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Ungoliant, o 'buraco negro' da Terra Média

Fui dar uma espiada na versão de Ungoliant dada pelo Shaping e tem uns insights interessantes do metabolismo dela. Nele se diz que a luz que ela sugava era tecida na forma daquele material escuro e sufocante, num tipo de biotransformação.

Em uma das explicações vemos a versão de que Earendil a teria exterminado no Sul (parece que o fim da aranha tem mais de uma versão). A ver na página 152:

Ungoliant in the South he (Eärendel) slew, and her darkness was destroyed, and light came to many regions, which had yet long been hid.

Essa é uma versão muito interessante e não tenho idéia do que pode ter ocorrido com ela para não ter sido mais explorada. Quer dizer, temos algum ponto de partida da intenção de Tolkien para o que ele projetou para o comportamento da escuridão que ela dispersava. Especificamente, nota-se que seria possível de ser combatida por alguém não tão forte quanto um Vala ou maia (Eärendil) se ela não estivesse aliada ao efeito de confusão que Melkor parecia agregar a ela.

Vale a referência como ponto de reflexão para o começo do conceito de Ungoliant. Se considerarmos que Earendil foi o futuro portador da Silmaril, e que numa das longas viagens ele teria derrotado ela, então o efeito agigantador do ataque das árvores foi mesmo temporário, no que ela voltou a ter fome e ficar mais fraca sozinha contra alguém tão luminoso (Vingilot até voava).
 
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Especificamente, nota-se que seria possível de ser combatida por alguém não tão forte quanto um Vala ou maia (Eärendil) se ela não estivesse aliada ao efeito de confusão que Melkor parecia agregar a ela.

Vale a referência como ponto de reflexão para o começo do conceito de Ungoliant. Se considerarmos que Earendil foi o futuro portador da Silmaril, e que numa das longas viagens ele teria derrotado ela, então o efeito agigantador do ataque das árvores foi mesmo temporário, no que ela voltou a ter fome e ficar mais fraca sozinha contra alguém tão luminoso (Vingilot até voava).

Essa versão ainda primitiva do Legendarium não bate com futuros desenvolvimentos dos conceitos, Neoghoster.

A Ungoliant e o Melko do The Book of Lost Tales que eram esses, contemporâneos do Eärendil matador de Ungoliant, tinham problemas pra peitar um elfo sozinho armado com uma espada depois da destruição das árvores ao invés de, no caso de Ungoliant, ser capaz de frustrar as perseguições de Tulkas e Oromë e de confinar Melkor em uma teia.

E o confronto de Ungoliant com Eärendil, nessa versão primitiva, teria se dado ANTES dele ter o Wingilot voador e ser "armado" com o Silmaril.

O conceito dele matar Ancalagon ( The Black, mesmo epíteto de Gwerlum ( Ungweliantë, o que, no caso, presume-se que era um dado relevante)) é, claramente, o substituto canônico desse evento aí.

Dragon_of_the_First_Age_by_rubendevela.jpg
 
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Prefiro a versão em que ela devora a si própria, é muito mais épica, medonha e fascinante.

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É que aqui a questão foi levada além por causa da menção ao conceito original de Ungoliant ao longo do tempo. Nesse contexto o trabalho se dá ao ter que pegar todos os fragmentos que Tolkien deixou, comparar com as preferências do autor (por isso me mantenho um pouco longe da preferência pessoal por um modelo) ao longo do tempo e tentar advinhar o que seria a versão final do conceito da criatura.

A do Silma parece ter menos menções a possibilidade de Ungoliant ser caçada por exemplo (apesar de elas ainda existirem). Isso pode dar a entender, por exemplo, que o poder e habilidade de Ungoliant na mente de Tolkien pode ter flutuado e ela pode ter se tornado mais ou menos complexa ao longo do tempo.
 
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Mas é bem bacana aprender sobre a evolução desta personagem que acabou por se tornar a súmula de todos os medos do Professor.

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É que aqui a questão foi levada além por causa da menção ao conceito original de Ungoliant ao longo do tempo. Nesse contexto o trabalho se dá ao ter que pegar todos os fragmentos que Tolkien deixou, comparar com as preferências do autor (por isso me mantenho um pouco longe da preferência pessoal por um modelo) ao longo do tempo e tentar advinhar o que seria a versão final do conceito da criatura.

A do Silma parece ter menos menções a possibilidade de Ungoliant ser caçada por exemplo (apesar de elas ainda existirem). Isso pode dar a entender, por exemplo, que o poder e habilidade de Ungoliant na mente de Tolkien pode ter flutuado e ela pode ter se tornado mais ou menos complexa ao longo do tempo.

Mesmo assim, ela OBVIAMENTE ficou MUITO MAIS poderosa Neoghoster. Essa flutuação dos conceitos, no caso dela, SEMPRE pareceu convergir pra essa direção e não em uma que culminasse com a possibilidade dela ser destruída por Eärendil.

O fato de eu achar que o conceito de avatar da Noite Primordial, que é contemporâneo dos Lost Tales, permaneceu enquanto o confronto (só esboçado, nunca escrito de fato) dela com Eärendil teria sido descartado, não é uma questão de mera "preferência" minha, mas, sim, uma constatação da tendência geral do storytelling do Tolkien.
 
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Esse descolamento de uma idéia biológica me intrigou um bocado. Nas duas versões (Silma e antiga) ela começa mais fraca e termina mais forte (pela absorção de poder). Quanto a evolução do conceito estava me referindo a pesagem das qualidades vivas e não vivas. É importante para comparar ela com a idéia de buraco negro.
 
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Antes de mais nada, longe de mim criar outra polêmica religiosa com este post. Isto posto, vamos lá.

Em um sentido mais amplo (copyright by Lincoln) podemos considerar Ungoliant a personagem mais "íntima" de Tolkien, afinal ela reflete o desconforto que o Professor deve ter sentido ao ver a natureza contradizendo a teologia de Santo Tomás de Aquino ("a escuridão não existe, o que existe é apenas a ausência de luz" ou algo assim) com os buracos negros, além é claro de sua célebre aracnofobia. Daí a razão de ela ser retratada como algo pior do que o diabo em pessoa (Melkor).

OK, mera elocubração minha, mas isto me veio à mente e resolvi compartilhar com vocês.

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Com certeza existe uma dimensão psicológica na confecção dos livros que reflete a personalidade de Tolkien. Nesse aspecto Ungoliant possui uma face simbólica (o mundo foi descrito com palavras que são símbolos). Essa é uma das razões para se reunir detalhes dos relatos das outras versões pra poder separar o que é simbólico, o que é vivo (orgânico) e o que é não vivo (inorgânico).

Dos relatos do Silma o nosso sol e nossa lua passaram de um fruto e uma flor em um mundo mais vivo a dois astros inorgânicos de um mundo um pouco menos vivo. Sob efeito da poesia se Ungoliant sobrevivesse escondida até os dias de hoje assumiria um elemento celeste co-relacionado em nosso mundo igual ao sol e a lua?

O caso é que achei muito pouco no Silma e no Shaping que interprete ela de forma integral. Até onde sei a poesia também poderia se biotransformar em realidade e vice-versa.
 
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Antes de mais nada, longe de mim criar outra polêmica religiosa com este post. Isto posto, vamos lá.

Em um sentido mais amplo (copyright by Lincoln) podemos considerar Ungoliant a personagem mais "íntima" de Tolkien, afinal ela reflete o desconforto que o Professor deve ter sentido ao ver a natureza contradizendo a teologia de Santo Tomás de Aquino ("a escuridão não existe, o que existe é apenas a ausência de luz" ou algo assim) com os buracos negros, além é claro de sua célebre aracnofobia. Daí a razão de ela ser retratada como algo pior do que o diabo em pessoa (Melkor).

OK, mera elocubração minha, mas isto me veio à mente e resolvi compartilhar com vocês.

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Que ela foi a maneira de Tolkien perquirir e responder, ainda que só intimamente, pra ele mesmo, indagações semelhantes a essa que vc descreveu, acho que não resta dúvida Tar-Mairon.

Diferente de Lewis, que escrevia as histórias pra compartilhar a teologia e filosofia que ele já havia desenvolvido/assimilado, Tolkien criava as próprias histórias pra elocubrar e filosofar com ele mesmo, criando um "holodeck" da filosofia e teologia do Mundo Primário, usando versões "virtuais" dela pra experimentações pessoais, onde ele tinha a liberdade de questionar e refletir sem comprometer sua fé na ortodoxia católica.
 
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Dos relatos do Silma o nosso sol e nossa lua passaram de um fruto e uma flor em um mundo mais vivo a dois astros inorgânicos de um mundo um pouco menos vivo. Sob efeito da poesia se Ungoliant sobrevivesse escondida até os dias de hoje assumiria um elemento celeste co-relacionado em nosso mundo igual ao sol e a lua?

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Interessante, pois eu pensei em Ungoliant, caso retornasse, atacando o sol, ou habitando muito perto dele ou ainda vivendo nas bordas de um buraco negro e fartando-se da energia que estes sugam.

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Interessante, pois eu pensei em Ungoliant, caso retornasse, atacando o sol, ou habitando muito perto dele ou ainda vivendo nas bordas de um buraco negro e fartando-se da energia que estes sugam.

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Vão ler Incal de Moebius e Jodorowsky e vcs verão tudo isso que mencionam em ação.




Incal-Jodorowsky-Moebius-1-540x696.jpg


Olhem só o lançador do Ovo das Trevas que devora a Luz das Estrelas com Antimatéria:

Incal2.jpg


Sutil né? :P

Tudo manifestação da Treva que é o poder oposto ao Incal.

Incal está finalmente disponível em português brasileiro com as cores originais em edição volume único pela Devir Livraria. Vale demais a pena conferir;

INCAL INTEGRAL
 

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Na página anterior eu citei um trecho do livro Gray Lensman do E.E.Doc Smith, onde ele descrevia a negaesfera de antimatéria do livro.

Bom o lance é que o quadrinho do Star Trek Leonard Maccoy Doutor na Fronteira da IDW , escrito e desenhado pelo Endiabrado John Byrne, tem uma cena onde o Magro da série clássica topa com algo bem semelhante se bem que usado, parece, pra propósitos diferentes.

"Come back in three-four days—maybe a week; but don't expect to see anything but a hole."
"That's exactly what I want to see, a hole in space," and that was precisely what, a few
days later, the Lensman did see.
The spherical framework was unchanged, the machines were still carrying easily their
incredible working load. Material—any and all kinds of stuff—was still disappearing;
instantaneously, invisibly, quietly, with no flash or fury to mark its passing.
But at the center of that massive sphere there now hung poised a . . . a something. Or was it a nothing? Mathematically, it was a sphere, or rather a negasphere, about the size of a baseball; but the eye, while it could see something, could not perceive it analytically. Nor could the mind envision it in three dimensions, for it was not essentially three-dimensional in nature. Light sank into the thing, whatever it was, and vanished. The peering eye could see nothing whatever of
shape or of texture; the mind behind the eye reeled away before infinite vistas of nothingness.
Kinnison hurled his extra-sensory perception into it and jerked back, almost stunned. It
was neither darkness nor blackness, he decided, after he recovered enough poise to think coherently. It was worse than that—worse than anything imaginable—[an infinitely vast and yet non-existent realm of the total absence of everything whatever . . . ABSOLUTE NEGATION!
"That's it, I guess," the Lensman said then. "Might as well stop feeding it now."

Comparem com a imagem abaixo e a tremenda semelhança com o Anjo da Noite Leliel de Neon Genesis Evangelion tb já referido aqui no tópico.

antimatter-negasphere-john-byrne-mccoy-jpg.50616

<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/uJxoXIicNxE" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

Também estava olhando aqui e vi uma coisa interessante: um dos bichos de Pokemon, Giratina, personifica exatamente a Antimatéria.

A mitologia toda descrita na série parece bem reminiscente da releitura"silmarillica"da teologia cristã

It was created along with Dialga and Palkia by Arceus, though as it was banished for its violence (possibly by Arceus) to the dimension called the Distortion World.,[1] it has been forgotten from the legends as "one whose name was never to be spoken." While Dialga and Palkia represent time and space, Girantina represents antimatter. It lives in the Distortion World, but can also visit a cemetery-like ruin known as Turnback Cave, a place where the dimensional boundaries are said to be distorted, and dead Pokémon are able to enter the physical world. Giratina is capable of inter-dimensional travel, which causes it to change forms unless holding a "Griseous Orb." It is able to see into the normal world through mirrors and reflective objects, because they can bring to mind other dimensions.

Curioso que esse profile aí cite que Giratina , exilado pro Mundo da Distorção, pode se manifestar no plano terrestre através de espelhos e que essa tenha sido justamente uma das características de um dos Unbegot ( o termo usado pra se referir aos análogos dos Sem nome) nesse RGP online aí descrevendo uma ambientação mista entre os universos dos Inklings principais: Tolkien, Lewis e Williams.

Lembrando que o episódio da série clássica que trata do universo de antimatéria maligno oposto ao nosso se chama..."Espelho, espelho meu" ( Mirror, Mirror)

Coincidência?

946308_20090306_embed002.jpg


Aí tem até uma entrevista com os criadores japoneses do personagem.

2246704-dialga_palkia_giratina.jpg


A TV Tropes Animalistic Abomination inclui entre outros Ungoliant, Atlach Nacha e Giratina. Ungoliant é tida com "a deusa do tropo". Interessante que o Leliel sendo tão parecido com a Negasfera era um oceano de Dirac e que foi esse mesmo o cientista que criou o conceito atual de antimatéria.

As pessoas já em algumas ocasiões já haviam mencionado elementos que foram discutidos nesse tópico: Atlach Nacha, o Vale das Aranhas do Wells já em 1999. Também é muito interessante que a conexão Ungoliant/antimatéria tb já foi aludida várias vezes na Internet afora.

Particulamente interessante e bem ilustrado é esse artigo aí

UNGOLIANT’S SPAWN
 

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Ah, gente, vale pelo menos uma espiadinha, dadas as características "extraterrenas"da Ungoliant e a muito provável influência lovecraftiana na caracterização final de Ungoliant e dos Sem Nome.

Sim e não, a resposta élfica que, tantas vezes, aparece ao analisar Tolkien, porque, no caso de Ungoliant que, afinal, TEM NOME, o Tolkien esboçou uma origem de uma forma menos ambígua (vide ensaio linkado no tópico da mensagem abaixo), mas, considerando o lance da evolução posterior do Legendarium, essa idéia de Ungoliant ser SÓ UM dos Seres Inomináveis gerados pela Dissonância pode ter, sim, procedência.

Eu diria que Tolkien, provavelmente, ( mas isso é chute) estava caminhando pra isso, sim, como expliquei nessa mensagem, essa possibilidade podia estar ocorrendo ao Tolkien.



The Origins of the Space Gods e Cthulhu

Esse aí ligado com o tema tá em português:Eram os Deuses Cthulhu?.

lotr-collectibe_WATCHERI.jpg


howard.jpg


Bom dar uma conferida nesse texto do Michael Martinez onde ele compara elementos de Kull e Conan com os heróis "bárbaros" da Terra Média.

1229_HorrorStories_L.jpg


Em português traduzido na Valinor:

Por essa espada eu reino

Vou dar a idéia pra Kristina Larsen de fazer um ensaio específico lidando com a possível ligação de Ungoliant com fenômenos como o Oceano de Dirac, Buracos Negros e Antimatéria já que ela é a expert em conexões astronômicas do Legendarium.

E aí o mais antigo post que eu vi na Internet, isso em 1998, dando destaque pras tremendas similaridades entre Vermes da Terra, o conto do Robert E. Howard, ( com Nameless Gods, um monstro habitando num lago chamado Nameless, uma horda de seres sobrenaturais controlados pelo rei legítimo da história ( Bran Mak Morn) através de uma pedra negra) com a sequência toda de Aragorn na Dwimorberg e no Caminho dos Mortos no SdA...

Matt Gable
20/01/98
Traduzir mensagem para português

I sat down to read some of Robert Howard's stories, noticed some
striking similarities to The Lord of the Rings, and figured he was
another of the long list of fantasy authors influenced by Tolkien: but,
when I checked the copyright, it said 1932.

Either Tolkien read and used Howard's ideas, or they both had an earlier
source, because the similarities are unmistakeable. Here's a passage
from one story:

"I halted, flashing my light about. I was in a vast tunnel, not very
high of roof, but broad. Other smaller tunnels branched off from it and
I wondered at the network which apparently honeycombed the hills. I
cannot describe the grim, gloomy effect of those dark, low-roofed
corridors far below the earth. Over all hung an overpowering sense of
unspeakable antiquity." Cth, p. 164

Is that the feel of Moria, or isn't it? Here's another, even closer:

"'They fear you, O king! By the black secrets of R'lyeh, who are you
that Hell itself quails before you?'" Cth, p. 198

Compare it to this:

"At his command they fell back. 'Even the shades of Men are obedient to
his will' I thought. 'They may serve his needs yet!'" RotK, p. 151

And this:

"'Go back to Hell and take [the Black Stone] with you!' he yelled,
brandishing his clenched fists to the skies, as the thick shadows
receded, flowing back and away from him like the foul waters of some
black flood." Cth, p. 206

"'Go back and trouble not the valleys ever again! Depart and be at
rest!' And thereupon the King of the Dead stood out before the host and
broke his spear and cast it down. Then he bowed low and turned away; and
swiftly the whole grey host drew off and vanished like a mist that is
driven back by a sudden wind..." RotK, p. 153


So similar is Howard's King of Wales to Tolkien's King of Gondor and
Arnor that it's hard to believe this is a chance similarity. They even
both mention a Black Stone. Some of the most haunting and powerful
detail in LotR--the black threatening halls of Moria, the Paths of the
Dead, the aesthetic of hidden power shown clearly in the King in
exile--apparently comes straight from Cthulhu.

Maybe all this is well known, but it was surprising to me. I've never
seen Howard listed as an influence on Tolkien.

Anyone care to confirm or refute?


Gable


Cth: Howard, Robert E. 1987. Cthulhu: the mythos and kindred horrors.
Baen Publishing Enterprises: New York.
First citation from "People of the Dark," first published 1932
Second and third citations from "Worms of the Earth," first published 1932

RotK: Tolkien, J R R. 1965. The return of the King. 2nd ed. Houghton
Mifflin Company: Boston.
Both citations from ch. 9, "The Last Debate," written late 1940s.
 
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Já não seria o momento de reconhecer Tolkien como um dos artistas mais influentes da segunda metade do século XX, tendo em mente todo o material que o Ilmarinen disponibilizou?

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Bom ele GANHOU a votação de escritor do romance mais popular do século passado em votação da Amazon em 1999, Tar Mairon( isso depois de já ter sido eleito na Inglaterra pro mesmo título em 1997, em outra votação promovida pelo Sunday Times).

Quanto à influência, com certeza, o que podemos dizer é que, no mínimo, ela é... considerável.

Mas uma coisa que eu e Ragnaros fizemos um esforço grande pra salientar... Por mais sintetizador de tendências que Tolkien possa ter sido ele e sua obra não nasceram num "vácuo"* e não eram, ao contrário do que Lewis dizia, exatamente "um relâmpago no céu azul", mas sim, poder-se-ia cogitar, um ápice ou altiplano de um "planalto" na ficção do século vinte que ia contra as tendências do Romance Psicológico ou Moderno.(

*Robert E. Howard, Dunsany, Lovecraft , Clark Ashton Smith, E.R. Edisson e E.E.Doc Smith podem ter influenciado Tolkien mas não foram influenciados por ele. E isso se a gente se limita a apenas analisar os contemporâneos e não os precursores também, coisa que esticaria a lista pra caramba)
 
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É meio que um consenso a opinião de que Tolkien era mais um "remixer" genial do que um criador genial. E, em minha modesta opinião, não há nada de errado nesta análise.

PS 1: O fato do corpo de Aragorn não entrar em decomposição traz à mente a Lenda do Rei Arthur e de seu retorno para salvar a Inglaterra de um perigo extremo, concordam?

PS 2: Peço perdão pelos erros, estou numa correria danada, preparando a casa para a chegada da Patroinha :grinlove: .

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E meio que consenso o fato de Tolkien ser mais um "remixer" genial do que um criador genial. E, em minha modesta opinião, não há nada de errado nesta análise.

PS: O fato do corpo de Aragorn não entrar em decomposição traz á mente a Lenda do Rei Arthur e de seu retorno para salvar a Inglaterra de um perigo extremo, concordam?

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Como discordar?

Lembrando que a partida de Frodo pra Tol Erëssea, onde tem o porto de Avalón, foi comparada com a extrusão de Arthur do Plano Mortal pelo PRÓPRIO Tolkien em termos onde ele escreveu como se os dois eventos se dessem no MESMO cosmo (ou seja: Avalon e Avalónnë são variantes do mesmo nome pra batizar o que era, originalmente, a mesma coisa) e de tal modo que o que Tolkien explicou como tendo acontecido com Frodo pudesse ser usado pra elucidar o que teria REALMENTE acontecido com o rei.

Vale também conferir outros épicos como Sundiata e El Cid pra constatar até que ponto a trajetória de Aragorn reflete o monomito do Herói Deserdado e até que ponto Arthur pode ter sido uma referência específica mais expressiva.

1. Aragorn and the Arthurian Myth

Parte dessa tese de doutorado aí: "J. R. R. TOLKIEN's Historical, Cultural & Biographical Background in the Study of THE LORD OF THE RINGS"

Aragorn and the Twentieth Century Arthur - Risden

From Arthur to Aragorn: The Evolution of My Favorite Character

Recanto das Letras-Tolkien e Legendas arturianas

El Cid e Aragorn: Dois herois da lenda
por Fernando D. González Grueso


O SENHOR DOS ANÉIS, O RETORNO
DA ÉPICA E O ROMANCE HISTÓRICO NO CONTEXTO DA PÓSMODERNIDADE Aparecido Donizete Rossi1


Parallels between The Sundiata Epic and The Lord of The Rings

Parallels between The Sundiata Epic and The Lord of The Rings

Sundiata was a 13th-century emperor of the Empire of Mali. He was the son of King Maghan and his second wife Sogolon. Mansa Sundiata is a historical figure surrounded by many legends. The Sundiata Epic has been passed down through the centuries by the griots, oral historians of the Mandingo people. Although there are a number of slightly different versions of the Sundiata epic, all agree he was the rightful heir to his father's throne, but had to go into exile because of the jealous machinations of his father's first wife Sassouma Berete. Eventually, he returned to reclaim his kingdom by defeating the mighty sorcerer-king Soumaoro.

The Lord of the Rings is a modern fable composed in the 20th century, but which draws on earlier European myths to create a fantasy world set in an imaginary antiquity. In the Lord of the Rings, Aragorn, the exiled heir to the throne of Gondor, seeks to regain his throne and defeat Sauron, an evil spirit and mighty sorcerer.

No known relationship exists between the medieval African epic of Sundiata and the modern European story of The Lord of the Rings, which makes the following parallels all the more remarkable.

The hero is born to a youthful mother significantly younger than her husband
Sundiata Epic
Sundiata's mother Sogolon was described as a 'young girl' when she married King Maghan as his second wife. The King had been "reigning many years" and already had an 8-year-old son. Sundiata was conceived shortly after the marriage of his parents. 1

Lord of the Rings
When Aragorn's parents wedded, Aragorn's mother Gilraen was "young and had not reached the age at which the women of the Dunedain were accustomed to marry" while his father Arathorn was "a stern man of full age". Aragorn was born less than two years after his parents' marriage. 2
The marriage of the hero's parents was precipitated by the prophecy of their future son's greatness
Sundiata Epic
A hunter visiting Maghan's court prophesied of the arrival of Sogolon, saying "This is the woman you must marry, sire, for she will be the mother of him who will make the name of Mali immortal forever." The marriage would not have occured otherwise, for Sogolon was hideously ugly. 3

Lord of the Rings
Dirhael, the maternal grandfather of Aragorn, initially opposed the idea of marrying his daughter to Arathorn but Dirhael's wife prophesied, "If these two wed now, hope may be born for our people; but if they delay, it will not come while this age lasts."4
The hero's father dies while the hero is still a child
Sundiata Epic
King Maghan passed away when Sundiata was seven. 5

Lord of the Rings
Arathorn died when Aragorn was two years old.6
The hero is the heir to the throne but leaves his kingdom and goes into exile so as not to become the target of his enemy's sorcery
Sundiata Epic
Sundiata was the designated heir but the kingship was usurped by his older half-brother after their father's death. Knowing that the Queen Mother would use sorcery to harm Sundiata's younger siblings, Sundiata's mother and her children left Mali. 7

Lord of the Rings
Aragorn was born into an exiled race, the Dunedain, who were the remnants of the fallen kingdom of Arnor. As the hereditary chieftain of the Dunedain, he was a direct descendent ot King Isildur and therefore rightful heir to the throne of Arnor's sister-realm Gondor. But this lineage was kept secret because Sauron the Enemy "was seeking to discover the Heir of Isildur".8
The hero's mother dies before seeing her son on the throne
Sundiata Epic
Before Sundiata's war on Soumaoro, Sundiata's mother Sogolon passed away while in exile in Mema. 9

Lord of the Rings
Aragorn's mother also passed away years before his war with Sauron. 10
The hero's kingdom is threatened by a powerful sorcerer bent on world domination
Sundiata Epic
Soumaoro, the sorcerer-king of Sosso, was described as "an evil demon" whose reign "produced nothing but bloodshed". He ruled over a 'vast empire' and 'defied the whole world'. Already a king of many kings, he sought to take Mali by force.11

Lord of the Rings
Sauron the Necromancer sought to bring the remaining free realms of Middle Earth under his rule by unleashing his armies against them. Sauron was an evil spirit whose physical realm covered the east and south of Middle Earth. He "strove ever for the dominion of Middle Earth, to become a king over all kings".12
The sorcerer had under his control 9 dead/undead kings
Sundiata Epic
Soumaoro had "defeated nine kings whose heads served him as fetishes in his macabre chamber".13

Lord of the Rings
Sauron ensnared nine human kings by giving them enchanted rings and turning them into ringwraiths, 'shadows' who served his will.14
The sorcerer's stronghold is a tower
Sundiata Epic
Soumaoro lived in the highest storey of a tower in the middle of his stronghold Sosso, which he fortified with a triple curtain wall.15

Lord of the Rings
Sauron's abode was the Tower of Baraddur which he build in the fortified land of Mordor.16
The sorcerer is closely associated with the art of smithing
Sundiata Epic
Soumaoro's followers were smiths - Sosso was "the city of smiths skilled in wielding the spear". 17

Lord of the Rings
In addition to sorcery, Sauron's other main occupation was forging.18
The sorcerer is almost invincible; his sole vulnerability lies in one magic object
Sundiata Epic
Soumaoro's flesh was inpenetrable and therefore he couldn't be killed in battle. The only thing that could destroy his supernatural powers was his 'tana' - the spur of a white cock. 19

Lord of the Rings
Sauron put the greater part of his power into the One Ring. When the Ring was destroyed, the realm of Sauron instantly self-destructed.20
The hero forges an alliance of different kingdoms to overthrow the sorcerer
Sundiata Epic
The armies of Mema, Wagadou and Tabon formed Sundiata's first allied force against Soumaoro. They were later joined by other kingdoms.21

Lord of the Rings
The armies of Rohan and Gondor jointly defended Gondor from Sauron's onslaught. They had the aid of the Wild Men of the Woods. The combined army was also joined by the Dunedain and the Company of the Dead.
The sorcerer was defeated by a combination of external forces assaulting his armies and an infiltrator inside his stronghold
Sundiata Epic
Nana Triban, daughter of Sassouma and the half-sister of Sundiata, was sent to Sosso to be one of Soumaoro's numerous wives. She gained the confidence of the sorcerer-king and drew from him the secret of his power. Nana Triban later escaped Sosso and fled to her brother Sundiata. Using the information she gave him, Sundiata prepared a magic arrow tipped with Soumaoro's tana which he used to defeat the sorcerer in battle. With the defeat of their king, Soumaoro's forces were routed.22

Lord of the Rings
The hobbits Frodo and Sam gained entry to Sauron's fortress Mordor and threw the ring into the fires of Mount Doom. At the moment the ring was destroyed, their friends were battling the armies of Sauron outside the gates of Mordor. The destruction of the ring instantly turned the battle in the allied armies' favor as the creatures of Sauron turned and fled.23
The hero-king reinstates his allies to their kingdoms
Sundiata Epic
After the allied victory, 12 kings struck their spears into the ground before Sundiata, acknowledging him as their Emperor. Sundiata pulled each of the spears out of the ground in turn, presenting the spear to its owner with the proclamation, "I give you back your kingdom, king of ..."24

Lord of the Rings
After the defeat of Mordor, King Aragorn gave the hereditary steward of Gondor the princedom of Ithilien and made a proclamation 'giving' full sovereignty over the Forest of Druadan to the Wild Men who lived there.25

The numerous similarities between the two stories does not necessarily prove that Lord of the Rings drew inspiration from the earlier Sundiata Epic.The acknowledged influences on Lord of the Rings are European myths, but even so, the similarities between Lord of the Rings and its European inspirations are NOT the same as the similarities between Lord of the Rings and the Sundiata Epic. (See The influence of European mythology on Tolkien's Tales.) When the two heroes' journeys are stripped down to their bare elements, what remains is a narrative that could have taken place anywhere in the world. It is not at all impossible that story tellers in different cultures sometimes take the same paths without knowing of each other.

[The edition of Lord of The Rings used as reference for this article is the Paperback Edition published by Houghton Mifflin. The edition of The Silmarillion used as a reference for this article is the Paperback Edition published by Ballatine Books.]

Notes:

D.T. Niane, Sundiata: An Epic of Old Mali, pp. 5-12
J.R.R. Tolkien, The Lord of the Rings, p. 1032
D.T. Niane, pp. 6-7
Tolkien, The Lord of the Rings, p. 1032
Niane, p. 18
Tolkien, The Lord of the Rings, p. 1032
Niane, pp. 26-28
Tolkien, The Lord of the Rings, pp. 1018-1019, 1032
Niane, p. 46
Tolkien, The Lord of the Rings, p. 1036
Niane, pp. 41-42
Tolkien, The Silmarillion, pp. 363, 330
Niane, p. 41
Tolkien, The Lord of the Rings, p. 50
Niane, p. 38
Tolkien, The Silmarillion, p. 330
Niane, p. 67
Tolkien, The Silmarillion, p. 363
Niane, pp. 62, 65
Tolkien, The Lord of the Rings, pp. 51,928
Niane, pp. 51, 54
Niane, pp. 57-58, 65
Tolkien, The Lord of the Rings, p. 929
Niane, pp. 75-77
Tolkien, The Lord of the Rings, pp. 948, 954

A aventura mítica em "Anel dos Nibelungos" e "Senhor dos Aneis"


ensaios arturianos - PUC-Rio
 

Anexos

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Sobre o conceito de sinistro por trás de Ungoliant algumas palavras podem ser ditas.

Que o processo de desumanização definido pelo conceito de Ungoliant lhe construiu um corpo ou uma casa que se localizassem em um ponto de "turnover" da matéria/energia do mundo (localizado dentro dos círculos). De modo que para cuidar de sua própria natureza ela viveria através de 1- a princípio comer elementos e luz comum 2- no futuro seguir pela nutrição a partir do que de mais luminoso e belo havia (o "sangue" das árvores, as jóias dos Noldor feitas por Feanor e as Silmarils.)

O fato dela desejar se alimentar do que havia de melhor e mais luminoso oferecendo um subproduto oposto, negativo que seja o contrário do que é bom(escuridão, vapor negro, sufocamento, teias, cegueira dos sentidos) a colocam como candidata a habitante de quinta dimensão.

Se cruzar Heisenberg com Kaluza Klein que aparece em Evangelion para um cenário de 5 dimensões (http://jayryablon.wordpress.com/200...nberg-uncertainty-from-kaluza-klein-geometry/) a incerteza de Heisenberg se torna bem menos rebelde e Heisenberg se transforma em apenas um estágio manipulado de um algoritmo e subordinado a uma representação da natureza idealizada pelos Valar como uma volta de curva em um fractal.

Nesse cenário, definido pela distorção da convergência que o próprio Heisenberg faz em sua teoria durante o processo de teorizar então Ungoliant pode habitar no limite das 3 dimensões viva.

Para entender melhor é preciso fazer uma analogia. Vamos imaginar que uma máquina fotográfica consiga tirar uma foto de todo o universo e seus elementos e que essa imagem capturasse o passado, o presente e o futuro ao mesmo tempo. E nós teríamos um borrão com o rastro de tudo o que existiu na forma de foto 3D.

Mas é claro que Eru está do lado de fora e ele já tirou todas as fotos da existência. Na verdade, Manwe possui também na cabeça um quadro de avisos 2D aonde coloca essas fotos 3D eternas (com menor qualidade que as de Eru), e o quadro está com quase todas as fotos possíveis). Em algumas delas, entre uma foto e outra, uma criatura pode começar a se mexer entre a foto e o quadro de avisos (uma criatura de 5D = 3D da foto + 2D do quadro).

Extrapolando o raciocínio, e dadas as condições, criaturas ainda mais terríveis e poderosas poderiam se esconder entre uma possibilidade eterna e a outra.
 
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