Comecei Molière. Estou no "Tartufo", traduzido pela Jenny Klabin Segall. O trabalho dela com o "Faust" do Goethe é excepcional... Mas eu ainda pesquisei pouco sobre Molière. O Carpeaux fala pouca coisa... Foi uma surpresa descobrir que suas peças são escritas de forma rimada e emparelhada... O que é comum do gênero: Shakespeare nas comédias também usou muito desse tipo de rima (43% em Sonho de uma noite de verão). Estou esperando chegar o Racine e o Corneille (também da Jenny) para completarem a festa. Mas eu ainda estou com um pé atrás dessa tradução da Jenny, visto que em determinadas partes ela me soa um pouco cacofônica... Preciso comparar com outras traduções, que ainda vou adquirir, do Drummond (Escapino) e do Guilherme Figueiredo (Tartufo, O Doente Imaginário), elogiadas estas pela Barbara Heliodora -- apesar de que a Jenny foi elogiada pela Tarsila do Amaral e pelo Guilherme de Almeida
amor: -- e olhem que, além de eu ser fã confesso do Guilherme, ele tem traduções francesas lindíssimas, como Baudelaire, Villon, Verlaine...).
Mas não é nada alarmante. Apenas em algumas passagens eu detectei alguns artifícios de redução e de expansão típicos quando se metrifica, como usar um ",pois" no meio de um verso ou usar o "cá" e o "lá". Achei até estranho, porque no "Faust" tinha pouco disso...
É claro que é um pouco de se perdoar, visto que traduzir alexandrinos rimados é difícil pra carvalho... Mas vamos lá. Agora eu tenho novas figurinhas pra intumescer minhas leituras, ainda que o Moliére da Jenny não tenha me cativado tanto quanto o Shakespeare do Nunes, por exemplo, havia conseguido logo de cara.