Bruce Torres
Let's be alone together.
Já larguei meu primeiro livro em 2023. Dessa vez foi a obra Jesus, o Filho do Homem, de Kahlil Gibran.
Eu adorei O profeta, a forma como Gibran pegou algo de Nietzsche e usou para conseguir expressar questões espirituais pertinentes na virada do século XIX pro XX. Contudo, creio que Jesus... foi um passo maior que a perna, uma obra que quer ser romance, mas não é; que quer ser imparcial, mas não é; que quer ser lírica enquanto aforística, mas fica nas platitudes. A meta é ambiciosa — é uma obra desenvolvida em torno de múltiplos pontos de vista sobre a personagem-título —, mas a execução fica aquém. Talvez no original em inglês ainda se salve a prosa, mas confesso que a repetição de perspectivas — não é possível que tanta gente tenha as mesmas coisas a dizer, pelo menos em ficção — me frustrou.
Eu adorei O profeta, a forma como Gibran pegou algo de Nietzsche e usou para conseguir expressar questões espirituais pertinentes na virada do século XIX pro XX. Contudo, creio que Jesus... foi um passo maior que a perna, uma obra que quer ser romance, mas não é; que quer ser imparcial, mas não é; que quer ser lírica enquanto aforística, mas fica nas platitudes. A meta é ambiciosa — é uma obra desenvolvida em torno de múltiplos pontos de vista sobre a personagem-título —, mas a execução fica aquém. Talvez no original em inglês ainda se salve a prosa, mas confesso que a repetição de perspectivas — não é possível que tanta gente tenha as mesmas coisas a dizer, pelo menos em ficção — me frustrou.