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Garr - A Criação

Vendo que a desordem começara a se instaurar na Cúpula, Kai'ckul adentrou na mesma, passando pelo teto de areia e posicionando-se no centro do amplo espaço interno. Subitamente, as cores das paredes da construção começaram a se alterar, enquanto o mestre dos Sonhos começou sua pronúncia:

- A desordem acaba aqui, NESTE MOMENTO. Não importam quais intrigas vocês possuem entre si, esse tipo de atitude não está tolerada. Vocês faltam com o respeito aos seus irmãos e a mim como bem disse Samael, assim como ele bem disse que aqui meu domínio é total, e qualquer ato de vocês pode ser desfeito ou anulado por mim.

Ninguém atacará ninguém aqui. Ninguém poderá voltar a entrar em meus domínios sem minha permissão, assim como não poderão sair sem minha autorização caso tenham se comportado de maneira indevida no Sonhar.


Os olhos de Kai'ckul emanavam um brilho omnidirecional, e erguendo as mãos, ele começou a reordenar as coisas como estavam antes da desordem começar. O dragão Kalfyra subitamente parou de tossir, espadas sacadas voltaram às suas bainhas, e o campo elétrico de Zyon extinguiu-se, enquanto as alternâncias cromáticas continuavam por toda a Cúpula. Após isso, todas as criaturas de seus irmãos foram devolvidas a seus lugares no plano material, desaparecendo do Sonhar.

- Se vocês esperavam alguma demonstração de meu poder em meus domínios, aqui está. E fique claro que atitude alguma aqui surtirá efeito sem meu consentimento. Não precisam temer uns aos outros enquanto estiverem em meu reino. Aqui, vocês precisariam apenas temer a mim, mas sabem muito bem que eu não tenho nenhuma espécie de má intenção para convosco.

Sou o anfitrião do Conselho, e como tal zelarei pela sua devida realização.


Nesse momento as cores das paredes voltaram ao seu tom normal, e Kai'ckul desceu até seu lugar no Conselho, completando o círculo formado pelos demais Finerim.

- Então que tenha início o Conselho de Garr. Pedirei a cada um que se pronuncie a seu tempo, para fazer suas reinvidicações, pedidos ou comentários, e todos ouviremos calados ao que cada um dirá. Após isso, conduzirei a próxima etapa do Conselho.

Para iniciar, peço que Kaiken se pronuncie.
 
Última edição:
Kaiken se levantou e olhou para todos, os irmãos que o olhavam podiam ver através da imagem dele...

-- Estou aqui apenas pela vossa compania, não tenho nada a decidir ou escolher. Todos tem lugar igual para mim pois vejo todos como iguais. Kai'ckul foi escolhido por vocês para liderar este conselho e tem a minha predileção pois nos sonhos a esperança flui sem limites. Em caso de discórdia meu poder será entregue em quantidade igual à esperança, sentimento verdadeiro e força de vontade a qualquer ser que precisar mesmo sendo meus irmãos. Portanto meus queridos irmãos, minhas palavras apenas serão para vossa reflexão e vocês nunca saberão o que sairá de minha boca até que me perguntem ou digam algo.

E sentando-se deu a pausa para que o conselho pudesse continuar.
 
O Mestre dos Sonhos pronunciou-se após Kaiken concluir.

- Muito bem, querido irmão, obrigado pelas suas palavras. Poucas, mas importantes.

Agora, peço que Samael tome a palavra.
 
Samael se levanta então, e faz uma reverência a cada um de seus irmãos, e começa a falar:

"Priemeiramente, gostaria de agradecer a Kai'ckul por colocar sua morada à disposição para a reunião de nosso Conselho, e por nos receber com tanta disposição e cordialidade. Também gostaria de agradecer aos irmãos aqui presentes, por terem vindo até aqui e se disporem a discutir e tentar resolver nossas desavenças e problemas de maneira ordenada."

Samael então respira fundo, e dá prosseguimento:

"Como todos sabem, esse Conselho foi originalmente concebido por nosso irmão e anfitrião Kai'ckul, durante a desavença entre Aracnel e Anuradha, e que estabeleceu divisões claras entre alguns de nós, pelas idéias proclamadas e lados tomados. Mas esse assunto já foi em parte resolvido, e se não foi, não é a mim que cabe retoma-lo. Vim aqui para discutir sobre algo em especial: a conduta de Horfael."

"Como todos sabem, ele não é realmente nosso irmão, e nem um Finerim, não tendo sido concebido por nosso Pai, ao menos não como nós. Pelo que ouvimos dele, pertence a um mundo distante do nosso, de uma maneira que talvez ninguém além de nosso Pai possa alcançar. Sabemos pouco desse lugar, mas pelo que vimos de seu único representante aqui, deve ser digno do pior pesadelo que qualquer ser já concebeu ou conceberá, ainda mais se seus irmãos tiverem índole semelhante, que é o que se supõe, pelo que ouvimos de Horfael."

"Ora, deixando nossas próprias disputas e brigas bobas de lado, Nor'jahall criou a nós todos com um motivo em mente. A cada um de nós foi dado o poder de reger um ou mais aspectos da Criação, e assim trabalhar de modo a cumprir o Plano de nosso Pai para a mesma. E assim nós fizemos...cada um de nós ajudou a modelar esse mundo, com os instrumentos com os quais nascemos, e, apesar de disputas terem surgido quando essas criações entravam em conflito, um meio termo foi achado, e um Equilibrio mantido, e esse Equilíbrio se mostrou ainda mais benéfico para Garr. Como um exemplo, temos a divisão do mundo entre Luz e Trevas, que mesmo Aracnel sabe que é melhor para seus filhos, assim como para todos os outros seres que habitam o mundo."

"Da mesma maneira, a Morte é fundamental para a continuidade da Vida, visto que o Dom de nosso Pai precisa ser passado adiante. Sem a morte das plantas e animais, a terra logo ficaria infértil, e não seria mais capaz de sustentar os seres que dela se alimentam, direta ou indiretamente. As presas precisam morrer para que os predadores delas se alimentem e sobrevivam, para o próprio bem das mesmas, pois de outra forma elas se multiplicariam de uma forma que não mais haveria sustento para todas, e acabariam se extinguindo. Todos as nossas criações fazem parte de um Ciclo, mesmo que de modo involuntário e por nós não-planejado."

"O dragão de Tulyas, por exemplo, está dentre as mais magníficas criações, e tamanho é seu poder que poucos existirão pelo mundo, pois quanto mais acabadas nossas criações, mais elas demorarão a se desenvolver, e menor será sua capacidade reprodutiva. Entretanto, no ápice de seu poder, tais criaturas serão poderosas o sufuciente para derrubar cidades inteiras sozinhas, ajudando a evitar que o número e a racionalidade dos outros seres os tornem uma ameaça para o Vida como um todo. Do mesmo modo, quando algum desses dragões causar destruição exagerada, outros mortais se reunirão, e usarão de seus números e poderes para acabar com a criatura. É dessa maneira que a Roda que governa esse mundo se move, e tentar força-la será inútil, na melhor das hipóteses, e desastroso para todos nós, na pior."

"E esse é o ponto: Horfael tentou isso, e conseguiu. Desde que chegou a nosso mundo, a única coisa que criou foi o caos, seus outros atos tratando apenas de corromper ou destruir as criações dos demais Finerim. Ele andou entre os mortais, e disseminou entre eles o medo da Morte, fazendo com que acreditassem que, ao invés de uma mera passagem para outro estágio da existência, planejado por nosso Pai, e necessário para a continuidade da Vida, se tratava da danação eterna, ou de um fim que é inexistente. Ele então resolveu cometer os mesmos atos que usava em suas falas para atormentar e iludir os mortais, e, após pegar as almas que lhes eram devidas, deturpou-as e transformou-as em um exército de seres horrendos e de malícia impronunciável. Ele jogava os mortais contra mim, enquanto era ele o verdadeiro algoz."

"Não obstante, ainda não tendo violado nenhum princípio básico da Criação, ficou insatisfeito, e resolveu interferir em meus domínios. Desde o início, eu havia determinado que mortal algum ficaria mais tempo em Garr do que lhes era devido, por motivos que já expressei em minha fala. Se aproveitando do medo que lançou em seus corações, ensinou a alguns deles como trapacear isso, através de métodos escusos provenientes de seu próprio mundo, profanando o Dom de Nor'jahall e usando-o para abastecer uma não-vida eterna aos olhos do tempo. Tratam-se de aberrações, no sentido mais puro da palavra, cadáveres andantes, que não apenas conspurcaram sua força vital, não permitindo que ela fosse passada adiante e continuasse a abastecer a Vida de Garr, como também se alimentam do Dom de outros seres, muitas vezes condenando-os à mesma existência amaldiçoada com isso. Sua existência é tão condenada, que as forças que protegem os vivos e lhes confere forças, renovando o presente de nosso Pai, enfraquecem e destroem tais criaturas. Mesmo o mais tolerante dos mortais sente desgosto ao ver coisa tão repugnante sequer existindo. Imaginem suas criações sendo submetidas a tal estado, meus irmãos. Imaginem os seres que criaram com tanto amor, e pelos quais se dispuseram a entrar em guerra contra seus próprios irmãos, virarem suas costas para vocês, em troca da esmola que é a existência em tal estado, e pela qual pagarão com sua lealdade e sua alma."

"E, como todos os seres vivos, independente de criador, são suscetíveis a tal destino, Horfael e seus métodos são uma ameaça para todos os Finerim. Ele não possui lealdade alguma a qualquer um de nós. Se tal lealdade sequer existe, ela está com seus irmãos, em seu mundo obscuro, os quais ele já declarou que pretende trazer para cá, para aniquilar cada um de nós, sem exceções. E se algum de nós acreditar que ele realmente dividiria Garr com mais alguém além de seus semelhantes, está sendo por demais ingênuo. Testemunhamos em primeira mão como ele tentou destruir a criação de nosso irmão Tulyas, que lhe é por demais preciosa, sem qualquer justificativa, até porque não existe nenhuma. Seu desrespeito para conosco, sendo ele uma visita em nosso mundo, é apenas uma prova de quanta malícia e periculosidade existem em seu coração. O próprio fato de tentar essa atrocidade aqui, na frente de todos nós, demonstra que em sua loucura faz qualquer coisa para atingir seus objetivos, independente do preço. Ou talvez haja alguma intenção não declarada por trás disso, e tal ato foi proposital. E digo isso porque não pretendo subestimar um ser cujo poder é semelhante ao nosso."

"Enfim, já argumentei bastante à respeito do perigo que ele representa para todos nós. Tenham certeza que ele possui uma adaga para as costas de cada um de nós, assim como uma maldição pronta para cada um esperando o momento certo para ser solta por sua língua suja. Não importa o quanto entramos em conflito entre nós, as criações dos Finerim de algum modo se completam, mas as obras de Horfael envolvem apenas a corrupção daquilo que mais prezamos. Considerem com cuidado o destino que daremos a ele, pois pode decidir a continuidade de Garr, nossa existência e os Planos de nosso Pai."

"Agora ouvirei o que meus irmãos e Horfael tem a dizer, para depois tecer mais comentários. Agradeço pela paciência e pela atenção."

Samael faz então uma reverência a todos, e depois uma outra para Kai'ckul, e então senta novamente em seu lugar.
 
Após Samael declarar seus pensamentos, Kai'ckul agradeceu a Samael, devolvendo-lhe a reverência.

- As alegações de Samael são bastante sérias, e devem ser consideradas por cada um com muita reflexão.

E agora, gostaria de ouvir o que Aracnel tem a dizer.
 
Aracnel Toma frente e Responde:

Meus irmãos estamos no momento delicado desde que viemos para cá, sem dúvida Horfael merece uma punição severa por ter praticado tal atrocidade...Eu tinha até um pouco de confiança em você Horfael, mas depois dessa eu perdi todo o respeito por você, tentar matar a tão sofrida cria de Tulyas foi um ato inconsebivel e merecedor de uma punição severa, aqui seu poder e de todos os demais com exceção de Kai'ckul é menor. Pois Kai'ckul é o senhor dessa plano, portanto não tente suas gracinhas e seus truques.
E, para essa punição eu tenho uma proposta, todos aqueles que ofenderem um de nós deverá ser punido pelo conselho, porém este deverá ficar sob a guarda do ofendido, assim sendo, não haverá necessidade de criar algum tipo de prisão especifica ou punição, pois o ofendido fica totalmente responsavel por tudo que possa acontecer a seu prisioneiro e logo após o tempo de punição cumprido o ofensor deverá ser libertado, porém aqueles que causarem um crime gravíssimo como matar um de seus irmãos, deverá ser punido com a destruição!
-Nesse momento Aracnel dirige seu olhar para Anuradha como se estivesse dizendo o que ocorreria com ela caso essa o matasse -

-Além disso, exijo expressamente que a Anuradha não ouse sequer cruzar meu caminho, apenas em reuniõs como essa aceitarei sua presenaça, sei que quem matar um irmão será punido severamente, mas prefiro não me arriscar e evitar dar chance para que ela cumpra seu desejo interior, que é me destruir para sempre E não venham vocês com seus argumentos manipulados por um feitiço lançado por ela para com vocês contra mim em prol de defender essa dissimulada, ninguém me tira a idéia que ela está apenas esperando a oportunidade melhor para me destruir, não me resposabilizarei por meus atos caso ela cruze meu caminho e venha propositadamente fortalecer sua luz para me provocar como ocorreu ainda pouco, e, como ja falei, minha paciência com ela está esgotada, devemos por em pauta também nesse conselho os constantes ataques feitos por ela contra mim, exigo uma punição proporcional a ela!

-E finalmente, caso algo aconteça comigo, exijo que todo o meu domínio seja entregue a meu irmão Tulyas sem divisão alguma!

É tudo que tenho a dizer por enquanto.
 
- Obrigado por sua colaboração, Aracnel - Disse Kai'cuk após seu irmão concluir.

- Vamos ouvir agora o que Tulyas tem a nos dizer.
 
Tulyas apesar de estar silenciado até agora ele se levanta vagarosamente e dá três voltas no centro da cúpula quieto e balançando a mão como se buscasse as palavras mais adequadas ao momento e tramasse o melhor meio de condenar Horfael para seu fim. Logo após para ao centro e começa seu discurso de maneira fria e de certa forma falava em tom de deboche contra Horfael:

"Caros irmãos e irmãs, Finerins de Garr, muito aqui foi presenciado e este último acontecimento tem uma importância especial na minha acusação. Vejamos..."

E começava a andar no centro novamente até parar em Samael e voltar a falar:

"Meu irmão Samael você diz que Horfael insultou-lhe quebrando o tão sagrado ciclo da vida e da morte. E de fato ele o fez. Corrompeu almas. E sim de fato o fez também. levantou acusações sobre mim de roubar seus servidores, e isso não passa de uma grande mentira utilizada por ele para justificar o que tentou agora pouco..."

Agora Tulyas abaixava os olhos relembrando a cena e seu coração relembrava o medo de perder sua amada cria. Levantava a cabeça após refletir mais um pouco e continuava:

"Agora pergunto irmãos... não é este aqui o acusado, Horfael, o deus Insano, senhor absoluto da magia e falso Finerim, que veio de outro mundo para aqui tentar ser senhor absoluto de Garr? Não é este que nos causa discórdia e porta o caos nos destruindo indiretamente e afrontando nossos poderes? Será mesmo seguro, irmãos, permitir que tal deus tenha liberdade de tramar seus planos de dominação e destruição?"

Se aproximava de Anuradha e continuava:

"Diga irmã... quanto tempo acha que sua luz iluminará as vidas terrenas enquanto Horfael estiver livre? E quanto a você Aracnel? Quanto tempo acha que a sombra existirá assim como suas crias enquanto o deus insano atuar neste mundo?"

"Zyon o grande senhor da guerra e dos raios, belas águias tu criastes e imponentes são os trovões da tempestade, assim como a chuva e os ventos fortes que demonstram sua magnetude e poder. Quanto tempo acha que tudo isto vá existir até que Horfael com sua magia corrompa estas forças naturais por ti criadas? Samael sim tem razão ao dizer que Horfael não dividiria Garr com ninguém, mesmo que estivessem ao seu lado. Pois ele é o próprio caos e para ele não existe lealdade ou equilíbrio, e ele usaria cada um que se atrevesse a ajudá-lo até alcançar seus objetivos e depois o eliminaria, pois acredito que ele não tenha conseguido tal feito em seu mundo e agora tenta nos aplicar o mesmo plano."

E agora Tulyas se aproximava um pouco mais de Horfael e entrava em sua forma furiosa saindo chamas de seus cabelos causando uma visão amedrontadora.

"Não é você Horfael, deus Insano, MATADOR DE DRAGÕES, que vem aqui na morada de nosso irmão achando ser mais poderoso que ele e tenta matar o que tanto lutei para criar? Não é você que me culpa por roubar teus servos como pretexto de atacar minha cria? Pois eu lhe digo que pagará muito caro por isso e eu o acorrentarei no fundo da montanha onde a essência da criatura que tentou matar reside, e lá será molestado por fogo e lava durante a eternidade até que eu julgue ser inofensivo aos demais ou que tenha aprendido onde é seu lugar... reze a Norja'rral que eu não seja encarregado de sua punição pois nela você sentirá toda a fúria de um pai que perde um filho para um assassino traiçoeiro..."

Agora se acalmara a voltava a seu estado normal após um longo suspiro e um breve silêncio.

"Receio que não tenha mais nada a concluir, peço somente uma coisa que me encarreguem de puní-lo, pois o farei com o maior prazer, afinal ele é uma ameaça estando livre. Passo-lhe a palavra Kai'cuk, para que anuncie o próximo Finerim."
 
Kai'ckul sentia a ira cega, ou talvez quase, de Tulyas, e apesar de desejar pronunciar-se para tentar acalmar o irmão, não seria o correto, já que tudo estava em ordem.

Agradeceu Tulyas pelo pronunciamento, e voltou seu olhar para Zyon:

- Sua vez de falar, irmão.
 
Kaiken olhava para Horfael com tranquilidade, ouvia as palavras pronunciadas na cúpula e tinha milhões de pensamentos girando na mente, um pensamento puxava o outro e todos iam se encaixando como um enigma na cabeça do Deus.
 
Zyon, que agora tinha a palavra, levantou-se.

- Primeiramente, gostaria de agradecer a todos pela presença, e principalmente a Kai’ckul, que por livre vontade se colocou em disposição a este conselho, o organizando e o sediando em sua própria criação.

Olhando rapidamente para todos os presentes, continuou:

- Como nosso irmão Samael disse, o Conselho foi originalmente criado devido a uma desavença entre Aracnel e Anuradha, porém agora creio que tenhamos assuntos ainda mais sérios. Mas nos concentremos primeiro em tal desavença.
Como Aracnel pronunciou, ele não abandonou a idéia de que Anuradha trama contra ele, idéia a qual não estou inclinado a aceitar, embora me importe com a palavra de Aracnel. Nesse caso, acho que tudo não passa de um grande mal entendido, pois Anuradha comanda a luz e Aracnel às trevas, é comum que tenham suas desavenças.
Porém algo mais grave do que uma simples desavença ocorre entre os dois. Anuradha não parece ter nada contra Aracnel, pelo menos que eu tenha percebido, porém Aracnel a considera um grade perigo, não só a sua vida, mas a de todos os finerim, como deixou claro em suas palavras.
Não a considero nenhum perigo para com os Finerim aqui presentes, a não ser talvez o fato de que sua luz incomode Aracnel. Quanto a isso, podemos tomar uma precaução, mas é inconcebível deduzir sobre sua conduta para com Aracnel antes de seu testemunho, onde espero que deixe tudo claro de uma vez por todas.


Zyon respira fundo e dá prosseguimento:

- Agora o que mais me preocupa é Horfael. Este sim considero um perigo em potencial para com os Finerim presentes. Quanto à sua conduta, concordo com Aracnel, Tulyas e Samael.
Até agora, só o vi corrompendo, e não criando. Causando o caos e discórdia, e não promovendo a paz. Assim como Samael, e Tulyas, tenho algo pessoal com Horfael. Não me importo de que ele não seja nosso irmão, mas agora sinto perigo em suas verdadeiras intenções.
Ele distorceu os humanos, que são um dos elementos mais frágeis da criação, fazendo-os temer a obra de Samael, portanto fazendo-os temê-lo. Atrapalhou não só em sua jurisdição, mas na minha também, pois como Deus da Guerra, sou responsável por tudo que gira em torno desta. Há algum tempo, os humanos começaram a travar guerras sem sentido em nome de Horfael, em busca de um falso poder. No começo, me imploraram por vitória, mas preciso sempre zelar pelo lado que mais busca justiça.
Vendo que não ganhavam sempre, alguns humanos começaram a servir Horfael em busca de vitória certa, porém com um alto preço a pagar: sua própra liberdade.
Este falso Finerim os ensinou a ludibriar Samael e também a me subestimar como Deus da Guerra, acreditando que com seus novos poderes, estariam além de minha jurisdição.
Pois agora eles realmente estão, pois não é mais guerra que fazem, e sim chacina em busca de mais seguidores para Horfael. Pois agora apenas posso apoiar os homens que desejam lutar contra esse novo tipo de demônio, e é isso que estou fazendo e venho recebendo muita ajuda de Kaiken nesse feito.


Ao dizer isso, Zyon deu um breve sorriso a Kaiken e continuou:

- Mas agora, meus irmãos, minha ira para com esse deus é enorme, principalmente após o ataque desnecessário à criação de Tulyas, que levaria a sua morte se este acontecesse fora da jurisdição de Kai’ckul. Irei dirigir todos os meus esforços para apoiar os humanos nesta verdadeira guerra que está sendo causada por Horfael, entre os seguidores desde semeador de discórdia e dos seguidores dos demais finerim, diretamente se possível.
Por enquanto, é só o que tenho a dizer. Esperarei a palavra de meus irmãos para continuar com os comentários.

E, dizendo isso, voltou a sentar.
 
- Agradeço-lhe pelo pronunciamento, Zyon. Após cada um de nós pronunciar-se, todos poderão falar novamente, em suas respectivas ordens, então certamente seus próximos comentários logo terão oportunidade para serem feitos.

- Horfael, que tem a nos dizer?
 
Horfael cospe na direção de Tulyas, Zyon, Aracnel e Samael. - O que tenho a dizer? Tenho a dizer apenas o seguinte. Os mortais já temiam a não compreendiam a morte antes da minha chegada, Samael, eu só fiz lhes dar meios de burlá-la, que é o desejo de suas almas: compreensão da razão de suas existências, e a capacidade de zelar por seus feitos, para que não sejam apagados pela imperrmanência a que foram destinados por você. As guerras que eles travam, Zyon, eles o fazem por vontade própria, sem nenhum comando de minha parte. Não lhe fiz mal algum, Aracnel, e ainda me ofereci a ajudá-lo com a sua rinha contra Anuradha. Mas, pelo que vejo, julga ser poderoso o suficiente para não precisar de minha ajuda, então que esperneie em desespero sem ela. Já você, Tulyas, eu ainda não acabei - Horfael se vira para Tulyas, fúria visível em seus olhos. Ele aponta seu cajado para o Deus traiçoeiro. - Você ousou interferir na minha jursidição, apanhando meus servos com mentiras vis, e agora, pelo que vejo, pequeno como é, você esconde-se na sombra de seus queridos irmãozinhos. Pois digo-lhe, antes que o mundo se finde, você sentirá a dor de ter desafiado Horfael! E a sombra do meu propósito pairará sobre todas as tuas crias, e elas sofrerão miseravelmente, e a dor delas será a tua dor, e nada poderás criar novamente que não tenha a mancha de meu poder, e que não se desfaça em nada pela minha vontade! Horfael balança o cajado levemente, e começa a rir. - Se você se julga tão injustiçado, convido-o a sanar essas injustiças pessoalmente. Resolva seus próprios problemas sem ficar pendurado à capa dos mais poderosos que você!
 
Perante tal afronta de Horfael, Zyon aperta com força a cadeira a qual está sentado, lutando para não sacar a espada.
Finalmente, consegue se acalmar, esperando a resposta de Kai'ckul.
 
Ao ver tal insulto Aracnel Retruca:

-COMO OUSA CUSPIR EM MINHA DIREÇÃO!, seu louco maldito!, ninguém jamais ousou tal desrrespeito para comigo!, Mostrarei a você o real Poder de Aracnel, BASTARDO!, intruso em Garr, pois é isso que você é, um intruso perturbador!

Nesse momento num Salto Aracnel avança sobre Horfael caido logo atráz dele num estrondo e pondo seu ferrão a poucos centímetros do pescoço do Feiticeiro numa velocidade incomum. E num tom terrivelmente ameaçador ele fala:


-Mas um insulto desses e eu não perdoarei será seu fim, pois saiba Horfael, todos os Finerim que por acaso sejam atingidos por esse ferrão a morte o buscará e não demoraria muito, o veneno que aqui se encontra Horfael é fatal... e você sequer finerim é, logo, não terá chance alguma de sobrevivência!
 
Última edição:
Horfael tenta em um primeiro momento segurar a gargalhada, mas logo estoura em risos. - Você acha que pode matar-me, e eu que sou o louco?! Pois eu lhe digo, Deuzinho recém-nascido, tenho incontáveis eras de existência, e meu poder é incomparável ao poder de um inseto com manias de grandeza! Aguilhoe-me, e logo apodrecerá por dentro. Seu veneno mata o corpo, mas meu poder destrói a alma. Ouse me tocar, Aracnel, e verá que se abaterá sobre você uma maldição incurável: que a pedra vire água, e a luz atravesse seu domínio como se fosse vidro, e você não terá descanso, nem abrigo da luz que tanto odeia, a menos que se refugie na loucura, e então verá que Horfael não estará morto!

O Deus Insano estava apreciando intensamente a falta de controle dos Finerim. Zyon era mais comedido, mas adorava provocar a ira de Aracnel. Sabia, contudo, ser um jogo perigoso: em sua própria terra, Horfael tinha mais poder que estes Finerim. Mas em Garr, ele tinha tanto poder quanto eles, e ainda estava a construir sua base no mundo estranho. Mas veria sua vingança até o fim, contra quem quer que o desafiasse. Se Aracnel não conseguia discernir a real natureza e as intenções das palavras e atos de Horfael, talvez fosse tolo demais para seus próprios propósitos, ou assim pensava o Feiticeiro.
 
Diante da atitude de Aracnel, Kai'ckul levantou-se, proferindo em voz alta:

- Aracnel, as regras do Conselho são válidas para você também. Esse tipo de atitude só prejudica a continuação de nossa reunião. Peço-lhe que volte ao seu lugar, e não torne a ameaçar desta forma qualquer outro aqui dentro. Mesmo por que você já sabe que aqui dentro ninguém pode ser ferido se eu assim não desejar.

- Quanto a Horfael, concentre-se em pronunciar suas versão dos fatos. Ofensas e provocações prejudicam tanto o andamento do Conselho quanto as ameaças e demais desordens.


Dizendo isso, Kaic'ckul sentou-se e esperou que Aracnel voltasse a seu lugar para dar continuidade:

- Muito bem. Está na hora de ouvir o que Anuradha tem a falar.
 
Aracnel recua ao ouvir as palavras de Kai'ckul, afinal está nos dominios de seu irmão, mas antes ele olha ameaçadoramente para Horfael e num salto semelhante ao outro ele volta para seu lugar.
 
Kaiken observa toda a confusão inexpressivo mas sorri ao final, estava tão absorto nos pensamentos que havia se afastado dos acontecimentos ao redor.
 
Anuradha levanta-se e posta-se no centro, de onde consegue olhar para todos.

- Obrigada!
Bem, primeiro sinto-me no direito de debater a palavra de Aracnel. A mim foi dada a luz, como a você, irmão, foi dada as trevas, somos pólos opostos, e prejudicamos um ao outro, mesmo sem intenção. Infelizmente não posso impedir que minha luz o incomode, assim como também não pode impedir que vossa escuridão me incomode, no entanto não vejo isso como um motivo para condená-lo, temos de conviver pacificamente, ambos somos necessários para que o ciclo da vida aconteça. Proponho, então, que esqueça as desavenças, e vivemos em paz.
- Sorriu amigavelmente para Aracnel.

Virou-se para Samael.

- Compreendo sua "ira" e a respeito, afinal Horfael errou. Mas sou obrigada a concordar com ele em certo ponto, os humanos já o temiam Samael, antes mesmo que Horfael agisse, suas emoções é que causam o temor que sentem de ti, e mesmo que Horfael nada fizesse, eles o temeriam da mesma forma.
No entanto,
- virou-se para Horfael - seus atos, irmão, foram errados, nenhum de nós tem o direito de interferir como você o fez, apesar de repugnante, a morte é necessária para a perpetuação da vida, e se caso ela não devesse existir nosso Pai não a teria criado. Você não é uma criança, logo sabe diferenciar o certo do errado, e tenho certeza de que reconhecerá seus erros e se arrependerá. Afinal se foi permitido que esteja aqui conosco, significa que possui esclarecimento.
Nada mais tenho a dizer.


Sentou-se e esperou.
 

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