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Clube de Leitura 3º livro: Senhora - José de Alencar

Só eu que tô lendo o livro?
É que já terminei, e agora estou esperando pacientemente que todos terminem, se eu vir comentar, acabarei dando spoilers. =]

Massss....
[...]o que levou o Seixas a aceitar o casamento por dinheiro (sem saber quem era a noiva) foi a preocupação com o destino da irmã mais velha, que não se casava por não ter dote.

Sinceramente eu não vi isso na história.
Só nota isso quando as leva ao teatro e um amigo, que desconhece o parentesco do Fernando com as mulheres, se refere a elas como "roceiras".
Fernando Seixas então, passa toda a noite evitando ficar muito próximo das irmãs e da mãe, morto de vergonha.
Então,

A princípio também entendi isso, mas depois, relendo essa parte do capítulo, reparei que:
- Primeiro, ele negou a proposta, relembrando que em tempos passados havia feito a escolha errada, deixado de cumprir com sua palavra, e desmanchado o compromisso, (não vi grande ressentimento de ele ter deixado o amor, mas sim de não ter cumprido a palavra e que isso, talvez, manchasse sua imagem, enfim...), mas em nenhum momento foi por total ganância, entende? Primeiro foi egoísmo, mas depois foi, orgulho?, resquício de honra?, o que importa é que ele negou na primeira fita, quando podia simplesmente ter aceitado, já que não fazia ideia de quem seria a noiva.
Por isso, e só por isso, acho que mesmo sendo um egoísta e ganancioso comum da época, ainda assim, era menos ganancioso e egoísta que a maioria.
E analisando como a Aurélia era e depois no que se tornou, acho dingo os dois ficarem juntos.

Certo que também tem um trecho onde ele está meio cabisbaixo (eu entendi assim), por estar perdendo sua liberdade e etc com esse casamento arranjado sem nem saber com "quem". :think:
 
É que já terminei, e agora estou esperando pacientemente que todos terminem, se eu vir comentar, acabarei dando spoilers. =]

Mas a ideia do Clube é ir lendo aos poucos, Arringa. :yep:

Por isso temos o cronograma, que está no primeiro post mas eu copio aqui também:

27/04 - Parte I

04/05 - Parte II

11/05 - Parte III

18/05 - Parte IV



Só não vale comentar o que ainda não foi lido (de acordo com o cronograma) por exemplo, esta semana, até o próximo sábado, você só pode falar sobre as partes de I a III, sem necessidade de colocar em spoiler, porque presume-se que os participantes do Clube estejam acompanhando a leitura conforme o calendário.

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Então, quanto ao Seixas, pelo que compreendi até agora, parece que descobrir que a Aurélia o está usando (como ele de certa forma a usou e à outra garota) parece que foi um balde de água fria no orgulho do moço.
Quando, na noite que seria das núpcias, a Aurélia se refere a ele como um "traste necessário" parece que só aí que a ficha caiu e ele se deu conta de como a vida em sociedade é fútil e que tudo nela é extremamente mercantilista, coisa que, me parece, a Aurélia descobriu ainda quando era pobre.
Aí está um aspecto da vida naquele século que tem tudo a ver com o vídeo que a kuinzytao postou aqui pra gente.
Casamentos são contratos, procura-se o mais vantajoso, e isso não tem nada a ver com amor. =/

E no final da parte três tem o trecho que talvez seja o mais bonito e romântico de toda a história, até agora pelo menos.
Quando Aurélia pede para o pintor fazer uma cópia do retrato de Fernando Seixas só para ela, porque no quadro ele está com a expressão que tinha quando ela o viu pela primeira vez e se apaixonou.
Mas parece que ela não percebeu que o Seixas ficou com aquela expressão porque estava próximo dela, Aurélia, porque na ocasião em que foi retratado ele estava feliz ao lado dela.


Ai, gente, achei tão lindo!!

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Última edição:
Estou um pouco atrasado, devido alguns problemas, por isso só acabei de ler hoje a Segunda Parte; portanto, cuidado para não contar para mim o que acontece depois, hein.
 
Mas a ideia do Clube é ir lendo aos poucos, Arringa. :yep:
Por isso temos o cronograma, que está no primeiro post mas eu copio aqui também:
Desculpa, é o primeiro livro que leio em grupo, assim, em clube do livro e tals. Sempre via de fora e lia as críticas depois de eu mesma ler o livro.

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E no final da parte três tem o trecho que talvez seja o mais bonito e romântico de toda a história, até agora pelo menos.
Quando Aurélia pede para o pintor fazer uma cópia do retrato de Fernando Seixas só para ela, porque no quadro ele está com a expressão que tinha quando ela o viu pela primeira vez e se apaixonou.
Mas parece que ela não percebeu que o Seixas ficou com aquela expressão porque estava próximo dela, Aurélia, porque na ocasião em que foi retratado ele estava feliz ao lado dela.
Pode até ter sido uma das mais lindas passagens (concordo), mas o modo como ela agiu para que o quadro fosse pintado, manipulando as emoções do Seixas, porque foi o que ela fez (fez ele ficar feliz), isso ofuscou parte do brilho/da beleza desse trecho.

Quando o pintor fez um comentário, dizendo que ele, Pintor, estava "apenas retratando o que via", e nessa hora Aurélia teve a brilhante ideia de passar a ser mais 'carinhosa' e receptiva, para finalmente ser possível pintar o quadro que ela desejava e como desejava. Foi ao mesmo tempo a melhor e pior parte, porque ambos estavam acreditando nume mentira que na verdade era a verdade, mas que logo o quadro estando pronto, a mentira que era verdade voltou a ser mentira.
Até me confundi agora... :think:

Mas foi um trecho lindo! ><
Lembra aquelas vezes em que temos um flash back, e aquele sorriso bobo/babaca brota no rosto, quem vê sabe que é lembrança, quem lembra sabe que é gostoso.
 
Última edição:
...
A Coleção de bolso da Saraiva tem Biografia, introdução e notas: M. Cavalcanti Proença, necessários para eu me situar. Com 296 páginas, bem longe das 190 que o pessoal está falando no tópico. R$12,00 - nos dias 9, 19 e 29 tem 20% de desconto. Comprei dia 29 :D

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Estou, ainda, terminando a leitura da:

Primeira Parte - O PREÇO
Muito do esforço feminino em parecer interessante, naqueles tempos, como a imagem de um anjo que se move como se deslizasse, sem suar em uma temperatura absurda, cheia de panos. Parecer soberba, soberana, quando se é tão festejada como a protagonista, cantar liricamente, tocar piano e ser linda, é muito bem retratado em Senhora. Mostra muito de como se comportam as moças de 18 anos até hoje, um pouco esnobes, os comentários com a amiga, de repente começam a ficar estranhas, um brilho que lhes dá encanto, desassossego...

Ainda, Aurélia era perspicaz, facilidade em operações aritméticas por muito difícil e intrincadas que fossem, não havia nela nem sombra do ridículo pedantismo de certas moças que, tendo colhido em leituras superficiais algumas noções vagas, se metem a tagarelar de tudo. Ou seja, ela tinha cérebro, por enquanto parece... Em um livro romântico, a mocinha é inteligente!

Estou passada com esse José de Alencar, por enquanto, pode-se dizer, que ele olhava mesmo para as mulheres, não fazia de conta, como era o costume local.
Leio mais e volto. :)
O que é um leitor de jornal:
... pois era ele dos que se consideram em jejum e ficam de cabeça oca, se ao acordarem não espreguiçam o espírito por essas toalhas de papel com que a civilização enxuga a cara ao público todas as manhãs. ...

Café = aromática bebida dos poetas sibaritas

A realidade segundo Lemos:
... Queria que me dissessem os senhores moralistas o que é esta vida senão uma quitanda? Desde que nasce um pobre-diabo até que o leve a breca não faz outras cousa senão comprar e vender? Para nascer é preciso dinheiro, e para morrer ainda mais dinheiro. Os ricos alugam os seus capitais; os pobres alugam-se a si, enquanto não se vendem de uma vez, salvo o direito do estelionato."

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Só eu que tô lendo o livro?

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...
O que aconteceu ao Seixas depois do casamento?
Porque pra mim parece um outro personagem.
Vira um homem austero, cheio de orgulho próprio (que ridícula a cena em que ele compra escova e pente de um ambulante) trabalhador sério que procura faltar o menos possível ao trabalho (ao qual vai a pé!).

Não sei, parece que o autor quis que os leitores tivessem mais simpatia pelo Seixas, por que no início da história ele é simplesmente insuportável de tão babaca, egoísta e fútil que se mostra.
...
:lol: Ou seja, ó a cara do Seixas-coxinha: :fire:


Lembrando que um homem poderia matar sua esposa, por muito menos, naquele tempo e seria aplaudido. E como estamos fora desta época, não conseguimos ter ideia do tamanho da afronta. A consistência do personagem se faz, talvez, por ele ser pura vaidade, ser sempre considerado uma gracinha e paparicado por todo mundo. Essa afronta para quem é vaidoso, retira-lhe toda a potência. Pois não tem nada abaixo da casca. Há uma covardia explícita, desde o início nesse personagem. Dar a volta, pensar no que esteticamente seria aceito, faz parte das manhãs de um Dom Juan.

SEGUNDA PARTE - QUITAÇÃO
Conhecemos a condição em que nasceu Aurélia. A mãe da Aurélia é uma personagem "praxe" para aquele tempo. Mulher dedicada e que se virava.

Gente... ahh, que humilhação o lance da janela. Está bem, sei que era o lance da época. Mas, bah...

... Depois de uma hora de estação a janela, recolhia-se para o serão da costura; ...

Aqui, quando penso nas atitudes do Fernando, a humilhação, a explicação que ele teria que dar a sociedade seria bem mais difícil do que bancar o papel de homem objeto.

TERCEIRA PARTE - POSSE
A consistência da personagem feminina me pareceu bem como as histórias que me chegaram. Orgulhosa... As mulheres tinham muito orgulho, e acho que é um traço que nós brasileiras temos em nosso perfil.

Achei a Aurélia, uma mulher muito corajosa. Acho que ela poderia se dar muito mal na época. Todo esse enfrentamento. É preciso não ter mais esperança e ser inteligente para usar a fragilidade da época, "a vaidade".

Peninha que ela estava muito magoada, pois tinha momentos que eu pensei que haveria alguns momentos mais "íntimos"... Ninguém aqui em casa, ficaria chateada caso acontecesse.

Riqueza é um mal?
O ouro desprende de si não sei que miasmas que produzem febre, e causam vertigens e delírios. É necessário ter um espírito muito forte, que o preserve do veneno, sem o que sucumbe-se infalivelmente.

O lance da pintura, que delícia...
 
Última edição:
Quase no encerramento da terceira parte, o autor passa suas impressões sobre assuntos sociais, no caso: "libertar um cativo".
... entende que depois de privar-se um homem de sua liberdade, de o rebaixar ante a própria consciência, de o haver transformado em um instrumento, é licito, a pretexto de alforria, abandonar essa criatura a quem sequestraram da sociedade? ...
 
Muito bem, acredito que agora todos tenham terminado a dita leitura. =]

Conclusões após o final:

Quando percebi a que rumo estava se encaminhando a história, passei a ficar com medo de Seixas deixar Aurélia, mas com raiva de ela, por acaso, pensar em voltar atrás depois de tanto sofrimento. Depois de todo esse jogo? Não, tchê.

A cerca de todo o jogo, convenhamos, por maior que tenha sido o desdém e egoísmo dele no passado, não penso que a atitude dela seja justificável. Por quê?
Quando ela escolher fazer a proposta de forma "anônima", ela basicamente não deu chance de ele expor o quanto ou se ainda amava ela, testou apenas a honra e honestidade (coisa que ela provavelmente já suspeitava considerando o passado) já prevendo o resultado, não vejo um motivo original, ela meio que "desencadeou" o Seixas desonesto, egoísta e interesseiro. Claro que, não estou dizendo que 'a ocasião faz o ladrão', mas se você sabe que o cara já roubou, por que tentar ele?
 
Última edição:
Muito bem, acredito que agora todos tenham terminado a dita leitura. =]

Conclusões após o final:
Quando percebi a que rumo estava se encaminhando a história, passei a ficar com medo de Seixas deixar Aurélia, mas com raiva de ela, por acaso pensar em voltar atrás depois de tanto sofrimento. Depois de todo esse jogo? Não, tchê.

A cerca de todo o jogo, convenhamos, por maior que tenha sido o desdém e egoísmo dele no passado, não penso que a atitude dela seja justificável. Por quê?
Quando ela escolher fazer a proposta de forma "anônima", ela basicamente não deu chance de ele expor o quanto ou se ainda amava ela, testou apenas a honra e honestidade (coisa que ela provavelmente já suspeitava considerando o passado) já prevendo o resultado, não vejo um motivo original, ela meio que "desencadeou" o Seixas desonesto, egoísta e interesseiro. Claro que, não estou dizendo que 'a ocasião faz o ladrão', mas se você sabe que o cara já roubou, por que tentar ele?

Se entendi a personagem, ela se parece com a típica mulher brasileira, ao menos as gaúchas. Ela viu algo no cara, e viu algo quando ele estava distraído de si. Ela percebeu ele, quando a curiosidade dele o levou para conhecer a nova beldade da janela.
Aí nesse momento ele não era "poser", era ele mesmo, levado pela curiosidade. E ela gostou do que viu. Nesses momentos se vê o indivíduo, não a persona. A personalidade é uma máscara que formatamos para as trocas sociais.

Então, ela não contava que iria sobreviver a afronta que pretendia fazer. Naquele tempo, de que valia a vida mesmo? Uma história de sobrevivência, não casa com uma menina que cresceu ao lado de uma mãe com caráter heroico, que acreditava em amar, mesmo que o amado fosse alguém frágil. Foi o que ela aprendeu, defender as escolhas de seu coração e enfrentar a resistência social.

Aqui no sul, dizemos que esse tipo de mulher é uma "mulher que tem raça". Falando de forma chula, ela tem pedigree, de uma forma mais madura, uma mulher de verdade. Tanto que ela não confundiu o modo galã de "fernandinho", com quem ele realmente era, pois ela mesma desempenhava um papel aplaudido pela sociedade, sem se perder do que sabia ser importante.

- - - Updated - - -

QUARTA PARTE - RESGATE

Definição de ciúmes:
O ciúmes é o zelo do senhor pela cousa que lhe pertence ... seja ela animada ou inanimada.

Perceberam que sou vidradinha pela construção do personagem?! Não... Ah, mas sou.

O Seixas não era uma cara simples, por isso não foi difícil para mim aceitar o projeto da Aurélia de pegar o cara, com a desculpa de dar "uma lição". A estratégia dele, primeiro me surpreendeu, pois eu esperava que ele fosse perambular pelos prostíbulos, ou flertar. Para mim era o esperado. No entanto, surpresa... o coração daquela mulher conseguiu ver que tinha "o cara" dentro daquelas "roupitias embonecadas". Teve momentos que eu queria fazer essa louca parar de agredir. Que diaba.
Poxa, tive que ler o livro todo com suas trapaças para ela pegar os tostões de volta. Êta...

Tem uns momentos em que o autor descreve momentos de ternura, que levam a gente junto. O "tal jardim" tem sua imagem gravada em minha memória.

José de Alencar descreve nada ou praticamente nada dos sentimentos do Seixas. Para a gente (mulheres) que adoramos ler o efeito causado... é frustrante.
 
Última edição:
A cerca de todo o jogo, convenhamos, por maior que tenha sido o desdém e egoísmo dele no passado, não penso que a atitude dela seja justificável. Por quê?
Quando ela escolher fazer a proposta de forma "anônima", ela basicamente não deu chance de ele expor o quanto ou se ainda amava ela, testou apenas a honra e honestidade (coisa que ela provavelmente já suspeitava considerando o passado) já prevendo o resultado, não vejo um motivo original, ela meio que "desencadeou" o Seixas desonesto, egoísta e interesseiro. Claro que, não estou dizendo que 'a ocasião faz o ladrão', mas se você sabe que o cara já roubou, por que tentar ele?

Penso que ela queria ter certeza de que ele se interessava mais por dinheiro do que por amor.

Ela soube que ele ia casar com a periguete pelo dote através de uma carta anônima.

Quando fez o tio Lemos propor o casamento ao Seixas, esperava que ele rejeitasse, coisa que não fez, então ela teve que levar a coisa toda até o fim.

=======================

Confesso que achei o final meio sem graça.

Queria mais.
Mais detalhes, saber o que aconteceu com as irmãs e mãe do Seixas.

Queria que aquele tio cafetão da Aurélia se ferrasse...

Mas enfim.
Fernandinho-coxinha se redimiu de certo modo, né?



Então, ela não contava que iria sobreviver a afronta que pretendia fazer. Naquele tempo, de que valia a vida mesmo? Uma história de sobrevivência, não casa com uma menina que cresceu ao lado de uma mãe com caráter heroico, que acreditava em amar, mesmo que o amado fosse alguém frágil. Foi o que ela aprendeu, defender as escolhas de seu coração e enfrentar a resistência social.

É. Isso é que é mais legal na Aurélia, né?

Tanto que a decepção dela foi saber que o Seixas a deixou por dinheiro, não por amor.

O Seixas não era uma cara simples, por isso não foi difícil para mim aceitar o projeto da Aurélia de pegar o cara, com a desculpa de dar "uma lição". A estratégia dele, primeiro me surpreendeu, pois eu esperava que ele fosse perambular pelos prostíbulos, ou flertar. Para mim era o esperado. No entanto, surpresa... o coração daquela mulher conseguiu ver que tinha "o cara" dentro daquelas "roupitias embonecadas". Teve momentos que eu queria fazer essa louca parar de agredir. Que diaba.

:lol:

Não sei.
No fundo acho que gostei de tudo o que ela fez o bocó do Fernandinho passar. =/

Ele mereceu, vamos combinar.
 
Não sei.
No fundo acho que gostei de tudo o que ela fez o bocó do Fernandinho passar. =/

Ele mereceu, vamos combinar.

por mais que ela tenha feito o Fernandinho sofrer, ela fez com que o cara aprendesse que dinheiro não era tudo e ele deu mais valor na sua carreira e no seu trabalho e não quis usar as coisas dela. Acho que ela ensinou muita coisa pra ele com esse castigo, mas ao mesmo tempo, o que discordo das atitudade dela é o tanto que ela sofreu também, pois ela amava o cara infinitamente também.

ps: os coitos interrompidos são dificies para os dois...
 
Também terminei o livro e, como a Clara falou acima, ficou faltando alguns detalhes no final, principalmente a respeito da mãe e das irmãs do Seixas. No mais, gostei da leitura em si. Valeu muito a pena.
 
No mais, gostei da leitura em si. Valeu muito a pena.
Acho que é de opinião geral que faltou um último capítulo, fechar alguns pontos da família etc., mas plenamente concordando, a leitura valeu a pena. Boa indicação, Clara!
E eu vou caçar mais alguns livrinhos do Alencar, porque, como falei, adorei o jeito que ele escreve. :amor:
 
por mais que ela tenha feito o Fernandinho sofrer, ela fez com que o cara aprendesse que dinheiro não era tudo e ele deu mais valor na sua carreira e no seu trabalho e não quis usar as coisas dela. Acho que ela ensinou muita coisa pra ele com esse castigo, mas ao mesmo tempo, o que discordo das atitudade dela é o tanto que ela sofreu também, pois ela amava o cara infinitamente também.

ps: os coitos interrompidos são dificies para os dois...


Essa última frase me lembrou de duas cenas, extremamente sensuais: Aurélia, toda trabalhada na sonseira se fingindo de morta no divã e enlouquecendo o Fernandinho, e a cena da valsa, uma óbvia alegoria do ato sexual.
Depois que fizeram as pazes, no final do livro, Aurélia deve ter dado trabalho pro Fernandinho na "câmara nupcial". :lol:
 
Procurei por filmagens do livro e encontrei:

- Um filme de 1976, com Elaine Cristina e Paulo Figueiredo como o casal principal.

Aqui, dez minutos do filme, que, parece, começa com o casamento e continua com Aurélia contando sua história.



- A novela de 1975, com Norma Blum e Cláudio Marzo

- Outra novela, de 1971, chamada O Preço de Um Homem, que tem como curiosidade se passar no século XX.
Deve ser curioso assistir essa novela, pra saber como eles fizeram a adaptação da história para década de 1970.

- E a novela Essas Mulheres.

Produzida em 2005, pela rede Record ao que parece, juntou três romances da José de Alencar: Lucíola, Senhora e Diva, o roteiro escrito de tal forma que fazias as personagens principais interagirem na mesma história, como explicado aqui na Wiki.

Me pareceu bem bacana essa ideia.
Faz anos que não assisto TV e nem soube da existência dessa novela, mas aqui vai um trecho (da lua de mel) de Aurélia e Fernando.
Bem fiel ao livro, eu achei :yep:

Porém, por ser uma novela atual, é claro que tem adições, parece que a história continua depois de o casal ter feito as pazes, com Lemos acusando Fernando de ter dado o golpe do baú, etc.

Enfim, só assistindo pra ver, mas parece que a produção da novela foi muito boa, pelo pouco que assisti.


Curiosidade: em todas essas adaptações, Aurélia é representada loira, mesmo com José de Alencar ter várias vezes se referido aos olhos e cabelos escuros da protagonista.
 
Última edição por um moderador:
Procurei por filmagens do livro e encontrei:

- Um filme de 1976, com Elaine Cristina e Paulo Figueiredo como o casal principal.

Aqui, dez minutos do filme, que, parece, começa com o casamento e continua com Aurélia contando sua história.



- A novela de 1975, com Norma Blum e Cláudio Marzo

- Outra novela, de 1971, chamada O Preço de Um Homem, que tem como curiosidade se passar no século XX.
Deve ser curioso assistir essa novela, pra saber como eles fizeram a adaptação da história para década de 1970.

- E a novela Essas Mulheres.

Produzida em 2005, pela rede Record ao que parece, juntou três romances da José de Alencar: Lucíola, Senhora e Diva, o roteiro escrito de tal forma que fazias as personagens principais interagirem na mesma história, como explicado aqui na Wiki.

Me pareceu bem bacana essa ideia.
Faz anos que não assisto TV e nem soube da existência dessa novela, mas aqui vai um trecho (da lua de mel) de Aurélia e Fernando.
Bem fiel ao livro, eu achei :yep:

Porém, por ser uma novela atual, é claro que tem adições, parece que a história continua depois de o casal ter feito as pazes, com Lemos acusando Fernando de ter dado o golpe do baú, etc.

Enfim, só assistindo pra ver, mas parece que a produção da novela foi muito boa, pelo pouco que assisti.


Curiosidade: em todas essas adaptações, Aurélia é representada loira, mesmo com José de Alencar ter várias vezes se referido aos olhos e cabelos escuros da protagonista.
Como encenou bem a delicadeza e fragilidade deste momento.
É estranho, quando querem representar a imagem da delicadeza e fragilidade x firmeza de caráter é assim, uma loura. Deve ser algum código cultural do nosso país.
 
Última edição por um moderador:
Como encenou bem a delicadeza e fragilidade deste momento.

Né?
Ela diz uma coisa, mas os olhos dizem outra.
Bem como a Aurélia no livro. :yep:


É estranho, quando querem representar a imagem da delicadeza e fragilidade x firmeza de caráter é assim, uma loura. Deve ser algum código cultural do nosso país.

Mas acho que não é só aqui, não.
As grandes divas de hollywood por exemplo em sua maioria é loira.
E quase sempre quando se fala de "deusas" e símbolos sexuais femininos: loiras.
 
Parece nada haver, mas...

Edith Head
... "Em 2004 recebeu uma “homenagem” na animação Os Incríveis com a personagem Edna Moda." (só pra situar)
Eu assisti um documentário sobre esta mulher, que respondeu quando perguntada sobre o fato de ela vestir as personagens boazinhas e as perversas com tal bom gosto que, as vezes, a perversa estava tão linda atuando, que ofuscava a beleza da mocinha. Resposta:

– Todas são divas, é um espetáculo visual, que suas atuações falem. Eu as visto como divas.

Então, fico pensando que precisamos de mais Anas Paula Arósio; Glórias Pires; Sonias Braga; Cristianes Torloni; Reginas Duarte; Camilas Pitanga; Mais Thaises Araújo; Adrianas Lessa; E... se pensarmos em divas, mesmo as antigas eram morenas.

No documentário da Mary del Priore fica claro que havia no imaginário masculino um sonho de consumo: a tal bonequinha loura pro papai brincar. E ainda a igreja cujos "anjos" seriam todos claríssimos. Então, representar um anjo de mulher no Brasil deixa confuso até o autor. :D

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Última edição:
Talvez eu esteja bastante atrasada para comentar o livro desde o princípio, mas como só vi agora, vou deixar meus pitacos.

Sobre os excessos: Sou fascinada pelas apresentações do José de Alencar e, nesse livro, não poderia ser diferente. O autor mais uma vez justifica os seus recursos linguísticos (assim como fez em Lucíola, só que dessa vez em decorrência do tema) empregados no texto. Diz ele: "(...) encontram-se muitas vezes nesta páginas exuberâncias de linguagem e afoitezas de imaginação (...) Tive tentações de apagar (...). Mas deveria eu sacrificar a alguns cabelos grisalhos esses caprichos artísticos de estilo, que talvez sejam para os finos cultores da estética o mais delicado matiz do livro? (...)"

As descrições de Aurélia, como bem lembrou a Clara no início da discussão, são bastante intrigantes. No segundo capítulo, a moça passa de fada encantada para uma ninfa das chamas, uma lasciva salamandra.

Além disso, Alencar não cansa de descrever os luxos da burguesia: "uma escrivaninha de arribá guarnecido de relevos de bronze dourado" ou "um cofre de sândalo embutido de marfim".

Romantismo?
Quando lemos Senhora fica no ar uma dúvida: é romantismo? Porque temos em mente, por exemplo, o romantismo de A Moreninha. O autor nos deixa confusos nesse livro justamente porque começa como se fosse um escritor realista, falando da pouquidade das relações cortesãs, sujeitas ao domínio do dinheiro. A ideia mercantil aparece claramente nos subtítulos do livro: O Preço, Quitação, Posse e Resgate.

Aurélia é realmente mais complexa que em geral, esperamos de uma heroína romântica (assim como Lúcia, de Lucíola). No entanto, Alencar, à medida que dá continuidade à narrativa, desloca o foco do romance, que passa da crítica social para os problemas afetivos. Assim, o conflitos de ordem sentimental tornam-se o centro da obra e convergem para um final feliz inverossímil (brusco e sem graça, também).

No entanto, essa é uma das melhores obras do José de Alencar, que finalmente conseguiu complexificar minimamente a sua personagem, embora não tenha aprofundado muito.
 
Não tem problema comentar só agora, Amy.
O tópico ficará aberto, se quiser comentar mais depois, fique a vontade. :yep:

Essas descrições todas fizeram minha alegria.
Adoro coisas assim tipo descrição de objetos e do tempo, como o sol ou o luar estava naquele momento etc.

Um que também faz isso muito é o Lima Barreto.

Acho que esse final brusco que você mencionou (e inverossímil) poderia ser melhorado com mais tempo pra eles ficarem juntos, tipo o Fernando descobrir que a Aurélia estava ajudando aquele moço, o Abreu, por bondade e não porque tinha um caso com ele.
E a Aurélia descobrir os motivos de o Fernando ter aceitado o casamento por dinheiro, pra ajudar a família.

Mas pra isso, acho que essa parte (de o Fernando ajudar a família) teria que ser melhor trabalhada, porque sinceramente eu não vi em nenhum momento a preocupação dele com a mãe e as irmãs.
Não me convenceu essa parte da história, achei o Fernandinho egoísta, orgulhoso e pernóstico o tempo todo.

Não vi nada de romântico nele, pra mim a Aurélia devia ficar com o Abreu e o Fernandinho casar com a besta da Adelaide. :lol:
 

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