O PVC tb falou da presunção do RT. E deu a idéia de Parreira como coordenador, Autuori como técnico e Renê Weber pra técnico da sub-20. Boa idéia, aliás.
Flávio Gomes tb fala sobre o assunto. A repercussão disso só aumenta.
O convite era um prêmio ao trabalho. Muricy deu o castigo à presunção
por Paulo Vinicius Coelho
O contrato com o Fluminense é um aspecto do que provocou a negativa de Muricy Ramalho à Seleção Brasileira. Há outro aspecto, relatado no post abaixo. Muricy não sentiu a segurança no projeto da CBF. Uma coisa é ter um acordo para dirigir o Brasil até 2014 e saber o risco de o trabalho não dar certo. Outra coisa é saber que só chegará a 2014 se tudo der certo. Muricy não está nesse nível.
Símbolo disso é a CBF anunciar que divulgaria o nome do novo técnico na sexta-feira e só fazer chegar o convite para o café da manhã da sexta na noite de quinta-feira, depois da vitória do Fluminense sobre o Cruzeiro. Que presunção!
Isso produziu para Ricardo Teixeira a semana mais micada de sua trajetória na CBF, desde a CPI de 2000/2001. Na segunda-feira, disse ao Ministro dos Esportes, Orlando Silva Júnior, que confiava no projeto do estádio Piritubão, em São Paulo, com dinheiro público da prefeitura ou do governo paulista. Na terça, ouviu do governador Alberto Goldman que esse projeto não existe.
Na sexta de manhã, anunciou em rede nacional que Muricy era o novo técnico. Na sexta à tarde, ficou sabendo da recusa do treinador mais vitorioso do Brasil nos últimos cinco anos. Culpa exclusiva de sua presunção.
Muricy sinalizou que a nova Seleção deve ser projetada para 2014 e começar por um projeto claro. Que tenha um coordenador para dar o tom de todas as seleções, da sub-17 à adulta. Que tenha um técnico contratado por seu currículo e por sua trajetória no futebol brasileiro. Que seja Mano Menezes, pelo que fez no Grêmio ou no Corinthians. Ou que seja um projeto que tenha, por exemplo, Parreira coordenador, Autuori técnico Renê Weber técnico da sub-20. Três profissionais que pensam de uma maneira uniforme.
Mas que se tenha um projeto. Muricy deu o sinal. Pena que tenha que dar seu próprio sangue. O convite para que dirigisse a seleção era um prêmio a seu trabalho. Aceitar, ele entendeu, seria um prêmio à presunção.
http://espnbrasil.terra.com.br/paul...+AO+TRABALHO+MURICY+DEU+O+CASTIGO+A+PRESUNCAO
Flavio Gomes -
23/07/2010 - 17:28
ASSIM SE ESCREVE A HISTÓRIA
SÃO PAULO (pausa para a bola) – Pode ser até que a situação seja revertida, nunca se sabe direito o que acontece atrás das cortinas.
Mas a notícia, neste exato instante, é: Muricy Ramalho foi convidado para ser o técnico da seleção brasileira, disse que tinha de falar com o Fluminense antes, porque tem contrato e precisa dar exemplo para os filhos, e o Fluminense não liberou o treinador.
Cagaram na cabeça da CBF. É um dia histórico para o futebol brasileiro.
Durante a Copa, no meu bloguezinho ludopédico, escrevi que seria quase um sonho se as pessoas de bem do futebol brasileiro dissessem “não” à CBF. E não é que aconteceu?
Muricy, se quisesse, iria. Pediria ao Fluminense para liberá-lo, e o clube faria isso. Ninguém iria crucificá-lo por aceitar um cargo tão importante. Mas em vez de mandar um “não” gigantesco na fuça de Ricardo Teixeira, o técnico deixou a decisão para o clube. O efeito é o mesmo. Se Muricy não pediu ao Flu, é porque não faz questão nenhuma de se associar a essa entidade que vive de negociar contratos de patrocínio e negligencia o esporte pelo qual deveria zelar.
Teixeira, que se considera uma espécie de imperador do Brasil, chamou Muricy para conversar sem avisar o Fluminense. Um desrespeito a um clube filiado. Se tivesse agido com um mínimo de civilidade e educação, entraria em contato com o Flu, deve ter o telefone, e solicitaria a licença para fazer um convite ao seu treinador.
Claro que não fez isso. Ontem à noite, deu um estalo e decidiu que seria ele, Muricy, com quem provavelmente nunca tinha conversado antes, porque é um presidente que não vai a estádios, não vive o dia a dia do futebol que se pratica aqui. Muricy atendeu ao chamado, porque ao contrário do que muita gente pensa, é educado e civilizado. Ouviu o que tinha de ouvir e fez o que tinha de fazer: foi falar com aqueles que pagam seus salários.
Seria muito legal se o próximo da lista fizesse o mesmo. A esta altura, não importa a motivação. Talvez o próximo diga “não” por saber que é uma segunda opção; talvez porque não queira ter sua reputação arranhada por se associar a uma entidade incompetente e autoritária. É claro que uma hora ou outra alguém vai aceitar o cargo, e também não se deve criticar quem o fizer, porque afinal é uma seleção brasileira, tem Copa aqui em 2014, é um posto importante, creio que muitos técnicos sonham com isso, e o sonho é mais do que legítimo.
Não importa. Mesmo se o seguinte da fila aceitar incondicionalmente, o ato memorável de Muricy e do Fluminense já está consolidado e jamais será apagado. O mico que Ricardo Teixeira está pagando neste instante não tem preço.
Podia aproveitar e sair de fininho.
http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/2010/07/23/assim-se-escreve-a-historia/