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Estaduais têm multa por falta de bola, maratona e final com nome de fruta
Alexandre Sinato e Gustavo Franceschini*
Em São Paulo
Se o clube mandante não leva quatro bolas oficiais, recebe uma multa de R$ 1 mil. Se a renda do jogo não pagar os custos, os dirigentes têm poucos minutos para arrecadar dinheiro. Soma-se a isso uma série de quatro jogos em sete dias, uma final com nome de Taça Açaí, dois jogadores com o mesmo número na camisa... Os campeonatos estaduais que agitam o Brasil nos próximos meses e mexem com muitas torcidas também têm suas curiosidades, beirando o bizarro.
O Maranhense apresenta uma dessas particularidades. Diferentemente da maioria das federações, a entidade local não tem um patrocinador que forneça bolas. Ou seja: cada time deve levar quatro unidades quando for o mandante. Se não fizer isso, é multado em R$ 1 mil, o equivalente a pelo menos dez bolas da marca exigida.
O vizinho Pará não fica atrás. O regulamento deste ano, por exemplo, exige que os titulares usem a numeração de 1 a 11, com uma exceção: o goleiro reserva pode usar o número 1, assim como o dono da posição. E tem mais. As duas primeiras fases do campeonato se chamam Taça Cidade de Belém e Taça Estado do Pará. A gloriosa final, contudo, tem um nome típico e curioso:
Taça Açaí.
Também tem muita correria para adequar formato de disputa ao calendário. O Pernambucano é a prova disso. Basta notar a sequência de jogos do Sport no início do torneio. A equipe rubro-negra encara as quatro partidas iniciais em um intervalo de apenas uma semana. Joga quinta-feira, domingo, terça e quinta de novo. O intervalo de 48 horas entre dois duelos, inclusive, é contra a regulamentação da Fifa.
Os estaduais de Mato Grosso e Tocantins se destacam por outra particularidade. A questão é puramente financeira. Se a arrecadação de uma partida não for suficiente para cobrir todos os custos do jogo, o clube mandante nessas competições precisa assumir o prejuízo. Até aí, nada fora do comum. A diferença é o prazo: o pagamento deve ser imediato, minutos depois do apito final.
“A associação financeiramente mandante terá que efetuar o pagamento do déficit verificado logo após o encerramento da partida sob pena de ficar impedida de continuar na competição”, avisa o regulamento do Matogrossense, em termos muito parecidos aos do Tocantinense.
Mudança de divisão também cria cenários inusitados.
O Baiano, por exemplo, está atrelado à sua versão sub-20. Todos os jogos da base serão preliminares dos profissionais, sempre com tabela casada. Só que a medida acaba com o acesso e o descenso entre os garotos. A queda na divisão profissional vai representar a queda também na sub-20. Os garotos campeões de 2011, portanto, vão à segunda divisão se os marmanjos decepcionarem na categoria principal.
O descenso no Acre é uma ameaça bem pequena. Explica-se: atualmente, a segunda divisão do estado tem apenas dois times, Vasco e Andirá. Se mais nenhuma equipe entrar na disputa, o último colocado da elite faz um triangular com os dois aspirantes. O primeiro sobe e o último amarga a reduzidíssima segundona.
No Estadual do Rio, os campeões do primeiro e do segundo turno já se garantem na elite de 2012. Assim, o campeão da Taça Guanabara, por exemplo, pode perder todos os jogos do segundo turno, mesmo ficando entre os últimos na classificação geral. O risco não vale para quem faturar a Taça Guanabara ou a Taça Rio.
GRANDES SÃO PROTEGIDOS
Em São Paulo, a fase final foi inchada para evitar que os grandes fiquem no caminho: oito classificam para o mata-mata (antes eram quatro).
Tudo porque, no modelo antigo, Corinthians e Palmeiras não conseguiram chegar às semifinais.
Nos últimos anos, só a edição de 2009 teve os quatro grandes decidindo o título. Mas nem só os paulistas usam o expediente.
No Pará, Remo, Paysandu e mais quatro clubes só entram na segunda fase, quando o rebaixamento à segunda divisão já estará definido.
Em Minas, a decisão foi no sentido contrário. Agora, em vez de oito, apenas quatro times avançam para a fase final. "Isso obriga você a se preparar mais. A disputa, com certeza, será maior desde a primeira rodada", avaliou Dorival Jr, técnico do Atlético-MG
OS NOMES DO ALAGOANO
O Campeonato Alagoano tem dez times e, no fundo, é uma mistura de siglas com "famosos". ASA, CRB, CSA e CSE formam a sopa de letrinhas do torneio.
Sport e Corinthians repetem os homônimos de outros Estados. Ipanema lembra a famosa praia carioca.
E Murici remete ao técnico do Fluminense e atual campeão brasileiro (com o perdão do “i” no lugar do “y” no nome de Muricy Ramalho). Os únicos "normais" são Santa Rita e Coruripe.