ExtraTerrestre
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Eu concordo que são variações da democracia que impactam na função utilidade que a mesma procurará maximizar, e que por isso mesmo a democracia tão pouco pode ser definida por um viés consensual ou antimajoritário. Nenhum desses dois pólos de democracia representativa (consensual e majoritário) contém a essência do significado do termo em sua acepção contemporânea, mas é válido lembrar que, do século XVIII para cá, os sistemas políticos foram se tornando cada vez mais consensuais, sendo uma das primeiras opções a este respeito a própria escolha pelo modelo representativo em detrimento da democracia direta: deputados, sendo poucos, podem se sentar numa mesma mesa e conversar, enquanto que o mesmo processo é inexequível por 150 milhões de cidadãos.
O que caracteriza um regime como democrático é a lógica ascendente do poder, o "todo o poder emanar do povo", que depende de uma série de condições para acontecer de forma otimizada e autossustentada: divisão de poderes, eleições justas e livres, cumprimento, por parte dos políticos e dos partidos a que eles pertencem, do programa de governo proposto durante o pleito, respeito às regras por parte dos agentes políticos, etc. Isso tudo balizado por regras que impeçam que o sistema se autodestrua.
A democracia cede lugar à autocracia não quando ela deixa de ser a vontade da maioria, mas quando os políticos passam a selecionar o povo ao invés de o povo selecionar os políticos. E transformá-la na pura vontade da maioria, aliás, é uma das maneiras mais eficientes que existe para levá-la à autofagia, posto que dentro de cada maioria há outra maioria.
O que caracteriza um regime como democrático é a lógica ascendente do poder, o "todo o poder emanar do povo", que depende de uma série de condições para acontecer de forma otimizada e autossustentada: divisão de poderes, eleições justas e livres, cumprimento, por parte dos políticos e dos partidos a que eles pertencem, do programa de governo proposto durante o pleito, respeito às regras por parte dos agentes políticos, etc. Isso tudo balizado por regras que impeçam que o sistema se autodestrua.
A democracia cede lugar à autocracia não quando ela deixa de ser a vontade da maioria, mas quando os políticos passam a selecionar o povo ao invés de o povo selecionar os políticos. E transformá-la na pura vontade da maioria, aliás, é uma das maneiras mais eficientes que existe para levá-la à autofagia, posto que dentro de cada maioria há outra maioria.