Ana Lovejoy
Administrador
mas já tão passando pano dizendo que tem que ver o contexto, tem que ver todo o vídeo, que clima não é bem isso, que é metáfora, que é..
(etc.)
francamente, eu acho que quem apertou 22 no primeiro turno não deixa de apertar de novo nem que ele apareça de calcinha cheirando cocaína numa igreja (evangélica, pq católica tá em baixa como os vídeos de aparecida já deixaram claro).
o fuscaldo (eu não lembro mais o usuário dele aqui) escreveu um negócio lá no facebook ano passado que está comigo até hoje - e acho que fala muito sobre esses 40 e tanto por cento que continuam votando 22, apesar de tantos apesares de.
vou colar aqui pq ele deixou a publicação em aberto (e tb porque relendo me parece um registro histórico perfeito, já que com tanto gaslight desses putos 2020 e 2021 fica parecendo que foi um passeio na vida das pessoas):
Quando escrevi esse texto, existia dentro de mim uma fagulha de esperança de que, quando os corpos fossem empilhando, as pessoas passassem a mudar de opinião sobre os rumos que o governo tem dado pra essa pandemia por aqui, mas não aconteceu. Pelo contrário, ficou pior.
Então, raciocinando sobre, percebi que defender o Bolsonaro é como fazer um pacto com o demônio: você abdica da sua alma pra defender uma postura indefensável e, cada vez mais que aumenta as mortes, mais distante você fica de se livrar das garras das trevas. Cada vez mais é mais complicado de voltar desse inferno que você se enfiou. Como você vai chegar no seu amigo que teve um pai que morreu pro COVID e falar que se enganou sobre o incentivo que dava a tomar o tal do tratamento precoce? Ou que isolamento não funciona? Como você se desculpa pelo erro que cometeu e matou tantas pessoas?
Não se desculpa. O que te resta ou é continuar a defender junto com a horda de imbecis, ou ficar sozinho e torcer para que o luto amoleça o coração dos demais para que te aceitem de volta.
Nesse dia, 25 de Março do ano passado, Bolsonaro fez um pronunciamento na televisão dizendo que o vírus finalmente tinha chegado e que ele estava tomando todas as medidas possíveis para que o vírus fosse combatido. Como sabemos, não tomou: não comprou as vacinas, gastou milhões em produção de remédio que não funciona (apesar dos avisos de que não funcionava) e prosseguiu fazendo piada com os mortos e desmerecendo as dores de quem ficou por aqui. Naquela altura, não chegávamos ainda a 5 mil infectados e as mortes eram irrisórias, mas já tínhamos visto a devastação que havia causado na Europa e já tínhamos exemplo de como proceder para deter o vírus.
Entretanto, resolvemos escolher o caminho de deixar acontecer. Vimos o que aconteceu na Itália e parece que entendemos como um desafio a fazermos pior. Mais ou menos como aquele seu amigo que, quando você reclama que tá com dor de cabeça, ele inventa uma doença pior pra ele só pra parecer que sofre mais.
Como nação fomos imbecis e subestimamos tudo isso. Em novembro, quando tudo parecia menos pior (não podemos dizer mais calmo), novamente fizeram os alertas de que teríamos mais casos e, novamente, fizemos pouco caso. Atiramos no mensageiro dizendo que tinham pessoas torcendo contra, querendo que ficássemos trancafiados por conta do vírus.
E tudo que os especialistas diziam era apenas: comprem vacinas, vamos fazer a precaução direito ficando em casa, não se aglomerem, podem ter problemas graves decorrentes dessas atitudes. Resultado? Somos, hoje, o país que mais mata de COVID no mundo.
Mesmo há um ano falando, muita gente ainda não entendeu que Lockdown não é pra acabar com o vírus, é pra impedir que ele se replique e dê folga para que os hospitais possam tratar dos doentes; também não entenderam que não existe tratamento precoce e, hoje, já se sabe que esse coquetel de remédios mata; que vacinação tinha que ser imediata assim que estivessem disponíveis, mas não compramos e os estúpidos ridicularizavam falando que poderiam ter efeito colaterais como virar um jacaré.
Pior de tudo é ver o quanto a classe médica é, também, medonhamente imbecil ao continuar insistindo nesse tipo de balela.
Se não entenderam até agora, não acho que vão entender mais. Essas semanas eu tenho tentado, em vão, explicar para as pessoas tudo isso que a galera que não é cega já sabe. O que o mundo já sabe. O que todo mundo sempre soube. Mas, infelizmente, o mito já corrompeu tanto o cérebro dessa galera que qualquer informação que invalide o discurso do genocida parece ofender o cidadão.
Passamos já da época de achar que é apenas incompetência, não tem como ser apenas incompetência. Ninguém pode ser incompetente a esse nível e, se for, não tem como acreditar que um ser humano desse consegue andar e respirar ao mesmo tempo, visto que a dificuldade de fazer as duas operações seria um desafio pro cérebro.
Nesse mesmo texto que escrevi há um ano atrás, vieram imbecis defendendo o Bolsonaro, assim como também vieram pessoas falando que tudo isso era um plano de Deus, que o mundo espiritual tinha um plano pra todas essas mortes, que era uma limpeza que o mundo estava passando. Entenderam? Pra algumas pessoas, o seu amigo ou parente que morreu é sujeira e peso morto na Terra. É assim que esses energúmenos pensam.
Hoje, entrar no Facebook é como ir num cemitério. Instagram parece um obituário. O Twitter é um muro pra lamentações. A tristeza é perpassada por todos que assistem atônitos aos desdobramentos dessa catástrofe que estamos passando.
Se alguém fizer um vídeo em que as fotos de quem morreu de COVID durasse um segundo na tela, quem assistisse demoraria mais de 3 dias pra ver o vídeo inteiro. Esse é o tamanho do nosso buraco.
Dessa forma, vou encerrar esse texto com os mesmos dois parágrafos do texto anterior, mas ajeitando os tempos verbais como um bom exercício de gramática:
Então, a escolha, evidente, passou a ser da população, como sempre: você pagou pra ver e correu o risco de infectar a você e sua família seguindo o que o presidente que, assumidamente, nunca soube de nada (algo que ele repetiu exaustivamente em sua campanha), ou seguiu aquilo que a comunidade científica disse e adotou as recomendações de todos os outros lugares do mundo?
Mas é importante lembrar: caso você, que, assim como Bolsonaro, achava que o mundo estava errado, as pessoas que morreram decorrentes de sua asneira (e que você talvez nem tenha noção) estão na sua conta. É um sangue que você nunca poderá lavar de suas mãos.
Só não repito a frase latina porque ela não tem mais relevância.
(etc.)
francamente, eu acho que quem apertou 22 no primeiro turno não deixa de apertar de novo nem que ele apareça de calcinha cheirando cocaína numa igreja (evangélica, pq católica tá em baixa como os vídeos de aparecida já deixaram claro).
o fuscaldo (eu não lembro mais o usuário dele aqui) escreveu um negócio lá no facebook ano passado que está comigo até hoje - e acho que fala muito sobre esses 40 e tanto por cento que continuam votando 22, apesar de tantos apesares de.
vou colar aqui pq ele deixou a publicação em aberto (e tb porque relendo me parece um registro histórico perfeito, já que com tanto gaslight desses putos 2020 e 2021 fica parecendo que foi um passeio na vida das pessoas):
Quando escrevi esse texto, existia dentro de mim uma fagulha de esperança de que, quando os corpos fossem empilhando, as pessoas passassem a mudar de opinião sobre os rumos que o governo tem dado pra essa pandemia por aqui, mas não aconteceu. Pelo contrário, ficou pior.
Então, raciocinando sobre, percebi que defender o Bolsonaro é como fazer um pacto com o demônio: você abdica da sua alma pra defender uma postura indefensável e, cada vez mais que aumenta as mortes, mais distante você fica de se livrar das garras das trevas. Cada vez mais é mais complicado de voltar desse inferno que você se enfiou. Como você vai chegar no seu amigo que teve um pai que morreu pro COVID e falar que se enganou sobre o incentivo que dava a tomar o tal do tratamento precoce? Ou que isolamento não funciona? Como você se desculpa pelo erro que cometeu e matou tantas pessoas?
Não se desculpa. O que te resta ou é continuar a defender junto com a horda de imbecis, ou ficar sozinho e torcer para que o luto amoleça o coração dos demais para que te aceitem de volta.
Nesse dia, 25 de Março do ano passado, Bolsonaro fez um pronunciamento na televisão dizendo que o vírus finalmente tinha chegado e que ele estava tomando todas as medidas possíveis para que o vírus fosse combatido. Como sabemos, não tomou: não comprou as vacinas, gastou milhões em produção de remédio que não funciona (apesar dos avisos de que não funcionava) e prosseguiu fazendo piada com os mortos e desmerecendo as dores de quem ficou por aqui. Naquela altura, não chegávamos ainda a 5 mil infectados e as mortes eram irrisórias, mas já tínhamos visto a devastação que havia causado na Europa e já tínhamos exemplo de como proceder para deter o vírus.
Entretanto, resolvemos escolher o caminho de deixar acontecer. Vimos o que aconteceu na Itália e parece que entendemos como um desafio a fazermos pior. Mais ou menos como aquele seu amigo que, quando você reclama que tá com dor de cabeça, ele inventa uma doença pior pra ele só pra parecer que sofre mais.
Como nação fomos imbecis e subestimamos tudo isso. Em novembro, quando tudo parecia menos pior (não podemos dizer mais calmo), novamente fizeram os alertas de que teríamos mais casos e, novamente, fizemos pouco caso. Atiramos no mensageiro dizendo que tinham pessoas torcendo contra, querendo que ficássemos trancafiados por conta do vírus.
E tudo que os especialistas diziam era apenas: comprem vacinas, vamos fazer a precaução direito ficando em casa, não se aglomerem, podem ter problemas graves decorrentes dessas atitudes. Resultado? Somos, hoje, o país que mais mata de COVID no mundo.
Mesmo há um ano falando, muita gente ainda não entendeu que Lockdown não é pra acabar com o vírus, é pra impedir que ele se replique e dê folga para que os hospitais possam tratar dos doentes; também não entenderam que não existe tratamento precoce e, hoje, já se sabe que esse coquetel de remédios mata; que vacinação tinha que ser imediata assim que estivessem disponíveis, mas não compramos e os estúpidos ridicularizavam falando que poderiam ter efeito colaterais como virar um jacaré.
Pior de tudo é ver o quanto a classe médica é, também, medonhamente imbecil ao continuar insistindo nesse tipo de balela.
Se não entenderam até agora, não acho que vão entender mais. Essas semanas eu tenho tentado, em vão, explicar para as pessoas tudo isso que a galera que não é cega já sabe. O que o mundo já sabe. O que todo mundo sempre soube. Mas, infelizmente, o mito já corrompeu tanto o cérebro dessa galera que qualquer informação que invalide o discurso do genocida parece ofender o cidadão.
Passamos já da época de achar que é apenas incompetência, não tem como ser apenas incompetência. Ninguém pode ser incompetente a esse nível e, se for, não tem como acreditar que um ser humano desse consegue andar e respirar ao mesmo tempo, visto que a dificuldade de fazer as duas operações seria um desafio pro cérebro.
Nesse mesmo texto que escrevi há um ano atrás, vieram imbecis defendendo o Bolsonaro, assim como também vieram pessoas falando que tudo isso era um plano de Deus, que o mundo espiritual tinha um plano pra todas essas mortes, que era uma limpeza que o mundo estava passando. Entenderam? Pra algumas pessoas, o seu amigo ou parente que morreu é sujeira e peso morto na Terra. É assim que esses energúmenos pensam.
Hoje, entrar no Facebook é como ir num cemitério. Instagram parece um obituário. O Twitter é um muro pra lamentações. A tristeza é perpassada por todos que assistem atônitos aos desdobramentos dessa catástrofe que estamos passando.
Se alguém fizer um vídeo em que as fotos de quem morreu de COVID durasse um segundo na tela, quem assistisse demoraria mais de 3 dias pra ver o vídeo inteiro. Esse é o tamanho do nosso buraco.
Dessa forma, vou encerrar esse texto com os mesmos dois parágrafos do texto anterior, mas ajeitando os tempos verbais como um bom exercício de gramática:
Então, a escolha, evidente, passou a ser da população, como sempre: você pagou pra ver e correu o risco de infectar a você e sua família seguindo o que o presidente que, assumidamente, nunca soube de nada (algo que ele repetiu exaustivamente em sua campanha), ou seguiu aquilo que a comunidade científica disse e adotou as recomendações de todos os outros lugares do mundo?
Mas é importante lembrar: caso você, que, assim como Bolsonaro, achava que o mundo estava errado, as pessoas que morreram decorrentes de sua asneira (e que você talvez nem tenha noção) estão na sua conta. É um sangue que você nunca poderá lavar de suas mãos.
Só não repito a frase latina porque ela não tem mais relevância.