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(nessas que deveriam acabar com a reeleição, né. acabar com essa coisa de sujeito dar essa maquiada em ano de eleição pra ganhar)
não diria que o problema é a reeleição, mas aquela de "foi do mandato passado". Uma vez reeleito, deveria ser considerado continuação do mandato. Pune como se fosse do mesmo. Isso sem contar corrigir a aberração que é o sistema majoritário brasileiro, que é mascarado e mal ensinado para a população.
 
(nessas que deveriam acabar com a reeleição, né. acabar com essa coisa de sujeito dar essa maquiada em ano de eleição pra ganhar)

não diria que o problema é a reeleição, mas aquela de "foi do mandato passado". Uma vez reeleito, deveria ser considerado continuação do mandato. Pune como se fosse do mesmo. Isso sem contar corrigir a aberração que é o sistema majoritário brasileiro, que é mascarado e mal ensinado para a população.

O texto que o Calib linkou fala bem sobre esse aspecto de considerar o mandato como sendo o mesmo. E como o texto também menciona, a Lei de Responsabilidade Fiscal de fato possui disposições que estabelecem restrições especiais para o último ano ou para o último quadrimestre do mandato. Não sei exatamente quanto estas são eficazes, e talvez poderiam haver mais limitações, ou definições mais nítidas, de forma a reduzir a margem de manobra para transgressões fiscais e também a margem interpretativa de encarar estas como algo normal ou não punível.

De todo modo, acho que a LRF funciona razoavelmente bem. Caso contrário, a farra nas contas públicas seria muito maior. O que eu considero crucial, como já mencionei em outro post por aí, é insitucionalizar a aplicação de punições pesadas para quem não é responsável com o dinheiro público.

Fora isso, acho que o mero fim da reeleição não é solução para esses problemas, porque eles existem em duas frentes: o incumbente pode usar a máquina pública para garantir votos e se reeleger; ou ele pode plantar uma bomba relógio na máquina para explodir no colo do adversário político que assumir na sequência.
 
Então, @fcm . Já que pra você melhor pegar um deles do que os 3 então você aceitaria de boa se só investigassem FHC e deixassem Dilma pra lá, né?
Eu não, a Dilma é a presidente, ela que está acabando com o país no momento. O FHC em Higienopólis de boa não altera em nada minha vida. Agora a Dilma destruindo a economia e aumentando impostos está atrapalhando consideravelmente a minha vida e de milhões de brasileiros. Melhor pegar ela entre os 3. Podem pegar o Alckmin também se provarem que ele roubou a merenda da criançada, não me importo com nenhum político, diferente dos petistas não sou torcedor.
 
Então o problema não é o crime em si, e sim ela estar no poder destruindo a economia e aumentando impostos?
 
Dos três, investiga o que tiver mais provas.

Agora, se vocês acreditam que a PF tem provas para investigar o PSDB/FHC/Aécio, mas não o faz por aparelhamento ou viés ideológico, então vocês foram bem burrinhos de ficar repetindo exaustivamente o mantra eleitoral da Dilma em 2014: "no meu governo a PF teve independência para investigar, no meu governo a corrupção é punida, no meu governo não tem engavetador geral da república".

Podre.
 
O texto que o Calib linkou fala bem sobre esse aspecto de considerar o mandato como sendo o mesmo.

Mandato prorrogado/estendido ou reeleita para um novo mandato? Não é questão fechada e bem discutível a interpretação do rapaz.

Uma vez reeleito, deveria ser considerado continuação do mandato. Pune como se fosse do mesmo.
** Posts duplicados combinados **
Dos três, investiga o que tiver mais provas.
Investiga todo mundo,né. Mais ou menos se tiver indícios/provas aí tem que ser pra todos.
 
Mandato prorrogado/estendido ou reeleita para um novo mandato? Não é questão fechada e bem discutível a interpretação do rapaz.

Naturalmente não é questão fechada, visto o auê em torno dela. No entanto, eu achei os argumentos dele bem sólidos, sobretudo nos seguintes trechos:

Ocorre que, se os crimes de responsabilidade só pudessem ser julgados e punidos dentro do próprio mandato, a consequência seria simples: todos seriam inimputáveis e não seria possível julgamento por crimes de responsabilidade relativos a contas irregulares e fraudes ocorridos no último ano do mandato – pois suas contas só seriam apreciadas no ano seguinte, com ele encerrado. Seria uma previsão constitucional que já nasceria com sua eficácia reduzida em 25%. Apenas 3/4 dos anos seriam fiscalizáveis com eficácia.

Se o processo apresentação / apreciação / defesa / julgamento das contas / oferecimento de denúncia de impeachment / processo de admissibilidade / processo de impeachment durasse mais de um ano (e nada indica que duraria menos – e dura mais quanto mais complexos e graves forem as irregularidades, principalmente a fase técnica), essa eficácia cairia para 50%. Ou menos.

Partindo do princípio de que o sistema jurídico é uno, e que as normas devem se harmonizar, como poderia existir uma sequência de regras destinadas a regular a conduta de um ano que, por consequência lógica, seria “infiscalizável”?

Isso não só é absurdo, como uma visão infantil e excessivamente mecanicista do Direito, que ignora as técnicas de integração e interpretação das leis. Ignora mais da metade dos princípios da hermenêutica constitucional, uma das atividades mais elevadas do Direito.
 
O discurso do governo falando em "tempos estranhos" me lembra dos episódios de Angel e Buffy em que eles tinham os tais "dias estranhos". Que não era porque os dias estavam estranhos mas sim porque os protagonistas estavam estranhando todo mundo e refletindo no comportamento deles. Os personagens ficavam presos na relação sadô-masô, girando, dominados e sem governo próprio. Falar com a presidência tem sido como jogar um RPG, com seres artificiais introduzidos e projetados para serem testas de ferro.
 
Foder a economia nunca deveria ser motivo para se impeachionar presidente, mas ocorre. Ocorre porque por mais que seja um processo juridicamente válido, tutelado por disposições constitucionais, saindo do rito e entrando na substância de todos os processos que condicionam a substância do processo-mor, se trata de algo, em substância, eminentemente político. Então não adianta muito ficar discutindo se o crime cometido é menor ou maior que o aspecto político da coisa, o crime pode existir mas é sempre o peso político da questão que conta mais. E em termos de governabilidade o PT naufragou, foram incompetentes, conduziram uma política econômica desastrosa e politicamente o casamento patético com o PMDB deu naquilo que todos sabíamos que ia dar.

Eu era ferrenho defensor da continuidade até poucos meses atrás, dizia que era golpe etc, mas as interceptações das conversas e articulações do Lula, por exemplo, e ainda mais aquele absurdo da nomeação dele como Ministro foram a gota d'água para mim. E olha que eu achei, até o último momento, que essa história era boato, história da carochinha. Aconteceu a nomeação e eu não acreditei. Ainda hoje não consigo acreditar. Não que eu já tivesse muitas esperanças no PT, na honestidade política do governo, mas ainda assim foi um choque, choque de realidade.

Ainda estou aprendendo. É difícil você ser chamado de golpista por antigos camaradas, ser ameaçado de espancamento, ver as pessoas te acusando não só no facebook mas até dentro do coletivo que você trabalha, dentro do partido que você milita. Por isso que, apesar da posição extremamente lúcida do PCB quanto a isso, eu cancelei meu processo de filiação e parei de militar no partido. Mas é um detalhe... O que é importante nisso tudo é saber que não existe nenhum dualismo ao qual você tenha de ficar preso se os seus princípios forem firmes, se a sua análise política for clara, pensada e refletida, se a sua decisão política fundamental for algo que o coloca acima dessas picuinhas de crianças que se matam defendendo tanto a quadrilha do governo quanto a máfia que conduz sua deposição.

Não há dualismo, ainda há espaço para posições firmes e independentes, e que não tem nada a ver com ficar em cima do muro, 'isenção'. Não, uma postura radical e firmemente socialista mas que não deixa de enxergar esse governo pelo que ele é: um pseudo-social-reformismo marcado pelos conchavos com as grandes empresas, banqueiros e empreiteiras milionárias, o ataque frontal e insidioso aos direitos sociais da classe trabalhadora, a dilapidação dos nossos recursos naturais em favor do aprofundamento da MESMA política neoliberal implantada aqui desde pelo menos o governo Collor e, fundamental, a grande paralisia de mobilização, e a letargia mental, o desmoronamento interno de toda combatividade, força de luta e independência política da esquerda brasileira perpetrada pelo PT.

Golpe aqui é o que esse governo tem feito e faz com a classe trabalhadora. Ninguém me verá criticando a efetividade dos programas sociais do lulopetismo mas afirmar que esse governo algum dia foi um governo de esquerda, para os trabalhadores... desculpem, mas... tudo tem limite, até o cinismo e a senvergonhice. Não é. É um governo criminoso e os maiores atingidos por esses crimes não é a classe média, é o trabalhador e os marginalizados. As always...
 
De neoliberal esse governo não tem nada :lol:

A política econômica brasileira é justamente uma tentativa de contornar o "neoliberalismo" com um "capitalismo" de compadres (crony capitalism), isto é, corporativismo, simplesmente. Política de campeões nacionais, pouca liberdade de negócios, país extremamente fechado, políticas fiscais expansionistas... nada de neoliberal nisso. Você até pode argumentar que em algum momento o PT tentou seguir um agenda de cunho mais liberal, enquanto manteve-se razoavelmente dentro da ideia do tripé macroeconômico herdado dos anos 90 (primeiros anos do Lula). Isso tudo, no entanto, foi por água abaixo a partir de 2008 e com a "nova matriz econômica", que intensificou essas medidas que citei acima.
 
Bom, eu sou um merda em economia, você é o mestre aqui.

O que eu não vejo é uma mudança substancial nos paradigmas de desenvolvimento desde os anos 90, talvez, como você mesmo colocou, reformismo capenga de estruturas e mecanismos ultrapassados etc.
 
Bom, eu sou um merda em economia, você é o mestre aqui.

O que eu não vejo é uma mudança substancial nos paradigmas de desenvolvimento desde os anos 90, talvez, como você mesmo colocou, reformismo capenga de estruturas e mecanismos ultrapassados etc.

Acho que sob o governo do PT ocorreram sim duas mudanças:

- Uma tênue, que foi uma expansão dos programas sociais, sobretudo através do Bolsa Família. Digo tênue porque essas ideias já estavam presentes no final do FHC, então não foi algo que surgiu "do nada". Mas foi uma mudança porque foi dada uma ênfase especial nisso (muito embora grande parte do PT fosse contra a ideia do Bolsa Família antes). Enfim, essa mudança tem alguns méritos, sobretudo pelo BF, o que é até quase consensual entre os próprios economistas.

- Uma mais drástica, e pra pior, que é o abandono do tripé macroeconômico (metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário) em nome de uma nova matriz econômica (expansão forçada do crédito, juros artificialmente baixos e controle cambial).

Este segundo é o verdadeiro ponto de inflexão que nos conduziu para a crise (do ponto de vista estritamente econômico). Mas, claro, não agiu sozinho, justamente pela existência de problemas estruturais não resolvidos: baixa produtividade, excesso de burocracia, economia fechada, carga tributária regressiva, só para citar alguns. Ou seja, tu também está correto ao falar que não houve mudanças substanciais. Em qualquer cenário a nova matriz econômica seria uma má ideia. Mas no cenário econômico brasileiro, recheado de problemas graves, ela se tornou uma péssima ideia.
 

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