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Os poderes de Sauron...

Só eu que não acho Sauron tão poderoso assim? :think:

Sim sim. Ele foi um Maia poderoso. Mas comparar com um Vala ou mesmo outro Maia é complicado.

Nem a Melian ele teve coragem de enfrentar.
 
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Tolkien sobre Sauron: "... was of course a 'divine' person (in the terms of this mythology; a lesser member of the race of Valar)".[6] Though less mighty than the chief Valar, he was more powerful than many of his fellow Maiar..."; "... he was of a far higher order than the Maiar who later came to Middle-earth as the Wizards Gandalf and Saruman.[7]".

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Sauron

Excelente verbete da boa e velha Wikipedia gringa.

Lembram-se de quando o domo do templo dedicado a Melkor foi grandemente danificado, pelos raios lançados pelas nuvens, em forma de águia, enviadas pelos valar? Pois bem, ele (Sauron) não sofreu dano algum. Se isto não for first class power, então não sei o que é. E, segundo o "Dos Anéis de Poder e da Terceira Era", ele não usava o anel quando foi levado para Númenor.

Mas segundo uma das cartas de Tolkien, ele levou consigo o "Um" quando foi feito refém dos numenoreanos: "I do not think one need boggle at this spirit carrying off the One Ring, upon which his power of dominating minds now largely depended. [34]"

Mais um caso de livre escolha?

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(...) E, segundo o "Dos Anéis de Poder e da Terceira Era", ele não usava o anel quando foi levado para Númenor. (...)

Mas segundo uma das cartas de Tolkien, ele levou consigo o "Um" quando foi feito refém dos numenoreanos:

Mais um caso de livre escolha?


Tolkien mudava bastante de idéias, mesmo em relação às idéias mais fundamentais, como a criação e tudo o mais. Para se ter idéia no HoME 1 Gothmog, o Senhor dos Balrogs, é apresentado como sendo filho de Morgoth Bauglir; mas essa idéia foi descartada quanto Tolkien decidiu que os Ainur não podiam ter filhos - ou, pelo menos, os Valar, pois no Silmarillion Melian, a Maia, teve um filho com Thingol, Rei de Doriath.

Mas penso que de fato seja um caso de livre escolha, mesmo. Pois muitos fatos do Legendarium são intencionalmente deixados de um jeito que possa ser interpretado de duas ou mais formas, como a questão das Entesposas, a natureza de Tom Bombadil ou a declaração de Gollum de que Sauron tinha apenas 4 dedos em uma das mãos. Isso, penso eu, foi um recurso intencional utilizado por Tolkien para deixar a Mitologia dele mais realística, visto que o Legendarium é apresentado como sendo uma coletânea de relatos antigos com diversas fontes por origens, mas mormente os Hobbits. Nada mais natural, então, que haja disparidade entre os relatos aqui e acolá, embora o todo seja, naturalmente, muito bem amarrado e coeso. Essa disparidade deixa a obra mais bela, vasta e complexa ainda. Tolkien rlz! :-)

[]'s!

Nota: putz, quantas vezes repito a palavra "idéia" no primeiro parágrafo. Só agora que notei. É fruto do sono, rs.
 
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Creio que Sauron ainda não tinha o Um Anel quando esteve em Númenórë.

Somente depois da queda de Elenna "[...]seu espírito se ergueu das profundezas, e passou ao leste como uma sombra, um vento negro carregado de ódio, e refugiou-se em Mordor, onde remoeu idéias e rancores antigos, até criar para si uma nova forma, agora negra e temível, feita do mais puro ódio que sentia pelos Númenóreanos[...]" - O Silmarillion, A Queda the Númenor "[...]E então ele recuperou seus anéis, e os corrompeu com malícia e ódio, e passou a controlá-los com o Um.[...]" - O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei, Apêndices, Anais dos Reis e Governantes.
 
Última edição por um moderador:
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A inteligência e a prudência recomendariam que ele deixasse o "Um" muito bem guardado em Mordor. E, levando em conta a sua rápida (para padrões dos ainur, é claro) recuperação da destruição do corpo que usava, fico com a hipótese de que ele não usava o anel, quando foi feito refém.

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Ainda mais se você levar em conta que numenor afundou num abismo e desapareceu pra sempre. Provavelmente o um anel teria se perdido ali tambem. Assim como sauron perdeu a sua forma fisica "bonita".
 
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O único erro de Sauron, durante todo aquele drama, foi não ter previsto que a retaliação seria tão extrema. Ele contava apenas com a aniquilação da esquadra e dos exércitos numenoreanos.

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A inteligência e a prudência recomendariam que ele deixasse o "Um" muito bem guardado em Mordor. E, levando em conta a sua rápida (para padrões dos ainur, é claro) recuperação da destruição do corpo que usava, fico com a hipótese de que ele não usava o anel, quando foi feito refém.

Seu raciocínio é lógico Mairon e Eregion3, levando só em conta as informações do SdA e a literalidade do texto do Silmarillion ( eu mesmo já pensei como vcs assim como todo mundo), entretanto, Tolkien deixou claro: Sauron usou, sim, o Anel em Númenor enquanto esteve por lá; ele TINHA que levá-lo porque o dispêndio de poder subcriativo pra perverter as mentes de boa parte do povo de Númenor seria muito grande e seu "link" com o Elemento Morgoth era através do objeto e era mais eficaz, exponencialmente mais rápido, quando em contato FÍSICO com ele, embora, como mostrado na Terceira Era, o "rapport", "sintonia" entre ambos continuasse a existir MESMO sem a posse física do Um e com o tempo "energizava" Sauron ao ponto dele ser MUITO MAIS poderoso do que era na Primeira Era.

A magnitude das consequências da destruição de seu fána e da Torre Negra, alimentados pelo poder do Um, a própria potência da conflagração ( que, diga-se de passagem, a despeito do que Tolkien falou,LEMBRA SIM, e demais, uma bomba atômica,ainda mais se levarmos em conta o retcon ( inserção retroativa) do "elemento" Morgoth ( urânio e demais elementos radioativos, sacaram a analogia? uma coisa que só passou a existir na Mitologia de Tolkien DEPOIS da explosão das Bombas no Japão) sugere que, na época da Terceira Era, ele, talvez, pudesse, sim, se comparar a algum dos Valar menos poderosos e, detalhe, essa concentração de Energia Morgothiana nele e no Anel era CRESCENTE com o passar do tempo.

O estudo detalhado da metafísica do Esquema dos Anéis do Poder sugere que a intenção, no fim, era, eventualmente, transformar Sauron num novo Morgoth, num Melkor redivivo com o poder do EM focalizado em seu fána no que ele poderia, inclusive ter sido double crossed por Melkor. Sauron queria ser Morgoth no lugar de Morgoth, mas o mais provável é que seu plano subestimava a capacidade de indução de Melkor sobre o EM, porque do mesmo jeito que o Anel era, de certa forma, um "Sauron" miniatura, o EM ERA Morgoth tb, assim como o Espírito Santo de Deus é Jeová e o Fogo Secreto era Eru ( analogia que o próprio Tolkien fez pra Clyde Kilby).

O EM, muito provavelmente era o Fogo Negro citado por Gandalf e, eu creio, é bem provável que, no fim, Sauron fosse CONSUMIDO pelo Fogo do EM e se tornasse, literalmente, um Novo Melkor, com a sobreposição da personalidade desse último sobre o fána do mesmo jeito que aconteceu com a segunda Estrela Negra da Marvel que tentou substituir a original e foi ela própria instrumento pra ressurreição da antecessora falecida manipuladora da Força Negra ( coincidências né?). Tb aconteceu coisa similar com o Brainiac do jogo da DC Online ( copiando o desenho da Liga) que tentou ferrar com Darkseid usando um artefato conectado com ele.

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A morte do Sacerdote- quadro de Andrey Avinoff que pode ter sido inspiração pro Akhalabêth de Tolkien, junto com o poema russo que ilustrava, a Queda de Atlântida.Reparem no Anel de Ouro no dedo da mão que é simbolicamente importante na história.

Eis aí embaixo, trecho da carta 211 pra Rhona Beare de 1958

Sauron foi derrotado primeiro por um 'milagre': uma ação direta de Deus, o Criador, mudando a forma do mundo quando chamado por Manwë. A forma corpórea de Sauron foi destruída, e embora reduzido a 'um espírito de ódio conduzido em um vento escuro' eu não penso que alguém precise se surpreender com o fato deste espírito levar o Um Anel, do qual o seu poder para dominar mentes agora em grande parte dependia. Que Sauron não fosse ele mesmo destruído na demonstração de Ira do Um não é minha culpa: o problema do mal e sua tolerância aparente é um problema permanente para todos os que têm a ver com o nosso mundo. A indestrutibilidade de espíritos com vontades livres, até mesmo pelo Criador deles, também é uma característica inevitável se alguém acredita na sua existência, ou se simula isto em uma história. Sauron foi, é claro, 'confundido' pelo desastre e diminuído (tendo gasto uma enorme energia na corrupção de Númenor). Ele precisou de tempo para sua própria reabilitação completa e para obter controle sobre os seus subordinados anteriores. Sauron também foi atacado por Gil-galad e Elendil antes que a sua nova dominação fosse completamente estabelecida.

A sintonia entre o espírito de Sauron, mesmo desencarnado, e o Anel amaldiçoado (sua "filigrana" ou "horcrux" se preferirem, são tudo baseado no mesmo arquétipo mítico e folclórico) era tão intensa que Sauron "levitou" ( e/ou teleportou via "dobra no espaço") o objeto da Ruína de Númenor e o carregou pra Terra Média JUNTO COM ELE, mesmo sem corpo ( estilo "poltergeist" termo usado por Tolkien em HoME X)
 

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Nunca me animei a comprar quaisquer dos volumes da "HoMe", e, considerando o meu atual estado de espírito, não creio que venha a fazê-lo tão cedo. Mas, Ilmarinen, um link para o texto que você citou seria bem-vindo (que Christopher Tolkien não me ouça, ou melhor dizendo, não me leia). Grato!

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Penso que a principal diferença entre as duas versões diz respeito ao grau de corrupção e decadência dos numenoreanos. Na versão da carta fica claro que eles não estavam tão corrompidos assim, apesar do rompimento com os ainur e os eldar, o que obrigou Sauron a gastar um imenso poder para desencaminhá-los de vez.

Já na versão do "Silmarillion" e dos apêndices é evidente que Sauron plantou, como diria meu finado avô materno, em terreno já arado. Ou seja, que tudo que os "homens do rei" precisavam era do incentivo da pessoa certa (ou errada, sei lá) para se lançaram no abismo sem maiores pudores.

E não nos esqueçamos de que três dos nazgûl eram numenoreanos, e o Rei-Bruxo poderia muito bem ser da Casa de Elros.

Apesar da aula do Ilmarinen, fico com o "Silmarillion' e os apêndices.

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Abra o do Duvendor, certamente é melhor.

Os dois sites são excelentes, produzem ótimos trabalhos e são dedicados ao mestre Tolkien que é a coisa mais importante, cada qual com suas características, histórias e forma de trabalhar.

Muitas informações de ambos espaços servem de complementação para as pesquisas tolkienianas.
 
.(...)Já na versão do "Silmarillion" e dos apêndices é evidente que Sauron plantou, como diria meu finado avô materno, em terreno já arado. Ou seja, que tudo que os "homens do rei" precisavam era do incentivo da pessoa certa (ou errada, sei lá) para se lançaram no abismo sem maiores pudores.(...)

Apesar da aula do Ilmarinen, fico com o "Silmarillion' e os apêndices.

Eu acho que, se você tomar a iniciativa de ler materiais contemporâneos do Akhalabêth e dos Apêndices ( portanto, conectados à mesma fase de pensamento do autor e partilhando o mesmo background metafísico/teológico) publicados em HoME 10 ( Mitos Transformados, Diálogo de Finrod e Andreth e suas notas) e no Osanwë Kenta e suas notas, vai ver que uma coisa não precisa, necessariamente, excluir a outra.

A metafísica envolvida na perversão de Númenor, aparentemente, refletiu uma vasta gama de fatores que INCLUI o EM, a capacidade de "despertar" e usar o elemento Morgoth possuída por Sauron e a presença física desse último em Númenor, estando de posse do Anel.Tolkien trabalha constantemente com esse tipo de dialética; uma pessoa PODE, na ficção dele, ser manipulada, espiritual e mentalmente, JUSTAMENTE por já ser terreno fértil pras mentiras e manipulações funcionarem por uma questão de nature and nurture ( natureza intrínseca e criação).

Exemplo: as personalidades de Túrin, Morwen, Saeros e Fëanor são essenciais no entretecer de seus destinos e eles usaram, sim, e mal, seus livre-arbítrios, mas isso, SIMULTANEAMENTE, não elimina o fato de que, mesmo assim, sem a perversão ou tentação metafísica de Melkor/Morgoth ( ou Sauron com os Numenöreanos) eles não teriam feito o que fizeram do mesmo modo.

Vide esse texto meu aí: Túrin Turambar e o Livre-Arbítrio

E também esse texto aí da Verlyn Flieger onde ela editou as próprias notas de Tolkien sobre destino e livre-arbítrio ( pra tirar conclusões com as quais nem todo mundo concorda conforme linkado no meu texto acima)

O Destino e o Livre-Arbítrio na Terra-média-traduzido na Duvendor

É o mesmo caso do Hal Jordan-Paralax na DC. O Hal Jordan tinha, sim, uma pá de defeitos de personalidade ( ele era escroto e sem consideração com entes queridos, intempestivo no sentido "turiano" de ser) e cometeu erros morais, falhas no uso do livre-arbítrio, ( a começar pela execução sumária de Sinestro que colocou o korugariano em contato com a consciência de Paralax na Bateria Central de Oa), que o expuseram à possessão progressiva por Paralax ( na teologia cristã, a possessão, ao contrário do que prega a mídia, é um processo MUITO GRADUAL) e, portanto, a falha moral ainda é dele, ele é MORALMENTE CULPADO pelos erros cometidos enquanto Paralax mas, TAMBÉM, É FATO que , sem a incidência paralela do elemento pervertedor metafísico rolando SIMULTANEAMENTE, ele, provavelmente não teria cometido os mesmo atos.

A perversão do Anakin Skywalker em Star Wars é similar nisso também, porque, junto com os atrozes erros de julgamento/percepção cometidos pelo próprio, havia, também, um elemento de sedução/manipulação subliminar pelo Lado Negro da Força usado pelo Palpatine( estilo "voz de Saruman"), pra como se diz, "jogar lenha na fogueira" ou, como vc mesmo diz, "plantar em terreno já arado". Ou seja, o fato do terreno ser arado não tira o mérito do plantio ou diminui o esforço e a importância de fazê-lo pra se ter uma "colheita".

Coloquemos os alemães na época da Alemanha nazista sem a propaganda monumental de Goebbels e a retórica de Hitler capaz de massificar as pessoas com música épica, paradas patrióticas, discursos inflamados; o glamour das insígnias, medalhas ( Mutley e seu "medalha, medalha, medalha vêem à mente) e uniformes e a punição "exemplar" de insurgentes. Será que sem toda essa doutrinação, que equivale a uma pseudo lavagem cerebral/"controle da mente", as coisas teriam dado no que deram? Duvido.

http://www.youtube.com/embed/NyiYbQDPE1o

Starting with this episode, the Star Wars Saga, especially the first three episodes and even more especially the third chapter, Star Wars Episode III: Revenge of the Sith, deal heavily with the character type of the mastermind typical to the multiple genres Lucas's work belongs to. The dual character of Palpatine/Darth Sidious is probably the most noteworthy Star Wars character from this aspect: controlling and manipulating the events of the films, such as the invasion of Naboo and Valorum's impeachment, from afar. This character has precedent in countless comic books, movies, and novels, but is especially in debt to the arch-villains of serial fiction and films of the early 20th century. The two most relevant characters are Fantomas ("The Phantom") and Norbert Jacque's Dr. Mabuse, immortalized on screen by German director Fritz Lang. Lucas implicitly labels Palpatine, who like Mabuse uses mind control and secret identities to shape events on large political and economic scales, as the film's Phantom Menace, tying him to the French villain.
 
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A magnitude das consequências da destruição de seu fána e da Torre Negra, alimentados pelo poder do Um, a própria potência da conflagração ( que, diga-se de passagem, a despeito do que Tolkien falou,LEMBRA SIM, e demais, uma bomba atômica,ainda mais se levarmos em conta o retcon ( inserção retroativa) do "elemento" Morgoth ( urânio e demais elementos radioativos, sacaram a analogia? uma coisa que só passou a existir na Mitologia de Tolkien DEPOIS da explosão das Bombas no Japão) sugere que, na época da Terceira Era, ele, talvez, pudesse, sim, se comparar a algum dos Valar menos poderosos e, detalhe, essa concentração de Energia Morgothiana nele e no Anel era CRESCENTE com o passar do tempo.

Onde tu leu que o poder era crescente? [ok, sei que o post não acrescenta em nada ao tópico, mas acrescentará ao meu conhecimento caso eu seja respondido :dente:]
 
Mas é óbvio que sua pergunta acrescenta sim e MUITO ao tópico, Veda!!

Aplicação de lógica, do mesmo tipo que é a conclusão de que Elwing tinha feito asas pra si própria); ou a de que Ungoliant não podia ser uma maia porque tinha prole e Tolkien disse que, dos maiar nomeados no Legendarium, só Melian tinha feito isso, reproduzido com Encarnados; referência escrita nas fontes não é muito clara pois o material é escasso e as pessoas que discutem isso são "só" pesquisadores internautas de Tolkien, Steuard Jensen e Conrad Dunkerson dos Newsgroups, e não o pessoal interessado na Mitologia ou linguística que, às vezes, conta com o benefício de ter acesso aos textos inéditos de Tolkien porque são docentes universitários.

Vide aí uma das principais discussões onde fica explícita a noção da inferência dos dois caras supracitados: o exaurimento e renovação dos níveis de poder de Sauron, mesmo com o Anel em sua posse direta, sugere que o grosso do poder obtido por ele era adquirido ATRAVÉS DO ANEL mas não estava no objeto propriamente dito; que a fonte dessa força extra "renovável" era "externa" ao Anel, e o conceito metafísico do Legendarium que melhor preenche os requisitos pra ser essa força é o Elemento Morgoth.

Sauron's extra power

Pra piorar, CT negligenciou completamente as implicações science-fantasy da obra tardia pós SdA de Tolkien e, simplesmente, não se estende sobre o assunto nem um pouco ( chegou ao ponto de deixar o texto sobre telepatia élfica e ainuriana FORA de HoME)

O raciocínio é mais ou menos assim: nós sabemos que o poder subcriativo inerente de um ainu, a princípio, é "finito e não-renovável" (e/mas, na verdade, Tolkien em HoME X disse que os espíritos dos Ainur podem regenerar seu nível de poder se optarem por repousar, o que, eventualmente redundará no retorno de Melkor mas isso só ocorre num período muuuito longo de tempo).

Nós falamos dele sendo “enfraquecido, encolhido, reduzido”; mas isto é em comparação com os grandes Valar. Ele fora um ser de imensa potência e vida. Os elfos certamente acreditaram e ensinaram que fëar ou “espíritos” podem desenvolver-se a partir de sua própria vida (independentemente do corpo), assim como podem ser feridos e curados, ser reduzidos e renovados.

Seria esperado, então, que o espírito escuro do “resquício” de Melkor, finalmente e após longas eras, aumentasse novamente, até mesmo (como alguns acreditaram) atrair de volta para si mesmo um pouco de seu poder dissipado anteriormente. Ele faria isto (mesmo se Sauron não pudesse) por causa de sua grandeza relativa. Ele não se arrependeu, ou finalmente afastou-se de sua obsessão, mas ainda reteve resquícios de sabedoria, de forma que podia buscar ainda indiretamente seu objetivo, e não simplesmente às cegas. Descansaria, buscaria se curar, se distrairia com outros pensamentos e desejos e artimanhas - mas tudo simplesmente para recuperar bastante força para retornar ao ataque sobre os Valar, e para sua antiga obsessão. Quando ele crescesse novamente, se tornaria, supostamente, uma sombra escura, remoendo-se nos limites de Arda, e ansiando por retornar.

Entretanto, Sauron aumentou seu poder usando o Anel Um e gastou uma porção generosa dessa força em Númenor, pervertendo seus habitantes ( isso foi dito por Tolkien explicitamente), escapando da Ruína da Ilha carregando o Anel consigo pra Terra Média, pra, depois, despender mais cem anos reconstruindo seu fána devido ao gasto de energia ( coisa também dita por ele).

Daí, vemos que o Anel "gasta" a energia acumulada do EM porque ele ficou fraco depois disso,( Tolkien mesmo disse isso, que ele deveria ter esperado a renovação de sua força depois de voltar pra Terra Média mas não aguentou esperar por causa do chilique de descobrir que Elendil e Isildur escaparam com um rebento da árvore branca).

Então, a conclusão mais lógica é que o Anel era como um dínamo, ou melhor, uma antena parabólica que drena, acumula e canaliza energia constantemente do EM ambiente pra Sauron, porque,senão, não haveria maneira de Sauron renovar o seu poder tão rápido e o que sabemos é que, no decorrer da Terceira Era, essa força dele não só se renovou mas se ampliou ao ponto dele fazer coisas como alterar o clima nas montanhas ao redor de Mordor ( Gandalf comenta que "o braço" dele ficou "mais comprido"), provocar erupções vulcânicas e usar o cobertor cinéreo resultante pra ocultar a luz do Sol numa extensão de centenas de quilômetros em torno de Mordor, virtualmente toda a região a leste das Nebulosas, carregando com ele um feitiço inibidor de vontade e indutor de medo. Isso já é terraformação prefiguradora de nível Melkor.

Gandalf halted. Snow was thick on his hood and shoulders; it was already ankle-deep about his boots.
‘This is what I feared,’ he said. ‘What do you say now, Aragorn?’
‘That I feared it too,’ Aragorn answered, ‘but less than other things. I knew the risk of snow, though it seldom falls heavily so far south, save high up in the mountains. But we are not high yet; we are still far down, where the paths are usually open all the winter.’
‘I wonder if this is a contrivance of the Enemy,’ said Boromir. ‘They say in my land that he can govern the storms in the Mountains of Shadow that stand upon the borders of Mordor. He has strange powers and many allies.’
‘His arm has grown long indeed,’ said Gimli, ‘if he can draw snow down from the North to trouble us here three hundred leagues away.’
‘His arm has grown long,’ said Gandalf.

Nada disso ele era capaz de fazer na Primeira Era, e não se diz que ele teria feito na Segunda. Sabemos, sim, que a Orodruin já obedecia aos seus comandos, mas, ao que parece, nada tão cataclísmico como o espraiar da Escuridão Nebulosa pra cima de Gondor.

Como ele não era, ainda, um Segundo Morgoth, é de se presumir que essa fonte de energia renovável do Anel era o próprio EM e que haveria ainda MUITA ENERGIA pra ser absorvida e canalizada. Como esse processo acontecia , inclusive, SEM CONTATO FÍSICO com o Anel e continuou depois que ele o perdeu, o mais lógico é partir da suposição que ele era constante e já "programado" na feitiçaria que criou o Anel e o vinculou ao espírito de Sauron.

Conrad Dunkerson já em 2000 pensava e disse o mesmo que eu aí em cima:

Conrad Dunkerson
Ver perfil Traduzir para Português (Brasil)
Mais opções 2 dez 2000, 05:00
"Steuard Jensen" <[email protected]> wrote in message

news:KocW5.232$x3.3431@uchinews...
> Sauron was pretty powerful for a Maia, but I don't think that his
> power (even enhanced by the Ring) would be more than a moderate
> boost to even the weakest of the Valar.

And yet we are told in one instance (MR) that Sauron with the Ring
was more powerful than Morgoth just prior to his defeat. Even if
we assume that Morgoth had gone from the greatest of the 'Valar' to
the weakest, this would still seem to indicate that the power of
the Ring was considerable.
> On top of that, the Valar wouldn't be seduced by the desire for
> power to do good: they _had_ more power than Sauron's Ring could
> provide, and voluntarily chose not to interfere in Middle-earth
> anyway. What could the Ring add?

The corruptive influence of Morgoth?
In one of the letters Tolkien indicates that the One held power
even over Sauron... how then if he created it? It could be
something akin to Feanor's obsession with the Silmarils he
created... or it could be even darker. The power Sauron used was
attributed (again in MR) to his ability to manipulate the 'Morgoth
element'. My take is that the Ring was forged to concentrate and
control that portion of Morgoth's Self which he had sent out into
the world... the power of the greatest of all the dwellers in
Arda. The soul of the literal root of all evil... bound up in a
Ring
.
I think it would have been very dangerous to the Valar.
 
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É evidente que o "Um" criava um vínculo com qualquer ser que o tenha usado, vide a rapidez da decrepitude que assolou Bilbo, após a destruição dele, e a assombrosa energia vital exibida por Gollum.

Mas o próprio Gandalf deixa claro, em diversas partes do "LOTR", o quão poderoso Sauron se tornaria caso voltasse a ter contato físico com o Anel. E mais, caso isto acontecesse, os nazgûl também se tornariam mais poderosos.

De resto, parabenizo a todos pelo excelente tópico, apesar das divergências, ou, talvez, até por causa delas.

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A essência e destino de Sauron foi a de descer a ladeira de algo bom e alto (antes de Morgoth) para algo cada vez pior e baixo em busca da deterioração. Começou ele a dominar aquilo que Melkor havia deixado, comendo pelas beiradas lentamente a princípio enquanto se esquecia daquilo que ele fora. E depois ele foi perdendo as amarras antigas de quando era bom e no final os laços com seu passado luminoso se foram. Essa mudança de polaridade (a luz antiga alimentando uma escuridão pior) foi presenciada com Ungoliant (inchada pela luz que comeu e do passado que a luz fora). Quer dizer, foi a forma que o mal encontrou para nomear o herdeiro. Um ser que devorava aquilo que um dia lhe foi caro.

Essa postura faminta de Sauron podia ser o faro que usou para encontrar as fontes de maldade do mundo. Seria então uma fome por escuridão.
 
(...)

De resto, parabenizo a todos pelo excelente tópico, apesar das divergências, ou, talvez, até por causa delas.

Essa humildade e boa vontade de aceitar a validade de pontos de vista diferentes e admitir falta de familiaridade com algumas das fontes usadas pra formar opiniões nesse tópico já coloca vc cabeça e ombros muito acima de outras pessoas que fingem conhecer os materiais que vc ainda não leu. Isso por si só já vale um ponto de Karma já que o seu exemplo é ótimo pra ensinar algumas pessoas a coexistir com posicionamentos diferentes e divergências de percepção/fruição.

Parabéns pela maturidade mostrada no tópico, quiçá o seu exemplo possa vingar e ser emulado pela nova geração vindoura de fãs tolkienianos brazucas.
 
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