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Lançamentos 2023

Tomaram jeito sim! Algumas traduções do grego, por exemplo, ficaram a cargo de helenistas renomados. Por exemplo a da Poética de Aristóteles, feita pela Maria Aparecida, especialista em Plutarco e Heródoto.

Mesmo quando a tradução está em domínio público, eles têm chamado um especialista para prefaciar e fazer notas. O Paraíso Perdido, por exemplo, com tradução do Lima Leitão, recebeu notas do Fabiano Seixas Fernandes, que tem vários trabalhos acadêmicos sobre Milton.

Aliás, curioso isso, não? Alguns clubes de leitura faraônicos hoje em dia publicam edições luxuosas mas com um acabamento muito amador em relação aos prefácios e às notas; muitas vezes até mesmo em relação às próprias traduções...

é complicado, porque o público em geral não dá muita trela e não tem noção do que significa ter um livro traduzido em mãos, o tanto de gente e trabalho envolvidos. e a coisa acaba se refletindo na publicidade e vira uma ouroboros: o mercado editorial não dá espaço relevante para seus tradutores, o público não enxerga a importância dos tradutores. por exemplo: 2023 e ainda tem editora que faz propaganda de livro novo sem colocar o nome do tradutor.

o lance da martin claret lá no passado, por exemplo, só estourou porque uma tradutora tocou a sirene apontando que eles estavam inventando nomes de tradutores para traduções de outras pessoas. fico feliz que a reformulação da editora não seja só visual (eu já tinha visto umas capas de outros livros e até tive que reler para confirmar que era martin claret mesmo) e tenham começado a cuidar disso com seriedade.

ps: o shade dos clubes de leitura eu perdi, você vai ter que contar a fofoca inteira

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Esse lançamento da Fósforo me chamou a atenção:

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Sinopse:

Neste ensaio biográfico de rara sensibilidade, que já teve os direitos vendidos para dez editoras estrangeiras, o sociólogo e professor José Henrique Bortoluci parte de entrevistas realizadas com seu pai, que durante cinquenta anos foi motorista de caminhão, para retraçar a história recente do país e da própria família. Por meio de uma prosa elegante e afetuosa — que combina depoimentos e anedotas do pai de e seus colegas com referências literárias e reflexões sobre o Brasil —, capítulos marcantes de nosso passado e de nosso presente se revelam pelos olhos de um cidadão comum, que vivenciou a ditadura militar e seus delírios megalomaníacos, como a construção da Rodovia Transamazônica e as marcas violentas da chegada do suposto “progresso” ao interior do país.


Bortoluci tem consciência de que a matéria-prima de sua escrita é composta por camadas, mediada pela memória, pela subjetividade de quem narra, pelo tempo. Mas essa impureza da matéria é justamente a chave para a concisão deste texto que, por nunca falar de uma coisa só, se desdobra em registros e territórios pouco explorados em nossa literatura. A devastação que assola o país também permite que o autor se aproxime de outro assunto doloroso: o câncer que acomete seu pai e o tratamento médico pelo qual ele passa durante a escrita do livro. As marcas no corpo do paciente, assim como as estradas que cortam o país, cicatrizes de um projeto desenvolvimentista que até hoje perdura em nosso imaginário político. A distância que ele percorre com o caminhão também é aquela que foi se abrindo entre seu destino e o do filho, hoje professor universitário.


Além de um feito literário e uma valiosa reflexão histórica e sociológica do país, este livro é também uma tentativa comovente e exitosa de unir novamente os dois caminhos.
_____________________________

Destaques:

“Uma luminosa história social do Brasil, narrada da perspectiva amorosa de um filho acadêmico em confronto com a doença do pai trabalhador.” — João Moreira Salles



O que é meu é um texto primoroso, que nos guia através da história e das estradas desse país, enquanto faz o luto da finitude de um pai. José Henrique Bortoluci se revela um autor cuja sensibilidade e talento só engrandecem ainda mais sua reconhecida trajetória como pesquisador. Arrebatador.” — Vera Iaconelli
 
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208 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-65-5525-120-3
2023 - 1ª edição

Brunetto Latini (c. 1220-1294) foi um literato e político de Florença, dos mais importantes em seu tempo. Conterrâneo e “mestre” de ninguém menos que Dante Alighieri, foi igualmente exilado de sua pátria por razões políticas. É durante o exílio que Brunetto compõe A Retórica, obra em que traduz e comenta minuciosamente trechos do De inventione, do filósofo Marco Túlio Cícero, sobre a arte da retórica. Homem à frente de seu tempo, foi movido por um espírito democratizante que Brunetto se dedicou a traduzir Cícero do latim para o vernáculo florentino, a língua do homem comum, não erudito. Assim, acabou por influenciar o próprio Dante, que depois escreveria algumas de suas principais obras, como a Vida nova, o Convívio e a Comédia, também num registro mais próximo ao vernáculo de sua cidade. Tal como Cícero, Brunetto entende que a retórica deve andar de mãos dadas com a sabedoria, e que apenas líderes dotados de ambas são capazes de conduzir as coisas públicas com discernimento e equidade. A retórica é “a mais importante das ciências do homem, pela sua capacidade de produzir ambientes harmônicos em que prevalece a razão” — do que se depreende o valor não só histórico, mas civilizatório da presente obra. Esta tradução de Emanuel França de Brito, a primeira feita no Brasil, vem acompanhada de notas e de um alentado estudo introdutório do tradutor, professor de língua e literatura italianas na Universidade Federal Fluminense.


Sobre o autor
Brunetto Latini nasceu em Florença por volta de 1220 e morreu na mesma cidade, em 1294. Literato, tradutor e político, foi notário e chanceler de sua cidade até 1260, quando — em missão diplomática na corte de Afonso X de Castela, “o sábio” — foi impedido de voltar a Florença. Exilou-se então na França até 1266, onde compôs A Retórica em italiano e o Tresor, sua obra enciclopédica, em francês. De volta do exílio, ocupou cargos municipais de destaque, tendo sido um dos fiadores da paz entre guelfos e gibelinos, em 1280, e mais tarde eleito Priore, em 1287. Entre outros textos, é autor do Tesoretto, um poema didático-alegórico incompleto, do Favolello, um poema epistolográfico-moral, e da canção S’eo son distretto inamoratamente. Foi definido pelo importante cronista de sua época, Giovanni Villani, como um “iniciador e mestre em instruir os cidadãos de Florença, torná-los desenvoltos no falar bem e em saber guiar e reger nossa república segundo a Política” (Nuova cronica IX 10). A imagem mais famosa de Brunetto a atravessar os séculos é dada pelos versos de seu célebre discípulo Dante Alighieri, que, no canto XV do Inferno de sua Comédia, lhe atribui o mérito de tê-lo ensinado a reconhecer como o homem transforma sua breve presença neste mundo em uma coisa eterna.


Sobre o tradutor
Emanuel França de Brito nasceu no Rio de Janeiro em 1981. É professor de língua e literatura italianas na Universidade Federal Fluminense desde 2017. Graduado em Letras pela Universidade Federal do Paraná (2000-2005), percorreu boa parte de sua trajetória acadêmica na Universidade de São Paulo (2007-2018), com períodos de pesquisa na Università per Stranieri di Siena (2008), na Università di Roma “La Sapienza” (2013-4) e na Università degli Studi di Pisa (2016-7). Traduziu e organizou duas obras de Dante Alighieri: o Convívio (Penguin Classics Companhia das Letras, 2019) e, em parceria com Maurício Santana Dias e Pedro Falleiros Heise, o Inferno (Companhia das Letras, 2021).

Fonte: Editora 34
 
 
Esse lançamento da Fósforo me chamou a atenção:

Ver anexo 96213

Sinopse:

Neste ensaio biográfico de rara sensibilidade, que já teve os direitos vendidos para dez editoras estrangeiras, o sociólogo e professor José Henrique Bortoluci parte de entrevistas realizadas com seu pai, que durante cinquenta anos foi motorista de caminhão, para retraçar a história recente do país e da própria família. Por meio de uma prosa elegante e afetuosa — que combina depoimentos e anedotas do pai de e seus colegas com referências literárias e reflexões sobre o Brasil —, capítulos marcantes de nosso passado e de nosso presente se revelam pelos olhos de um cidadão comum, que vivenciou a ditadura militar e seus delírios megalomaníacos, como a construção da Rodovia Transamazônica e as marcas violentas da chegada do suposto “progresso” ao interior do país.


Bortoluci tem consciência de que a matéria-prima de sua escrita é composta por camadas, mediada pela memória, pela subjetividade de quem narra, pelo tempo. Mas essa impureza da matéria é justamente a chave para a concisão deste texto que, por nunca falar de uma coisa só, se desdobra em registros e territórios pouco explorados em nossa literatura. A devastação que assola o país também permite que o autor se aproxime de outro assunto doloroso: o câncer que acomete seu pai e o tratamento médico pelo qual ele passa durante a escrita do livro. As marcas no corpo do paciente, assim como as estradas que cortam o país, cicatrizes de um projeto desenvolvimentista que até hoje perdura em nosso imaginário político. A distância que ele percorre com o caminhão também é aquela que foi se abrindo entre seu destino e o do filho, hoje professor universitário.


Além de um feito literário e uma valiosa reflexão histórica e sociológica do país, este livro é também uma tentativa comovente e exitosa de unir novamente os dois caminhos.
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Destaques:

“Uma luminosa história social do Brasil, narrada da perspectiva amorosa de um filho acadêmico em confronto com a doença do pai trabalhador.” — João Moreira Salles



O que é meu é um texto primoroso, que nos guia através da história e das estradas desse país, enquanto faz o luto da finitude de um pai. José Henrique Bortoluci se revela um autor cuja sensibilidade e talento só engrandecem ainda mais sua reconhecida trajetória como pesquisador. Arrebatador.” — Vera Iaconelli
Interessante. Lembra o o trabalho de autores como o Didier Eribon.
 
Interessante. Lembra o o trabalho de autores como o Didier Eribon.

Não conheço. Vou pesquisar. :think:
Acho que me identifiquei com a proposta, porque eu mesmo sou filho de caminhoneiro, vários dos meus tios e primos são ou foram caminhoneiros, e eu acabei me formando em História. Em algum momento, certamente irei atrás desse livro. Quando o fizer, comento aqui.
 
Não conheço. Vou pesquisar. :think:
Acho que me identifiquei com a proposta, porque eu mesmo sou filho de caminhoneiro, vários dos meus tios e primos são ou foram caminhoneiros, e eu acabei me formando em História. Em algum momento, certamente irei atrás desse livro. Quando o fizer, comento aqui.
Vai na fé que provavelmente vc gostará da leitura. O Eribon faz parte de uma safra de autores que vieram da classe operária e da periferia, mas que conseguiram ir estudar em grandes centros e, assim, passaram a frequentar os círculos burgueses, abandonando a sua identidade operária original. Porém, por algum motivo, eles voltam às suas origens e começam a refletir sobre isso. No caso do Eribon, ele vem de uma família operária de Reims, estuda na Sorbonne e se torna professor universitário.
 
Última edição:
Vai na fé que provavelmente vc gostará da leitura. O Eribon faz parte de uma safra de autores que vieram da classe operária e da periferia, mas que conseguiriam ir estudar em grandes centros e, assim, passaram a frequentar os círculos burgueses, abandonando a sua identidade operária original. Porém, por algum motivo, eles voltam às suas origens e começam a refletir sobre isso. No caso do Eribon, ele vem de uma família operária de Reims, estuda na Sorbonne e se torna professor universitário.

Muito legal!! Já me interessei. Valeuzão pela dica, Victor!! :g:
 
Se interessar a alguém, está saindo mais um Fausto, pela Autêntica, na tradução portuguesa do João Barrento:

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Fausto, obra-prima da literatura alemã, é um poema trágico, escrito mais para ser lido do que encenado, com versos rimados, numa linguagem flexível e moderna se comparado a outros trabalhos de sua época. Goethe nos brinda com uma variedade e uma precisão de formas poéticas, imagéticas e conceituais, que apelam intencionalmente à imaginação teatral do leitor.

Esta edição traz o poema de Goethe para os dias de hoje. A tradução é de João Barrento, responsável por algumas das mais importantes publicações de autores alemães em língua portuguesa. Sua intenção foi orquestrar um Fausto para o uso atual, o mais fluentemente possível, e que ainda mantivesse a natureza do original. O resultado é uma tradução poeticamente fiel, que mantém a carga simbólica e os efeitos alegóricos trazidos pelo autor, convergindo dicção fluente com a fidelidade formal.

Páginas: 576 • Formato: 16 x 23 cm • Acabamento: Capa Dura • Título original: Faust • ISBN: 9788551307137 • Código: 36566 • Categoria(s): Clássicos, Literatura, Poesia, Teatro • Autêntica Editora • Edição: 1 • Mês/Ano de publicação: 04/2023 • Primeira edição: 04/2023
 
As traduções do João Barrento do alemão para o português costumam manter o grau de complexidade das obras originais — ao menos as da obra de W. Benjamin. Além disso, tenho um amigo que leu essa tradução do Fausto em uma edição portuguesa e também achou bem difícil, dizendo que a da Klabin Segall é bem mais tranquila.
 
Pela prévia, achei a tradução do Barrento fluida. Tenho por mim que a da Segall peca bastante nesse quesito: muitas inversões sintáticas e enxertos para caber na métrica e rimar. É o mesmo problema que me incomoda em suas traduções do teatro clássico francês.
 
Por outro lado, me pareceu que havia ali uns pés quebrados. Ele não está muito rigoroso, mesmo considerando que oscile de propósito entre decas e dodecas (alguns versos me soam como eneassílabos — a menos que a dicção portuguesa atual dê conta de engolir mais sílabas do que eu suponho). Imagino que não seja mesmo fácil conciliar metro e rimas rígidos com fidelidade semântica, sem ao menos recorrer a alguns truques, como o acréscimo de versos ou... as inversões exageradas, caso em que se perde clareza. Outro macete seria, como o Agostinho d'Ornelas, simplesmente adotar o verso branco e sacrificar a rima, mas preservando a musicalidade do metro/ritmo e a clareza da sintaxe (já não lembro de cabeça se neste aspecto ele era bem claro mesmo, mas não tem razão para não sê-lo). Afinal, como dizia Milton, isso de rimar é coisa de língua bárbara :hihihi:
 
A Editora Mnēma vai lançar no próximo mês de abril o livro Rãs, do dramaturgo Aristófanes.
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A tradução, que ficou ao encargo do especialista Tadeu da Costa Andrade (UFBA), vem acompanhada do texto grego e de um detalhado estudo sobre Aristófanes, sua época e a própria peça. Além disso, a tradução é munida de notas de rodapé, que contribuem de modo fundamental para a compreensão da obra.

Alguém sabe informar algo a respeito do tradutor?
 
Só sei que é tradução acadêmica de gente gabaritada e que a Mnema não contrata amadores rs. Não significa que vá te agradar necessariamente. XD
 
Por outro lado, me pareceu que havia ali uns pés quebrados. Ele não está muito rigoroso, mesmo considerando que oscile de propósito entre decas e dodecas (alguns versos me soam como eneassílabos — a menos que a dicção portuguesa atual dê conta de engolir mais sílabas do que eu suponho). Imagino que não seja mesmo fácil conciliar metro e rimas rígidos com fidelidade semântica, sem ao menos recorrer a alguns truques, como o acréscimo de versos ou... as inversões exageradas, caso em que se perde clareza. Outro macete seria, como o Agostinho d'Ornelas, simplesmente adotar o verso branco e sacrificar a rima, mas preservando a musicalidade do metro/ritmo e a clareza da sintaxe (já não lembro de cabeça se neste aspecto ele era bem claro mesmo, mas não tem razão para não sê-lo). Afinal, como dizia Milton, isso de rimar é coisa de língua bárbara :hihihi:
isso é verdade mesmo! até dou um desconto pois traduzir o Fausto integralmente é barra, né? e de todo modo não conheço as minúcias da métrica em Goethe para opinar melhor...

Alguém sabe informar algo a respeito do tradutor?
é uma versão revista da sua dissertação de mestrado.
a tradução é engraçadíssima! muito fluida e seguindo de perto as variações de registro do original. vale muito!
 
A editora Instante está para lançar uma nova edição de "Luísa (quase uma história de amor)", da Maria Adelaide Amaral.

Fotos:

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Sinceramente, não sei o que essa edição traz de novo. O texto de apresentação é do Caio Fernando Abreu. Mas me parece que na edição da Globo, ainda disponível no mercado, consta esse mesmo texto.

Ainda assim, tenho gostado bastante dessa linha editorial da Instante. Eles com frequência trazem autoras que, por qualquer motivo, tenham permanecido à margem¹ ou caíram no esquecimento; dão uma certa atenção ao projeto gráfico das edições², investindo no apelo visual (lombadeiros por toda a parte) e fazem um bom trabalho de divulgação dessas autoras.

Pelo menos pra mim, eles conseguem jogar a isca de maneira bastante efetiva. Já estou com vontade de ler esse livro da Maria Adelaide Amaral.

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¹ A Maria Adelaide não é uma pessoa propriamente "marginal", mas é comumente mais associada à teledramaturgia, né?
² As edições das obras da Carolina Nabuco e da Dinah Silveira de Queiroz são lindíssimas.
 
Vou te falar que minha mão coçou pra pegar as edições da Dinah, lombadeiro que sou.
Mas justamente por ser lombadeiro, acabei não pegando, porque minha estante não comporta mais livro. A não ser que eu comece a esconder as lombadas, o que não pretendo fazer.
#LombadeiroAtéOFim
 

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