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Cancelamentos/Remoção de homenagens

Pois é o mesmo erro cometido por quem ler Laurentino Gomes, ambos são jornalistas não são historiadores, eles não fazem historiografia, fazem uma análise jornalista de um evento passado, o que os leva sempre a fazerem uma análise positivista de um determinado evento histórico.

Jornalista, médicos e advogados que fazem livros sobre pessoas ou eventos do passado, não sabem trabalhar historicamente, não sabem lidar com as problematicas que se trará ao ler uma documentação, eles não percebem os pequenos detalhes que são necessários quando se olha o passado.

Isso daqui não necessariamente é verdade.
É muito possível que você tenha um jornalista que seja um autodidata no campo da teoria e da metodologia em História e seja capaz de escrever uma análise mais competente que um sujeito qualquer, que por um acaso tem um diploma de historiador na parede.

Isso que você diz é a negação do espírito interdisciplinar advogado, por exemplo, pelos historiadores da Escola dos Annales. Assim como nós incursionamos por outros campos do conhecimento, tomando de empréstimo instrumentos de análise que não são propriamente do nosso campo, um jornalista pode fazer o mesmo e se munir de todo o instrumental teórico-metodológico que o ajude a pensar uma determinada problemática histórica.

Apenas para ficar no nosso quintal, quantos clássicos da historiografia brasileira foram escritos por pessoas que não tinham formação específica em História? Caio Prado Junior, Sergio Buarque de Holanda, Celso Furtado e por aí vai...

Mas claro... aqui estou falando de maneira abstrata, sem entrar no caso específico.

Não critico o Eduardo Bueno, porque nunca li um livro dele. É um vulgarizador - e aqui não uso o termo em um sentido negativo - do conhecimento histórico, que fala e escreve para o público não especializado. Mas isso não necessariamente torna ruim o que ele escreve, nem impede que algo que venha dele possa balizar uma discussão.
 
Última edição:
Não critico o Eduardo Bueno, porque nunca li um livro dele. É um vulgarizador - e aqui não uso o termo em um sentido negativo - do conhecimento histórico, que fala e escreve para o público não especializado. Mas isso não necessariamente torna ruim o que ele escreve, nem impede que algo que venha dele não possa balizar uma discussão.
Pra mim isso é inclusive uma qualidade. Não tem nenhum historiador hoje com a abrangência do Eduardo, com canal de 1mi inscritos, com programa em TV e etc. Ele faz muito leigo se interessar por História, é um baita divulgador de conhecimento sobre Brasil, e sempre indica outras fontes.

É um papel parecido com o Átila Iamarino, que fala de ciência para leigos (claro, com mais propriedade por ser cientista de formação). Essa forma de contar a História de maneira leve é algo que deveria ser mais incentivado.

De livro, só li um, o citado algumas vezes no tópico, e gostei bastante. Mas não sou um historiador, só entusiasta mesmo, meu ramo é sacola de algodão. :lol:
 
Pra mim isso é inclusive uma qualidade. Não tem nenhum historiador hoje com a abrangência do Eduardo, com canal de 1mi inscritos, com programa em TV e etc. Ele faz muito leigo se interessar por História, é um baita divulgador de conhecimento sobre Brasil, e sempre indica outras fontes.

É um papel parecido com o Átila Iamarino, que fala de ciência para leigos (claro, com mais propriedade por ser cientista de formação). Essa forma de contar a História de maneira leve é algo que deveria ser mais incentivado.

De livro, só li um, o citado algumas vezes no tópico, e gostei bastante. Mas não sou um historiador, só entusiasta mesmo, meu ramo é sacola de algodão. :lol:

Esse é um espaço que os historiadores profissionais nunca conseguiram ocupar no Brasil. Tenho um post em que comentei um pouco sobre isso: aqui. Hoje em dia, eu escreveria de outra maneira algumas coisas que estão nesse post, mas mantenho algumas dessas impressões...
Na Argentina, por exemplo, o Felipe Pigna, que é historiador, tem mais de 800 mil seguidores só no Instagram. É um número bastante significativo se você pensa que a população da Argentina, numa conta porca, é quase 1/5 da população brasileira. O cara também tá na televisão, no YouTube, publica livros voltados para o público não especializado e tudo. E os historiadores acadêmicos, claro, torcem o nariz. No Brasil, não temos mesmo a figura do historiador pop. rs

Sobre o Peninha, eu adoro o cara, porque ele é uma figura e também acho importante esse trabalho que ele faz, com canal de História no YouTube e tudo. Mas nunca li nada dele...
 
Já estamos na página 6 e ainda não vi nenhuma prova de que o Borba Gato fosse o monstrão que alegam. Continuaremos acompanhando, na expectativa...
Antigamente o ônus da prova cabia ao acusador, mas hoje a coisa parece meio free style né. De repente mudou e eu não soube. :pipoca:
 
Já estamos na página 6 e ainda não vi nenhuma prova de que o Borba Gato fosse o monstrão que alegam. Continuaremos acompanhando, na expectativa...
Antigamente o ônus da prova cabia ao acusador, mas hoje a coisa parece meio free style né. De repente mudou e eu não soube. :pipoca:
Ah na bolha militante o ônus da prova recai sobre quem tiver mais fama de opressor. Borba Gato era homem, branco, paulista, logo ele é culpado até que se prove o contrário, e mesmo assim vão dizer que as provas foram escritas por homens brancos paulistas, logo não valem de nada.

No facebook entrei numa discussão dessa. Questionaram o fato dos registros terem sido feitos por homens brancos, e não indígenas, logo era tudo mentira. Isso anula absolutamente qualquer discussão, já que não existem registros escritos feitos por índios nessa época. Então se tá escrito que um determinado bandeirante era cruel: é verdade. Se está escrito que um determinado bandeirante era comum: É mentira. Porque hoje em dia levam como verdade apenas o que convêm.
 
Eu acho irrelevante essa discussão sobre a figura do Borba Gato. O monumento não é uma homenagem direta a ele. Tanto faz se é o Borba, o Anhanguera, ou qualquer outro. A intenção desse monumento, e de outros tantos que vão nesse sentido, é homenagear as Bandeiras. O Borba Gato é só uma figura, dentre outras, que representa esse movimento.

Acontece que essa idealização da exploração do território nacional, que posteriormente foi chamada de Bandeiras, é só isso mesmo, uma idealização. São Paulo construiu essa narrativa e pintou alguns quadros pra serem seu heróis, pra tentar chamar pra si alguma relevância no cenário nacional da época. Esses caras nunca foram heróis de nada na sua própria época. Se construir esses símbolos fazia algum sentido quando São Paulo começou a se destacar, hoje não faz mais. E sim, o movimento das bandeiras foi exploratório e foi bem diferente do que foi pintado pelo ufanismo heroico paulista. Por isso esse tipo de homenagem se torna anacrônica hoje em dia. Uma releitura idealizada de um processo histórico que possa ter tido alguma utilidade dentro de um dado contexto, para uma dada classe, mas que não tem mais sentido nem apelo hoje em dia para a maioria da população que vive em regime democrático e que tem direito à representatividade.

Eu concordo com o Mercúcio. O Borba Gato, e mesmo o movimento das Bandeiras, são símbolos muito fracos pra gerar essa comoção toda. Mas, do meu ponto de vista, acho ok quem questiona a idealização desse modelo exploratório (no fim, o que está em jogo é isso, a idealização de um fato histórico, e não o fato histórico em si). Apesar do símbolo ser fraco, ele levanta a bola pra outras questões do modelo exploratório que ainda dá frutos na nossa sociedade. Muito mais estranho pra mim é quem defende com unhas e dentes a incolumidade de uma estátua que representa uma idealização construída em cima de premissas falsas e que já foi ultrapassada. Isso pra mim não faz sentido algum. A troco de que?

Agora, nome de estrada eu acho legal. Pensar que galera passava por ali quando era tudo mato, no facão e lombo de burro, regado a sangue, enquanto hoje a gente tem asfalto, motor a combustão e pedágio.
 
A declaração do rapaz que admitiu a autoria do vandalismo:

"Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres", disse em uma rede social.

Fonte:

Enquanto a gente discutia aqui se Borba Gato havia ou não escravizado índios, a acusação já era de genocídio e abuso de mulheres... :doh:
 

Suplicy de Lacerda: como a UFPR resolveu o impasse de sua “estátua de Borba Gato”​


A Universidade Federal do Paraná tem em frente ao prédio da Reitoria sua própria versão da estátua de Borba Gato. Não da estátua, propriamente, mas da disputa política e histórica que cerca as homenagens a figuras controversas. Assim como o monumento do Bandeirante paulista, o busto de Flávio Suplicy de Lacerda já foi atacado, mais de uma vez, por quem achava que ele não deveria estar ali.

Suplicy de Lacerda foi um engenheiro, professor e político que ocupou cargos de destaque na educação brasileira. Foi reitor da UFPR por 19 anos e ministro da Educação do governo militar do general Castelo Branco, entre abril de 1964 e janeiro de 1966. Ele apoiou a ditadura militar desde o primeiro momento – e trabalhou em prol de suas ideias autoritárias. Foi o protagonista do acordo MEC-Usaid, que queria instalar o ensino pago no país, e promotor do sufocamento das entidades estudantis, através da lei Suplicy.

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Busto de Suplicy de Lacerda derrubado em 1968 e em 2014 (Crédito: Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior)

Com esse currículo, Suplicy de Lacerda virou inimigo do movimento estudantil. Uma inimizade longeva. Seu busto foi derrubado pela primeira vez em maio de 1968 e voltou a cair em abril de 2014, quando o golpe militar completou 50 anos.

Após a segunda derrubada do busto, a universidade, então sob o comando de Zaki Akel, condenou o ato dos estudantes.

“A Reitoria da UFPR lamenta o episódio da retirada do busto em bronze do Reitor Flavio Suplicy de Lacerda de seu pedestal nos jardins do complexo da reitoria e as subsequentes agressões e pichações realizadas por um grupo de manifestantes”, começava a nota do então reitor.

No meio do texto, Zaki admitiu que Suplicy apoiou a ditadura, mas defendeu seu trabalho na universidade.

“Não podemos apagar a história, nem tampouco reescrevê-la. O reitor Flavio Suplicy de Lacerda foi um dos líderes do intenso esforço que resultou na federalização da Universidade do Paraná, contribuindo assim para que tivéssemos a primeira universidade pública e gratuita de nosso Estado”, escreveu.

Após um período de impasse sobre o destino do busto, a Universidade, já com Ricardo Marcelo Fonseca na Reitoria, iniciou um processo de debate sobre qual deveria ser o destino da homenagem ao ex-reitor.

Em 2017 veio a decisão: o Conselho Universitário aprovou um parecer elaborado pela professora Vera Karam de Chueiri, do Direito, que propunha a criação do Museu do Percurso como forma de solucionar o impasse sobre o busto. Assim, problematizada e contextualizada, a homenagem a Suplicy de Lacerda voltou a seu lugar.

O Museu se propõe a confrontar a história “sem ocultar, fraturar ou dissimular os fatos, mas contextualizar e elucidar o passado, os atores e o patrimônio histórico e artístico tombado da UFPR”. São quatro marcos: o Edifício José Munhoz de Mello (a antiga sede da Polícia Federal, na Rua Ubaldino do Amaral, marcada por atos duros de repressão do regime militar). O segundo, o busto do professor Flavio Suplicy de Lacerda. O terceiro é o Edifício D. Pedro II (ao lado do prédio da Reitoria), onde foi instalado um marco lembrando o histórico cerco promovido pelos estudantes em protesto contra a ditadura, em 1968. E o quarto é um busto homenageando o advogado e ex-professor da UFPR, cassado pela ditadura militar em 1964, José Rodrigues Vieira Netto, instalado no prédio histórico da UFPR, na praça santos Andrade.

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Busto do professor Vieira Netto, instalado em 2020 como parte do Museu do Percurso (Foto: Sucom/UFPR)

Em cada um desses marcos, há documentos que podem ser acessados pela comunidade, através de um QR CODE fixado em cada um destes monumentos, com as informações históricas destes marcos.

 
Eu vi umas três pessoas também desqualificando o Peninha dessa forma, ao mesmo tempo que não apresentam nada "contra" o Borba Gato além do raciocínio de que "se ele era branco, ele era cruel". O cito por não ter não ter lido mais nada que cite o Borba de forma nominalmente além desse livro, muito menos algo que o condene como um "genocida, abusador e escravagista" como estão gritando aos quatro cantos.

E de qualquer forma os livros dele são cheios de fontes também, e tudo que vejo contra o autor são críticas ao seu comportamento pessoal, não incoerências ou mentiras ditas nos livros.


Sim, é possível que ele tenha ido com outros homens para as matas, mas esses mesmos homens que não são citados poderiam ser inclusive mestiços, bem comum entre os paulistas da época. A gente simplesmente não tem material o suficiente pra constatar nada além do citado acima, a não ser que você tenha fontes que eu não encontrei.

Acho bem difícil ele ter se juntado a jesuítas, paulistas e a ordem jesuíta não se davam, né? Inclusive boa parte das fontes que registram a crueldade de bandeirantes vêm de jesuítas, que estão bem longe de serem imparciais nos relatos.

Quanto à domesticação ser escravidão, como disse em outra mensagem acima (da entrevista do Eduardo à Folha) esse povo indígena não era considerado "bom" para escravidão, pelo comportamento deles inclusive. Como o Peninha mesmo disse, é bem provável que o Borba escravizasse algum índio se lhe fosse conveniente para sua vida, mas nada em sua biografia indica que ele tenha de fato feito isso. Então fica bem complicado a gente cravar que ele fez algo só porque ele "poderia" ter feito, concorda?

Quando você olha essas fontes todas, só passa a impressão do paulista ter sido muito mais um explorador, no sentido de buscar riquezas minerais, do que qualquer outra coisa. E para o contexto da época isso tá longe de ser o suficiente para condená-lo de qualquer forma, o único crime registrado foi contra um representante da Coroa, perdoado posteriormente pela mesma Coroa, em troca de mapas.

Concordo com tudo que disse, e seria muito bom se as pessoas realmente enxergassem assim, pois nessa narrativa toda só vemos uma coisa dita: Brancos malvadões, índios bonzinhos. Todos tinham interesses, ambições e desafetos, por isso tivemos tantas alianças e guerras entre diferentes povos indígenas e portugueses, inclusive contra outros estrangeiros como Franceses no RJ e Holandeses em PE.

E aí volto ao que disse antes, sobre a colonização portuguesa ser menos agressiva do que outras que vimos na América, até pelo fato de termos poucos portugueses vindo viver no Brasil em comparação com Inglaterra e Espanha, e também levando em consideração seu tamanho absurdo, e por isso sempre buscou uma cooperação com nativos. Claro que em vários momentos de forma bem cruel, escravizando quem não colaborasse, ou de forma que também é condenação, levando "a civilização" para eles por meio de conversões e doutrinações mesmo. Mas também houve uma absorção de milhares de índios à sociedade colonial, e onde isso mais ocorreu foi no planalto paulista, que era aonde menos portugueses iam devido à dificuldade de passar pela Serra do Mar, diferentemente de colônias no nordeste que prosperavam com enormes plantações e engenhos. Essas vilas de São Paulo, Santo André da Borda do Campo, Santana de Parnaíba e outras que se tornaram a base para a expansão para o interior da colônia eram cheias de miscigenação, de nativos convivendo e criando uma cultura própria com direito a idioma único que durou por muitos anos.

Enfim. Fora isso não mais muito a ser dito, Mercúcio matou a pau a questão.
Eu não falei nada sobre a pessoa do Eduardo Bueno so falei que ele é jornalista e como tal é de praxe que eles não façam em sua grande maioria historiografia de maneira adequada, eles falam apenas sobre biografias ou crônicas positivistas, e nisto eles praticamente fazem uma defesa ou ataque a uma figura ou evento.

E sim os índios eram escravizados pelos portugueses de todo modo, essa questão do “bom” para escravidão é usada por conveniência pela crônicas feitas por senhores de engenho, que queriam mais escravizados negros.

Para ficar mais fácil de entender havia uma serie de problemática quando se tratava de escravizar indígenas:

  • Os jesuítas acreditavam que eles tinha que ser catequizados e isso é era um empecilho que frustrava os bandeirantes, uma vez catequisados eles saberiam como se defendem em palavras portuguesa de seus captores, pois a igreja e a coroa os puniam quando eles adentravam nas aldeias que os jesuítas estavam;
  • Os indígenas não queriam ser escravizados, eles lutavam pegavam em armas, resistam a tudo custo, o que levava a uma grande perda de mão de obra (índios mortos);
  • Os indígenas conheciam as matas, quando os mesmos eram escravizados, ele tentavam fugir e as fugas eram muitas, e os que fugiam voltavam as vezes com guerreiros e atacam os lugares para libertar outros escravizados
  • Os negros escravizados, saiam mais caros, mas não conseguiam fugir ou se rebelar com facilidade, por que: Eram de vários povos, que podiam ser inimigos, e não se ajudavam, e era difícil se comunicar com tantas línguas diferentes e eles não conheciam as matas, o que dificultava as fugas
Borba não foi perdoado por causa de mapa de uma localização, e sim das jazidas de ouro, ele não utilizou dessa manobra para ganhar o perdão da coroa como também varias condecorações.

Na verdade essa história que no brasil os portugueses fizeram a colonização menos agressiva é balela que a família real vem falando desde que pois os pés no Brasil, eles massacravam a torto e a direito, varias revoltas eram nativistas aconteciam e temos relatos de poucas delas, e a coroa mandava decapitar, esquartejar, queimar, enforcar em praça pública, não se esqueça que aqui a inquisição espanhola atuava livremente, e existe varias documentações das barbarias cometidas por aqui, o tombo do porto deve ter varias documentações sobre isso.

Essa história de miscigenação passiva não é de toda verdade, os mestiços em grande maioria são frutos de estupros cometidos pelos portugueses, sejam nas mulheres indígenas ou negras, veja como exemplo as escravas brancas a qual o romance escrava Isaura se utiliza.
Isso daqui não necessariamente é verdade.
É muito possível que você tenha um jornalista que seja um autodidata no campo da teoria e da metodologia em História e seja capaz de escrever uma análise mais competente que um sujeito qualquer, que por um acaso tem um diploma de historiador na parede.

Isso que você diz é a negação do espírito interdisciplinar advogado, por exemplo, pelos historiadores da Escola dos Annales. Assim como nós incursionamos por outros campos do conhecimento, tomando de empréstimo instrumentos de análise que não são propriamente do nosso campo, um jornalista pode fazer o mesmo e se munir de todo o instrumental teórico-metodológico que o ajude a pensar uma determinada problemática histórica.

Apenas para ficar no nosso quintal, quantos clássicos da historiografia brasileira foram escritos por pessoas que não tinham formação específica em História? Caio Prado Junior, Sergio Buarque de Holanda, Celso Furtado e por aí vai...

Mas claro... aqui estou falando de maneira abstrata, sem entrar no caso específico.

Não critico o Eduardo Bueno, porque nunca li um livro dele. É um vulgarizador - e aqui não uso o termo em um sentido negativo - do conhecimento histórico, que fala e escreve para o público não especializado. Mas isso não necessariamente torna ruim o que ele escreve, nem impede que algo que venha dele possa balizar uma discussão.
Sim concordo alguns profissionais de outras áreas consegue abarca a interdisciplinaridade e trabalham melhor que muito historiador. Mas em sua maioria ele não consegue fazer isso para além da prática da teoria, mas quando se trata de analisar uma fonte que não é contemporânea, no caso passa de no mínimo de uns 100 ou 50 anos para trás, eles simplesmente não fazem o trabalho em sua completude.

Podemos pegar o fato atual por exemplo do Trump, falando das fraudes eleitorais, os jornalistas procuram diversas fontes para tratar de um determinado ponto para poder não só mostrar um ponto de vista de uma única pessoa, mas quando esse mesmo profissional acha uma fonte de uns 100 anos atrás, simplesmente esquece como se deve olhar para um documento e o trata como se fosse realidade absoluta do momento, como se ninguém tivesse debatido o assunto.​

Pra mim isso é inclusive uma qualidade. Não tem nenhum historiador hoje com a abrangência do Eduardo, com canal de 1mi inscritos, com programa em TV e etc. Ele faz muito leigo se interessar por História, é um baita divulgador de conhecimento sobre Brasil, e sempre indica outras fontes.

É um papel parecido com o Átila Iamarino, que fala de ciência para leigos (claro, com mais propriedade por ser cientista de formação). Essa forma de contar a História de maneira leve é algo que deveria ser mais incentivado.

De livro, só li um, o citado algumas vezes no tópico, e gostei bastante. Mas não sou um historiador, só entusiasta mesmo, meu ramo é sacola de algodão. :lol:
Na verdade existem vários historiadores fazendo vídeos para o publico geral que tem muitos escritos, mas infelizmente devido as bolhas das redes sociais você não deve conhecer, eu mesma só soube da existência do Eduardo Bueno esse ano quando furei milha bolha procurando uns vídeos sobre a guerra do Paraguai que eu pudesse usar. E sim tem muitos não historiadores que tomam todo cuidado fazendo muita pesquisa, e fazem um bom trabalho educando através do entretenimento.

Por exemplo no canal que o atila participa o nerdologia tem o Filipe Figueredo

Tem também o Leandro karnal que aparece na tv toda semana.

Tem vários canais que falam de historia de maneira descontraída, como eu disse são as malditas bolhas

Imperiosad adoro quando as historias sempre se desenrolam para mantem todos, mesmo quando não matam todos. :lol:

Cinehistoria

Leitura ObrigaHISTÓRIA

Historia e tu

Ah na bolha militante o ônus da prova recai sobre quem tiver mais fama de opressor. Borba Gato era homem, branco, paulista, logo ele é culpado até que se prove o contrário, e mesmo assim vão dizer que as provas foram escritas por homens brancos paulistas, logo não valem de nada.

No facebook entrei numa discussão dessa. Questionaram o fato dos registros terem sido feitos por homens brancos, e não indígenas, logo era tudo mentira. Isso anula absolutamente qualquer discussão, já que não existem registros escritos feitos por índios nessa época. Então se tá escrito que um determinado bandeirante era cruel: é verdade. Se está escrito que um determinado bandeirante era comum: É mentira. Porque hoje em dia levam como verdade apenas o que convêm.

Quanto ao termos um ponto de vista que Borba não era mal ou não, é só pegar um livro de história focado nos bandeirantes que não tenha ponto de vista positivista, e pudesse ver o outro lado da moeda, infelizmente não tenho agora tempo para buscar fontes sobre estudos mais aprofundados, até porque eu sou medievalista e história do Brasil é meu ponto fraco por isso o tempo, mas posso novamente elencar a sua fonte, que o Eduardo Bueno deve ter usado, um colega me falou que vinha do livro Relatos Sertanistas do Afonso de Taunay, esta disponível em domino publico pela biblioteca nacional se você quiser lê-lo.

Esse livro foi feita para enaltecer a figuras dos bandeirantes, ele por vários momentos de seu relato ele suaviza as perversidades que eles falam, ou seja se pegarmos apenas ele como fonte, o que é errado, temos apenas os lado positivos dos bandeirantes, e sim eu li algumas parte do livro, nele há um breve capitulo sobre o Borba, mas nada focado para além do episodio da briga e da fuga e do retorno e do perdão, ele apenas elenca um lado da história.

E quanto a termos, as vezes a apenas um ponto de vista, é um problema que temos em muitos casos se depara com a alfabetização, no Brasil ela só foi obrigatório, se me lembro bem depois da constituição varguista lá no período do Estado Novo 1933, e ver relatos de pessoas oprimidas fica difícil se elas não conseguem escrever, mas temos maneira de contornar essas problemáticas, podendo encontrar vestígios em outros lugares, as musicas, as histórias contadas pelos antepassados, pinturas, etc, por exemplo quando tratamos de história contemporânea, nos podemos obter informações por meio da oralidade, mas não vou entrar nesses por menores que não é o foco da questão, por isso não podemos ver uma fonte e vê-la como verdade absoluta, isso fica melhor explicando se você quiser saber mais disso no livro o fio e os rastros, do Ginzburg.


Quanto ao fato de derrubar esse monumentos acho um ato falho, devíamos utiliza-los para educar nossa nação, não podemos simplesmente arrancá-los e joga-los ao leu para esquecermos o lado sombrio de nossa história, deveríamos sim, colocar placas informativas como fazemos nos filmes e livros que tem visões perturbadoras, como a Disney faz com seus filmes que colocam alertas em seus filmes:
“Este programa inclui representações negativas e/ou maus tratos de pessoas ou culturas. Estes estereótipos eram incorretos na época e continuam sendo incorretos hoje em dia. Em vez de remover esses conteúdos, queremos reconhecer o impacto nocivo que eles tiveram, aprender com a situação, e despertar conversas para promover um futuro mais inclusivo juntos”.​

Temos que mostra o nosso lado sombrio e dizer em alto som, isso foi errado, nos desculpe, mas agora temos que trabalhar para que ninguém mais faça isso outra vez.​
 
Você está sugerindo para reescrever completamente a História, Jhulha? A partir de qual princípio faria essas alterações? É praticamente impossível escrever qualquer estudo acadêmico de História sem resvalar no historicismo de apontar defeitos passados usando jargões modernos. Ou totalmente ideológicos; onde tudo se resume a opressores e oprimidos, como se toda a humanidade estivesse em um eterno conflito de forças antagônicas.

E não é assim, conflitos têm localização e datas específicas e cabe ao historiador ir atrás dos motivos que a originaram. E isto pode ser um série de pequenos eventos ocorridos em meses ou anos anteriores ao fato.

No caso das estátuas derrubadas, as motivações são puramente política pois, se fosse para levar a sério, os atuais professores de História, a maioria com um pé nas DCE, teriam de vir a público para condenar o vandalismo. Ou só agora se deram conta de que o seu método de ensinar história está errado?
 
Coloca suas fontes de onde saíram o Borba Gato escravagista e abusador de mulheres, Mercúcio. Ma faça passar vergonha e pedir perdão pelo meu racismo cultural. Abra meus olhos, professor. :amem:
 

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