Acho que o ebook que estou lendo falta uns pedaços: ontem tava devagar no serviço e abri uma versão em inglês do Google Books, e tinha u, pedaço que não achei no meu em português: onde o Arthur dizia que se sentia casado com Lucy por ter-lhe doado sangue.
Alguém confirma?
Sim, está no capítulo 13, ou no diário do Dr. Seward do dia 22 de setembro. Inclusive Van Helsing fica rindo histericamente disso depois e volta o tema da poligamia. No final, Lucy não precisou mesmo escolher com quem casar e casou com todo mundo.
Bacana porque nela que acompanhamos a "conexão" de todas as cartas, anotações em diário e notícias em jornais que lemos até agora.
E essa conexão é feita pelo Van Helsing, de longe o melhor personagem do livro (e um dos mais bacanas da literatura de terror e teve
várias caracterizações no cinema) embora eu o ache meio pentelho com aquele costume de não falar as coisas diretamente nem pro coitado do John Seward que fica feito pateta tentando entender o que o holandês fodão quer dizer com todos aqueles
"mein Gott" e arqueamento de sobrancelhas.
Está parecendo cada vez mais que quem "escreveu" o livro foi o Van Helsing, já que ele teve acesso ao diário de Jonathan e a todos os outros documentos. Menos, até agora, ao diário do Dr. Seward, mas talvez mais para a frente este o entregue a Van Helsing, será?
Era uma observação que eu ia fazer em separado, mas aproveitando teu comentário, acho que há muito de Sherlock Holmes em Van Helsing e de Watson no John Seward. Alguém mais acha isso? Inclusive seria um encontro interessante: Sherlock e Drácula. Será que já foi feito? =P
De certa forma, também, isso tem a ver com ele ser médico e representar um certo tipo de ciência, a positivista. Em momento algum ele compartilha informações com a paciente, por exemplo. Como símbolo da ciência ele é o arqui-inimigo perfeito de Dráculo, é o duplo dele, a negação dele etc. Um é o moderno o outro o ante-moderno, um o Ocidente o outro o Oriente (e a gente poderia achar vários "pares" desses) como tinha pensado antes. Daí que ele é "sedutor" também e ninguém consegue resistir às ordens dele, como você tinha dito antes sobre Drácula.
Dito isso, me impressionou um pouco o final do capítulo XIV em que ele conversa com Dr. Seward sobre "acreditar": acreditar no inacreditável, no inexplicável ou como diz John, nas "excentricidades da natureza" ou nas "impossibilidades possíveis". E a questão é sempre de crença, quase de fé, dos outros em Van Helsing... Aliás, essa conversa faz pensar que Drácula é algo que pode ser sobrenatural, mas que pode ser explicado pela ciência no futuro quem sabe. Mesmo sendo positivista, Van Helsing parece ser aberto a outras ciências "ocultas", como mostrou com sua enumeração no capítulo 14.
as caixas que o Drácula trouxe, eram para ele mesmo?
É...
Também não entendi a necessidade do transporte das caixas com terra pelos ciganos e no navio e até o castelo. Pode ser alguma coisa das lendas de vampiros que Stoker pegou, como o alho e o crucifixo, ou pode ser que seja explicado mais para a frente.
Ainda não entendi porque o Drácula virou vampiro
Interessante isso. Apesar de o título do livro ser Drácula, ele praticamente sumiu desde o capítulo 4. Não temos também, até agora, o ponto de vista dele. A história contada desse ponto de vista seria outra e bem interessante também, né? Cadê o diário do Conde Drácula?
Algumas outras coisas:
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Loucura: A loucura está bem presente no livro! Vários personagens duvidam da própria sanidade, a começar por Jonathan. No navio, o marinheiro que escreveu o diário também diz achar que está ficando louco. No capítulo 14 Dr. Seward duvida da sanidade de Van Helsing e da própria etc. Fora toda a questão do asilo e de Renfield. Convenhamos que são vários os acontecimentos fora do "normal", envolvidos aqui, hein?
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Noite: a noite também é o tempo mais presente. Os eventos mais importante acontecem à noite. Apesar de algmas atitudes estranhas de Renfield ao meio-dia. Ainda não sabemos por que isso.
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Vampirismo [ainda não temos essa palavra no livro]
como)
doença contagiosa/vírus: a doença de Lucy tem tudo para ser causada por um vírus, ou algo contagioso, se tirarmos a causa sobrenatural. Não é difícil ver de onde roteiristas e escritores posteriores tiraram a ideia de que vampiros na verdade carregam alguma doença contagiosa. Uma doença que provoca modificações físicas (crescimento dos caninos, perda de sangue, atividade pós-morte, força sobre-humana e rejuvenescimento) e mentais (luxúria?).
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Morto-vivo [Un-dead] (Não-morto?): parece que seria o título dado por Stoker ao livro, segundo nota na minha edição. O que acham dele?
Estou bem atrasado no roteiro, mas pretendo alcançar ele essa semana.