Alcarinollo, obrigado pelas palavras. Bonito e distinto poema sobre Beren e Luthien.
Como eu havia dito sobre um poema que trata do decadente estado da natureza, aqui está ele:

Doença Chamada Humanidade

Alguém pede me explicar o que está havendo?
Por que o mundo morre sob meus pés?
Por que os pássaros despencam dos céus?
Florestas ceifadas

Coração indomável tombado

A terra torna-se estéril
As águas de um negro-tóxico
O ar ácido

As guerras mataram o Coração indomável
As guerras

Nuvens cinza-morte
devoram o mundo
Ser humano incitando as catástrofes
Catástrofes são mais mortais que o ser humano

A morte da Terra
é uma sina humana
escrita por humanos
para humanos.
 
Última edição:
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Oi pessoal eu sou novo por aqui e esse é meu primeiro post...
digam o que acham desse poema.



Rachaduras

Lembranças me incomodam novamente
Me sinto como criança outra vez
As vezes parece que o tempo parou
E voltamos a fazer tudo o que já se fez

Depois da chuva cair
O chão permanece seco
E as rachaduras parecem abismos dessa vez
Que se erguem sob mim
Me levam as alturas, e eu esqueço
Que vão me derrubar mais uma vez

Então eu rastejo
Me corto
Em cada pedaço do espelho que quebrei
Por causa das rachaduras que deixei
Então eu fujo
Renego
Todos os pesadelos que sonhei
Colhendo os pecados que plantei

Lembranças incomodam minha mente
Quando me lembro daquela vez
Em que pensei que já sabia tudo
Tudo aquilo que ainda não sei

Depois da noite cair
O sol permanece lá
E os raios queimam os olhos dessa vez
Brilham sorbre mim
Me fazem acreditar
Que não vão esquentar dessa vez

Então eu fujo
Renego
Todos os pesadelos que sonhei
Colhendo os pecados que plantei
Então eu rastejo
Me corto
Em cada pedaço do espelho que quebrei
Por causa das rachaduras que deixei

Então eu mato
Interro
Todo o passado de uma vez
Pra não me troturar só dessa vez
Me desespero
Me entrego
Nas mãos de quem nunca confiei
Certo de que essa seja a última vez

A vida é como um chafariz
A água é como o tempo
Você torceu por um final feliz
O fim se perdeu no tempo
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Aqui vai um que eu escrevi inspirado nas forças das trevas8-O hehe:blah:
Altar Profano

Eles estão vindo
Das quatro direções da terra
Montados em cavalos negros
E em quimeras da caverna


Muitos sábios
Que pouco sabem
Muitos guerreiros
Sem honra
Senhores
Sem respeito
Alguns mercantes
De jóias de ossos
Outros ferreiros
Forjadores do mal
Eles querem le queimar
Então deixe-os passar


Está é ordem negra
Amantes da escuridão
Nos quatro cantos do mundo
Trouxeram destruição

Pobres cidades do mar
Todas tiveram de deixar
Seus navios luxuosos
A dar lugar
As embarcações fantamas
E pros monstros marinhos passar


Logo
Vieram heróis
Travaram lutas
Vieram bardos
Contaram lendas
Todos inúteis
A ordem negra não vai parar
De seu mundo distante
Além do céu e além do mar
Descobriram uma profecia
E o seu antigo altar


Nobres elfos brancos da florestas
Agora são comida de aves negras
Eles lutaram até o fim
Mas grande foi a força da ordem negra
Até o centro da nossa amada terra
Eles seguiram sem dó nem piedade
E abaixo da montanha cinzenta
Encontraram uma cidade
Uma cidade em ruínas e um altar
Pra as forças da escuridão louvar
Sacrificar crianças e rezar
Para o mal eterno, no seu altar


Logo escrituras profanas seram proclamadas
E a Era Profana será coroada
Todos os povos iram cair
Todas as bandeiras iram sumir


Cheiro de morte e carcassa no ar
A ordem negra e o seu altar
Deuses pagão vão se exaltar
Pela ordem negra e o seu altar


Oh! lá vem eles outra vez
Não há como escapar
Espere pelos anjos da alvorada
Espere por um dia luz brilhar

 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Karnillë, outro muito inpirado! Continue por aqui! Bard, confesso que gostei mais do poema (não seria uma balada?) da Ordem Negra! Mas o outro também é bom, só precisa, na minha modesta opinião, ser melhor trabalhado. aqui vai outro do alca, pra não passar em branco:

CATEQUESE

Ensino o que não sei
das coisas que duvido;
dos dogmas que uso,
dos muros que não ouso
galgar...

o outro lado;

é misticismo e assombro,
fantasmagoria.
O pai é Deus,
O filho é Deus,
O espírito santo é Deus ...
Quem é Deus, afinal ?
- Questão vazia.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Alcarinollo

Putz cara valeu pelo elogio e pela dica, mas é que eu gosto de escrever assim mesmo sem mudar, eu deixo do jeito que sai o "Altar Profano" mesmo eu escrevi sem apagar nada, direto quase sem parar pra pensar, daí depois eu leio e penso putz eu escrevi isso? mas é assim que as coisas fucionam, eu escrevo por diversão...se algum eu começar a levar a sério aí eu começo a trabalhar melhor... e se é balada eu nem sei tem diferença? já aproveitando vou mandar outro já que tá no PC mesmo, ctrl C, ctrl V.... hehe.:ahn?:

Homem

Quando me levantei do pó
Minhas raizes tiradas do chão
Olhei em volta com esperança
Não sabia que viria destruição
Etrando na corrente do tempo
Vendo minhas veias se espalhar
Sobre um solo virgem e seco
A espera do que plantar

Então o tempo chegou
Os sinos dos novos tempos
Soão em meio aos erros
Que são espalhados pelo vento

Guiado ao acaso
Fadado ao fracasso
Minha condição
Minha maldição


O homem segue seu destino
Sem saber a direção
Vagando como um peregrino
Perdido em tanta escuridão
O homem segue sem saber
Qual a razão da criação
Vive apenas por viver
E não entende seu coração


Livros brancos a espera de histórias
Agora são marcados de vermelho
Em meio a derrotas e vitorias
Sangue é jorrado num espelho
Que mostra os problemas
Mas as soluções são escondidas
Permanece o mesmo dilima
Enquanto mais vidas são perdidas


O futuro não revelado
As razões são escondidas
Seu segredo está trancado
O porque de sua vida
Segue sempre sem saber
E talvez nunca saberá
Enquanto ficar a se escoder
E a verdade não enxergar

"Saia da escuridão
Liberte o seu coração
Alcansando a liberdade
Recuperando sua visão"


Então me vejo aqui
Depois de tudo passar
Os anos são como chuvas
Vem para me molhar
Os minutos são como facas
Penetrando em minha alma
Ja não emporta o que eu faça
Melhor tentar manter a calma


O cerco está fechado
Tudo ja foi encaixado
Agora começo a enteder
Encontrei minha razão de viver
Talvez eu possa le contar
Venha ao vale dourado
Atravesse os montes de gelo
Passe pelo campo acabado
Encontre o seu caminho
Talvez ele possa levar
Sair da floresta de espinhos
E em flores poder respirar
Nunca mais a ilusão
Entender seu coração
Vozes doces num riacho
Cantão o hino da libertação​
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Cristine

Velas ao vento e saudade no ar
Doce Cristine:
-"um dia ele voltará"

Muitos dias pra se viver
Poucos valerão lembrar
Muitos dias pra se viver
Poucos a memória vai guardar

-"Todos aqui antes da alvorada"
E lá se foram os sonhos para o mar
Pra cada brilho das águas
Uma lágrima a derramar
Pra cada gota de água
Uma vontade a despertar

Velas ao vento e a saudade no ar
O coração de um viajante não pode parar

Muitos sonhos para sonhar
Poucos vão se realizar
Muitas noites para pensar
Poucas a lembrança vai deixar

Cristine:
"Eu ficarei bem aqui
E pra sempre vou lhe esperar
Podem mil anos durar
Mas é aqui que eu vou estar
Minhas lágrimas que caem no mar
Irão lhe acompanhar
Pra no brilho de cada manhã
Poder lhe observar
E nas noites escuras
Olhe para lua
O meu rosto vai está lá
Para o seu iluminar
Nas ondas que quebram
O meu coração em pedaços
E no brilho das estrelas
As lágrimas que vou chorar"

E quando ele voltar
Sua amada vai estar lá
No mesmo cais
No mesmo lugar
Parada como uma estátua
Para que ele para sempre a possa contemplar...
 
Última edição:
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Caro Bard, poemas inspirados!
Já que vc disse não trabalhar nada, seguir o fluxo de sua inspiração, eu respeito, mas acho que vc tem o que mostrar e poderia perder um pouco de tempo depois do primeiro impulso pra dar uma "lapidada" nos poemas, que são muito bons. Alguns exemplos: Mudanças bruscas de pessoa (do eu poético para um sujeito indeterminado, muitos "erros" de ortografia, muuuitas metáforas (belas, fortes, mas pouco trabalhadas) se sucedendo, pouco aproveitamento de elementos de estilo).
Em Cristine, por exemplo, vc usa o termo saldade acredito que é um erro ortográfico comum na grafia da palavra SAUDADE... mas olha só que legal: O poema fala de mar, de navegação, de fluidez. Então, poderia se justificar em seu contexto o neologismo sal (da água do mar, da acidez da vida, da aspereza da solidão) + idade (tanto cronológica como entendida como o passar do tempo, o distanciar-se da vida e dos sentimentos). Se você atentar mais para o que está escrevendo (pois acredite, isto tudo que escrevi está aí, no seu poema!) só terá a ganhar com a elevação, tanto estética quanto temática, do seu trabalho. Charles Baudelaire, famoso poeta francês, já dizia que "poesia é um instante e inspiração e uma eternidade de lapidação"!

Um grande abraço, hoje sem poema.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

meu primeiro post aki
sou novata..rsrs.

Mãe Morte, Pai Vento

Somos todos Filhos do Vento,
Caminhamos rumo ao além,
Eternamente guiados pelo desalento
Sem luz, sem cor, sem ninguém.

Nos segue, a solidão,
Os abutres, observam, ansiosos pela carnificina
Ao primeiro que sucumbir ao chão
Irá cumprir-se a sua temível sina.

De desespero, lambusam-se, os olhos,
Os Filhos da Morte a sustentar o passo lento
Em pranto caem pedintes, os Filhos do Vento.

Eis que brota da terra
O conteúdo afável, escarlate, a brilhar,
Cego golpe, aos Filhos da Morte, acertar
Padecemos, condenados a gritar: Morra!
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

lindo poema Feiticeira, me fez lembrar um conto de Aníbal Machado "O Iniciado do Vento"...
Continue postando, aqui vai um poeminha de Cassiano Ricardo:

O que é a poesia?
- Uma ilha
cercada de palavras
por todos os lados!

O que é o Poeta?
- Um homem
que trabalha a palavra
com o suor de seu rosto;
um hoem que tem fome
como qualquer outro
homem...

Grande Abraço!!!
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Alca,
Obrigado por ter lido (com atenção:obiggraz: ) e pelo conselhos. Entendo que sou uma "pedra bruta" que ainda tem muiiiiiiiiito o que aprender... Então vou seguir seu conselho e lapida-la sempre. Vou procurar ler mais poesias tambem. Futuramente estarei postando mais alguma.:abraco:
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Olha o alca aqui de novo, gente, procurando o sentido da vida!
(mas já sabendo que a busca vai dar em naaaaaa daaaaaa)

QUINTESSÊNCIA

Macaco. Nem homem, nem bicho
mente, carrapicho;
verme da terra que é ninfa
e voa.

Felino cruel, mãe leoa,
aranha que mata enquanto ama;
mata tudo o que ama
e reproduz porque mata.

Bicho-rei que teme a mata.
O escuro, o mito, o nada;
o zero que inventou
o vazio que inda não criou.

Meio Deus, Mãe de Deus, Seu carrasco.
gente, comendo gente,
gente, comendo aço,
gente, implodindo sonho e concreto,
casa, estrada, matemática.

Doida cópula, enigmática
mão que cria, mão que esmaga.
No furo do verme, nada.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Bic


o que te faz ser especial?
amo minhas canetas,
elas me fazem especial,
porque cada uma é única,
cada uma tem um nome,
uma vida, uma responsabilidade,
uma penca de filhos.
cada uma tem um carro,
grama em casa para aparar,
esposas para agradar,
coisas a fazer,
vidas... vidas a viver.

amo minhas canetas.
o que te faz ser especial?
a mim são as canetas,
que vêm e vão,
passam e repassam,
mas sempre permanecem
vivas na memória.
e quando morrem,
quando de seus velórios,
atraem muitos pertences,
muitos lápis, muitas borrachas,
muitos clipes e folhas de papel
(até as que eu já havia rasgado)
para lhes prestar uma última homenagem.

amo minhas canetas por isso,
e amo por mais, muito mais.
na verdade, queria ser uma delas,
queria ter uma vida de caneta,
um jardim para aparar,
uma esposa para amar.
filhos - ah, filhos para criar.
mas deixa pra lá, isso não é pra mim.

estou contente com o que o vento trouxe
(e o vento levou, pois o desgraçado sempre leva),
contente em ser o que sou,
sem vidas paralelas ou ocultas,
sem tubos de tinta e tampas,
só por aí, sobrevivendo
às custas de material de escritório,
cigarros, vinho barato
e passeios nos feriados.
por quê, afinal de contas,
não tive a sorte de nascer caneta.
sou um homem bagunçado por homens.

o que te faz ser especial?
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Hoje é dia dela, então lá vai uma oferenda.

Iemanjá

Já foi olhar de capeta
Deus
Deusa
Pinga braba
Lágrima lusitana
Profeta

Dois caipiras:
- I cumé qui tá, agora, cumpadi?
- Tá de mar a pió, cumpadi.

Os tais homens novos:
- E que tal esse emangioma aí?
- Escuro, escuro. Bom!
- Todo meu! E logo logo, acabo com o céu.

O céu:
- Cof cof.

A Terra:
- Ai. AI. CHEGA! NÃO QUERO MAIS BRINCAR!

Ela:
- Socorro, meu povo,
que meu rouco já não chega.
Meu esporro não cai medo
e já perdi o corrimão
dessa escada de segredo
e já não se dói mais não
que teu fogo não é aceso
é o sopro do degredo
que faz cair o meu cabelo
que eu engulo, engulo, engulo
e estou para vomitar.


Olhe lá, que esse nascer do sol
vai para longe, virar monge
em monastério-safira, cheio de verruga.
Vai para nunca mais ninguém o tocar
e para ele arranhar nossos alaúdes todos
desafinando tudo em coro
dizendo ao touro:
- Vem, que já cá não tem, mas tem buraco fundo.

Acabou-se o mundo.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Hail todos os bardos!
Otem eu completei os "tão esperados" 18 anos. :joy:
Daí eu compus esse poema (um tanto quanto simples) mas que "diz" um pouco do que eu sinti (ontem quando o escrevi).
Será que algum de vcs já fizeram algo parecido... (num dia em que completaram ano por exemplo).
Um abraço a todos:abraco:

Tempo (XVIII Anos)

Numa manhã como as outras
Parada, no tempo
Seco minhas roupas molhadas
Paradas, ao vento
Lembranças da última vez
Imagens, movimentos
Empurram para próxima vez
Em que nos perdemos no tempo

A inocência da velha criança
Que nunca deixamos de ser
Sob plumas escuras descança
Como se não houvesse nada novo a se ver

Deixamos tudo para trás
(Tudo pra trás)
Não volta
Não renasce
(Ninguém lembra mais)
Vaga memória
Confusa existência
(Nada, ninguém)
Pontos de interrogação
(Aonde? Alguém?)

A falta de informação
Uma vez me abriu o portal
E num mundo de ilusão
Eu não encontrava nenhum mal

Minha vida era uma folha branca
Pura livre e docente
Nela surgia todas as cores
Arco-íris, florescente
Nuvens e esquizofrenia
Mentira, companhia
Para meus amigos e fantasias
Sempre o portal se abria

Mas agora...
...Um homem
Que homem eu sou?
Até um tempo atrás
Eu tinha a resposta na ponta da língua
Demora...
...Dezoito anos
O que o tempo levou?
A resposta vem a mim em outra língua

Nesse vasto oceano de ilusão
Eu encerro minha canção
As ondas nunca param
Prelúdio de uma nova estação
 
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