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É fanatismo achar que veganismo é, em algum sentido, errôneo? :panela:
Não,não é porque a natureza ou,se você preferir, Deus, criou os seres humanos como mamíferos e onivoros, coisa que os veganos decidem ir contra para não fazer mal aos animais, mas eles nao se importam nem um pouco em "fazer mal" aos vegetais, que também são seres vivos, se alimentando deles (só porque os vegetais não dão sinais de sofrer quando são arrancados da terra). Ou seja os veganos fazem exatamente o que não foram criados para fazer. E eu só estou mencionando este ponto. 😐🤨
 
ok, a pergunta não foi pra mim, mas eu vou morder a isca pq to afim. Pelo menos movimenta o tópico :P


1. Cientificamente falando, os humanos são originalmente frugívoros. Em algum ponto da trajetória da espécie, passamos por sérias dificuldades alimentares e acabamos nos adaptando a uma dieta onívora, comendo qualquer coisa porque era isso ou morrer de fome. É assim que a seleção natural funciona: evolução natural não significa "ficar melhor", e sim "ficar mais de acordo com o ambiente".

Então, na sua linha de raciocínio de "como o homem primordial foi criado para ser" (por qualquer motivo religioso ou ideológico que você tenha em mente), seria errado comer qualquer coisa diferente de fruta.



2. Evolução social, na forma como eu e muitas outras pessoas entendem - essa sim - significa "se tornar melhor", coletivamente. E faz parte da evolução social deixar de agir cegamente por instinto, e assumir controle voluntário das coisas, planejando o resultado que achamos correto. Veganismo (e seu ancestral, o vegetarianismo) é basicamente sobre "escolha", não sobre "natureza". Faz parte da natureza humana matar pessoas que nos dão raiva. Mas a humanidade escolheu evoluir socialmente, e não matamos mais qualquer pessoa quando estamos afim.

Da mesma forma, podemos escolher nossa dieta, e podemos usar tecnologia pra nos nutrir adequadamente sem causar sofrimento a outros animais. Por exemplo, você sabia que veganos podem tomar remédios feitos explorando animais (ex. antibióticos) se não existir alternativa vegana? Se não existe escolha, ele não foi contra a ideologia. Da mesma forma, se um vegano se encontrar náufrago ou preso em algum lugar onde a única forma de se alimentar seja com animais, ele pode comer normalmente e não estará deixando de ser vegano - já que ele não tinha escolha, então não foi uma questão de irresponsabilidade.

As únicas pessoas realmente preocupadas com "o que os humanos são biologicamente feitos pra comer" são as pessoas que gostam de implicar e criticar veganos (pessoas fanáticas com ideologias alimentares, que ficam tentando convencer as outras pessoas).
 
ok, a pergunta não foi pra mim, mas eu vou morder a isca pq to afim. Pelo menos movimenta o tópico :P


1. Cientificamente falando, os humanos são originalmente frugívoros. Em algum ponto da trajetória da espécie, passamos por sérias dificuldades alimentares e acabamos nos adaptando a uma dieta onívora, comendo qualquer coisa porque era isso ou morrer de fome. (...)

O Homo sapiens? Originalmente frugívoro?
Não. Errado. A não ser que você considere humanos, membros de espécies hominídeas que não sejam a nossa.
Hum... mesmo assim a coisa pode ser um pouco complicada.
 
Hominídeos incluem espécies não humanas também, como Gorilas e Chimpanzés, por exemplo. Já as espécies do gênero Homo são todas humanas.
Se quiser levar em conta apenas o Homo sapiens sapiens, nossa natureza "dada por Deus" é de coletor/caçador (por caçador entenda-se carniceiro quase sempre). Comprar comida no mercado, ou mesmo ter sua hortinha e galinheiro no quintal de casa fogem aos desígnios originais da espécie. Panela de pressão e geladeira, inconcebível. Procurar receita na internet, então... nem se fala.
 
O ser humano evolui não apenas geneticamente, mas sócio-culturalmente também, o que inclui desenvolvimento científico e tecnológico. Isso tudo afeta a maneira como ele vive. Seguir a premissa de que o ser humano nasceu (ou foi criado) pra ser de tal forma é negar a evolução. Ninguém vive hoje em dia como se vivia há 200 mil anos. Tudo mudou, inclusive o comportamento alimentar.

Se você quer continuar a ser carniceiro e viver de migalhas que encontrar na mata, fique à vontade. Eu estou contente com o arroz, feijão, bife e batata frita que posso comprar no mercado e não pretendo voltar a comer carniça.
Do mesmo jeito que estou contente com meu PF, muita gente está contente em não comer nada de origem animal, o que hoje em dia é perfeitamente possível.

O ser humano aprendeu ao longo dos milhares de anos a caçar animais maiores e também aprendeu a domesticar vários deles, e com isso, pode parar de comer carniça. Também aprendeu a cultivar o que come e a comercializar produtos. Isso trouxe segurança alimentar (pra quem pode pagar) e com isso parar de comer carne se assim quiser.

Isso tudo possibilita que hoje em dia, quem tem dinheiro pra comer, pode escolher o que quer comer. Eu posso suprir minhas necessidades nutricionais com o que vende no mercado, porque eu não dependo mais do que eu achar na mata e nem dos restos de capivara morta que vou tentar roubar da onça depois que ela terminar a melhor parte.
 
Se você quer continuar a ser carniceiro e viver de migalhas que encontrar na mata, fique à vontade. Eu estou contente com o arroz, feijão, bife e batata frita que posso comprar no mercado e não pretendo voltar a comer carniça. (...)

Voltar a comer? Você já comeu carniça?

Calma. Foi só um jogo de palavras.
Comedor de carne... venha de onde vier (como já disse). No seu caso, belos bifes de um açougue com sofisticados e potentes refrigeradores. Também é o meu. Em momento algum defendi o consumo de carniça. A ideia de comer um animal atropelado e/ou coberto de vermes também não me agrada. Tem gente que gosta, defendendo que é mais gostoso quando está podre, ou quase.

Mas... como você é adepto do açougue e consome o que os outros(!) matam, está mais (mesmo com toda a higiene) no papel de abutre, do que no de guepardo. Eu também.
 
Nem um nem outro. Não sou nem caçador nem carniceiro. Sou um ser humano do séc. XXI que vive com segurança alimentar em uma cidade grande de cultura ocidental em um mundo globalizado. Nasci, cresci e envelheço adaptado e adaptando-me ao meu entorno. As formas de consumo de hoje não se limitam às do passado. Não preciso escolher entre ser um guepardo ou um abutre. O leque é muito maior hoje em dia. Minha alimentação não é determinada pelo que a natureza (ou Deus) quis que minha espécie comesse há centenas de milhares de anos. A cultura, a sociedade, e a economia de agora exercem um papel muito mais determinante na minha escolha alimentar.

Os primeiros humanos modernos comiam o que tinham pra comer. Não havia escolha em um ambiente de escassez. Assim como quem vive em situação de insegurança alimentar hoje em dia também não escolhe o que come. Quem passa fome volta às origens de coletor e pega até do lixo se for preciso.
Nada disso significa que a espécie humana precisa de carne, apenas que ela pode comer carne.
Tanto é cultural que canibalismo também foi uma realidade em diversas sociedades. O fato da espécie poder se alimentar dela mesmo não determina que ela deva fazê-lo. Quem vai abrir ou fechar as portas para essa escolha é a cultura em que se vive. Onde eu vivo não existe essa possibilidade, seja por questões morais ou legais. Mas a minha realidade não é a mesma da espécie como um todo, nem no espaço, nem no tempo.
Negar que que se pode viver sem carne é negar a realidade de milhões de pessoas que o fazem diariamente há milhares de anos.

O veganismo vai além da carne e da alimentação, mas de novo, é uma escolha, e tem a ver com os aspectos socioculturais da época e lugar em que se vive, não com uma suposta natureza determinística da espécie.
A natureza só determina o que eu posso e o que eu não posso comer. O que eu devo ou o que eu escolho comer não entra nessa conta.
 
Não vou entrar em discutir mérito religioso ou cultural.

A evolução social e tecnológica permitiu ao ser humano diversificar as formas de se alimentar, conservar e temperar seus alimentos seja de origem animal ou vegetal.

Só que a população global cresceu muito nos últimos 100 anos e a oferta de água potável que sempre pareceu algo tão farto e abundante foi deixando de ser.

E aí um detalhe que sempre fez parte da produção alimentar e que pra muitos ainda não caiu a ficha, já que no século passado grande parte da população mundial saiu da zona rural pra migrar pra zona urbana e viver na zona de conforto de ver e comprar seus alimentos limpinhos, conservados, separados e muito bem embalados nas prateleiras dos seus supermercados preferidos, muitas gerações que nasceram vivendo somente com essa comodidade passam batido a um detalhe chamado pegada hídrica, o quanto de água é consumida pra produzir um determinado alimento, seja ele animal ou vegetal.

Logicamente pra produzir qualquer hortaliça, legume ou fruta é necessário uma boa quantidade de água, mas quando chegamos a um frango, um porco, uma cabra ou um boi o salto é gigantesco, pois os mesmos também precisam se alimentar e beber água.

O ser humano tem o livre arbítrio de escolher a forma que deseja se alimentar, mas o fato é que se grande parte da população diversificasse ao máximo seu cardápio alimentar o que permitiria reduzir espontaneamente o consumo de carne de animais de maior pegada hídrica, isso traria um grande alívio na oferta de água. Que fique claro que não estou falando em parar de consumir uma coisa em detrimento de outra e sim simplesmente variar o repertório.

Quando muitos querem entrar numa discussão fútil entre comer carne ou comer vegetal ser melhor, deveriam lembrar que o que está em jogo acima de tudo é a oferta de água. Sem água não tem comida e se houver pouca água é muito mais racional prioriza-la pra produzir um pé de alface do que criar um boi.
 
Não vou entrar em discutir mérito religioso ou cultural.

A evolução social e tecnológica permitiu ao ser humano diversificar as formas de se alimentar, conservar e temperar seus alimentos seja de origem animal ou vegetal.

Só que a população global cresceu muito nos últimos 100 anos e a oferta de água potável que sempre pareceu algo tão farto e abundante foi deixando de ser.

E aí um detalhe que sempre fez parte da produção alimentar e que pra muitos ainda não caiu a ficha, já que no século passado grande parte da população mundial saiu da zona rural pra migrar pra zona urbana e viver na zona de conforto de ver e comprar seus alimentos limpinhos, conservados, separados e muito bem embalados nas prateleiras dos seus supermercados preferidos, muitas gerações que nasceram vivendo somente com essa comodidade passam batido a um detalhe chamado pegada hídrica, o quanto de água é consumida pra produzir um determinado alimento, seja ele animal ou vegetal.

Logicamente pra produzir qualquer hortaliça, legume ou fruta é necessário uma boa quantidade de água, mas quando chegamos a um frango, um porco, uma cabra ou um boi o salto é gigantesco, pois os mesmos também precisam se alimentar e beber água.

O ser humano tem o livre arbítrio de escolher a forma que deseja se alimentar, mas o fato é que se grande parte da população diversificasse ao máximo seu cardápio alimentar o que permitiria reduzir espontaneamente o consumo de carne de animais de maior pegada hídrica, isso traria um grande alívio na oferta de água. Que fique claro que não estou falando em parar de consumir uma coisa em detrimento de outra e sim simplesmente variar o repertório.

Quando muitos querem entrar numa discussão fútil entre comer carne ou comer vegetal ser melhor, deveriam lembrar que o que está em jogo acima de tudo é a oferta de água. Sem água não tem comida e se houver pouca água é muito mais racional prioriza-la pra produzir um pé de alface do que criar um boi.


Além da pegada hídrica tem a pegada climática também. Por isso que dou força aos reducitarianos.
 
É bem isso. O ser humano hoje que vive em situação de segurança alimentar pode levar em conta questões como qual o impacto social, econômico e/ou ambiental que tem em comprar desse ou daquele produtor, esse ou aquele produto, nessa ou naquela quantidade. Também existe a possibilidade de não se importar com nada disso. Não existe uma receita pronta do que o humano deve comer baseada na sua ontologia. Os problemas e necessidades de hoje não são os mesmos dos homens das cavernas, portanto não dá pra esperar que as soluções sejam as mesmas.
Se quer levar a natureza em conta, não pode excluir que ela "nos dotou" com um cérebro capaz de raciocinar para além da satisfação imediata dos instintos.
 
Tanto é cultural que canibalismo também foi uma realidade em diversas sociedades.

Em situações extremas… um caso de vida ou morte.

O fato da espécie poder se alimentar dela mesmo não determina que ela deva fazê-lo. Quem vai abrir ou fechar as portas para essa escolha é a cultura em que se vive.

Ou a condição financeira.

Negar que que se pode viver sem carne é negar a realidade de milhões de pessoas que o fazem diariamente há milhares de anos.

Não neguei. Mas o meio ambiente pode negar.

A natureza só determina o que eu posso e o que eu não posso comer. O que eu devo ou o que eu escolho comer não entra nessa conta.

Aqui, no Brasil, sim.
 
(...) Quando muitos querem entrar numa discussão fútil entre comer carne ou comer vegetal ser melhor, deveriam lembrar que o que está em jogo acima de tudo é a oferta de água. Sem água não tem comida e se houver pouca água é muito mais racional prioriza-la pra produzir um pé de alface do que criar um boi.
Enquanto isso, em Fukushima...
 
Em situações extremas… um caso de vida ou morte.

Na verdade em muitos povos o canibalismo tem caráter cultural ou até ritualístico. Inclusive temos exemplos no Brasil: os índios da nação Tupinambá ficaram famosos mundialmente por relatos sobre comerem seus adversários após a batalha, por motivos ritualísticos (em algumas versões, eles absorveriam as qualidades do devorado, assim tipo Attack on Titan)

Tem até um filme sobre isso, de nome mui respeitoso:

Como_Era_Gostoso_o_Meu_Franc%C3%AAs.jpg
 

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