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[L] Prosas poéticas e poemas curtos [ NON-TOLKIEN ]

Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Caro Bard, os dezoito já se vão longe, mas lendo teu poema pude ter a grata sensação de revivê-los!
Muito legal mesmo, inspirado e emotivo! Embora jamais tenha feito um poema com este tema, posto aqui um que fiz quando tinha dezoito anos, nos idos de 1991:

Terceto da Saudade

Ás vezes os sonhos
já são tão distantes;
ás vezes viajo em busca de algum.

E todas as rimas tornam-se medonhas,
e as alegrias são simples pecados,
a voz de ternura ... um rouco chamuscado.

Ás vezes o tempo nada representa,
e a neblina mais cinzenta
é o que se sonha...

Ás vezes os dias são iguais ás noites,
e flor e espinho se igualam na dor...
mas é sempre a flor,

Que esconde o espinho que guarda o ninho
do ódio, do pejo, do medo,
e em vermelho macula o ser em branco.

Ás vezes as palavras perdem-se no tempo
e o próprio tempo já acumula idade,
e a própria saudade já é velha demais ...

Ás vezes os olhos se prendem no vazio,
buscando ao longe o frio passado...
e nem mesmo os sonhos são como eram antes.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

muito lindo seu poema Alcarinollo.
ai vai um q escrevi hoje.

Oração

Que me perdoem por vir a sós
Ousar suplicar a vós
A cura de meu sofrimento
E o alívio de todo tormento.

Antes de mirar nos vossos olhos
Peço perdão por recorrer, antes de vós,
A vossa Santa Mãe que destes a mim
E a mim vela todo suspiro até antes do fim.

Peço-vos que me livrais de toda sombra:
A do pecado; a da mágoa do passado
E por um dia, apenas, ter ousado
Pensar que por vós não era amada encontrando-me na penumbra.

Sou ingrata, pecadora, mas peço a vós
O domínio da tristeza e da incerteza
De não poder, um dia, contemplar a sós
A vossa alva face e a luz da eterna e verdadeira beleza.

Que em lindos prados e em verdes colinas
Possa eu andar livre da sombra da morte
Feliz, cantarolando a certeza de que tive a sorte
De ser uma de suas flores pequeninas.

Assim seja...Amém.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

for skies
por céus



"por céus", você diz,
"você não lutou".
eu te responderia assim,
ou não diria nada, talvez,
mas de certo modo
eu falaria a mim mesmo:
"que são céus? diabos";
e assim tornaria a calar
e consentir.
e, consentindo,
eu seria assim mesmo,
como fui com os anos,
com o passar dos tempos
e de muitos céus.
ora, diabos, eu só não lutei!
sou um homem quieto,
consumido por larvas
de uma passado insosso;
não teria força nas guerras,
seria visto como covarde
por fugir das balaiadas.
mas eu diria: sabino,
sou sabino,
senhor de letras e números.
de armas não entendo,
de escudos não me exumo.

mas você crê,
e crendo acha que...
acha que eu seria um lutador.
eu não apostaria em mim mesmo,
sou vacilante, vencido.
"vivaz! vivaz!", você diz.
não, vergonhoso, vexado.
sou um homem consumido,
envolto em larvas
de um passado insosso,
e por isso sou menos
que os pobres mendigos.
diabos! que digo eu?
como me escarneço,
como termino de me consumir,
de roer meus ossos,
saborear minha carne.
sou um infeliz,
desdizendo-me sempre.
queria voar. queria voar,
ver céus - seus céus.
queria sonhar com eles,
ver, crer neles,
sonhar estrelas,
viver planetas:
sair do sertão,
ser imensidão.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Rosas de Espinhos Venenosos

Através de um espelho
Profundo dentro da dor
Se esconde o veneno
Que a muitos já matou

O perfume do canteiro
Tão sublime se elevou
Em correntes sibilantes
Um desejo despertou

A arte e a vida
A música e a cor
Misturadas pela superfície
De ódio e amor
Verde, vermelho e preto
Folha, rosa e espinho
Sem confundem por um caminho estreito
Hora aflito, hora sozinho

Atraído pelos jardins verdejantes
Iludido pela beleza da cor
Daqueles campos vistosos
Repletos de rosas de espinhos venenosos

Uma melodia ecoava
Limpidamente se entoava
Pelo pequenos ramos e pétalas
Se espalhava

Carregada pela brisa matinal
Uma voz de longe chamou
Logo aos ouvidos chegou
E mais um desejo despertou

A arte e a vida
A música e a cor
Misturadas pela superfície
De ódio e amor
Azul, fogo e nuvem
Luz, calor e carinho
Se misturam pelo ar
E lhe conduz até o espinho

Atraído pelos jardins verdejantes
Iludido pela beleza da cor
Daqueles mares vistosos
Repletos de rosas de espinhos venenosos

A arte e a vida
A música e a cor
A rosa e o espinho
O ódio e o amor
 
Última edição:
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

A Espera do Inesperado

É bebendo o vinho tinto
Que espero você retornar
É olhando para o jornal
Que compreendo que não irás voltar.

Loucura é acreditar na vida
Que de repente sai do corpo da gente
Loucura é tratar a morte e a vida
De um jeito diferente.

Não te levo flores de defuntos
Nem faixas e nem coroas
Te levo minhas lágrimas e meu abraço
Numa caixinha embrulhada num laço.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Small talk

Gesticulando para ela:

- Não que eu ache certos desejos insossos
ou certos ensejos desgostos.
Nem certos pedidos negados
- agora, aponta para si -
ou certos novilhos pedantes.
Mas... casa comigo?
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

E uma canção do livro que estou escrevendo.

Canção dos Fadelfos: adeus à Nédoth.

Sob a lua que nos guia sempre
Caminharemos para longe
Atrevessando o Grande Mar
Nos despedimos de nossa terra amada
Oh Nédoth, o quão lindo eram seus bosques?
O quão verde eram seus campos?
Nosso coração chora o adeus à nosso lar

As águas nos esperam azuis e frias
mas pisaremos em nova terra
Onde os jacintos e jasmins são mais brancos
Onde as bétulas são mais claras
E a faia nos faz sombra no verão
E a guerra nunca chegará
Porque a Sombra não atravessa
O poder do Grande Mar
Pois sobre ele vivem os Iluminados
Para quem pedimos a Luz
Que nos acompanhe sempre no caminho
Porque é longa a estrada

O céu brilha com as Estrelas
E a escuridão não é tão profunda
A luz do crepúsculo vai surgindo
Despertando um novo dia de uma nova vida
Para vivermos, agora, em paz eterna
Nossas vozes suaves condizem
Agradecendo aos antepassados
Que encheram com sua luz este novo lar
Atrás das montanhas Verdemar fulgura
A prata, o ouro e as pedras preciosas

Neste lugar o céu é límpido
E as Estrelas brilham como jóias
Com prados floridos e pinheirais
A água cristalina nos banha a alma
Bem vinda nova terra de rios e lagos
Que nosso povo feliz encontre o coração
Na melodia que cantamos
Em sua homenagem
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Não se preocupe a morte não é a última etapa

Sob o silêncio das ruas
a madrugada é fria
Se eu não disser minha
alma congelará
O declínio me consumirá
E a verdade sera descoberta
Eu não digo mentiras
para não ferir a verdade
E às vezes ela é dolorosa
Nesse tempo sem verdades nem mentiras
O que sucumbirá?
É uma sina, um fardo
que tenho que carregar
Se eu não disser vou sofrer
a morte mil vezes mais
Nada além de vazio e eu disse
-Não se preocupe, a morte não é a última etapa.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

A Bailarina

O mundo gira, a terra esconde
E ela está lá, a dançar
É uma paixão, um coração
Em seus pés há graça, e ela dança
O universo dorme
E ela dança sem parar
Ideal porque esta calada
Diz o que quer dizer sem palavras
Apenas dança
A neve em sua pele
O mar em seus olhos
A delicada rosa desabrocha
Como uma vida nova
E ela dança e sorri
E o mundo para
Mas ela só sabe dançar
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Farmácia

Verso de minuto
em embrulho de drágeas
contra a miopia.

poema ou armação,
será poesia?

será curtição,
será que um dia,

haverá
poema mais
autêntico

que o papel que o embrulha?
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Elas

Transformam homens e seus sentimentos
Fazem suas loucuras e são charmosas
Elas dão alegria e bons momentos
Têm boa aparência e são gostosas
Mudaram muitos acontecimentos
Ainda mudam poesias e prosas
Podemos transformá-las em escravas
São elas fortes e fracas, palavras.

OBS.: Entrei no Clube dos Bardos hoje, primeira vez que eu tô postando aqui, esse poema é de minha autoria.


 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Tá certo que é um pouco grande mas leiam por favor ! Satisfação garantida ou o dinheiro de volta hehehe :cerva: :D

Ruínas

Forçado a viajar por todos esses anos
Forçado a caminhar cegamente
Pra encontrar a minha razão
Dar alguma explicação a minha mente
Longo foi o caminho
De alguém que renasce cada dia
Quem olha o vento do sul
E deseja está de volta um dia

Os lugares em que estive
Não se pode contar
As batalhas que venci
Impossíveis de narrar
Onde eu me banhei em cachoeiras
E sentir o vento me conjelar
Das colinas bem ao sul
Pensei que nunca ia voltar
Com o meu orgulho intocável
E minha eterna solidão
Mas que vida miserável
Obteve alguma razão

Depois de atravessar o rio
Sinto-me mais perto de casa
Todas aquelas trilhas
Que lá de cima avistava

Depois de lágrimas
E vidas desperdiçadas
Ruínas
De uma cidade do mar
Todo esforço
Que não valeu pra nada
Ruínas
Sobraram sob o mar
E eu que pensava estar certo
E que tudo de alguma forma ia mudar
Agora ruínas
Me acolhem ao regressar
Toda minha vida
Que foi antes repudiada
Ruínas
Vieram me mostrar
O valor de uma vida
Só se mede quando ela acabar

As raízes gigantes
Em que costumava deitar
O campos abertos
E o balanço do mar
As flores perfumadas
Todas a cores em meu colar
O toque de sua mão
Sob a luz do luar

As nuvens brincando com o sol da tarde
E os raios que cobriam a baía
As aves sobrevoavam até as rochas
Assim nossa vida seguia
Sem pressa, sem tempo
Estes minhas memórias não podem guardar
Apenas os sons e as imagens
De uma vida que nunca ia acabar

Toda memória viva
E toda realidade morta
Num paradoxo insano
Do que é sonho e real
Como pode tudo acabar?
Tudo parecia estar em minha mão
Deveria eu me culpar?
Ou magoaria mais meu coração?

Depois de lágrimas
E vidas desperdiçadas
Ruínas
De uma cidade do mar
O que era tudo e já não é nada
Valor agora se aprende a dar
Depois de lágrimas
E vidas desperdiçadas
Ruínas
De uma cidade do mar
Me despedir com lágrimas
Mas nunca pensava em voltar

Caminhando pelas areias
Olhando os meus pés afundar
Eu entrego meu coração
Nas mãos das ondas do mar
Os últimos raios de sol
Refletem um arco-íris no olhar
Esquanto chuvas varrem este pesar

Meu arco descarregado
Agora lembro das flechas no ar
Dos ruídos das lâminas
Dos cavalos cavalgar
Da sua voz macia e doce
Que me disse tão segura
Que por quanto tempo fosse
Pra sempre ia durar

Depois de lágrimas
E vidas desperdiçadas
Ruínas
De uma cidade do mar
Minha vida e tudo o que ela foi
Ruínas
E nada mais
Apenas ruínas de uma cidade do mar
Me espere querida e logo vou voltar
Entre as ruínas eu ainda a escuto falar
O que já foi desprezado
O que nunca chegou a ser um lar
Agora são ruínas
Pra sempre a me atormentar

A história de quem tinha tudo e quis ter mais
Essa foi minha vida... minha história... nada mais.
 
Última edição:
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Bards onde estão vocês? já faz uma semana que ninguem posta... :roll:

O Eterno Viajante

Entres nuvens e altos céus
Sua carruagem vai navegar
Dirigida pelos ventos
Por montanhas, céu e mar

Entre a vida e a morte
Entre a luz e a escuridão
Raios o acompanha
Vagando pela imensidão

Anjos anunciam sua passagem
Todos querem o observar
Sua aura não é miragem
É como um cometa a brilhar

Ouça o coro angelical
A sinfonia do amanhecer
Revelando o segredo da vida
Com um ato... o fazer

E a coragem no coração
E a neblina no ar
Qual é sua intenção?
Você vai nos revelar?

Apenas os mortais podem ver
E as flores podem respirar
Qual é o novo sentido?
Que ele nos trará

Nuvens douradas
São prelúdio das visões
Que encherá nossas almas
E nossos corações

Segue o Eterno Viajante
Por onde os sentidos o levar
Sempre buscando o restante
Que ainda iremos encontrar

Segue o Eterno Viajante
Por montanhas, céu e mar
Aproveitando cada instante
Sua vida é viajar!
 
Última edição:
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Lory, brigadão, este é procê:

Stillo

Marca.
Corpo de papel fendido,
marca.
Profundo espaço-tempo-língua,
marca.
Cicatriz do ser-despido-essência,
Mágoa;
do mundo, pelo mundo, sobre o mundo,
mágoa.
Saudade sem fim
do outro que não tenho
jamais ... ocê /
ano.

23/03/05
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

:abraco: Oba! Obrigada!!!

Cavaleiro Inexistente

Te beijo com meu hálito de sal
E sugo as lembranças de dor
Beijo memórias amarguradas
Sufocadas pelo ingênuo amor.

Toco sua pele com dedos úmidos
Toquei o sangue santificado
Que jorrou como fonte da tragédia
Do cavaleiro inanimado.

E o medo me pega nos braços
Ao redor da cintura faz doer
Espreme meus intestinos e rins
Para a flor vermelha nascer.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Quanto tempo tem o tempo para te esperar ao meu lado
Quanto tempo ele perde fazendo o tempo parar quanto voce esta longe
Quanto tempo ele gasta me observando em minha agonia
e por que ele tem que correr tanto e tão rapido depois que voce chega
sera por inveja sua por eu querer tanto esta a teu lado
ou sera so um jeito maroto de me enlouquecer.
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Lory, adorei teu poema, muuuto lindo mesmo!!! Aí vai mais um para o teu deleite:


Dicotiledônea

O espaço.
Se abre como flor,
e em flor se esconde.
Lento desabrochar de quando
e onde.
Perfume de ópio,
próprio supra-sumo.


Vagamos, girassóis,
de outros sóis encantados.
gramíneas do cosmo,
menos que a flor do mato,
carrapichos planetários.
Às vezes sim, outras não
nos abrimos.
E o desabrochar é mais que amor,
fantástico
deslumbramento de espasmo ao sol.


Na noite fria,
encolhidos, hirtos e fechados,
guardamos serenas lembranças
da luz,
do calor,
de outras vezes.
E o fato mais fantástico
é querermos ser
de novo
na luz
no calor
outra vez.


Eis a flor.
Aberta para o céu,
para a luz
de outro além.
Contudo a mesma flor
- Alguém
que outro dia abriu-se
e ressurgiu da noite
sem luz
sem calor
só lembrança
e desejo.


E hoje vejo.
Eis que há uma ilha
no oceano-tudo.
coberta de mais que flores,
mais que frutos,
sementes que sonham
ao sabor do vento
atômico do espaço ...
outros sóis, bem mais.

Um abraço carinhoso do Alca!
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Nem sempre o mundo nos ajuda
Nem sempre temos tempo para sermos felizes
Nem sempre da pra ver o programa do Jó
Nem sempre eu tenho paciencia para escrever
e muito menos para seguir teus passos

Nunca vi o sol a meia noite
e nunca prestei atenção na musica triste de outrora
não pensei em viajar por um amigo
nem lutar pela liberdade
mas as vezes me pego pesando
nos dias que virão
e me desepsiono pois eu um dia vou partir
por Iluvatar se tenho que partir mesmo por que não partir dos portos cinzentos...
 
Re: [L] Prosas poéticas e poemas curtos AQUI!

Estava na rua desorientado
Quando vi algo anormal
Uma águia completamente morta
Por um Martelo Descomunal

Se te sentes pobre explorado
Miserável, excluído e rejeitado
Não terás mais nada a temer
Pois justiça, o martelo irá fazer

O martelo da justiça sua alma vingará
O martelo da justiça impunidade eliminará
Com o martelo da justiça sua hora já chegou
Com o martelo da justiça tudo já se transformou

Com o sangue da águia morta
De vermelho, o céu pintará
E o símbolo do antigo regime
Para sempre, não mais existirá
 

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