A MORTE DO SUPER-HOMEM?
Nem Lex Luthor, nem Kryptonita. O Homem de Aço, finalmente, encontrou o seu maior inimigo: sua próxima adaptação cinematográfica.
"Santa Escócia!" Este, com certeza, seria o comentário do Super-Homem ao analisar a situação atual do projeto do seu próximo filme. A ideia de realizar um novo filme do Homem de Aço já é antiga, mas ganhou força nos últimos meses, devido ao gigantesco sucesso de
Homem-Aranha, o maior personagem da Marvel Comics, principal rival da DC Comics, editora que pertence a Warner e tem os direitos de publicação do Super-Homem. Além disso, o excelente resultado do seriado
Smallville junto ao público mostrou que o personagem ainda conta com um público cativo e que uma nova aventura nos cinemas pode render bem mais do que o estúdio planeja. Começou, assim, uma verdadeira
tour de force da Warner para fazer o projeto decolar.
E, obviamente, começaram as complicações - como antes nunca se viu numa produção.
Logo de cara, a escolha do diretor do filme acabou se tornando uma salada sem precedentes em Hollywood. Diversos nomes, como Michael Bay,
Kevin Smith e Tim Burton, foram cogitados. Isso, até que o nome de Walfgang Petersen (
Na Linha de Fogo e
Mar em Fúria) foi oficializado. No elenco, Jude Law como Homem de Aço e Collin Farrel como.... Batman? Exatamente. A Warner queria fazer um filme com os dois maiores da DC de uma vez, tentando revitalizar duas franquias cinematográficas de uma só vez.
Mas a alegria durou pouco. Petersen abandonou o barco e a Warner viu-se sem rumo no projeto. Começou, então, a surgir, na corrida, o nome de McG, diretor de
As Panteras, junto com declarações do estúdio de que a intenção era a de produzir uma aventura mais "leve", retratando bem o clima dos quadrinhos. Isso porque essa aventura "leve" seria inspirada na morte e na ressurreição do herói.
De uma hora para a outra, foi divulgado que Brett Ratner, diretor dos dois
A Hora do Rush e do recente
Dragão Vermelho, já assinara contrato para fazer o filme - tanto que Anthony Hopkins, que trabalhou com o cineasta em
Dragão Vermelho, já declarou a Ratner seu interesse em interpretar Jor-El (o pai kryptoniano do Super-Homem) Entretanto, como se nada tivesse acontecido, McG, ignora tudo isso e continua dizendo que ele é quem irá realizar o filme.
A verdadeira bomba aconteceu algumas semanas atrás, quando o (possível) roteiro do filme foi colocado na internet. Explica-se: ao que parece, um executivo da Warner não gostou nada do roteiro e, como não conseguiu convencer o estúdio a jogar o
script no lixo, fez com que o roteiro "acidentalmente" vazasse para a internet. [OLHA A INSPIRAÇÃO PRA ATITUDE DA LOIS AÍ...
]
O resultado não podia ser pior. Ao que consta, o
script foi escrito por alguém que nunca leu uma história do personagem e que desconhece completamente a sua origem. Antes de mais nada, o planeta Krypton não explode! Se o leitor ainda não está tendo crises de raiva deve saber que, ao longo da história, com o Super-Homem enfrentando um inimigo kryptoniano, vão sendo revelados outros personagens, ficando os destaques por conta de Jimmy Olsen, retratado como homossexual; e Jor-El, que acompanha, de Krypton, o progresso do garoto na Terra. Ah sim... Lex Luthor. Bem... Luthor, na verdade, é um agente especial da CIA, que investiga atividades alienígenas na Terra. Dá-lhe MIB! No final da história (que seria a primeira parte de uma trilogia), Luthor revela ser um alienígena e enfrenta o Homem de Aço de igual pra igual.
Não é preciso dizer que choveram protestos na rede e também não é preciso dizer que a Warner, mais do que depressa, descartou o roteiro. Resta a pergunta: até aonde isso é uma boa notícia? Veja que Tim Burton tinha um roteiro onde o Homem de Aço não voava, mas usava um avião transparente. E esse foi o cara que fez
Batman e
Batman - O Retorno!
Afinal, mesmo com o roteiro no lixo, a história mostra que o segredo de boas adaptações de quadrinhos não está nem no orçamento nem no elenco. Está em pessoas que gostam dos personagens e os respeitam, como qualquer fã. Foi o que aconteceu com
Homem-Aranha,
X-Men e o próprio
Blade. Desrespeitar um personagem de quadrinhos é, automaticamente, desrespeitar o fã desse personagem. E os estúdios já deveriam estar "carecas de saber" que isso está longe de ser um bom negócio - especialmente, no aspecto financeiro.
Já no aspecto "moral", será que a Warner ainda não aprendeu com a "lambança" feita nos dois últimos filmes do Batman? [CLARO que essa pergunta é anterior à trilogia Nolan]