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Clube de Leitura 12º Livro: O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë)

No original a palavra que ela usa para esse tipo de habitat é "moor" que na Wikipédia aparece como Moorland. Pelo que diz lá, parece que é um terreno ácido, então deve ser difícil de cultivar sim. Mas não impede que seja bonito como nessa imagem:

Heather_moorland_on_the_North_York_Moors.webp
(o verbete)


Gostaria de saber de vocês, o que acham dessa "sofrência" dessas mulheres dos romances antigos em que elas quase morrem, tem ataques febris e etc.
As vezes não consigo comprar esse sentimentalismo forçado.

Continuo gostando do livro, dos personagens e tal, mas acho um pouco surreal o sofrimento e a intensidade dos sentimentos e das doenças e mortes de alguns personagens. Parece que foge um pouco da realidade.
Verdade. A "sofrência" dela foi pelo murro que o Edgar deu no Heathcliff e por ele ter obrigado ela a escolher. O que revela meio a infantilidade da Cathy porque ela não conseguiu escolher: queria ter o cara rico e o cara que amava de verdade. Ela meio que fez uma greve de fome... Depois quando a Nelly diz (meio erroneamente) que o Edgar não está nem aí e que passou o tempo da sofrência dela lendo, aí ela surtou de vez. Mas isso tem a ver com o Romantismo também, como falou o Spartaco.

Mas porque ele resolve casar com a Srta. Linton?
Acho que para se vingar do Edgar, fazendo mal a ela. Parece que ele queria fazer mal a ela e que ela contasse para ele, mas ela se recusou. Depois da rejeição parece que Heathcliff passou a viver só da vingança e aí, no final, quando percebeu que não odiava mais a Catherine e o Earnshaw, enlouqueceu e morreu. Perdeu o sentido da vida.

ele nunca soube que ela queria ajudá-lo a subir na vida ao se casar com o Edgar

Muita gente pode pensar "Nossa, mas ela casou com o Edgar pra ajudar o Heathcliff, altruísta da parte dela " mas você não concorda comigo, que eles poderiam ter batalhado juntos pra conseguir as coisas??
Não sei se isso faz sentido, a ideia de que ela ia ajudar Heathcliff. Parece mais o tipo de mentira que se conta para si mesmo tentando justificar uma escolha que você sabe ser errada. A verdade é que ela não quis empobrecer e casar com o ignorante (quando ela diz que eles seriam "pedintes"). Teve vergonha, orgulho e medo. Sim, eles poderiam ter batalhado, mas ela não quis. É engraçado que ela diz para a Nelly que, pelo amor deles, Heathcliff entenderia essa escolha, mas ele nunca entende e nunca perdoa ela.

Bom, estamos agora iniciando a segunda parte da história, com a morte de Catherine e Hindley e o início da vida adulta dos filhos destes e do casal Isabela e Heathclif.
No meu prefácio diz que alguns críticos veem um contraponto entre as duas partes do livro: na segunda, a segunda geração estaria desfazendo o mal feito na primeira chegando na cena do final feliz entre Cathy e Earnshaw, como disse o fcm, mas a prefaciadora não concorda e diz que não há nenhuma garantia de que os dois mudaram. E eu tendo a concordar com ela. Todo mundo era muito instável ali, então, quem garante que aquele é o final feliz mesmo? Que Cathy não se arrependeria de ter gostado do outro primo bruto ou que ele não se arrependeria de ter cedido a ela? Enfim, é um final meio tenso e em aberto, não totalmente "feliz".

vocês acharam o Morro arrastado?
Não achei não. Talvez dê essa impressão porque desde o segundo capítulo a gente já sabe o que acontece com a maioria dos personagens (todos morrem kkk), então fica restando saber como aconteceu. E eu gostei de O Morro e adoro (o que li de) Jane Austen. Até fiquei pensando nas semelhanças e diferenças entre um Heathcliff e um Sr. Darcy, por exemplo.

Sobre o livro achei meio antí-clímax o casamento final, foi só pra dar alguma coisa certa e alguém ser feliz.
Pois é. Como disse ali em cima, não há nenhuma garantia de que o final tenha sido feliz, não? Com toda a instabilidade daquele povo, rancor e egoísmo também. Uma coisa interessante é que os personagens estão sempre mudando, talvez até de maneira meio inexplicável, como a mudança da Cathy em relação ao primo, a mudança do filho de Heathcliff também, Linton, enfim.
 
Não sei se isso faz sentido, a ideia de que ela ia ajudar Heathcliff. Parece mais o tipo de mentira que se conta para si mesmo tentando justificar uma escolha que você sabe ser errada. A verdade é que ela não quis empobrecer e casar com o ignorante (quando ela diz que eles seriam "pedintes"). Teve vergonha, orgulho e medo. Sim, eles poderiam ter batalhado, mas ela não quis. É engraçado que ela diz para a Nelly que, pelo amor deles, Heathcliff entenderia essa escolha, mas ele nunca entende e nunca perdoa ela.
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Ma é exatamente esse o ponto! "Muita gente pode pensar" que ela foi impulsionada pelo amor que sentia por ele, ou por querê-lo bem. Mas na verdade foi apenas egoismo. Na verdade ela não estava disposta a largar mão de tudo o que ela tinha, pra tentar construir uma vida nova ao lado de Heathcliff.
 
alguém aqui conhece um site, uma loja, ou de alguém que venda a primeira edição brasileira de "o morro dos ventos uivantes"?
 
Não participo do grupo de leitura, mas como AAAAAMMMMMOOOOOO demais esse livro queria deixar aqui uns pitacos. Espero que não tenha problema!

3. Em 1971, a Editora Bruguera lançou o Morro dos Ventos Uivantes, na sua Coleção "Livro Amigo", volume 44, com tradução de Vera Pedroso, acompanhado de uma Notícia Biográfica sobre Ellis Bell e Acton Bell e um Prefácio do Editor, por Charlotte Brontë. Foi editado em convênio com o Instituto Nacional do Livro.

Essa é a versão que eu li, com essa notícia biográfica e tudo. É da minha mãe que me emprestou 2x. Tem capa dura preta com apenas o título em prata e nome da Emily em vermelho. Pena que ele tá meio acabadinho, pq minha mãe não é tão fresca cuidadosa com livros quanto eu.

Só que o da minha mãe é edição do Círculo do Livro (o Círculo era pra ela o que o Submarino é pra mim hoje :lol:), de 1976

Aliás, uma coisa que sempre me intriga quando leio esse livro ou vejo alguma adaptação pro cinema: como vocês imaginam o Heathcliff?
Como é a aparência dele pra vocês?

Sempre imaginei ele com uma pele escura tipo árabe ou cigano.
Mas eu sou apaixonada na versão do Ralph Fiennes.
Como aquela gente da Inglaterra era super branquela, até mais do que eu, chegando a ponto de ser quase transparente... qualquer pessoa só um pouco mais escura era tipo... "ooooohhhhh..."

Quanto à origem dele eu sou bem inocente pra essas coisas e sempre pensei que fosse um garoto muito pobre que o pai da Cathy resolveu ajudar. Talvez um órfão, cujos pais foram amigos de comércio dele, sei lá... O pai da Cathy me parecia ser um bom homem no meio daquele bando de gente doida.

Uma nota na minha edição diz também que o fato de o pai Earnshaw encontrar o menino em Liverpool pode ser uma indicação da autora de que ele pudesse ser irlandês também, por haver grande migração na época. A língua que ele fala e ninguém entende poderia ser irlandês ou a língua dos roma também.
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Depois de ter fotografado e filmado um noivado cigano eu tenho praticamente certeza que era romanez mesmo. Gente, é impossível entender aquilo!

Mas a pergunta que não quer calar: como as leitoras e os leitores de Crepúsculo não gostaram desse livro, gente? Não tem como!

Será que esperavam que Heathcliff se revelasse um vampirão virgem? :think:

Essa é fácil de responder:

1 - queriam romance água com açúcar com final feliz
2 - o livro tem linguagem complexa demais para elas compreenderem. E não to sendo irônica. Vi várias reclamando disso internet afora na época que eles lançaram aquela capa herege. Se não me engano chegaram até a lançar uma versão simplificada. E algumas, pra não admitir que não entenderam, diziam que "é muito chato e dá sono". A maioria largou o livro pela metade e foi ler Fallen, Dezesseis Luas, Sussurro, etc...

tb comentaram que a abordagem do romance pelas duas autoras é tão diferente a ponto de ser quase impossível encontrar alguém que goste, por exemplo, de Morro e Orgulho e Preconceito ao mesmo tempo. bah, eu gosto muuuuito dos dois :3

Quase impossível acho uma afirmação muito absurda.
Amo os 2 igualmente, são meus 2 clássicos favoritos. E conheço gente que também ama os 2. Só não posso dizer que minha mãe é uma delas pq ela ainda não leu O&P.

Embora a abordagem de cada uma seja diferente ambas usaram a literatura - com uma boa dose de ironia, sarcasmo ou cinismo - para criticarem a época em que viviam e as relações interpessoais. A grande diferença é que Jane ironiza com bom humor e uma certa dose de otimismo no final, enquanto Emily é mais soturna, mais séria, mais trágica e pessimista. Mas ambas criticam a sociedade em que viveram com veemência.
Cathy e Isabella são retratos da forma como as meninas e mulheres da alta sociedade da época eram criadas: sem muito conhecimento além da sua própria vizinhança e do seu próprio umbigo, discutindo fofocas o dia todo e se ocupando apenas de mesquinharias.

Cathy em muitos aspectos me lembrou Scarlett O'Hara de E O Vento Levou... principalmente no início do filme, antes da Guerra Civil (ainda não li o livro).
 
Última edição:
Gente, eu estou me sentindo culpada porque parei a releitura de "Jane Eyre" e, para ficar no campo das Brontë, me deu vontade de reler "O vento dos morros uivantes". Será que, relendo o livro da Emily, vou me redimir com a Charlotte?

O fato é que eu não me lembro de praticamente nada do livro. Acho que minha memória decidiu bloqueá-lo por ele ser o livro preferido da Bella (de Crepúsculo). Mas eu li a saga Crepúsculo, neste ano, e os comentários sobre o livro feitos na saga são bastante interessantes (mérito da formação literária da Stephanie Meyer). Além disso, acho que a gótica que existe em mim foi despertada pela quarentena, motivo pelo qual reler "O morro dos ventos uivantes" seria uma boa pedida.

Não consegui encontrar o meu exemplar do livro. Devo ter emprestado para alguém e o livro nunca mais voltou. Fiquei triste, mas dá para encontrar o livro no vasto mundo da internet.
 
Gente, eu estou me sentindo culpada porque parei a releitura de "Jane Eyre" e, para ficar no campo das Brontë, me deu vontade de reler "O vento dos morros uivantes". Será que, relendo o livro da Emily, vou me redimir com a Charlotte?

O fato é que eu não me lembro de praticamente nada do livro. Acho que minha memória decidiu bloqueá-lo por ele ser o livro preferido da Bella (de Crepúsculo). Mas eu li a saga Crepúsculo, neste ano, e os comentários sobre o livro feitos na saga são bastante interessantes (mérito da formação literária da Stephanie Meyer). Além disso, acho que a gótica que existe em mim foi despertada pela quarentena, motivo pelo qual reler "O morro dos ventos uivantes" seria uma boa pedida.

Não consegui encontrar o meu exemplar do livro. Devo ter emprestado para alguém e o livro nunca mais voltou. Fiquei triste, mas dá para encontrar o livro no vasto mundo da internet.
Eu tentei ler esse livro mais de uma vez. Não consegui. Honestamente, não sei qual foi o problema, já li vários livros clássicos, talvez eu tenha de tentar ler de novo. Quem sabe vai, né?
Na amazon tem várias edições físicas e em ebook, se você for adepta do Kindle, tem no Unlimited essa aqui.
 
Eu não assino o kindle unlimited, mas obrigada!

Bora tentar ler, mais uma vez, Dona Moça?
 

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