Melian
Período composto por insubordinação.
Em uma primeira leitura, o título deste tópico pode gerar um equívoco, por isso, preciso dar um aviso: está todo mundo proibido de morrer! Isso significa que não é para quarentenarmos com a Clarice, que está morta (jura?), mas, sim, lendo um de seus livros. Ou seja, foi uma metonímia, troquei a obra pela autora. Com esse ponto esclarecido, permitam-me dizer o seguinte: se for possível, evitem começar títulos com o uso do gerúndio. E, claro, evitem seguir os meus conselhos.
A ideia para a criação deste tópico surgiu no tópico oficial para falarmos sobre a obra de Clarice Lispector. Vi que algumas pessoas comentaram que ainda não leram Clarice ou que leram poucas coisas dela. Para preencher essa lacuna na vida desses leitores, apresentei a proposta de fazermos um "Clube de leitura avulso", com um livro da Clarice, mas sem prazos estipulados, para que todos pudessem participar. Eu, assim como outras pessoas que manifestaram o interesse em participar dessa empreitada, estou lendo mil coisas ao mesmo tempo; inclusive, estou engajada em algumas releituras. Ou seja, não é para isso aqui se transformar em uma coisa chata/obrigatória, é para ser aquele cantinho para o qual vamos, com um café (ou chá, porque sei que tem gente que, ao contrário de mim, não é viciada em cafeína) e um cobertor, para deixar que a literatura limpe as nossas feridas.
O universo ficcional de Clarice pode ser resumido na luta interior do ser humano para racionalizar a própria existência. A literatura de Clarice é uma literatura que olha para dentro, que tenta refletir o interior, não o exterior. Em época de pandemia, acho que é interessante fazermos uma experiência literária que nos permita olhar para dentro, pois como Jung já disse: "quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta". Embora seja possível perceber localizações geográficas nos textos de Clarice, essas especificações, no espectro geral, não são de tanta importância. Isso porque, todas as suas produções, sejam crônicas, contos ou romances, exibem, indiferentemente, um intimismo introspectivo em que, segundo Malcolm Silverman: "uma nota abafada de angústia ante a condição humana nega a esperança de um termo de autoflagelação".
Ainda não escolhemos qual livro leremos, e eu queria sugerir um livro que ainda não li, mas não sei se os companheiros de leitura chegaram a ler: Um sopro de vida. Foi o último livro que a Clarice escreveu, e ele, como a tônica da sua literatura, foi seu último gesto "de procura". (Eu não tenho o livro, mas é possível encontrá-lo por aí, o que seria uma vantagem para todos os que quisessem participar da leitura). A crítica literária costuma classificar Um sopro de vida - ao lado de A hora da Estrela - como o livro mais bem elaborado da Clarice Lispector. Que tal percorrermos as estradas da elaboração literária desse livro?
A ideia para a criação deste tópico surgiu no tópico oficial para falarmos sobre a obra de Clarice Lispector. Vi que algumas pessoas comentaram que ainda não leram Clarice ou que leram poucas coisas dela. Para preencher essa lacuna na vida desses leitores, apresentei a proposta de fazermos um "Clube de leitura avulso", com um livro da Clarice, mas sem prazos estipulados, para que todos pudessem participar. Eu, assim como outras pessoas que manifestaram o interesse em participar dessa empreitada, estou lendo mil coisas ao mesmo tempo; inclusive, estou engajada em algumas releituras. Ou seja, não é para isso aqui se transformar em uma coisa chata/obrigatória, é para ser aquele cantinho para o qual vamos, com um café (ou chá, porque sei que tem gente que, ao contrário de mim, não é viciada em cafeína) e um cobertor, para deixar que a literatura limpe as nossas feridas.
O universo ficcional de Clarice pode ser resumido na luta interior do ser humano para racionalizar a própria existência. A literatura de Clarice é uma literatura que olha para dentro, que tenta refletir o interior, não o exterior. Em época de pandemia, acho que é interessante fazermos uma experiência literária que nos permita olhar para dentro, pois como Jung já disse: "quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta". Embora seja possível perceber localizações geográficas nos textos de Clarice, essas especificações, no espectro geral, não são de tanta importância. Isso porque, todas as suas produções, sejam crônicas, contos ou romances, exibem, indiferentemente, um intimismo introspectivo em que, segundo Malcolm Silverman: "uma nota abafada de angústia ante a condição humana nega a esperança de um termo de autoflagelação".
Ainda não escolhemos qual livro leremos, e eu queria sugerir um livro que ainda não li, mas não sei se os companheiros de leitura chegaram a ler: Um sopro de vida. Foi o último livro que a Clarice escreveu, e ele, como a tônica da sua literatura, foi seu último gesto "de procura". (Eu não tenho o livro, mas é possível encontrá-lo por aí, o que seria uma vantagem para todos os que quisessem participar da leitura). A crítica literária costuma classificar Um sopro de vida - ao lado de A hora da Estrela - como o livro mais bem elaborado da Clarice Lispector. Que tal percorrermos as estradas da elaboração literária desse livro?