Desculpem, estou com a razão nublada pelo sentimento lulopetista.
Achei que fosse o bolsonarismo que estivesse oferecendo proteção às pessoas de bem, às suas tradições, religião, famílias e crianças contra o comunismo e o gayzismo, que tentasse se beneficiar de uma política de medo e ansiedade da população, promovendo esses aspectos para se realimentar deles.
Achei que fosse o bolsonarismo que apelasse pra um discurso moralista, mas que ao mesmo tempo cagasse para o "politicamente correto".
Achei que fosse o bolsonarismo que explorasse o nacionalismo doentio, que se apropriasse dos símbolos nacionais como símbolos do próprio poder e excluísse o resto que não compactua do mesmo ideal.
Achei que fosse o bolsonarismo que remetesse a um passado glorioso e lendário que nunca existiu, dizendo que foi perdido e que precisa ser retomado.
Achei que fosse o bolsonarismo que reutilizava discursos e lemas da Alemanha nazista.
Achei que fosse o bolsonarismo que se apoiasse num militarismo para passar a ideia de poder.
Achei que fosse o bolsonarismo que atentasse contra os outros poderes da república.
Achei que fosse o bolonarismo que contestasse a lisura do processo eleitoral e promovesse arruaça contra a democracia.
Achei que fosse o bolsonarismo que tentasse transformar instituições de Estado, que a princípio deveriam ser independentes, em instituições leais e subordinadas à sua vontade, interferindo diretamente no seu funcionamento, que aparelhasse o Estado com familiares, amigos, protetores e financiadores, e que substituísse qualquer quadro competente por aliados leais incompetentes.
Achei que fosse o bolsonarismo que promovesse a intolerância e falasse só para um tipo de cidadão, considerado o modelo ideal patriótico, e tivesse todo o resto como um inimigo a ser eliminado.
Achei que fosse o bolsonarismo que se baseasse em um discurso de ódio e violência a tudo que é diferente, que promove o armamento, ameaça, agride e mata opositores.
Achei que fosse o bolsonarismo que exaltasse a tortura e o assassinato.
Achei que fosse o bolsonarismo que tentasse eliminar minorias.
Achei que fosse o bolsonarismo que respondesse a qualquer questionamento indesejado ou não planejado com violência, ódio, agressão, ofensa, mentira ou que apenas interrompesse o questionamento de maneira autoritária.
Achei que fosse o bolsonarismo que apelasse pra imagens do macho alfa, imbrochável e incomível, o patriarca provedor, que cuida dos filhos, a quem a mulher obedece, que promovesse discurso e atitudes misóginas.
Achei que fosse o bolsonarismo que usasse a palavra líder supremo (de preferência armado) pra um chefe executivo de um estado democrático de direito.
Achei que fosse o bolsonarismo que tivesse conexão única e exclusiva com o líder paternalista, sem nenhuma ligação com movimentos partidários, e que seguisse cegamente esse líder e que perpetuasse comportamento de seita entre seus seguidores.
Achei que fosse o bolsonarismo que baseasse todo o seu modus operandi na mentira institucional.
Achei que fosse o bolsonarismo que atacasse a imprensa dia sim e outro também, e que mantivesse seu meio de informação paralelo, que desmontasse institutos científicos de renome para não irem contra sua "verdade", que atacasse a universidade e qualquer local em que há produção de conhecimento e pessoas que o promovam, que negasse fatos e vivesse em sua própria realidade paralela, onde não há espaço para discordância ou crítica.
Que delírio o meu, não? Fui ludibriado pelo Lula, aquele encantador de serpentes, e pelo petismo, o verdadeiro fascismo brasileiro.
Bom, já que não posso falar mal do Lula, que os fascistas vermelhos vão cair de pau em mim, vou começar a apontar críticas aos outros candidatos, como a Simone e o Ciro. Acho que eles aceitam bem as críticas e seus apoiadores reconhecem seu erros, afinal, não sofreram a lavagem cerebral que os petistas sofreram, não é mesmo?