O lado bom de postar pouco é que eu acabo tendo a oportunidade de constatar um fenômeno incrivelmente comum entre os torcedores brasileiros: a motivação através de resultados.
Fiquei duas rodadas sem postar e depois li tudo (ou quase tudo) o que foi escrito no tópico. É impressionante como as opiniões mudam ou se exaltam à medida que os resultados acontecem. O Corinthians era favorito após vencer o Cruzeiro, mas agora que perdeu para o Santos não é mais assim tão favorito. O Vasco já estava rebaixado quando tomou de 7 do Atlético-PR, mas agora que virou pra cima do São Caetano, já dá esperança ao seu torcedor.
Enfim, não vim aqui pra criticar a opinião de ninguém. Por favor não me interpretem mal... Sou apenas um observador de fatos e um comentarista compulsivo.
Vamos agora falar de futebol. E o assunto em voga hoje é a zaga do atual (ou ex, para alguns) favorito ao título, o Corinthians. Esse é, sem dúvida alguma, o calcanhar de Aquiles do time de Parque São Jorge. Mas não pensem vocês que esse problema é exclusivo dos corinthianos. Eu diria que a zaga é o setor mais crítico de qualquer time! É fácil de explicar o porquê disso. Pensem comigo: Se o ataque falha uma vez, e o centro-avante manda aquela bola que sobrou na marca do pênalti para a arquibancada, o pior que pode acontecer é o placar continuar no zero. No setor defensivo, as coisas são diferentes. Se o zagueiro cabeça de bagre escorrega ou perde o tempo da bola na tentativa de aliviar aquele cruzamento pra área, é provável que surja uma grande oportunidade de gol para o adversário. E essas oportunidades normalmente se convertem em gol.
O que eu estou tentando dizer é que não se deve crucificar um zagueiro por um erro individual. Geralmente ele passa o jogo inteiro sob pressão, sem falhar e cumprindo seu papel até que um passo em falso ou um erro de posicionamento o deixa impossibilitado de impedir o atacante de fazer o gol. Apesar disso, há casos em que esses erros se repetem com uma certa regularidade. Nessas situações, fica complicado defender o indivíduo, enquanto a grande massa pede sua cabeça em uma bandeja. O Marinho é um caso clássico desse tipo de zagueiro "indefensável" (ou "indefendível" rs). Neologismos à parte, a ineficiência do Marinho não é de hoje. Desde queando ele atuava pela Ponte Preta, ele já maltratava a bola desse jeito. No Grêmio, ele foi responsável por inúmeras derrotas, graças aos seus gols contra ou seus deslizes em campo. Eu sou curto e grosso quando não gosto das atuações de um jogador. Comparo o Marinho ao goleiro Henal, do Santos. O Henal não tem condições de atuar num time como o Santos e foi o responsável pela desclasificação do Santos na Libertadores. Do mesmo modo, o Marinho não tem condições de ser titular da zaga do Corinthians e pode vir a ser o principal vilão de uma campanha que poderia ser gloriosa.
O pior de tudo isso é que não é tão difícil corrigir esse problema. Exceto se vc tiver 3 Marinhos pra escalar, o que não é o caso do Timão. O nosso prestigiado Carlos Alberto Parreira nos mostou que é possível acabar com as falhas da zaga, apenas alterando o posicionamento dos jogadores, na última Copa das Confederações. Um bom zagueiro não é composto de técnica ou criativadade, mas de DISCIPLINA TÁTICA. Cabe ao Márcio Bittencourt corrigir dois problemas que já vêm se repetindo no seu time há várias rodadas... O Marinho é o primeiro. E o segundo é o posicionamento de seus atletas defensivos.