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[Enquete] Como você avalia a segunda temporada?

Como você avalia a segunda temporada?


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    34
A série é uma oportunidade perdida!
Não sei quem é você, @ragnaros, o que faz, qual sua profissão. Mas acompanhei com muito interesse teus comentários, desde a primeira temporada. Tenho certeza que na sua mão sairia um seriado profundo e lindo. O @Ilmarinen é muito habilidoso na arte de defender a série, e o faz com competência, mas ele precisa estar sempre dando dribles aqui e acolá para tornar as coisas minimamente críveis, e o elogio por isso. Mas é isso que sinto, que tudo precisa de muito esforço para ser vergado e imperfeitamente encaixado

A série é uma oportunidade perdida porque tinha orçamento e porque se a Amazon tem os direitos, uma empresa que pudesse fazer um trabalho condizente já não pode fazê-lo. Não agora, pelo menos. Não consegui ainda ter ânimo para ver o terceiro episódio. Considero isso, dentro do meu subjetivismo, um fracasso estrondoso, porque não precisaria de muito para eu ter vontade de ver nas telas algo de Tolkien.

Isso que dá uma piazada querer mudar em dez dias o que um mestre fez, pensando e mastigando tudo por décadas.
 
Mas a fonte da série é Tolkien, né?

Daí só o que faltava dizer que pra série ser minimamente fundamentada no legendarium, o próprio Tolkien precisaria ter escrito. Maior declaração de incompetência que está nunca se ouviu, seja em westron, seja em quenya, ou mesmo no bom e velho português.

"Ah, só sei fazer se o próprio Tolkien escrever os roteiros, se não eu mudo tudo" - pacabá, né?
 
Sim, a fonte é Tolkien.
Mas você deu a entender que Tolkien deixou tudo mastigadinho e era só não ter mudado nada que o resultado seria bom e o sucesso viria naturalmente. Ao menos que você teria sentido mais vontade de ver. Só que o mastigadinho de Tolkien na verdade são muitos textos inacabados e até conflitantes entre si, e o que a Amazon tinha em mãos, segundo disseram muitas vezes, era pouco mais que uns apêndices.

Muitas das pessoas que conseguiram extrair algum prazer com a série, aqui neste fórum mesmo, reconhecem que ela tem um monte de problemas. Mas são problemas técnicos de vários tipos (roteiros com furos, decisões burras, ritmo lento, atuações medíocres etc) — enquanto você faz supor que o grande problema é "mudar Tolkien".

Pacabá é a sua inferência esdrúxula do que eu disse.
 
Quem
Mas a fonte da série é Tolkien, né?

Daí só o que faltava dizer que pra série ser minimamente fundamentada no legendarium, o próprio Tolkien precisaria ter escrito. Maior declaração de incompetência que está nunca se ouviu, seja em westron, seja em quenya, ou mesmo no bom e velho português.

"Ah, só sei fazer se o próprio Tolkien escrever os roteiros, se não eu mudo tudo" - pacabá, né?
Quem dera, mesmo com tantos escritos contraditórios, versões alternativas e escassez de conteúdos; os roteiristas pelo menos usassem algo dos escritos de Tolkien.

Quando os fãs das obras falam que "os Showrunners podiam ter seguido Tolkien", eu penso que é justamente uma crítica ao que, para mim, foi um dos grandes causadores dos problemas da Série: Hubris. Uma arrogância com uma obra que é querida por muita gente.

Adaptar algo com Hubris e ter sucesso, não consigo ver êxito nisso. Imagino que até quem adapta uma obra ruim, e faz um filme/série boa, não é tão arrogante a ponto de desprezar seu material fonte. Tem de haver algum respeito, pelo menos. E esse fenômeno de Hubris não se limita aos Anéis do Sofrer. Há boatos disso ter ocorrido com "The Witcher"; também com aquela diarreia de "Lacrolyte"; dentre outras obras.

Os roteiristas de hoje não contam mais histórias. Eles apenas querem se espelhar (suas visões políticas; ideologias, etc) em obras que eles não são capazes de criar. Deixaram de ser contadores de história; viraram narcisistas querendo contar o que/quem são.

E, vamos jogar:
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Última edição:
Mas Tolkien nunca escreveu um roteiro de série, né?

Pacabá é a sua inferência esdrúxula do que eu disse.
Não sei se há espaço para muita inferência. Ao mencionar que Tolkien não escreveu os roteiros, você explicitou não haver base para comparação, por inexistir roteiros de Tolkien. Mas a base é a literatura, ou pelo menos deveria ser.

Depois você fala que há textos inacabados e conflitantes, e tem razão. No entanto, as mudanças graves da série não tem que ver com esses conflitos do legendarium, de modo que havia duas versões de algo e eles escolheram trilhar um caminho, mas os fãs queriam o outro. Não, não foi isso. Mas tem que ver com fazer tudo como querem, mudando muita coisa ao bel-prazer, achando que por ser uma adaptação eles tem carta-branca para fazerem o que quiserem.

Bom, eles têm de certa forma, essa carta-branca, o dinheiro comprou isso. Mas não quer dizer que muitos fãs aceitariam, como é meu caso. E também não quer dizer que vocês precisam desgostar da série por isso. Ter apego, ou não, à literatura, na hora de ver uma adaptação é subjetivo. Vocês que não tem, tem a felicidade de curtir, aceito isso. Mas não aceito o argumento de que Tolkien nunca fez uma série e por isso tá tudo bem. Eu queria ver o legendarium nas telas, o mais perto possível. Nem a Amazon precisa fazer algo sob medida pra mim, nem eu preciso gostar do que ela fez. Mas não inferi nada, você explicitou bem explicitado.
 
Última edição:
Isso que dá uma piazada querer mudar em dez dias o que um mestre fez, pensando e mastigando tudo por décadas.
Mas você deu a entender que Tolkien deixou tudo mastigadinho e era só não ter mudado nada que o resultado seria bom e o sucesso viria naturalmente. Ao menos que você teria sentido mais vontade de ver. Só que o mastigadinho de Tolkien na verdade são muitos textos inacabados e até conflitantes entre si, e o que a Amazon tinha em mãos, segundo disseram muitas vezes, era pouco mais que uns apêndices.
Com mastigar por décadas eu quis dizer que ele não pensou e engoliu tudo rapidamente, mas que ficou remoendo, para que os acontecimentos, ações, motivações, nomes, tudo fizesse sentido, não fosse tudo tão raso quanto um "ah, elfos querem nossos empregos", e fossem um "somos grandes reis, porque morremos, porque a vida eterna nos foi negada? Não queremos definhar... que direito tem os Valar de nos impedir de irmos ao Oeste?"
 
E também não quer dizer que vocês precisa desgostar da série por isso. Ter apego, ou não, à literatura, na hora de ver uma adaptação é subjetivo. Vocês que não tem, tem a felicidade de curtir, aceito isso.
Pelo menos numa coisa concordamos. :joinha:

Mas não aceito o argumento de que Tolkien nunca fez uma série e por isso tá tudo bem.
Esse argumento só existe como espantalho na sua cabeça.
 
Essa discussão é o que os comentários respeitantes a essa temporada andaram dando muita causa ultimamente:

Existe mesmo um Tolkien canon quando a gente fala da mitologia do Silmarillion e todos os materiais dos livros póstumos?



 
Essa discussão é o que os comentários respeitantes a essa temporada andaram dando muita causa ultimamente:

Existe mesmo um Tolkien canon quando a gente fala da mitologia do Silmarillion e todos os materiais dos livros póstumos?



Tolkien infelizmente não publicou sua "versão definitiva" das outras obras: Silmarillion e afins. Porém, entretanto, todavia, eu acho (IMHO) que Tolkien prezava por uma espécie de "canon" do "Núcleo" de sua mitologia - o mínimo de intrusão ou exagero no "espírito" de sua obra. E o próprio Tolkien escreveu uma carta sobre essa necessidade de "cuidado" com sua mitologia:

Porém, eu lhes pediria que fizessem um esforço de
imaginação suficiente para compreender a irritação (e de vez em quando o ressentimento) de um autor que descobre, progressivamente conforme prossegue, sua obra tratada descuidadamente no geral, em certos lugares imprudentemente e sem quaisquer sinais evidentes de qualquer apreciação sobre do que ela se trata.....

Os cânones da arte narrativa em qualquer mídia não podem ser completamente diferentes; e o fracasso de filmes ruins com freqüência está precisamente no exagero e na intrusão de material injustificado que se deve a não-percepção de onde o núcleo do original se situa.

Z .... introduziu um “castelo de fadas” e muitas Águias, sem mencionar encantamentos, luzes azuis e alguma mágica irrelevante (tal como o corpo flutuante de Faramir). Ele cortou as partes da história das quais seu tom característico e peculiar depende principalmente, evidenciando uma preferência por lutas; e ele não fez uma tentativa séria de representar o coração da história adequadamente: a jornada dos Portadores do Anel. Aúltima e mais importante parte desta foi simplesmente, e não é uma palavra forte demais, assassinada.

Carta 210

Se não soubesse que a Carta foi escrita por Tolkien, o "Z", citado na carta, podia ser a Amazon; e o P.J também. Ambos pecaram muito na adaptação. Mas, pelo menos, P.J não quis enfiar nenhum mensagem ou proselitismo, e tentou (ao meu ver) adaptar o conceito citado por Tolkien: "a jornada dos Portadores do Anel".

Os filmes, pelo menos, souberam retratar a aventura, sacrifício, emoção, amizade (etc, etc) que muitos leitores sentem ao ler a obra. Óbvio, a trilogia, repito, peca muito na adaptação do Lore, mas soube transmitir algo/um sentimento advindo dos livros. E vai do gosto de cada um gostar dos filmes como obra cinematográfica.

Anéis do Poder é uma obra de Hubris, infelizmente. Hubris nas mãos de amadores com 1 bilhão de orçamento. Mas, falta algo na série, pelo menos pra mim. E, pior, os "argumentos" aos futuros roteiros da Série estavam escritos e publicados quando Tolkien ainda era vivo: os apêndices. Tolkien colocou tudo o que aconteceu - ponto A ao B. Os roteiristas podiam ter utilizado esse cânone publicado em vida por Tolkien.

Qual seria o outro cânone mais "detalhado" da 2ª era? Tolkien descreve a 2ª Era e seus conceitos na Carta 131. O "argumento" à Série foi escrito por Tolkien na década de 50.

Sobre o porquê de citar "Argumento e roteiro":
  • Argumento
    É o primeiro passo no desenvolvimento de um roteiro, e é uma sinopse mais extensa que conta a história, os personagens e as ações do filme, sem a divisão de cenas. O argumento é escrito como se fosse um conto literário, sem diálogos.
  • Roteiro
    É o texto do filme, adaptado do argumento com falas e cenas, para ser filmado. O roteiro é a transcrição da história de uma forma que possa ser montada e encenada.

Ao meu ver a série nasceu errada ao se ignorar os "Argumentos" que Tolkien trouxe nos apêndices, nas cartas e no "conceito"/espírito da mitologia do professor. Os roteiros ruins e a série ser péssima foram consequência disso.

Qual o conceito de Sauron na 2ª era que podiam adaptar na Série? Eu imagino que ele fosse uma figura "reformista" e pseudo prometeica fazendo revolução metalúrgica no sul e no leste da Terra-média com a introdução de uma espécie da ideia de "despotismo hidráulico", similar ao anjo caído Azazel do livro de Enoque. Veríamos a criação de uma (pseudo) tecnocracia Satânica espelhada no cultos a divindades solares/deuses do fogo para uma grande unificação temporal e a reforma religiosa anti-Deus.

Galadriel da 2ª era? Uma sábia e uma oponente política às ideias reformistas de Annatar. Ela podia encarnar o arquétipo da rainha-filósofa com os ensinamentos dos Anjos em Valinor e a tutela de Mélian em Doriath. Ela era uma oponente tão feroz a Sauron que ele, através de manipulação, fez com que Celebrimbor e os Joalheiros dessem um golpe de estado em Galadriel e Celeborn em Eregion.

Númenor? Uma história sobre vida x morte x Desejo de Imortalidade x Natureza Humana. O Drama da condição do Homem diante da dádiva de Eru e a jornada na busca pelo triunfo sobre a morte. Algo que vimos com Roy e os replicantes em Blade Runner.
 
Última edição:
Existe mesmo um Tolkien canon quando a gente fala da mitologia do Silmarillion e todos os materiais dos livros póstumos?
Não é de surpreender que num mundo tão complexo há muitos pontos sem nós ou histórias que estavam sendo recontadas sem ter havido tempo de publicar. Foi um mundo criado por uma única pessoa que tinha tantas outras tarefas na vida, inclusive família e trabalho. Sendo mortal, ele morreria e deixaria algo incompleto.

Acho que uma versão de quem conta a história poderia colocar a Galadriel como governante em Eregion, ao passo que outra versão poderia dizer que Celebrimbor sempre foi senhor do lugar. Nesse caso haveria espaço para dizer que não havia um "canon" fechado.

Mas isso não quer dizer que seria aceitável dizer que Frodo foi picado por uma aranha radioativa e agora pode soltar teias pelas mãos, e se alguém questionar, dizer que não existe mesmo um Canon em LotR.

Também não é legal levar Frodo e Bilbo lá pra primeira Era, se fizer uma série do Cerco a Angband, só pra povoar de personagens da franquia. Claro que se pode criar personagens que não há na publicação. A segunda Era não durou 50 anos, nem era composta de 100 pessoas. Se quiser expandir os acontecimentos, vai ter que inventar situações e personagens, mas os protagonistas de eventos cruciais foram descritos. E como esses eventos se deram, também, mesmo que em linhas-gerais. Não era difícil aplicar isso. É a vista do meu ponto.
 
Última edição:
Tolkien infelizmente não publicou sua "versão definitiva" das outras obras: Silmarillion e afins. Porém, entretanto, todavia, eu acho (IMHO) que Tolkien prezava por uma espécie de "canon" do "Núcleo" de sua mitologia - o mínimo de intrusão ou exagero no "espírito" de sua obra. E o próprio Tolkien escreveu uma carta sobre essa necessidade de "cuidado" com sua mitologia:



Se não soubesse que a Carta foi escrita por Tolkien, o "Z", citado na carta, podia ser a Amazon; e o P.J também. Ambos pecaram muito na adaptação. Mas, pelo menos, P.J não quis enfiar nenhum mensagem ou proselitismo, e tentou (ao meu ver) adaptar o conceito citado por Tolkien: "a jornada dos Portadores do Anel".

Os filmes, pelo menos, souberam retratar a aventura, sacrifício, emoção, amizade (etc, etc) que muitos leitores sentem ao ler a obra. Óbvio, a trilogia, repito, peca muito na adaptação do Lore, mas soube transmitir algo/um sentimento advindo dos livros. E vai do gosto de cada um gostar dos filmes como obra cinematográfica.

Anéis do Poder é uma obra de Hubris, infelizmente. Hubris nas mãos de amadores com 1 bilhão de orçamento. Mas, falta algo na série, pelo menos pra mim. E, pior, os "argumentos" aos futuros roteiros da Série estavam escritos e publicados quando Tolkien ainda era vivo: os apêndices. Tolkien colocou tudo o que aconteceu - ponto A ao B. Os roteiristas podiam ter utilizado esse cânone publicado em vida por Tolkien.

Qual seria o outro cânone mais "detalhado" da 2ª era? Tolkien descreve a 2ª Era e seus conceitos na Carta 131.

Qual o conceito de Sauron na 2ª era que podiam adaptar na Série? Eu imagino que ele fosse uma figura "reformista" e pseudo prometeica fazendo revolução metalúrgica no sul e no leste da Terra-média com a introdução de uma espécie da ideia de "despotismo hidráulico", similar ao anjo caído Azazel do livro de Enoque. Veríamos a criação de uma (pseudo) tecnocracia Satânica espelhada no cultos a divindades solares/deuses do fogo para uma grande unificação temporal e a reforma religiosa anti-Deus.

Galadriel da 2ª era? Uma sábia e uma oponente política às ideias reformistas de Annatar. Ela podia encarnar o arquétipo da rainha-filósofa com os ensinamentos dos Anjos em Valinor e a tutela de Mélian em Doriath. Ela era uma oponente tão feroz a Sauron que ele, através de manipulação, fez com que Celebrimbor e os Joalheiros dessem um golpe de estado em Galadriel e Celeborn em Eregion.

Númenor? Uma história sobre vida x morte x Desejo de Imortalidade x Natureza Humana. O Drama da condição do Homem diante da dádiva de Eru e a jornada na busca pelo triunfo sobre a morte. Algo que vimos com Roy e os replicantes em Blade Runner.
É disso que eu tô falando... Amazon, contrata esse cara, vai.
 
Como você avalia a segunda temporada?
Sim, só tivemos três episódios.
Mas é por isso que vocês podem alterar o voto depois, à medida que a coisa evolua.
Ou deixar pra votar só no final, se quiserem.
Não tem prazo de validade, mas podemos fechar a enquete quando sair a 3ª temporada.

Ver anexo 99773
Eu assisto a série como se os livros nem existissem, deixo tudo que conheço sobre os livros de lado e procuro aproveitar a série, que é boa quando você consegue separar as coisas
 

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