One show to rule them all—the first look at a billion-dollar saga set thousands of years before J.R.R. Tolkien’s legendary trilogy.
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Bem, essa leitura realmente valeu a pena. De modo geral, tenho uma impressão majoritariamente positiva e devo amar a série; o trabalho de fotografia parece fantástico.
A primeira coisa que notei é que a armadura da Galadriël é fantástica: exatamente como deve ser a armadura de uma mulher, sem aquela bobagem de peitos visíveis, mas ainda muito elegante e feminina. Amável.
Segundo, a minha principal preocupação: a série não será indecente! Deus seja louvado! Significa que me sentirei livre para divulgá-la e discuti-la em família e com meus contatos da Igreja, que sempre admiram a obra de Tolkien.
Outra coisa que notei é que as aparências de alguns personagens são incorretas. A pior infração nesse sentido é o elfo "de cor", que transgride a natureza dos elfos nos livros e obviamente só foi inserido para massagear o ego dos patrulheiros do cancelamento; agora, não é um problema tão grave quanto querem fazer parecer certos racistas estadounidenses, mas tão-somente uma imprecisão que minará a sobrevida da série no longo prazo, quando a febre do multiracialismo passar. Também no sentido racial, esperava que a mulher das 'Southlands' (presumivelmente Harad) tivesse uma aparência mais escura ou do Oriente Médio, mas perto do fim é dito que a atriz é descendente iraniana; tudo bem, que seja! É importante lembrar que os filmes do Peter Jackson não são completamente precisos também: Aragorn deveria ser mais escuro, e o Legolas provavelmente não era louro, e as orelhas dos elfos deviam ser menores, e um relacionamento entre elfa e anão não tem qualquer fundamento; no longo prazo, as imprecisões das diferentes produções desaparecerão num mar de adaptações. Quanto à anã negra, tenho zero objeção quanto à raça, que se encaixa melhor aos anões que aos elfos, mas imaginei que ela teria barba; fora isso, ela parece fascinante. Outra leve objeção é que Elfos devem ser mais etéreos e feéricos, e não tão humanos comos as fotos parecem insinuar; por exemplo, eles devem brilhar no escuro, mas suas orelhas devem ser pequenas e levemente pontiaguadas, de maneira bem discreta e quase imperceptível (como uma folha); mas em vez disso, a imagem mais comum de elfos hoje em dia é de humanos com orelhas enormes.
Na verdade, uma coisa que agora me preocupa (e aqui é coisa pequena, nada tão grave quanto a qüestão da modéstia) é a fidelidade cultural: primeiro, os nomes em geral parecem muito ingleses, como "Bronwyn", ou "Carine", donde preocupo-me que simplesmente estufarão a série com anglicismos; segundo, os elfos, como explicitamente dito pelo Tolkien, punham muito valor nos cabelos (ou barba, nos raros elfos que a possuem), e eu mesmo especulo que qualquer corte de cabelo (ou barba) seria visto por eles como uma forma de mutilação, donde me irritam que tantos elfos pareçam ter cabelos curtos, e o Arondir, mais uma vez, é extremamente bizarro, com sua cabeça raspada (essa personagem será nessa série como um Jesus nórdico, ou como um homem verde de quatro sobrancelhas num filme sobre samurais), e isso me faz temer que toda a cultura e visão de mundo dos povos do Legendário serão completamente esfoladas e substituída pela visão de mundo da Amazon. No entanto, nesse sentido tenho um elogio também: o Bronwyn é uma apotecária, figura importante no universo de Tolkien, que não aparece nos filme de P.J., mas que naquele mundo era visto como uma nobre função, pertencente por excelência à mulher élfica como o combate pertencia ao homem (com exceções) e a contraparte natural do guerreiro, segundo "Leis e Costumes entre os Eldar"; embora esse texto seja especificamente sobre os Elfos, é de se esperar que a influência deles nisso fosse universal em toda a Terra Média.
A compressão temporal cria problemas para conciliar eventos no cânon, mas é uma dificuldade técnica e não há muito que objetar se eles fizerem um bom trabalho, embora não seja o que esperava.
Afora tudo isso, se a atuação for boa, se não desmerecerem as personagens dos livros e se não houver elfos com tendências homossexuais, praticamente qualquer coisa é aceitável; não me incomoda nem mesmo que venha gente do espaço, que é tecnicamente possível no Legendário.