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Garr - A Criação

Sorrindo de satisfação ao rever o irmão pessoalmente Kaiken decide não tomar-lhe o tempo e vai direto ao assunto.

-- Vim até aqui pois era o lugar mais próximo, preciso de um aconselhamento. Tenho um desejo e pensei que poderia me ajudar. Quero ver o futuro de um homem e talvez você com nossos irmãos possam descobrir como fazer isto. O que me aconselha?
 
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Aracnel acha muito estranha essa atitude de seu irmão e desconfiado pergunta com uma gargalhada em deboche:

-Conselho acerca do futuro?...ahahahahahahahahahahahaha..., se quer conselhos acerca do futuro kaiken, não é a mim que deve procurar, esse não é meu domínio...

-Se era só isso pode se retirar, tenho trabalhos a fazer... e acho que você também.


Aracnel vira as costas e lentamente começa a adentrar na caverna...
 
Última edição:
Kaiken dá um passo para trás saindo da escuridão ainda feliz por rever um pedaço da família e se senta no chão meditando sobre o que fazer...

-- Bom era uma esperança...

O Deus da esperança olhou para o céu e viu a luz de sua irmã, ele pensou em pedir a ajuda dela mas por fim deixou o desejo ir embora da mesma forma que veio. Decidiu ficar alí esperando que o tempo passasse, em alguns meses ele poderia ver os acontecimentos com os próprios olhos.
 
Voltando para o salão do castelo, Aracnel retoma a conversa com Horfael e Tulyas.

-Muito estranho...o Kaiken veio com um argumento para me procura bastante suspeito..., acho que estão desconfiando de algo e o enviaram como espião, é melhor ficarmos atentos. Mas voltando a nossa nova criatura me falém o que mais esperam para concluirmos isso já?
 
Horfael observa a criatura gigantesca criada por Aracnel. Contudo, ela lhe parece muito frágil, frágil demais. Diferente do dragão de Tulyas. O Deus Insano surpreendeu-se com a majestade da fera de Tulyas, e próxima a ela, até mesmo seu Cão, Kezef, parecia frágil. Mas ele não o era, assim como não o seriam as águias de Zyon, meras imitações invejosas dos demônios do Feiticeiro Louco, e a aranha gigante de Aracnel. - Não participarei da criação da besta, Aracnel. Apenas infundirei em sua alma a essência que lhe permita valer-se de minha magia. Se Tulyas desejar cruzá-la com seu inseto gigante, a escolha é totalmente dele.

De repente, Horfael sente uma presença estranha mas poderosa. O Feiticeiro fungou, e de repente cuspiu no chão. Suas suspeitas se confirmam quando Aracnel diz que Kaiken se aproximava. Ele olha para Gor, e o demônio acena afirmativamente com a cabeça. Mandou-o seguir Aracnel na forma de uma aranha, e o demônio obedece. Quando Aracnel retorna, Gor meramente confirma suas palavras, reotrnando à sua forma de demônio. Gor sussurra ao ouvido de Horfael, os desejos de Kaiken.

- Prever o futuro, não? Hmph. Vocês são tolos, se não sabem como fazê-lo. É muito simples: apenas tomem um mortal e cortem-lhe a pança depois de invocar meu nome três vezes, e pedir pelas leituras da morte. Observem sua morte lenta e estudem os augúrios que ela trará. - O Deus balança a cabeça lentamente. O som dos ossinhos chacoalhando preenchem a sala, irritantes. - Mas isso pouco importa. Voltemos a nossos planos. Você, Tulyas, sempre quis ter crias próprias, correto? Agora você tem uma. Passeie com ela à vista de todos os seus irmãos. Quando a hora for certa, eu te abordarei, e acusarei de roubar meus seguidores mortais com mentiras covardes. Um mero pretexto, obviamente. Então eu lhe despojarei do seu mais precioso tesouro, e seus irmãos lhe darão toda a razão para que você puna-me.
 
Saindo da sua pirâmide, Anuradha, decidiu andar por Garr. Para camuflar-se entre os humanos ela "apagou" sua luz e vestiu roupas simples e sem cores vibrantes, mantinha o rosto totalmente coberto, com excessão dos olhos. Tinha de ser rápida em sua viagem, pois o dia estava para acabar e logo a escuridão tomaria o céu.

Chegava do nada nas vilas e desaparecia do nada também, não ficando mais que alguns minutos. Falava sempre sobre as estrelas, a importância da luz e seu poder, repetindo sempre uma frase a todos "A menor das luzes brilha na escuridão". Ensinava também os humanos, principalmente as crianças, a não temerem a escuridão, e surprendeu-se quando ouviu um menino de uns cinco anos dizer que sempre que temia o escuro orava para a Deusa da luz, pedindo que ela afastasse as trevas de perto dele. Anuradha não pode conter suas emoções e uma lágrima acabou rolando de seus olhos negros.
No entanto, a melhor das experiências que teve, foi quando chegou numa pequena cidade chamada de Trandain. Logo ao chegar ouviu um som alegre e envolvente, resolveu segui-lo. Um grupo de músicos tocava a melodia, enquanto várias moças dançavam, seu corpo foi envolvido pela música e logo ela se viu entre as moças dançando, a dança era um tanto sensual, mas apesar disso era espitiuosa e divertida. Anuradha dançou, dançou e dançou, não vendo o tempo passar. Durante a um passo difícil, que pegara com facilidade, virando seu tronco para baixo, viu a gigante verde se pondo, o céu estava tingido de tons escuros de verde. Era hora de ir embora.
 
Assim como seus irmãos, Kai'ckul estava ocupado. Como anfitrião do Conselho, resolveu preparar um lugar em seus domínios para a recepção de cada um de seus irmãos. Cada detalha estava sendo observado. Cada Finerim teria um lugar próprio, personalizado de acordo com suas características, em meio a um deserto.

Ali Kai'ckul ergueu uma cúpula de areia, que abrigaria seus irmãos. Cada um poderia passar pelas paredes de areia, de maneira que o lugar não possuía portas, e isso não afetava a estrutura do local. Nenhum objeto, nem o vento, e nenhum outro poder poderiam alterar a estrutura da cúpula. Qualquer alteração nas partículas de areia era instantaneamente corrigida. Uma obra interessante, julgou Kai'ckul.

Logo amanheceria em Garr, e ele convocaria seus irmãos.
 
Tulyas já estava com tudo planejado juntamente com Aracnel Horfael, mas ainda no fundo ele se sentia meio triste ao sacrificar sua criação, mas ele era ávido por poder e sucumbiu a tentação de permitir ao seu dragão os conhecimentos arcanos de Horfael. Logo aceitara o plano e partira com seu dragão em seu primeiro vôo. Era um momento inédito a Tulyas e ele admirava a magneficiência de sua recém-criada fera mágica vislumbrado Kalfyra bater lentamente e fortemente suas asas de grande envergadura.

Enquanto isso ele esperava que seu plano entrasse em ação.
 
Aracnel percebe o desprezo de Horfael para com sua criatura:

-Uma obra prima como essa não pode ser considerada frágil, creio que nenhum de seus demônios podem contra ela ahahahahahaha...
-Sorriu aracnel em deboche- Porém é inegavel o tamanho do poder do Dragão de Tulyas. Além disso Horfael o forte de meus filhos não é a força bruta em si Horfael, eles inoculam substâncias fatais em suas picadas, substãncia essa que é meu domínio: O veneno meu caro, as consequências dele são devastadoras...

-Quanto a você Tulyas deixe para apresentar sua criatura amanhã durante o conselho, que eu apresentarei a minha! Se não queres cruza-la com minha filha a perca é sua, três das armas dela poderiam complementar sua criatura e torna-la nossa e com um poder incomum.
 
Anuradha conseguiu voltar para a sua pirâmide antes a escuridão envolvesse completamente o mundo.
Ficou deitada olhando as estrelas, que vistas de lá eram tão pequeninas, sentiu saudades delas, eram suas irmãs mais próximas e a compreendiam melhor do que qualquer outro. A saudade fez a solidão bater mais forte em seu peito, estava acostumada com ela, mas de que chegou em Garr, a solidão começou a incomodá-la.

Logo Lancinäré a gigante verde, começou a iluminar o céu com seus raios. Anuradha encheu-se de felicidade, e pensou em como era lindo vê-la nascer novamente, a felicidade a fez iluminar-se de amarelo e afastou a solidão.
Agora era esperar seu irmão Kai'ckul, convocar os outros Finerim para o conselho.
 
Horfael sorri em seu interior. Seu plano ia bem. Com a partida de Tulyas, o Deus Insano se volta para Aracnel. - Deseja testar a sorte de sua cria, Aracnel? Mesmo os imortais têm dificuldade de resistir à minha magia. Mas isso pouco importa. Seria um desperdício imperdoável fazer isso.

Então, ele começa a preparar sua partida. Teria de sacrificar a besta de Tulyas antes do início do conselho. Ou não. Poderia esperar um pouco, havia ainda outras coisas das quais cuidar. - Tenha cautela - diz Horfael sobre seus ombros. - Tulyas não é de confiança. Mas por enquanto ele será útil. Mas fique atento a qualquer sinal. Ele não deve nos trair antes que se torne dispensável. Tome isto - Horfael arremessa um ramo seco azulado, semelhante ao que utilizou para executar seu encanto de ocultação impenetrável, -, use-o sempre antes de nós nos reunirmos, ou de conversar com qualquer um qualquer coisa secreta. Basta invocar meu nome sete vezes, e pedir minha proteção, e então acender a ponta do ramo. Então ninguém ouvirá o que será dito a não ser por mim, e quem estiver envolto pela fumaça do galho.

Finalmente, Horfael se vira, e, junto com Gor, desaparece, partindo para algum lugar que apenas ele sabe onde fica. Seu próprio reduto na terra.
 
Com o surgimento de Lancinárë, Kai'ckul resolveu que era o momento de convocar os Finerim para o Conselho. Fechando seus olhos, concentrou-se em encontrar cada um deles no plano material, e tendo distinguido a presença de cada, elevou seu pensamento, de maneira que soasse como uma voz na mente de cada Finerim, e isto foi o que eles escutaram:

- Meus irmãos, quem vos fala é Kai'ckul. Peço desculpas caso esta mensagem lhes tenha interrompido em algo ou causado algum incômodo, mas é chegado o momento do Conselho de Garr reunir-se. Cada um dos Finerim está recebendo este mesmo convite. Para chegar à Cúpula do Conselho, no Reino do Sonhar, é simples. Basta fecharem os olhos, se imaginarem acomodados em um lugar feito para cada um de vocês, e logo vocês serão transportados para o local que preparei para o Conselho.


Após pronunciar-se, Kai'ckul retirou-se da Cúpula, permanecendo suspenso no ar acima da mesma, aguardando que seus irãos chegassem.
 
Kaiken que apenas esperava o tempo passar achou que seria bom rever todos os irmãos e recebendo o chamado fechou os olhos sendo transportado para o reino do sonhar.
 
Zyon estava olhando para o ninhos dos Fanwës, quando recebeu a mensagem de Kai'ckul. Imaginando o que iria acontecer no concelho, este fechou os olhos e seguiu as instrução de seu irmão, sendo transportado para o Reino do Sonhar.
 
Horfael sorri. - Enfim, é chegada a hora! Não esperarei mais!

O Deus Insano perambula pela grande área que ele esteve ocupando com suas criaturas. Seus servos mortais receberiam agora um chamado, e um por um, iriam até o local secreto. E os servosde Horfael que já estavam lá, começavam a erguer as fundações de um imenso castelo.

O lugar era praticamente inexpugnável. Um planalto elevado, cercado por encostas escarpadas em quase todos os pontos, à exceção de dois. Mas ali Horfael erguiria torres robustas para defender os passos para sua fortaleza terrena. Enquanto as fundações eram estabelecidas, as crias mais fortes de Horfael escavavam a rocha dura, buscando um acesso ao reino de Aracnel, aliado do Feiticeiro Louco. Ao redor da área que seria o castelo, uma paliçada foi erguida, paliçada esta que logo seria substituida por uma forte muralha de pedra, circundando a fortaleza.

Agora os devotos do Deus já começavam a chegar. Alguns eram simples camponeses que viam algum estranho alívio no culto a Horfael, e trabalhariam incessantemente, erguendo torres e muralhas, semeando plantações, forjando armas e cuidando de cavalos. Outros eram poderosos guerreiros, que desejavam a boa morte em batalha, e receber a recompensa que Horfael se dispõe a dar. Outros ainda eram sacerdotes temíveis, conhecedores das artes negras, que lhes foram passadas pelo Deus. Maior ainda era o número de magos e feiticeiros que peregrinaram até o local. Se tornando devotos de Horfael, eles aprendiam inúmeros segredos arcanos que eram até então desconhecidos em Garr, mesmo para os Deuses, pois são conhecimentos que Horfael trouxe consigo de sua terra natal. Pouco a pouco, o local de construção já funcionava a pleno vapor: mineiros extraíam a pedra das encostas montanhosas, fazendeiros cuidavam do gado e dos campos aráveis, guerreiros patrulhavam o perímetro e impediam a entrada de estranhos no território. Homens montavam forjas cobertas por tendas, onde forjavam as primeiras armas e armaduras do exército de loucos de Horfael.

Tudo caminharia agora sem a necessidade da presença do Deus: sua própria cidade logo se ergueria naquele lugar distante, uma cidade leal a ele, e que o veneraria a despeito do que viria a acontecer ao Deus Insano. E o poder de Horfael permeava o local: sua voz ensandecedora poderia ser escutada nos riachos e lagos, suas crias perambulavam pelas matas bravias, seus sacerdotes realizavam rituais sangrentos em seu nome, e as fundações do castelo se manteriam em pé, enquanto o poder do Deus durasse.

E agora Horfael partiu, buscando Tulyas e sua fera poderosa. Era hora de começar o ato. Com o Deus, partiram Gor e Kezef, e o Sangrento permaneceu no planalto para supervisionar a obra, e a lealdade dos habitantes da região.
 
Anuradha estava sentada sob a montanha meditando, quando ouviu o chamado de seu irmão, então fechou os olhos e foi transportada para o Reino do Sonhar.
 
Aracnel escuta atento o que Horfael tinha falado, mas algo lhe chamou a tenção, a fala do Feiticeiro acerca ad confiança para com Tulyas, mas, aracnel, não era burro, ele ouviu calado, mas em seu interior ele já pensava quem nenhum deles era plenamente de confiança, mesmo assim ele recebeu a folha de ramo seco do Horfael, foi até seu trono e o guardou atráz, logo em seguida, quando se deu conta seu tempo já tinha passado e o dia já tinha voltado, aquela estrela maldita da Anuradha já estava lá apontando e iluminando o céu, pensou ele. Logo em seguida ele foi vereificar como andavam as obras de seu reino, suas fortalezas e os covis de multiplicação propria de seus filhos. Foi quando ouviu o chamado de seu irmão Kai'ckul.

-É chegad a hora de Aracnel mostrar sua obra prima. Nerixalis venha até mim minha filha, vamos a uma reunião!

Nerixales rapudamente aparece, nesse momento Aracnel "monta" em sua cria e faz mais uma de suas sombras de transporte, ele atravessa sua sombra e de súbito no mundo dos sonhos uma grande macha negra começa a surgir, de lá insurgem Nerixalis montada por Aracnel. Ele faz uma reverência a todos os irmãos e observa detalhe por detalho do mundo completamente diferente de tudo que el já havia visto. O mundo de Kai'ckul. E se impressiona e logo atrai sua atenção...

-Hum...seu mundo é fantástico irmão, doferente de tudo que vi desde que vim aqui. Ah...já ia esquecendo...Essa é Nerixalis minha filha e serva. -E aponta para sua gigantesca cria.
 
Kaiken olhou para Nerixalis carregando Aracnel e sorriu. Ele sabia quanta dedicação havia sido usada para construí-la e a achava uma criatura magnífica. Embora Nerixalis não pudesse ver o deus da esperança, Kaiken a admirava e sabia que ela faria tudo o que o seu criador mandasse.
 
Tulyas apreciava incrédulo a majestade de sua criação. Kalfyra voava com suas fortes asas projetando uma imensa sombra no chão. Ele recebe o chamado para o conselho e chama Kalfyra a sua presença. Ele olha para o Dragão e diz:

"É minha cara, é chegada a hora de agir."

Ele começa a se concentrar e aparece ao Conselho na presença dos demais Finerim. Certamente ele queria o plano em ação, porém ele temia pela vida de Kalfyra e no sue consciente ele buscava uma maneira de poupá-la. Ele sabia que Horfael e Aracnel eram muito úteis aos seus planos, porém ele nao confiava plenamente neles, e talvez até supunha que Horfael queria matar Kalfyra por inveja. Estivesse ou errado nas suas deduções ele não poderia descuidar com eles, porém ele tinha uma carta na manga que era a confiança dos demais Finerim. Ele jogava nos 2 lados e qualquer um que o traisse ele não estaria sozinho.

Mas agora era chegada a hora de julgar Horfael pelos seus atos e a situação era delicada. Logo aparecendo para os demais disse:

"Pois bem meus irmãos... respondo agora a teu chamado. Devo acrescentar que o local do Conselho foi muito bem elaborado e muito apropriado. Magnifíco é a palavra que define melhor este lugar, e incrível é sua capacidade de criação irmão."

Olhava muito espantado com o lugar.

"Mas receio ter descoberto a arte da criação e a vocês apresento Kalfyra, o primeiro dragão de Garr e minha fiel serva."

E indicando ela com um gesto o Dragão imediatamente se prostrava para os demais Finerim num gesto de saudação e respeito.
 
Horfael solta uma praga quando percebe que Tulyas não mais se encontrava no mundo real. De súbito, uma dúvida o assalta, e o Deus pensa se não seria melhor deixar as coisas como estão, e se retirar para a sua inexpugnável fortaleza, onde ele estaria seguro da ira de tantos outros Deuses que, ao que parecia, o odiavam quase tanto quanto Samael.

Contudo, o Deus Insano decide seguir em frente, a despeito das conseqüências às quais se submetia, aparentemente, cegamente. Então, ele segue as orientações de Kai'kcul, e, fechando os olhos, é transportado para o mundo dos sonhos. Com ele iam Gor, Kezef, e apenas algumas peças importantes para uns feitiços bem elaborados, guardados dentro de um saco: uma cabeça decepada, ossos de boi, uma língua bovina, pregos e uma lança velha e de ponta enferrujada.

Imediatamente após sua materialização, e sem dar atenção aos demais Finerim presentes, Horfael volta-se imediatamente para Tulyas, com fúria aparente em seus olhos, e fúria real que poderia ser sentida pelos demais. Parte dessa fúria era fundada de fato, devido a esse movimento inesperado por parte do Deus da Traição. Horfael sabia que não poderia confiar nele, mas o plano era bom demais para ser alterado, e, ao menos por enquanto, era a melhor, e única, opção do Deus Insano. Agora o Feiticeiro Louco não se mostrava como um velho cansado, curvado sobre um cajado, mas sim como o poderoso Feiticeiro que era, o mais poderoso feiticeiro de toda Garr, e, em seus plenos poderes, o mais poderoso feiticeiro de todo o multiverso. Sua barba estava trançada, seus olhos profundos derramavam ira, e sua voz ecoava pelas fundações do mundo, carregando consigo um temor que incutia aos que não estivessem preparados para enfrentá-lo

- Você! - disse Horfael, apontando para Tulyas. - Mentiroso traiçoeiro! Então quer dizer que você se acha no direito de roubar meus servos dentre os mortais com mentiras enganosas?! Ou simplesmente desejava arriscar-se à minha ira ao fazer isso sem nenhuma razão aparente? Pois digo-lhe, rato mentiroso, que Horfael não é acostumado a perdoar aqueles que o ferem em seu orgulho, em especial os que o fazem apenas por capricho! E as palavras de Horfael serviam não apenas para manter o plano original, mas visavam atingir Tulyas, e o Deus da trapaça sentia isso, sentia o que havia por trás das palavras do Louco: uma reprimenda pela aparição precoce diante dos Finerim que se reuniriam em conselho.
 

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