Confesso que fico chateada, triste mesmo, quando quero muito ler um livro e quando consigo vejo que ele não era nada do que esperava.
"Senhorita Smilla e o Sentido da Neve" é o atual dessa categoria.
Descobri que ele existia no anos 1990 (!) através da adaptação pro cinema, o filme foi lançado na mesma década e me chamou a atenção por causa do Gabriel Byrne, por quem era apaixonada. Por razões que não lembro, não assisti o filme, e o livro, da Cia das Letras, era inviável de caro e acabou que os anos se passaram, viraram décadas e livro e filme caíram no esquecimento.
Recentemente, passeando por um sebo virtual, me deparei com um exemplar bem baratinho e comprei, toda esperançosa.
A história começa bem, o garotinho amigo da protagonista (a senhorita do título) morre logo nas primeiras páginas, ela desconfia das circunstâncias e parte em busca da verdade.
Aí começa a enrolação. Páginas e páginas de encheção de linguiça.
A tal ponto que a gente chega a esquecer o que afinal de contas aquela moça tá fazendo ali, interagindo com personagens estranhíssimos e correndo risco de vida. Ah, é verdade, uma criança morreu, provavelmente foi assassinada.
Fiquei com a impressão de que, antes de escrever a história, o autor (Peter Hoeg) fez uma pesquisa extensa e complicada sobre assuntos tão diversos como povos originários da Groenlândia, clima polar, expedições científicas, navios da marinha mercante, medicina, espionagem, investigação policial, cristianismo e contabilidade (!) e, não tendo onde enfiar tanta informação, foi criando personagens que pudessem dar voz aos seus conhecimentos.
Resumindo, uma encheção de saco infinita.
E agora estou naquele dilema de leitor, abandono de vez ou sigo em frente já que estou um pouquinho além da metade do livro?