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[Eleições 2018] Em quem você pretende votar para Presidente?

Em quem você vai votar para a Presidência da República no SEGUNDO TURNO?

  • Fernando Haddad (PT)

    Votos: 20 60,6%
  • Jair Bolsonaro (PSL)

    Votos: 8 24,2%
  • Branco/Nulo

    Votos: 5 15,2%

  • Total de votantes
    33
  • Votação encerrada .
Status
Fechado para novas mensagens.
Eu concordo que são variações da democracia que impactam na função utilidade que a mesma procurará maximizar, e que por isso mesmo a democracia tão pouco pode ser definida por um viés consensual ou antimajoritário. Nenhum desses dois pólos de democracia representativa (consensual e majoritário) contém a essência do significado do termo em sua acepção contemporânea, mas é válido lembrar que, do século XVIII para cá, os sistemas políticos foram se tornando cada vez mais consensuais, sendo uma das primeiras opções a este respeito a própria escolha pelo modelo representativo em detrimento da democracia direta: deputados, sendo poucos, podem se sentar numa mesma mesa e conversar, enquanto que o mesmo processo é inexequível por 150 milhões de cidadãos.

O que caracteriza um regime como democrático é a lógica ascendente do poder, o "todo o poder emanar do povo", que depende de uma série de condições para acontecer de forma otimizada e autossustentada: divisão de poderes, eleições justas e livres, cumprimento, por parte dos políticos e dos partidos a que eles pertencem, do programa de governo proposto durante o pleito, respeito às regras por parte dos agentes políticos, etc. Isso tudo balizado por regras que impeçam que o sistema se autodestrua.

A democracia cede lugar à autocracia não quando ela deixa de ser a vontade da maioria, mas quando os políticos passam a selecionar o povo ao invés de o povo selecionar os políticos. E transformá-la na pura vontade da maioria, aliás, é uma das maneiras mais eficientes que existe para levá-la à autofagia, posto que dentro de cada maioria há outra maioria.
 
Não vejo grande contraste entre os dois pontos de vista... Se o sistema democrático for majoritário, é claro que ele vai ter "uma lógica ascendente, todo o poder emana do povo". Inversamente, se o sistema tiver "uma lógica ascendente, todo o poder emana do povo", ele tem embutido em si a lógica majoritária, todas as sutilezas que você expõe são um mero arremedo ao fato de que (1) não é possível votar em um país com grande número de cidadãos, (2) não é moral deixar que o poder do povo quebre certos direitos e valores. Até porque "o poder emana do povo" implica que o governo faz a vontade do povo. E qual é o jeito mais experimental de se saber a "vontade do povo", se não por votação, isto é, perguntando um por um?

De novo, se isso não é feito, é por questões alheias ao conceito de democracia enquanto tal: seja (1) uma retração do conceito para acomodá-lo às condições reais, e (2) retração do conceito de democracia para dar espaço aos outros conceitos de igual ou maior valor. A busca pelo consenso é um valor por si só, mas não se coloca como um pólo oposto à lógica majoritária: o consenso dos representantes e das lideranças apenas refletiriam o consenso dos representados, na medida em que se supõe que todos são igualmente representados, e isso tem embutido um aspecto majoritário (se os representados encontram consenso, decerto isso apareceria numa eleição majoritária entre os representados - se isso não é verdade, a representação é falha é uma pena para democracia, ou no mínimo uma acomodação do conceito às condições reais de implementá-lo). E quando o consenso não existe, aí mesmo que a lógica majoritária tem mais prevalência (junto com elementos "ademocráticos", como os direitos individuais).

Ok, a democracia morre quando não quando "ela deixa de ser a vontade da maioria", mas quando "políticos passam a selecionar o povo".... Mas nesse situação teremos uma minoria de políticos governando a maioria da mesma forma, também não vejo grande contraste entre os conceitos.... E se "transformá-la na pura vontade da maioria, aliás, é uma das maneiras mais eficientes que existe para levá-la à autofagia", bem, eu sei lá, se isso é verdade só quer dizer que a democracia ilimitada não é viável e lhe são necessários elementos antidemocráticos para controlá-la (mais ou menos como antiliberais vêem o mercado)... Mas essa é uma discussão sobre democracia e não sobre o conceito de democracia.

Enfim, você deve ter percebido que não é de hoje que eu não não pego o espírito dos seus posts, fico com a sensação que você supervaloriza discordâncias e ganchos no post alheio para sair expondo conceitos a rodo... Nada mais desanimador na valinorsfera do que ter uma notificação do seu post, abrir e perceber que é só o E.T. te mariosergiocortelland0. :briga:
 
Não vejo grande contraste entre os dois pontos de vista... Se o sistema democrático for majoritário, é claro que ele vai ter "uma lógica ascendente, todo o poder emana do povo". Inversamente, se o sistema tiver "uma lógica ascendente, todo o poder emana do povo", ele tem embutido em si a lógica majoritária, todas as sutilezas que você expõe são um mero arremedo ao fato de que (1) não é possível votar em um país com grande número de cidadãos, (2) não é moral deixar que o poder do povo quebre certos direitos e valores. Até porque "o poder emana do povo" implica que o governo faz a vontade do povo. E qual é o jeito mais experimental de se saber a "vontade do povo", se não por votação, isto é, perguntando um por um?

De novo, se isso não é feito, é por questões alheias ao conceito de democracia enquanto tal: seja (1) uma retração do conceito para acomodá-lo às condições reais, e (2) retração do conceito de democracia para dar espaço aos outros conceitos de igual ou maior valor. A busca pelo consenso é um valor por si só, mas não se coloca como um pólo oposto à lógica majoritária: o consenso dos representantes e das lideranças apenas refletiriam o consenso dos representados, na medida em que se supõe que todos são igualmente representados, e isso tem embutido um aspecto majoritário (se os representados encontram consenso, decerto isso apareceria numa eleição majoritária entre os representados - se isso não é verdade, a representação é falha é uma pena para democracia, ou no mínimo uma acomodação do conceito às condições reais de implementá-lo). E quando o consenso não existe, aí mesmo que a lógica majoritária tem mais prevalência (junto com elementos "ademocráticos", como os direitos individuais).

Ok, a democracia morre quando não quando "ela deixa de ser a vontade da maioria", mas quando "políticos passam a selecionar o povo".... Mas nesse situação teremos uma minoria de políticos governando a maioria da mesma forma, também não vejo grande contraste entre os conceitos.... E se "transformá-la na pura vontade da maioria, aliás, é uma das maneiras mais eficientes que existe para levá-la à autofagia", bem, eu sei lá, se isso é verdade só quer dizer que a democracia ilimitada não é viável e lhe são necessários elementos antidemocráticos para controlá-la (mais ou menos como antiliberais vêem o mercado)... Mas essa é uma discussão sobre democracia e não sobre o conceito de democracia.

Enfim, você deve ter percebido que não é de hoje que eu não não pego o espírito dos seus posts, fico com a sensação que você supervaloriza discordâncias e ganchos no post alheio para sair expondo conceitos a rodo... Nada mais desanimador na valinorsfera do que ter uma notificação do seu post, abrir e perceber que é só o E.T. te mariosergiocortelland0. :briga:

E desde quando eu sou obrigado a me fixar ao argumento central do seu post? Se eu tenho alguma objeção a uma parte periférica dele, posso levantá-la como assuntoe sim, desviar o assunto do tópico até certo ponto (acho que alguma discussão sobre o conceito de democracia é válida dentro de um tópico chamado "[Eleições 2018] Em quem você pretende votar para Presidente?").

Quando você diz que "Democracia é, grosso modo, governo da maioria" você levantou, ainda que de forma passageira, a discussão sobre o conceito pelo simples fato de ter dado uma definição do mesmo. Definição que tem grande relação, aliás, com pautas políticas e ideológicas pelas quais eu sei que você nutre simpatia, enquanto eu tenho quase total antipatia pelas mesmas - tratar a democracia como a tirania da maioria ou como um regime inexoravelmente vulnerável à mesma é um argumento em favor da pauta de se diminuir o papel do Estado na sociedade. E eu discordo, porque afastar-se da regra de maioria afirmada por votos binários e criar alternativas que levem em conta as intensidades de preferência aumenta o caráter democrático do sistema e o desempenho do próprio.

Vamos supôr que nós temos dois grupos políticos: A tem 60% dos votos e B detém 40%. Esses dois grupos têm que votar duas pautas: legalização do aborto e das drogas. A tem preferência -5 pela legalização do aborto e -3 pela legalização das drogas, enquanto que B tem preferência +3 pela legalização do aborto e +5 pela legalização das drogas. Se a regra for plebiscitária, então A ganha utilidade 0,6*8 = 4,8 e B ganha utilidade 0,4*-8 = -3,2, saldo agregado dos dois grupos: + 1,6. Por outro lado, se A cede na legalização das drogas, então a utilidade de A é 0,6*2 = 1,2 e a de B é 0,4*2=0,8, saldo do universo: + 2. No universo em que os dois atingem um acordo, a utilidade gerada para toda a população é maior do que na situação em que a vontade da maioria sempre prevalece. Eu não vejo por que motivo a segunda situação seria menos democrática, menos "governo pelo povo", na etimologia da palavra, que a primeira, muito antes pelo contrário. Regras que forçam consenso não são antidemocráticas, elas podem aperfeiçoar o funcionamento da democracia retornando mais utilidade para o povo que constitui a origem de todo o poder no sistema.

E, por fim, eu não disse que a democracia real é perfeita. A definição de qualquer sistema de governo - a definição de qualquer ente cuja existência seja concebível, aliás - guarda em si uma idealização.
 
Mudando de assunto, um cara no Twitter reuniu as infos de intenção de voto pra simular como seria o Senado que está entrando:

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Como é que o MDB continua conseguindo maioria?!

O futuro presidente tá lascado.
 
Aliás, você escreveu certo? Democracia é, grosso modo, governo da maioria, e a proteção às minorias é um refinamento do conceito de democracia (democracia liberal, democracia de Direito, até democracia social....) e não algo essencial ao conceito. Dessa forma, "a distorção mais pura possível da lógica democrática" é o governo das minorias em detrimento das maiorias, e não vice-versa.
Haran, quando eu digo que o governo das maiorias em detrimento das minorias é a distorção mais pura da lógica democrática não quero dizer que isso seria "o oposto" de democracia, mas que é a forma mais natural e comum com que se distorce este conceito, justamente por se traduzi-lo a grosso modo como "o governo das maiorias". Na verdade o reconhecimento da vulnerabilidade e a proteção especial dos direitos fundamentais das minorias é uma inerência (e acho que exclusiva) do regime democrático moderno. Sem essa condição, o que teríamos é uma tirania das maiorias. De todo modo suponho que você concorde com isso, a chave da discórdia foi só a interpretação da frase inicial mesmo né?
 
E desde quando eu sou obrigado a me fixar ao argumento central do seu post? Se eu tenho alguma objeção a uma parte periférica dele, posso levantá-la como assuntoe sim, desviar o assunto do tópico até certo ponto (acho que alguma discussão sobre o conceito de democracia é válida dentro de um tópico chamado "[Eleições 2018] Em quem você pretende votar para Presidente?").

Quando você diz que "Democracia é, grosso modo, governo da maioria" você levantou, ainda que de forma passageira, a discussão sobre o conceito pelo simples fato de ter dado uma definição do mesmo. Definição que tem grande relação, aliás, com pautas políticas e ideológicas pelas quais eu sei que você nutre simpatia, enquanto eu tenho quase total antipatia pelas mesmas - tratar a democracia como a tirania da maioria ou como um regime inexoravelmente vulnerável à mesma é um argumento em favor da pauta de se diminuir o papel do Estado na sociedade. E eu discordo, porque afastar-se da regra de maioria afirmada por votos binários e criar alternativas que levem em conta as intensidades de preferência aumenta o caráter democrático do sistema e o desempenho do próprio.

Vamos supôr que nós temos dois grupos políticos: A tem 60% dos votos e B detém 40%. Esses dois grupos têm que votar duas pautas: legalização do aborto e das drogas. A tem preferência -5 pela legalização do aborto e -3 pela legalização das drogas, enquanto que B tem preferência +3 pela legalização do aborto e +5 pela legalização das drogas. Se a regra for plebiscitária, então A ganha utilidade 0,6*8 = 4,8 e B ganha utilidade 0,4*-8 = -3,2, saldo agregado dos dois grupos: + 1,6. Por outro lado, se A cede na legalização das drogas, então a utilidade de A é 0,6*2 = 1,2 e a de B é 0,4*2=0,8, saldo do universo: + 2. No universo em que os dois atingem um acordo, a utilidade gerada para toda a população é maior do que na situação em que a vontade da maioria sempre prevalece. Eu não vejo por que motivo a segunda situação seria menos democrática, menos "governo pelo povo", na etimologia da palavra, que a primeira, muito antes pelo contrário. Regras que forçam consenso não são antidemocráticas, elas podem aperfeiçoar o funcionamento da democracia retornando mais utilidade para o povo que constitui a origem de todo o poder no sistema.

E, por fim, eu não disse que a democracia real é perfeita. A definição de qualquer sistema de governo - a definição de qualquer ente cuja existência seja concebível, aliás - guarda em si uma idealização.

A frase completa do que eu disse é "Democracia é, grosso modo, governo da maioria, e a proteção às minorias é um refinamento do conceito de democracia (democracia liberal, democracia de Direito, até democracia social....) e não algo essencial ao conceito". Só forçando muito a barra para acreditar que estou implicando que democracia trata-se de "tirania da democracia" ou inserindo pauta ideológica liberal nessa frase. Pelo contrário, fiz questão de explicitar que a definição é grosseira ("grosso modo") e é possível refinar o conceito justamente para proteger as minorias e defender uma democracia que não seja tirania da maioria. Achar que ainda assim estou seguindo uma agenda pra macular o conceito de democracia e ser mais fácil atacá-la, colocando-a como uma "tirania da maioria", é caçar pêlo em ovo pra fazer texto. Tanto é verdade, que nem acho que esses seus refinamentos melhorem tanto o conceito de democracia do ponto de vista liberal. Uma "tirania da maioria" ou uma "tirania das multidões que buscam maximizar uma suposta função utilidade" me parecem igualmente problemáticas às liberdades individuais...

Além disso, esses conceitos são bastante questionáveis - como você define que um grupo é contra o aborto com dobro de intensidade do que um outro grupo? É quem bate o pé mais? É quem importuna mais a orelha de políticos? E se um grupo não assume a possibilidade do aborto sob hipótese alguma? E se não há consenso sobre qual decisão irá maximizar a utilidade (por exemplo, cada grupo supervalorizando suas próprias utilidades)? Mas enfim, divago. Pelo visto você é entusiasta desses conceitos, deve saber das críticas que a função utilidade sofre com relação ao seu conteúdo "experimental", e deve ter uma opinião em favor da aplicabilidade do conceito... de qualquer forma julgo evidente que esses conceitos são questionáveis e não fazem parte da essência do conceito de democracia, são no máximo refinamentos, como a questão da proteção às minorias. Enfim, agora pudera, para definirmos democracia de forma grosseira num post, temos que ter em mente a "função utilidade", "intensidades de preferência", freio X, contrapeso Y, etc...

E claro, você pode se fixar em parte periféricas a vontade, até mesmo focar-se em partes irrelevantes ou mudar completamente de assunto. O ponto não é esse. O ponto é querer postar e ao invés de fazê-lo normalmente, e esperar que as repercussões do seu posts sejam naturais, ficar exagerando em interlocução (especialmente discordância) onde esta não existe de forma relevante. Sinto como se eu falasse "brasileiros falam português" e alguém me viesse falando pedantemente de exceções como se elas fossem relevantes ou como se eu não estivesse ciente delas (Tem certeza que não há brasileiros que não falam português? E as pessoas que só falam línguas indígenas, eles não existem? E a língua brasileira de sinais? Eu acredito que nem todos brasileiros falam português...). Quer falar sobre línguas indígenas, que fale, só não use os outros de palanque. E o fato de você admitir que no fundo quer atacar uma suposta mentalidade liberal, só me faz acreditar que você traz a tona esses assuntos periféricos para boicotar os assuntos centrais quando estão guiados por uma mentalidade que você discorda, desviando-se do foco e tornando a discussão pedante e cansativa. Se fosse num post lambendo o Ciro ou a Marina ou dando odes à social-democracia, duvido que você viria com todo esse pseudo-rigor aí.
 
A frase completa do que eu disse é "Democracia é, grosso modo, governo da maioria, e a proteção às minorias é um refinamento do conceito de democracia (democracia liberal, democracia de Direito, até democracia social....) e não algo essencial ao conceito". Só forçando muito a barra para acreditar que estou implicando que democracia trata-se de "tirania da democracia" ou inserindo pauta ideológica liberal nessa frase. Pelo contrário, fiz questão de explicitar que a definição é grosseira ("grosso modo") e é possível refinar o conceito justamente para proteger as minorias e defender uma democracia que não seja tirania da maioria. Achar que ainda assim estou seguindo uma agenda pra macular o conceito de democracia e ser mais fácil atacá-la, colocando-a como uma "tirania da maioria", é caçar pêlo em ovo pra fazer texto. Tanto é verdade, que nem acho que esses seus refinamentos melhorem tanto o conceito de democracia do ponto de vista liberal. Uma "tirania da maioria" ou uma "tirania das multidões que buscam maximizar uma suposta função utilidade" me parecem igualmente problemáticas às liberdades individuais...

Além disso, esses conceitos são bastante questionáveis - como você define que um grupo é contra o aborto com dobro de intensidade do que um outro grupo? É quem bate o pé mais? É quem importuna mais a orelha de políticos? E se um grupo não assume a possibilidade do aborto sob hipótese alguma? E se não há consenso sobre qual decisão irá maximizar a utilidade (por exemplo, cada grupo supervalorizando suas próprias utilidades)? Mas enfim, divago. Pelo visto você é entusiasta desses conceitos, deve saber das críticas que a função utilidade sofre com relação ao seu conteúdo "experimental", e deve ter uma opinião em favor da aplicabilidade do conceito... de qualquer forma julgo evidente que esses conceitos são questionáveis e não fazem parte da essência do conceito de democracia, são no máximo refinamentos, como a questão da proteção às minorias. Enfim, agora pudera, para definirmos democracia de forma grosseira num post, temos que ter em mente a "função utilidade", "intensidades de preferência", freio X, contrapeso Y, etc...

E claro, você pode se fixar em parte periféricas a vontade, até mesmo focar-se em partes irrelevantes ou mudar completamente de assunto. O ponto não é esse. O ponto é querer postar e ao invés de fazê-lo normalmente, e esperar que as repercussões do seu posts sejam naturais, ficar exagerando em interlocução (especialmente discordância) onde esta não existe de forma relevante. Sinto como se eu falasse "brasileiros falam português" e alguém me viesse falando pedantemente de exceções como se elas fossem relevantes ou como se eu não estivesse ciente delas (Tem certeza que não há brasileiros que não falam português? E as pessoas que só falam línguas indígenas, eles não existem? E a língua brasileira de sinais? Eu acredito que nem todos brasileiros falam português...). Quer falar sobre línguas indígenas, que fale, só não use os outros de palanque. E o fato de você admitir que no fundo quer atacar uma suposta mentalidade liberal, só me faz acreditar que você traz a tona esses assuntos periféricos para boicotar os assuntos centrais quando estão guiados por uma mentalidade que você discorda, desviando-se do foco e tornando a discussão pedante e cansativa. Se fosse num post lambendo o Ciro ou a Marina ou dando odes à social-democracia, duvido que você viria com todo esse pseudo-rigor aí.

Em primeiro lugar: um post "lambendo o Ciro ou (especialmente) a Marina ou dando odes à social-democracia" dificilmente viria com dúvidas a respeito da capacidade do sistema democrático de promover os direitos das minorias, mais do que protegê-las minimamente (que é algo em que acredito).

Segundo, eu não quero boicotar absolutamente nada, até porque não tenho poder para isso. Nem te usar de palanque: eu me interesso no que você tem a dizer sobre o conceito, senão não discutiria com você. Não tô nem aí para a exposição que eu vou ter para os outros aqui, se o Eriadan, o Thor, o Fela ou qualquer outro usuário do fórum vai me ler e dizer "uau, que cara foda", ou pensar o contrário disso, ou nem ler meus textões. Eu só fiquei interessado por esse trecho, que me salta aos olhos com uma discordância frontal, e nem li o contexto todo da discussão. É uma frase isolada, uma assertiva que independe de todo o resto da discussão entre você e o Eriadan.

Terceiro: o item que julgo ser parte de sua mentalidade da qual eu estou discordando eu nem classificaria como "liberal", mas como "libertária", "conservadora" ou até "libertário-conservadora". Você já me disse acreditar em direitos naturais, algo no qual descreio completamente. Para você, a maximização da liberdade pode ser conquistada promovendo apenas as chamadas "liberdades negativas", quando você diz, no post que originou a discussão, que "nem eu seria um "democrata", aliás. A democracia tá aí pra impedir coisas piores que ela, mas seria melhor que ela fosse diminuída ao máximo para fazer emergir outras coisas, como liberdades de indivíduos e de grupo orgânicos (que são formados voluntariamente)". Eu tendo a acreditar que a ampliação das liberdades individuais deva ser necessariamente promovida por estruturas ativas de uma maneira meio rawlsiana ou seniana, e que a democracia é uma parte dessas estruturas (se você quiser mesmo saber, considero a educação básica compulsória de menores de idade como outra instituição promotora da liberdade).

Quarto: você, ao definir a democracia, ainda que a grosso modo, como a realização das vontades políticas da maioria, comete um erro crasso em minha opinião. Refinar a democracia é fazer aproximar o conceito-base de sua idealização de governo estruturado e consentido pelo povo, e não fayê-lo retrair, que é o que você afirmou que aconteceria em post anterior.

Quinto, eu não acho que indivíduos consigam dar uma nota de 0 a 10 para suas preferências com base em nada, é claro que isso precisa de um denominador comum, do mesmo modo que a economia de mercado necessita da moeda. As pessoas, dentro de uma margem de erro, detêm a habilidade de ordenar suas preferências e estabelecer o custo que estão dispostas a pagar pela imposição das mesmas. Se há um sistema que force a maioria a negociar com a minoria, isso não necessariamente diminui ou distorce o caráter democrático do próprio, porque essa barreira pode obrigar os grupos a emitirem uma informação mais precisa a respeito da intensidade ou ordem das preferências de cada um - revelando quanto cada um está disposto a pagar, ajudando a resolver o impasse que você mesmo citou, de cada grupo supervalorizando suas preferências. E a realização de julgamentos com uma riqueza maior de informações representa um refino da democracia, mesmo que falhas de governo possam ocorrer ainda assim - da mesma maneira que falhas de mercado acontecem.
 
2014 tivemos o primeiro boom de midia social fortemente agindo sobre período de eleição por aqui.
Eu sempre achei campanhas políticas um processo sujo que mais confunde do que esclarece de uma forma geral.
Mas 2018 mostra que há ainda muito o que "evoluir" em campanhas políticas em midias sociais.

O mais recente tivemos a situação bizarra do grupo de facebook das mulheres.
Você como candidato a presidente da república vê o surgimento de um grupo popular no facebook de mulheres contra você.
Você não gosta.
Você espalha falsas notícias de que o grupo era sobre outro assunto antes e mudou pra ser contra você recentemente pra enganar quem estava no grupo. Uma mentira fácil de conferir e desmentir, mas que você sabe que pouco importa pois quem te segue acredita em tudo o que você fala como se fosse religião.
Em 2014 isso acabaria aqui. Criar uma falsa notícia pra jogar no ventilador uma sujeira com objetivo de irritar quem sabe que é mentira, confundir quem estava fora do assunto e gerar mais fidelidade de sua comunidade.
Mas estamos em 2018.
Então você como candidato hackeia a página dessas pessoas. Muda o nome do grupo de contra você para a favor de você.
E finalmente você como candidato publica em seu twitter oficial um print da página hackeada agradecendo cinicamente as milhões de pessoas desse grupo que estão te apoiando.
Aí você cria uma confusão em segunda ordem misturando a noticia falsa que você espalhou antes com o que você fez agora, pois você faz com que pessoas que queiram manter os fatos explicados tenham que primeiro falar que não houve manipulação no objetivo e nome do grupo pra depois ter que dizer que teve.

Cara.
Campanhas politicas brasileiras 2018.
Mais rocambolesca que qualquer série do netflix.
 
Ciro agride entrevistador

Ontem, em ato de campanha em Boa Vista, Roraima, Ciro Gomes agrediu fisicamente Luiz Nicolas Maciel Petri, que o entrevistava, e o chamou de “filho da puta”.

“Vai para a casa de Romero Jucá, seu filho da puta. Esse cara é do Romero Jucá. Tira ele, tira ele, prende ele aí”, disse o pedetista.

 
Estou pensando seriamente em Amoedo e Ciro. Queria muito que o Haddad tivesse chances e ai eu votaria nele, mas, infelizmente, não é dessa vez e não irei desperdiçar o meu voto.

Deus me livre no Bozo.. Sério, não dá!
 
A minha rejeição a Bolsonaro é forte, mas também tenho uma rejeição grande ao PT para estas eleições. Não por estar contaminado desse sentimento patológico ultraseletivo que já intoxicou muita gente, mas justamente pelos efeitos desagradáveis de um novo governo petista nesse cenário. Vamos passar mais sei lá quantos anos (porque não dá pra dizer que serão 4) com o Brasil catatônico dos seus reais problemas, todo bitolado em torno da paixão e ódio a Lula, sem a mínima esperança de se unir em torno de um projeto sério que nos recoloque nos eixos.
 
Deixa eu te mostrar o motivo:

Isso está longe de ser mito, na verdade chega até ser ridículo. O cara da tanto, mas tanto discurso de ódio que acabou sendo esfaqueado, agora pega qualquer outro ai, o que o pessoal dá pra eles quando está na multidão? Flores.

Não tem como defender um cara desses, nenhuma defesa vai ser verdadeira ou tão enganosa a ponto de fazer esquecer o que ele já falou. Acho que pessoas que votam nele só devem admitir que são como ele, racistas, homofobicos, machistas. Sem papinho, as pessoas são como ele, por isso que votam nele.
 
Isso está longe de ser mito, na verdade chega até ser ridículo. O cara da tanto, mas tanto discurso de ódio que acabou sendo esfaqueado, agora pega qualquer outro ai, o que o pessoal dá pra eles quando está na multidão? Flores.

Não tem como defender um cara desses, nenhuma defesa vai ser verdadeira ou tão enganosa a ponto de fazer esquecer o que ele já falou. Acho que pessoas que votam nele só devem admitir que são como ele, racistas, homofobicos, machistas. Sem papinho, as pessoas são como ele, por isso que votam nele.

Mais alienada impossível. Mas a partir do momento que a dúvida era entre "Amoedo" ou "Haddad", já era de se esperar...
 
Pessoal, vão com calma. Quando o assunto é Eleições 2018 parece que toda conversa vira briga. Sempre haverá discordâncias com pessoas que votarão em um candidato que você não gosta, mas vamos discordar de forma respeitosa, sem generalizações e sem partir para ataques pessoais. Discussões em um tom agressivo não convencem a outra pessoa e só servem para gerar antipatia e perpetuar conflitos desnecessários.
Por favor, peguem leve.
 
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