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A PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE ARDA

Convoca o candidato @Sev., aprovado no Concurso Público 001/2016, de 13/02/2016, que deverá comparecer no Setor de Pessoal da Promotoria de Justiça de Arda, munido de seus documentos pessoais, para depois de cumpridas as exigências legais, tomar posse e exercício.

O não comparecimento dentro de 1 (um) dia da publicação deste, implicará em desistência do candidato, podendo a Promotoria convocar o candidato imediatamente posterior.

Publique-se.
Arda, 13 de fevereiro de 2016


Ainurian
Diretora da Promotoria
 
Última edição por um moderador:
DESPACHO SANEADOR

Determino, nesta data, a realização das seguintes diligências:

1. Extraiam-se dos autos todas as folhas que não correspondem às peças de acusação e defesa já protocolizadas;
2. Intime-se imediatamente o recém-empossado promotor de justiça @Sev. para manifestar aceitação ou recusa formal do quanto expressado pela promotora que subsiste no caso;
3. Investigue-se a hipótese de o "." grafado no início e no fim da mensagem anterior consistir invocação demoníaca.


Após, que retornem os autos para ulterior deliberação.

Mahanáxar, 14 de fevereiro de 2016.
 
Excelentíssimo magistrado, ilustríssimos jurados e demais cidadãos de Arda, vimos aqui com o intuito de responder aos argumentos trazidos pela Defesa, a quem, por sinal, felicitamos pela grandiosa imaginação, e tornar a decisão dos jurados e de nosso juiz mais fácil e justa.

Quando a Defesa contextualizou a situação que trouxe-nos ao julgamento do réu, trouxe-nos nada mais do que tentativas vãs de manipular toda a história desde que Arda ainda era um desejo no coração dos Ainur. Realmente, não podemos e nunca afirmamos enquanto Promotoria que há apenas relações dicotômicas no mundo: bem e mal, heróis e vilões, entre outros. Sabemos que existem nuances e contextos que devem sempre ser analisados e como Promotores de Justiça de Arda sempre nos preocupamos com isso, mas Sauron, nunca em sua história provou-se merecedor dessa preocupação porque simplesmente tudo o que fez e tudo o que foi é mal, é vil, é como seu próprio nome diz, abominável. Precisamos lembrar que estamos num mundo criado por Eru, e concretizado pelos Sagrados, assim, pensar em justiça significa pensar em nosso propósito enquanto criação Dele. Por que Eru nos desejou? Por que Eru nos colocou neste lugar que chamamos de Reino? Foi para que alguém, como a Defesa afirma, tão poderoso quanto Sauron pudesse nos manipular na destruição da obra de nosso Criador?

A defesa, em sua primeira tentativa de corromper nossas mentes, afirma que chamamos a liberdade de traição e perguntou se os Maiar são escravos dos Valar. Não, eles não são. Mas, enquanto criação daquele que é O Mais Alto, os Maiar têm um propósito. Como a Defesa conhece, o réu, como servo de Aulë, era chamado de Mairon, o Admirável, por suas obras. Mais tarde, na Terra-média, ele inclusive utilizou-se de seu dom dado por Eru para dominar os noldor. Sauron havia sido criado para isso! Mas, como seus próprios defensores afirmam,
(Sauron) Teve o desejo de trabalhar com Melkor, pois via nele um senhor maior e mais poderoso, que poderia fazer mais por Arda do que Aulë e suas joias.
Vê-se o quanto o réu menosprezava o desejo de Aulë de fazer tudo para glória dO Primeiro, pois desejava a glória para si mesmo. O réu queria ser mais poderoso do que o seu próprio criador e achou que unir-se àquele que já tinha propósitos malignos seria mais vantajoso para tal objetivo. Isso é crime? Afirmamos que não, mas isso demonstra que desde o início Sauron não era merecedor da misericórdia dos Poderes, pois não os respeitava desde então.

Quando viemos diante de vocês afirmar que o réu foi lugar-tenente de Angband, que transformou Minas Tirith em posto de vigia, que aprisionou elfos e homens livres da Terra-média não negamos que outros, elfos e homens valentes que amavam as luzes de Valinor e o que os Ainur representam, nunca foram senhores de guerra ou fizeram para si postos de vigia e aprisionaram inimigos. O que deixamos claro para vocês foi que o réu nunca possuiu intenções benignas. Lembrem-se que seu senhor, Melkor, desde a Grande Música, tentava destoar dos desejos de Eru. Como alguém que idolatrava seu senhor poderia ter desejos diferentes dos dele? O réu veio para Arda com a intenção de destruí-la, assim como Melkor desejava. Não apenas destruir as obras criadas pelos Ainur, mas a obra do próprio Eru. Tanto é que, quando os filhos de Eru chegaram, o réu como servo de Melkor, fora enviado a eles, junto com sombras e outros espíritos do mal. Sauron colaborou para a corrupção dos primogênitos antes da queda de Angband, quando seu senhor criou os orcs, criaturas feitas à sombra dos elfos e seus futuros inimigos. Além disso, ser um bom comandante de guerra ou qualquer coisa de que o réu se orgulhe, não justifica a imoralidade de seus atos. Como afirmamos anteriormente, ser competente em guerra, nossos homens e elfos também foram, mas eles lutavam por um propósito: a destruição do mal trazida à Terra-média por meio de Melkor, Sauron e seus exércitos. Sauron nunca possuiu por objetivo um bem maior, mas apenas a corrupção e destruição de Arda e dos Filhos de Ilúvatar por sua raiva e inveja deles. Outra acusação da defesa foi a de que os elfos e homens aprisionados por Sauron só o foram porque invadiram seus territórios. É sabido que Sauron sempre teve prazer na tortura e no assassinato dos povos livres e nunca esperou invasores para aprisioná-los e matá-los. Aqueles que buscavam justiça contra Sauron também fizeram prisioneiros e mataram, mas nunca com a maldade que os seguidores de Sauron e o próprio o faziam.

A Defesa afirma que o réu matou Gorlim por nojo diante da traição deste aos seus companheiros. O que a Defesa não nos mostra é que Gorlim foi enfeitiçado pelos seguidores de Sauron e assim, capturado por eles. Num momento de dúvida, cheio de amor e acreditando que havia visto sua mulher em sua casa, fez o que o mais desesperado dos corações faria. Ao ser prometido de que teria sua esposa à salvo, acabou contando a localização de seus companheiros e após, morto pelo próprio Sauron, com imensa crueldade. Sauron enganou Gorlim, que merece nossa compaixão após ter resistido bravamente às artimanhas do réu, caiu em desgraça por sucumbir à ela. A própria Defesa afirma que o réu era
o ser mais poderoso de Arda, a exceção dos Valar
isso demonstra que praticamente nenhuma artimanha sua poderia ser vencida por um simples homem e a traição de Gorlim, então, foi obra do réu.

A Defesa afirma que
abrir mão de servidão dos Valar pela liberdade da Terra-Média não pode ser considerado um crime,
mas o que a Defesa não disse é que nenhuma decisão havia sido tomada. Sauron, como seguidor de Morgoth e após sua derrubada, tinha recebido a chance de ir até Aman para lá receber o julgamento de Manwë. O réu preferiu fugir. A fuga indica que o réu sabia do mal que havia causado e não era inocente de seus atos. A imoralidade de Sauron foi tamanha que ele sentiu-se envergonhado com a possibilidade de receber um julgamento, não apenas por causa da ira de Manwë, mas porque sabia que sua pena seria pequena em meio à atitude de humildade que teria que tomar. Sauron assim assumiu a condição de foragido.

A Defesa afirma que o réu
aceitou povos sob sua bandeira, e homens de Rhûn à Harad o reverenciaram como um grande senhor dos homens,
bem como que o réu
procurou exercer sua filosofia de ordem e prosperidade. Trouxe governo, religião, unidade. Foi um provedor de conhecimento. Tirando povos caçadores e coletores seminômades para agricultores e habitantes de cidades de pedra.
Ser reverenciado não significa ser bom, ser justo, ser correto. Significa encontrar quem se identifica com seu pensamento. Nesse contexto, os homens que o serviam ou eram maus e cruéis ou o faziam por medo. Sabemos que o réu foi servido pelos dois motivos. O réu utilizou seus conhecimentos enquanto espírito de sabedoria para dominar homens e elfos, sem necessariamente mostrar seus desígnios maléficos. O réu, como a própria Defesa disse, era um dos mais poderosos de Arda, assim, naturalmente corrompeu muitos para seu domínio. A Defesa usa o conhecimento dado pelo réu aos povos como justificativa para a inocência deste, mas o que ele fez foi manipulá-los para seus interesses.

O réu, ao contrário do que a Defesa diz para tentar nos manipular, não era um enviado dos Valar. A partir do momento em que decidiu agir contra a vontade dos Valar e rejeitou sua disciplina se tornando um foragido, Sauron não tinha autoridade nenhuma para se nomear dessa maneira. Num mundo justo como desejado por Eru, os mais fortes foram enviados para proteger e encaminhar os mais fracos, não para dominá-los. Sauron, em seu egoísmo e prepotência, ao ver a Terra-média sem a influência direta dos Valar achou que eles não se importavam com ela, e mostrando-se completamente oposto aos desejos de Eru, buscou dominá-los, controlando suas mentes e exercendo poder sobre eles. Que espécie de líder é esse? O Um Anel é a prova máxima de que Sauron não veio à Terra-média lançar as bases da civilização oriental, trazer governo, unidade, abrigo, como a Defesa tenta nos fazer crer, mas veio destruir mais ainda os intentos daqueles que realmente se importavam com os povos, de tal maneira à deixá-los cumprir seus próprios destinos. Sauron não tinha poder sobre os anéis élficos. Os anéis foram criados, sim, por incentivo dele, mas não pertenciam à ele. Aqui, confirmamos que seus intentos ao trazer conhecimento aos povos livres da Terra-média não eram bondosos ou livres de pagamento. Sauron, “o poderoso”, como afirma a Defesa, apenas utilizou novamente seu poder de maneira indevida.

A Defesa disse que o réu ofereceu os anéis aos homens e anões como forma de amizade. O que Sauron fez foi distribuir os anéis àqueles que sabidamente desejavam poderes maiores do que os destinados à sua espécie. Não foi bondade. O réu conhecia os que se submeteriam aos seus desejos e utilizou isso como uma maneira mais fácil de atraí-los para o mal. A Defesa diz que o réu nunca comandou anões da linhagem de Durin, mas sabe-se que todos os anéis causaram maldição aos seus usuários. Para os anões, a cólera e a cobiça foram seu fim; para os homens, a eterna dependência de Sauron no mundo das sombras.

A Defesa afirma que Sauron foi para Númenor como refém para salvar seu povo na Terra-média, que lá apenas praticou liberdade religiosa, que realizou sacrifícios e construiu um templo apenas como exercício da religião praticada. Em primeiro lugar, Sauron foi para Númenor como estratégia para destruir os Altos Homens do Ponente. Sim, ele se utilizou da maldade e prepotência de Ar-Pharazôn, mas não foi à Númenor refém como a Defesa afirma. Liberdade religiosa é uma coisa, apologia à crimes de ódio é outra. Se os numenorianos foram inocentes à ponto de acreditar que Melkor os daria vida eterna, os sacrifícios que realizaram à Melkor matando fiéis devem ser computados ao réu, pois foram incentivados pelo próprio Sauron. Além disso, sacrifícios realmente são comuns em outras religiões, mas amoralidade é diferente de imoralidade, como todos devem saber. Os homens de Númenor não devem ser culpados por não conhecerem a moral nesse caso, ao contrário de Sauron, que manipulando-os os fez acreditar que isso era correto dentro do contexto religioso em que os colocou.

A Defesa afirma que a destruição de Númenor e a retirada de Aman e de Eressëa do alcance dos homens são culpa de Ar-Pharazôn, já julgado nesse tribunal. Quanto à destruição de Númenor realmente já existe jurisdição, mas quanto à retirada de Aman e Eressëa de Arda nada foi dito, assim, mantemos aqui a acusação de que Sauron foi o culpado pela retirada de Aman e Eressëa do alcance dos homens, através da influência sobre Ar-Pharazôn.

A Defesa afirma que Sauron, após sua volta à Terra-média, agiu defendendo-se de uma ofensiva dos povos livres da Terra-média. Sauron, desde o início agiu para manipular esses povos e destruí-los juntamente com Arda, sua terra tão amada. Assim, sua volta à Terra-média e os ataques recebidos, inclusive a destruição de seu Um Anel, nada mais são do que consequências dos males causados por ele mesmo. Sauron não voltou à Terra-média para viver em paz, mas foi uma tentativa que felizmente foi frustrada, de repetir o domínio sobre os homens, através de medo e morte. Os povos livres, que lutaram com tanto afinco contra Sauron é que devem ser louvados.

A história nem sempre é justa. Nem sempre a versão final é a versão verdadeira, como todos já tivemos chances de ver em diversas ocasiões. Entretanto, a história de Sauron e a consequente história de Arda, que sempre teve em Sauron seu algoz, é verdadeira. Sauron deve ser condenado, não apenas pela destruição que causou, mas pela maldade que sempre possuiu. Sua não-condenação resultará em e somente em mais destruição. Sauron, como a própria Defesa disse, é o ser mais poderoso de Arda, à exceção dos Valar, e nós da Promotoria concordamos. Por isso, utilizamos esse argumento da Defesa como nosso argumento chave nessa Réplica: Um espírito de tanto poder não foi criado à toa por Eru, mas para proteção e guia dos Filhos de Eru e todas as criaturas, mas pervertido desde o início com o desejo de ser senhor de Arda, foi o culpado por todos os males causados aqui, primeiro por devoção à Melkor e depois por servir exclusivamente à si mesmo. Lembramo-vos que Sauron foi foragido dos Círculos da Lei anteriormente, e assim, seu julgamento nada mais deve ser do que uma formalidade para enfim, haver justiça e paz em Arda. Relembramo-vos também que não há amor em nenhum ato de Sauron e que de nada vale ser um bom comandante de exército, transmissor de conhecimento e unificador de povos se não houver moral e respeito à Eru e aos Valar.


Sem mais para o momento, ratificamos nosso desejo por justiça e contamos com vossa colaboração.


Ainurian
Sev.
Promotores de Justiça de Arda​
 
Prezados senhores do Juri, meritíssimo juiz e demais espectadores desse julgamento, trazemos aqui nossas saudações e as respostas para a segunda peça da Acusação.

Quando a Defesa contextualizou a situação que trouxe-nos ao julgamento do réu, trouxe-nos nada mais do que tentativas vãs de manipular toda a história desde que Arda ainda era um desejo no coração dos Ainur. Realmente, não podemos e nunca afirmamos enquanto Promotoria que há apenas relações dicotômicas no mundo: bem e mal, heróis e vilões, entre outros. Sabemos que existem nuances e contextos que devem sempre ser analisados e como Promotores de Justiça de Arda sempre nos preocupamos com isso, mas Sauron, nunca em sua história provou-se merecedor dessa preocupação porque simplesmente tudo o que fez e tudo o que foi é mal, é vil, é como seu próprio nome diz, abominável. Precisamos lembrar que estamos num mundo criado por Eru, e concretizado pelos Sagrados, assim, pensar em justiça significa pensar em nosso propósito enquanto criação Dele. Por que Eru nos desejou? Por que Eru nos colocou neste lugar que chamamos de Reino? Foi para que alguém, como a Defesa afirma, tão poderoso quanto Sauron pudesse nos manipular na destruição da obra de nosso Criador?

Eru nos criou já sabendo de todas as nossas ações. Assim como ele criou Sauron como um espírito forte e poderoso já sabendo de suas proezas. Eru em sua onisciência e infinita sabedoria forjou Sauron como esse espírito incrível e indomável. Já sabia que o nosso réu era destinado a grandes feitos. Que ele seria um guia para homens e seres rejeitados pelos seus parentes Ainur. E por isso mesmo o criou. Sauron é só mais uma obra d’Ele.

Quando Eru cria os Ainur, ele deixa claro (mesmo que sutilmente) que as liberdades individuais, a liberdade de pensamento e atitudes dos que se alinharam a Melkor, nada mais são do que ferramentas (aparentemente a contrassenso da intenção de quem até faz o mal) na realização da grande obra que é Arda, e a concretização de sua glória. Em suma, Sauron estava realizando desígnios da grande obra.

Lembrando que nosso réu seria a voz que contradiz e vai de encontro ao comando dos poderes do Oeste. Sabe quem mais foi assim? Ulmo. Pois é, ele que descumpriu as ordens dos Valar para um desígnio maior e em prol dos Noldor assassinos de parentes. A escolha de Sauron em favor de Melkor se deu por isso. Melkor era um furacão destruidor. Sauron seria um artista que tenta mitigar a destruição do vento. Reconstrução através da destruição. Ademais, não havia ordem, lei ou decisão que impedisse a mudança de alinhamento dos Ainur.

Sauron, portanto, estava apenas fazendo o uso de sua liberdade de discordar da visão de ser Criador, sem saber que suas ações refletiam Sua vontade, inclusive gerando consequências imprevisíveis. A acusação também insiste no erro de julgar Sauron por ser, nas palavras da acusação, mal, vil e abominável. Não julgamos alguém por suas características próprias, mas por suas ações e crimes cometidos diretamente. E mais uma vez reforçaremos que a acusação falhou em apontar tais crimes, preferindo acusar supostas falhas de caráter e as intenções do réu.

Não existe aqui crime para exigirem uma punição.

A defesa, em sua primeira tentativa de corromper nossas mentes, afirma que chamamos a liberdade de traição e perguntou se os Maiar são escravos dos Valar. Não, eles não são. Mas, enquanto criação daquele que é O Mais Alto, os Maiar têm um propósito. Como a Defesa conhece, o réu, como servo de Aulë, era chamado de Mairon, o Admirável, por suas obras. Mais tarde, na Terra-média, ele inclusive utilizou-se de seu dom dado por Eru para dominar os noldor. Sauron havia sido criado para isso! Mas, como seus próprios defensores afirmam, (Sauron) Teve o desejo de trabalhar com Melkor, pois via nele um senhor maior e mais poderoso, que poderia fazer mais por Arda do que Aulë e suas joias. Vê-se o quanto o réu menosprezava o desejo de Aulë de fazer tudo para glória dO Primeiro, pois desejava a glória para si mesmo. O réu queria ser mais poderoso do que o seu próprio criador e achou que unir-se àquele que já tinha propósitos malignos seria mais vantajoso para tal objetivo. Isso é crime? Afirmamos que não, mas isso demonstra que desde o início Sauron não era merecedor da misericórdia dos Poderes, pois não os respeitava desde então.

Estamos aqui para julgar ações, não intenções. Intenções não podem ser julgadas. Concordamos com a acusação de que não há crime na escolha de Sauron de trocar Aulë por Melkor.

Em momento algum Sauron demonstra querer superar Aulë. Ele apenas muda seu senhor. Outros maiar fizeram isso. Ossë aceitou o convite para servir Melkor, mas acabou sendo convencido por Uinen a voltar a servir Ulmo. Em nenhum momento Ulmo provocou tsunamis em revolta pela escolha do Maia, o que só reforça que embora exista uma relação de senhorio e vassalagem, Maiar e Valar são livres para constituir essa relação. É dito também que Olórin era um Maia de Manwë, Varda, Irmo e Nienna.

Em suma, não há crime - como a própria acusação admitiu. Pedimos perdão ao Júri pela perda de tempo causada pela acusação.


Quando viemos diante de vocês afirmar que o réu foi lugar-tenente de Angband, que transformou Minas Tirith em posto de vigia, que aprisionou elfos e homens livres da Terra-média não negamos que outros, elfos e homens valentes que amavam as luzes de Valinor e o que os Ainur representam, nunca foram senhores de guerra ou fizeram para si postos de vigia e aprisionaram inimigos. O que deixamos claro para vocês foi que o réu nunca possuiu intenções benignas. Lembrem-se que seu senhor, Melkor, desde a Grande Música, tentava destoar dos desejos de Eru. Como alguém que idolatrava seu senhor poderia ter desejos diferentes dos dele? O réu veio para Arda com a intenção de destruí-la, assim como Melkor desejava. Não apenas destruir as obras criadas pelos Ainur, mas a obra do próprio Eru. Tanto é que, quando os filhos de Eru chegaram, o réu como servo de Melkor, fora enviado a eles, junto com sombras e outros espíritos do mal. Sauron colaborou para a corrupção dos primogênitos antes da queda de Angband, quando seu senhor criou os orcs, criaturas feitas à sombra dos elfos e seus futuros inimigos. Além disso, ser um bom comandante de guerra ou qualquer coisa de que o réu se orgulhe, não justifica a imoralidade de seus atos. Como afirmamos anteriormente, ser competente em guerra, nossos homens e elfos também foram, mas eles lutavam por um propósito: a destruição do mal trazida à Terra-média por meio de Melkor, Sauron e seus exércitos. Sauron nunca possuiu por objetivo um bem maior, mas apenas a corrupção e destruição de Arda e dos Filhos de Ilúvatar por sua raiva e inveja deles. Outra acusação da defesa foi a de que os elfos e homens aprisionados por Sauron só o foram porque invadiram seus territórios. É sabido que Sauron sempre teve prazer na tortura e no assassinato dos povos livres e nunca esperou invasores para aprisioná-los e matá-los. Aqueles que buscavam justiça contra Sauron também fizeram prisioneiros e mataram, mas nunca com a maldade que os seguidores de Sauron e o próprio o faziam.

Em primeiro lugar, voltam a julgar as intenções do réu. Não cansaremos de repetir que esse julgamento é sobre as ações de Sauron. Além disso, mais uma vez acusação se contradiz. Fala que não quer trazer um elemento reducionista da dicotomia Bem x Mal, mas acaba vendo Sauron como tão somente um inimigo malvado dos "heróis" élficos numa situação onde ambos agem da mesma forma. Isso é um insulto a um ser angelical tão complexo e tão cheio de vida como personagem atuante na história de Arda.

A acusação tenta atribuir a Sauron os crimes de Melkor. Não admitiremos esse absurdo nesse julgamento. Melkor tinha vários outros Maiar em suas forças, nunca se colocando ao lado de nenhum deles. Sauron já estava em Angband muito antes de Melkor chegar de Valinor. Nosso réu não fazia ideia do que seu senhor fazia em sua ausência, trabalhou sempre num posto logístico nas hostes de Melkor. Não podemos aqui misturar as acusações. Que a banca da promotoria abra um processo contra Melkor! Não queremos e não iremos responder acusações contra o Vala como responsabilidades do nosso réu. Que cada um responda por suas próprias ações. Isso é totalmente errado. O único que agiu na intenção de deformar e corromper as criaturas já existentes foi Melkor. Sauron nunca teve esse poder. Melkor sim fazia isso: Elfos em Orcs, Ents em Trolls, etc. A acusação quer incumbir ao Réu ter agido como o "cavaleiro de trevas e sombras" que capturava os elfos. Isso é errôneo, desprovido de qualquer relato conclusivo e não há provas de que o réu tenha agido neste sentido.

Sobre ser um lugar-tenente em Angband, ele em momento algum contribuiu direta ou indiretamente na destruição perpetrada pelos Poderes do Oeste. Ele só agiu em postura estritamente defensiva. Quem agiu como meteoros destrutivos ou bombas atômicas foram os imprudentes e amorais Valar que alargaram o grande mar e obliteraram o Norte da Terra-média. Sauron utilizou Angband num sentido estritamente logístico: Reter o maior número de inimigos e Evitar que mais efetivos se dirigissem a Utumno para a luta contra Melkor.

Tol-Sirion foi uma exceção à postura passiva de Sauron na 1ª Era, lembrando que ele agia na logística e não possuía poder decisório. O ataque à Fortaleza foi apenas um processo comum numa guerra escolhida pelos Noldor bonzinhos: Guerra Contínua. O que é dito é que Sauron repeliu a guarnição - inclusive Sauron permitiu a fuga de Orodreth, um príncipe de Nargothrond, de volta ao seu lar. Não existe nenhum relato que trata de mortandade ou tortura dos Noldor na fortaleza. Ele não libertava ninguém, pois não tinha poder decisório. A diferença entre os Noldor e Sauron foi a competência.

Portanto, se a acusação não tem provas, neste ato o réu deve ser considerado inocente.


A Defesa afirma que o réu matou Gorlim por nojo diante da traição deste aos seus companheiros. O que a Defesa não nos mostra é que Gorlim foi enfeitiçado pelos seguidores de Sauron e assim, capturado por eles. Num momento de dúvida, cheio de amor e acreditando que havia visto sua mulher em sua casa, fez o que o mais desesperado dos corações faria. Ao ser prometido de que teria sua esposa à salvo, acabou contando a localização de seus companheiros e após, morto pelo próprio Sauron, com imensa crueldade. Sauron enganou Gorlim, que merece nossa compaixão após ter resistido bravamente às artimanhas do réu, caiu em desgraça por sucumbir à ela. A própria Defesa afirma que o réu era"o ser mais poderoso de Arda, a exceção dos Valar" isso demonstra que praticamente nenhuma artimanha sua poderia ser vencida por um simples homem e a traição de Gorlim, então, foi obra do réu.

Sauron foi apenas inteligente. Viu a fraqueza em seu prisioneiro e a usou para obter uma informação. Um ato de guerra. Atitude parecida teve Elessar, ao capturar Smeagol. Não foi condenado por isso, foi? Gorlim ter cedido e ser responsável pela morte de seus companheiros não é culpa de nosso réu, quando o mesmo apenas usou as ferramentas que possuía para aquela situação.

E o fato de Sauron ser mais poderoso que Gorlim não significa absolutamente nada. O próprio réu foi derrotado por criaturas mais fracas, Elendil e Gil-Galad. E posteriormente derrotado novamente por dois pequenos hobbits. Um contraponto a Gorlim é Húrin, que não cedeu a Melkor, a segunda entidade mais poderosa da história de Ëa, enquanto o seu prisioneiro era apenas um mortal, e essa resistência é reconhecida e admirada pelo mesmo Vala. Gorlim traiu seu povo por querer. Por ser fraco de espírito. Por ser vil e covarde. Os companheiros de Beren foram mortos pela delação de Gorlim, e nada mais do que isso.

A acusação acusa Sauron de matar um homem mentiroso, fraco, covarde e traidor. Dizem que Sauron merece o Vazio por fazer justiça. Por encerrar a vida de um homem desprezível, e ainda executá-lo de maneira rápida, pois a mão que dá a sentença deve cumpri-la. Pensem bem, caros membros do Júri, acreditam que Sauron agiu de maneira errada nessa situação?

Solicitamos a inocência de Sauron nesse caso. Fez justiça e não merece ser punido por isso.

A Defesa afirma que "abrir mão de servidão dos Valar pela liberdade da Terra-Média não pode ser considerado um crime,"mas o que a Defesa não disse é que nenhuma decisão havia sido tomada. Sauron, como seguidor de Morgoth e após sua derrubada, tinha recebido a chance de ir até Aman para lá receber o julgamento de Manwë. O réu preferiu fugir. A fuga indica que o réu sabia do mal que havia causado e não era inocente de seus atos. A imoralidade de Sauron foi tamanha que ele sentiu-se envergonhado com a possibilidade de receber um julgamento, não apenas por causa da ira de Manwë, mas porque sabia que sua pena seria pequena em meio à atitude de humildade que teria que tomar. Sauron assim assumiu a condição de foragido.

Isso que a acusação afirma é uma disputa de aspectos referentes a Moral x Lei e Ordem x Escolha. Ter fugido da possibilidade de ir Valinor para julgamento é algo que não traduz nenhum aspecto de certo ou errado/mal ou bem. A acusação quer, forçosamente, atribuir crimes e intenções malévolas a um ser que quis se esconder. É querer achar qualquer aspecto negativista em qualquer movimento ou ato. Tanto quê o réu passou mais de 1000 anos sem fazer nada. Ficou andando pela desolação da Terra-média. E não houve uma ordem irrestrita dos Valar, do tipo: ou volta para Valinor ou será considerado já condenado se fugir. Isso é presunção de culpa, que eu saiba a acusação não compatibiliza com esse princípio, mas ao contrário disso.

Sauron foi por vontade própria e desistiu por vontade própria. Os Poderes do Oeste nunca convocaram Sauron e, na realidade, abandonaram a Terra-média na Segunda Era. Não podemos chamar nosso réu de fugitivo se de acordo com a própria acusação, nenhuma decisão contra ou a favor dele ocorreu. Ele apenas não quis olhar para seus hipócritas semelhantes de Valinor.

Ou seja, obrigado acusação. Vocês mesmo dizem "nenhuma decisão havia sido tomada". Logo, não existe acusação nenhuma aqui.

A Defesa afirma que o réu "aceitou povos sob sua bandeira, e homens de Rhûn à Harad o reverenciaram como um grande senhor dos homens," bem como que o réu "procurou exercer sua filosofia de ordem e prosperidade. Trouxe governo, religião, unidade. Foi um provedor de conhecimento. Tirando povos caçadores e coletores seminômades para agricultores e habitantes de cidades de pedra." Ser reverenciado não significa ser bom, ser justo, ser correto. Significa encontrar quem se identifica com seu pensamento. Nesse contexto, os homens que o serviam ou eram maus e cruéis ou o faziam por medo. Sabemos que o réu foi servido pelos dois motivos. O réu utilizou seus conhecimentos enquanto espírito de sabedoria para dominar homens e elfos, sem necessariamente mostrar seus desígnios maléficos. O réu, como a própria Defesa disse, era um dos mais poderosos de Arda, assim, naturalmente corrompeu muitos para seu domínio. A Defesa usa o conhecimento dado pelo réu aos povos como justificativa para a inocência deste, mas o que ele fez foi manipulá-los para seus interesses.

Agora a acusação chama todo um povo de cruel ou covarde. Bela atitude. Enquanto isso, não apresentou nenhuma prova ou evidência da manipulação dos povos do Leste e do Sul da Terra-média. Porque não existem provas. Mais uma vez uma associação negativista, de presunção de culpabilidade a qualquer ato do réu. Bem como uma generalização tola e perigosa aos povos que se associaram ao Réu. Sim, ser reverenciado não significa ser bom. Que eu saiba o julgamento aqui não é bem somente sobre a índole de alguém, mas o que ele fez e se ele deve ser ou não condenando. Ademais, o que os homens de Rhûn e Harad viram foi um ser de origem divina lhes tirar da condição pré-histórica que se encontravam e lhes deu tecnologia, ordem, lei, prosperidade etc. Isso se equivale à um arquétipo Prometeico de um ser contrário aos deuses indiferentes aos homens e que lhes traz o conhecimento. O conhecimento per si é totalmente amoral. Não havia necessidade de se utilizar de força ou medo contra os homens ignorantes que foram instruídos. Foram os próprios homens que começaram a hierarquizar suas sociedades de modo a gerarem elites sacerdotais que sustentavam a adoração à Sauron, muito (para os sacerdotes e demais elites) sejam para manter o status quo na sociedade.

Homens seguiram Sauron por interesse deles. Cresceram e prosperaram por Sauron apenas como gratidão a tudo que aprenderam com o maia. Houve reciprocidade. Sauron deu-lhes conhecimento e ganhou vassalagem. Assim como os Valar com os Eldar.

A defesa enxerga que não existe aqui nenhuma acusação clara. Apenas um julgamento de comportamento feito de forma torpe e parcial. Logo, não existe aqui culpabilidade do réu em nada.

O réu, ao contrário do que a Defesa diz para tentar nos manipular, não era um enviado dos Valar. A partir do momento em que decidiu agir contra a vontade dos Valar e rejeitou sua disciplina se tornando um foragido, Sauron não tinha autoridade nenhuma para se nomear dessa maneira. Num mundo justo como desejado por Eru, os mais fortes foram enviados para proteger e encaminhar os mais fracos, não para dominá-los. Sauron, em seu egoísmo e prepotência, ao ver a Terra-média sem a influência direta dos Valar achou que eles não se importavam com ela, e mostrando-se completamente oposto aos desejos de Eru, buscou dominá-los, controlando suas mentes e exercendo poder sobre eles. Que espécie de líder é esse? O Um Anel é a prova máxima de que Sauron não veio à Terra-média lançar as bases da civilização oriental, trazer governo, unidade, abrigo, como a Defesa tenta nos fazer crer, mas veio destruir mais ainda os intentos daqueles que realmente se importavam com os povos, de tal maneira à deixá-los cumprir seus próprios destinos. Sauron não tinha poder sobre os anéis élficos. Os anéis foram criados, sim, por incentivo dele, mas não pertenciam à ele. Aqui, confirmamos que seus intentos ao trazer conhecimento aos povos livres da Terra-média não eram bondosos ou livres de pagamento. Sauron, “o poderoso”, como afirma a Defesa, apenas utilizou novamente seu poder de maneira indevida.

Solicitamos para que desconsiderem o valoração moral que tratam da defesa ao dizer:

O réu, ao contrário do que a Defesa diz para tentar nos manipular.

Utilizar-se de argumento argumentos ad hominem não torna mais robusta o argumento da acusação. Ilúvatar nunca verbalizou nenhuma orientação ditando quais são as normas e morais a serem seguidas. E essa de proteger os mais fracos vai totalmente de encontro aos fatos históricos de Arda. Sempre que os Valar quiseram instruir ou proteger os ditos mais fracos, sempre limitaram os direitos de liberdades: locomoção, expressão, etc. E o resultado nunca foi bom: que o digam Fëanor e os Noldor. Portanto, essa assertiva dita pela acusação de que haveria esse princípio sancionado por Ilúvatar é uma mentira.

A criação dos Anéis do Poder foi uma concessão feita pelo réu. Deu conhecimentos, mas queria uma troca equivalente: controle e união através da força/ciência para os elfos, controle e união através da Fé para os Homens e controle e união através da prosperidade para os Anões. Se ele mentiu ao assumir ser Annatar, isso se deve ao fato de existirem elfos da 1ª era que guerrearam e odiavam todos os servos de Morgoth. A missão de Sauron nunca teria ido para frente se ele revelasse sua identidade. Os elfos nunca teriam fabricado os anéis.

A Defesa disse que o réu ofereceu os anéis aos homens e anões como forma de amizade. O que Sauron fez foi distribuir os anéis àqueles que sabidamente desejavam poderes maiores do que os destinados à sua espécie. Não foi bondade. O réu conhecia os que se submeteriam aos seus desejos e utilizou isso como uma maneira mais fácil de atraí-los para o mal. A Defesa diz que o réu nunca comandou anões da linhagem de Durin, mas sabe-se que todos os anéis causaram maldição aos seus usuários. Para os anões, a cólera e a cobiça foram seu fim; para os homens, a eterna dependência de Sauron no mundo das sombras.

Sauron não era um altruísta. Ele queria algo em troca. É uma atitude egoísta? Talvez. Mas mesmo assim os elfos conseguiram gerar miniaturizações de Valinor na Terra Média: Valfenda e Lórien (Seriam então os Três Anéis um crime contra a Criação, já que elevaram alguns elfos para além do "destino de sua espécie"?). Os anões conseguiram riquezas (como o conseguiram foge da alçada do réu, ele nunca controlou o comércio, dinheiro ou qualquer aspecto monetário). E os homens conseguiram se tornar imortais. A transformação em espectros se deveu a sua própria natureza moral.

O que Sauron propôs ele cumpriu. Homens conseguiram a imortalidade. Anões conseguiram riquezas, elfos criaram lugares onde o brilho de Valinor ainda resplandecia. Tudo graças a Sauron e seus Anéis.

Logo, não existe crime, apenas nosso réu cumprindo o acordo.

A Defesa afirma que Sauron foi para Númenor como refém para salvar seu povo na Terra-média, que lá apenas praticou liberdade religiosa, que realizou sacrifícios e construiu um templo apenas como exercício da religião praticada. Em primeiro lugar, Sauron foi para Númenor como estratégia para destruir os Altos Homens do Ponente. Sim, ele se utilizou da maldade e prepotência de Ar-Pharazôn, mas não foi à Númenor refém como a Defesa afirma. Liberdade religiosa é uma coisa, apologia à crimes de ódio é outra. Se os numenoreanos foram inocentes à ponto de acreditar que Melkor os daria vida eterna, os sacrifícios que realizaram à Melkor matando fiéis devem ser computados ao réu, pois foram incentivados pelo próprio Sauron. Além disso, sacrifícios realmente são comuns em outras religiões, mas amoralidade é diferente de imoralidade, como todos devem saber. Os homens de Númenor não devem ser culpados por não conhecerem a moral nesse caso, ao contrário de Sauron, que manipulando-os os fez acreditar que isso era correto dentro do contexto religioso em que os colocou.

Absurdo!

Está bem claro em todos os registros que Sauron se rendeu a Númenor. Não é possível que levemos a sério mais uma vez a tentativa da acusação de ler e julgar inteções. O fato é: Númenor marchou na Terra-Média buscando a guerra e a queda de Sauron, e o mesmo se rendeu. Sauron avaliou que as forças numenoreanas aniquilariam seus exércitos. Tanto isso é um fato, que quando os numenoreanos chegaram ao litoral de Harad, liderados pro Tar-Ciryatan, Sauron não buscou conflito incialmente. O avanço de Sauron se deu após a forja dos Anéis do Poder e mesmo assim ele não acreditou que venceria os numenoreanos em combate aberto - e por isso ele se entregou. A acusação parece desconhecer os números e o poderio militar dos numenoreanos, mas o povo de Harad conheceu bem essa força avassaladora. Ponto.

Sobre a atitude do nosso réu na Ilha, a acusação novamente tenta colocar em Sauron a culpa pelas atitudes de outros. O réu "instigar" algo não pode significa que ele é o responsável direito pelo desfecho. Os numenoreanos se perderam por seus próprios erros. Antes da chegada do nosso réu Númenor já vivia uma decadência em sue modo de vida. Essa decadência apenas teve continudade e a queda de Númenor ocorreria com ou sem a presença de Sauron.E falando de forma franca e sincera, mesmo que Sauron tivesse feito algo para prejudicar Númenor, qual seria o absurdo? Esse povo atacou a Terra-Média. Atacou povos em faixas litorâneas de forma agressiva e expansiva. Devastou florestas inteiras mandando a madeira para a Ilha. Marchou contra Sauron sem motivo algum. Por que não causar a queda de seu inimigo pela astúcia quando não tem a força para isso? O próprio réu sofreu do mesmo modo quando foi derrotado pela astúcia de Gandalf e sua Sociedade.


A Defesa afirma que a destruição de Númenor e a retirada de Aman e de Eressëa do alcance dos homens são culpa de Ar-Pharazôn, já julgado nesse tribunal. Quanto à destruição de Númenor realmente já existe jurisdição, mas quanto à retirada de Aman e Eressëa de Arda nada foi dito, assim, mantemos aqui a acusação de que Sauron foi o culpado pela retirada de Aman e Eressëa do alcance dos homens, através da influência sobre Ar-Pharazôn.

A destruição de Númenor e a retirada de Aman e Eressëa são ambas consequências de um mesmo ato, feito por um homem já condenado. Qualquer historiador de Arda sabe disso.

A Defesa afirma que Sauron, após sua volta à Terra-média, agiu defendendo-se de uma ofensiva dos povos livres da Terra-média. Sauron, desde o início agiu para manipular esses povos e destruí-los juntamente com Arda, sua terra tão amada. Assim, sua volta à Terra-média e os ataques recebidos, inclusive a destruição de seu Um Anel, nada mais são do que consequências dos males causados por ele mesmo. Sauron não voltou à Terra-média para viver em paz, mas foi uma tentativa que felizmente foi frustrada, de repetir o domínio sobre os homens, através de medo e morte. Os povos livres, que lutaram com tanto afinco contra Sauron é que devem ser louvados.

Nosso réu, assim que retornou para a Terra-Média na Terceira Era começou a reconstruir seu reino. Mas foi atacado, novamente sem diálogo ou negociação, em Dol Guldur. Por sorte e inteligência, já tinha reconstruído sua morada em Mordor, e de lá só atacou após provocado por Gondor. Sauron se uniu novamente a seus fiéis homens do Sul e do Leste, e tentou uma última vez trazer a unidade a todos os povos daquele mundo.

A acusação pede que seu fim seja também um ato condenável. Qual a acusação aqui? Ele ser derrotado?

A história nem sempre é justa. Nem sempre a versão final é a versão verdadeira, como todos já tivemos chances de ver em diversas ocasiões. Entretanto, a história de Sauron e a consequente história de Arda, que sempre teve em Sauron seu algoz, é verdadeira. Sauron deve ser condenado, não apenas pela destruição que causou, mas pela maldade que sempre possuiu. Sua não-condenação resultará em e somente em mais destruição. Sauron, como a própria Defesa disse, é o ser mais poderoso de Arda, à exceção dos Valar, e nós da Promotoria concordamos. Por isso, utilizamos esse argumento da Defesa como nosso argumento chave nessa Réplica: Um espírito de tanto poder não foi criado à toa por Eru, mas para proteção e guia dos Filhos de Eru e todas as criaturas, mas pervertido desde o início com o desejo de ser senhor de Arda, foi o culpado por todos os males causados aqui, primeiro por devoção à Melkor e depois por servir exclusivamente à si mesmo. Lembramo-vos que Sauron foi foragido dos Círculos da Lei anteriormente, e assim, seu julgamento nada mais deve ser do que uma formalidade para enfim, haver justiça e paz em Arda. Relembramo-vos também que não há amor em nenhum ato de Sauron e que de nada vale ser um bom comandante de exército, transmissor de conhecimento e unificador de povos se não houver moral e respeito à Eru e aos Valar. Sem mais para o momento, ratificamos nosso desejo por justiça e contamos com vossa colaboração.

Nós da banca de defesa não queremos prolongar ainda mais nossa peça. Já conseguimos expressar de forma bem clara que nenhuma das acusações feitas contra Sauron tem base jurídica suficiente para condenar o réu, ainda mais para o Vazio, como pede a promotoria.

Um espírito de tanto poder realmente não foi criado à toa por Eru. Sauron veio a Arda com o objetivo de ser um Maia de poder, que partilhou seus poderes e conhecimentos com elfos e homens. Ajudou a criar a civilização oriental. Abriu os olhos do mundo para as crueldades de Númenor. Trouxe progresso para a Terra-Média, e honrou à Eru agindo como mediador do niilismo de Melkor em contraponto á fúria cega e improdutiva dos Valar durante as guerras dos poderes. Sauron, assim como todos os demais Ainur, cantou a canção de Iluvatar. Pedimos licença ao Júri e ao juiz, para citar um trecho de um cronista élfico para que todos aqui possam refletir sobre tudo que foi apresentado por nós:

(...) verás que nenhum tema pode ser tocado sem ter em mim sua fonte mais remota, nem ninguém pode alterar a música contra a minha vontade. E aquele que tentar provará não ser senão meu instrumento na invenção de coisas ainda mais fantásticas, que ele próprio nunca imaginou.

Com base nisso e em tudo que por nós da Defesa foi postado, solicitamos que Sauron seja considerado inocente de todas as acusações.

Obrigado a todos,
@Neithan e @Grimnir.
 
Boa tarde a todos os presentes:
Meu nome é Azakhêl, esposa de Tahûd, do povo de Harad. Meu povo participou da guerra do Anel como aliado de Sauron, mas isso é o que os Gondorianos dizem. Na verdade, fomos astuciosamente manipulados a entrar nessa guerra. é sabido que nós, Haradrim, não nutrimos muita amizade pelos Gondorianos, mas por anos não invadimos suas terras. Até que forças estranhas começaram a agir na nossa terra, lembrando-nos de nosso ódio contra Gondor, mesmo que há muito estivéssemos em paz. E então apareceram emissários do Senhor da Escuridão, com presentes e tributos para nós, e chegaram falando que o Rei de Gondor estava para retornar e aprisionar e escravizar nosso povo, pois ele se lembraria da hostilidade entre nossos povos. Não estaríamos seguros sem nos aliarmos com aquele Senhor da Escuridão, que iludiu nossos líderes (meu marido incluso) a pegar em armas contra Gondor, Rohan e nossa própria raça.

Ora, como eu já disse, já fazia um tempo e nossas mentes estavam estranhamente relembrando sempre desse ódio e sentíamos uma sensação de medo constante. Medo de quê? Não sabíamos, mas sabíamos que estava sempre lá. Quando os homens foram convocados a marchar, começou meu tormento. Fui, junto com outras mulheres, forçada a marchar junto. Seríamos responsáveis por cuidar dos homens nos acampamentos, cozinhando, remendando roupas e armaduras, cuidando dos Mûmakils. Ou era isso que queriam nos fazer acreditar. Na verdade, trabalhávamos o dia inteiro em qualquer coisa que nos mandassem, desde essas tarefas até servir de companhia (se é que me entende) para os chefes do Senhor da Escuridão. Não era permitido conversas muito longas e eu não vi meu marido quase nenhum momento da exaustiva marcha. Comiamos pouco, dormíamos mal e sempre com medo. E todo o tempo nos era dito que a culpa de nosso sofrimento era dos Gondorianos. Mas como poderia ser, se havia decretos do Senhor do Escuro afixados em todos os setores do acampamento permitindo nossas torturas?

Certa feita, já em Mordor, uma mulher foi violada por um orc. Quando reportou a violência a um dos chefes do Senhor do Escuro, este a agrediu novamente e riu dela. Nessa ocasião, eu fui selecionada para cozinhar para os chefes do Senhor do Escuro e presenciei toda a cena que se seguiu: ela tentou fugir. Estava desesperada, ferida, desacreditada. Apesar de eu não a conhecer, pude ver que estava no seu limite. E obviamente foi capturada. A interrogaram por horas, torturaram-na. Descobriram que seu marido e os dois filhos estavam no exército e os convocaram. Mataram primeiro os filhos na frente dela e do marido, depois chamaram o orc que a violou para matar o marido dela. A obrigaram a ver tudo e depois despacharam-na de volta ao serviço. Depois se voltaram para mim e mandaram-me espalhar "entre os servos" o que acontecia em caso de indisciplina e insubordinação. A pobre mulher se envenenou naquela noite, eu soube.
Alguns dos homens tentaram reclamar com os oficiais do Senhor do Escuro, mas foram ameaçados também. Mais pessoas tentavam fugir e mais pessoas, famílias inteiras às vezes, eram mortas. Até que aconteceu comigo.

Eu era responsável pelas cozinhas do acampamento em Mordor, não só dos Haradrim, mas também dos orcs e outros povos. Era frequentemente assediada de diversas formas e aguentava calada. Não poderia suportar ver meu marido morrer. E eu tinha uma filha pequena que ficara em Harad. Bem, certa feita, um dos chefes do Senhor do Escuro quase me violou (àquela altura, acontecia o tempo todo - orcs, outros homens, os chefes do Senhor do Escuro, qualquer um estava livre para fazer o que bem entendesse conosco). Digo quase porque, por algum milagre, ele não conseguiu concluir o ato. Mas me agrediu fisicamente. Fui espancada por vários e longos minutos, que pareceram horas. Aquele homem me arrebentou não só no físico, mas no emocional. Me ameaçava o tempo todo, me xingava de escrava imunda, falava que minha pele tinha cor de terra suja e meu cabelo era desgrenhado. Até que ele pegou sua faca e cortou meu cabelo. Tufos dele caíam no meu colo, misturados com o sangue que saía do meu couro cabeludo e do meu rosto onde ele me batera. Eu já nem conseguia chorar. Quando ele ficou satisfeito, cuspiu em mim, me chamando de "escória sulista". Foi embora e eu só me lembrei de suas palavras finais a mim: "com os cumprimentos do Senhor do Escuro, Sauron, o Grande."
 
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As calúnias proferidas pela pretensa testemunha são tão absurdas - em seu desconhecimento de questões políticas, de logística militar (guerras não são excursões onde os combatentes podem levar os seus entes queridos à vontade) e de disciplina - que beiram o surrealismo. Será facílimo para os meus competentíssimos e honrados defensores reduzi-las a pó, estou certo disto.

E quanto à igualdade de gênero de meus súditos, de forma alguma me espanta saber que meus inimigos nada tenham relatado sobre os meus regimentos de habilidosíssimas arqueiras e sobre como Mordor é quase que totalmente administrada por mulheres. Afinal é muito fácil - para quem é desprovido de honra e consciência, como eles o são - pintar-me de ''machista''.

Ah, se minha boa amiga e fiel discípula Simone de Beauvoir lesse isto...

PS: Os boatos de que eu e madame Simone fomos amantes não passam de vis calúnias criadas e espalhadas pelo abominável líder terrorista Gandalf. Sou, e sempre fui, rigorosamente fiel à minha amada, Lady Thuringwethil.

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Última edição:
PS: Os boatos de que eu e madame Simone fomos amantes não passam de vis calúnias criadas e espalhadas pelo abominável líder terrorista Gandalf. Sou, e sempre fui, rigorosamente fiel ao meu amado, Senhor Melkor

Fixed.

Começou a fujoshice, melhor eu me mandar antes que o Tar Maron me mande pras Sammath Naur

PS: Sauron e Simone de Beauvoir, GENTE, olha que crossover mara que isso não ia dar!!

Tá, chega
 
Gostaria de pedir enfaticamente antes de enfurecidamente para que os milhares de egos do Sauron parem de postar aqui alegando inocência, calúnia pela acusação, colocando foto, e se manifestando de forma mais intensa sobre o julgamento.

Um comentário ou outro vai bem, fica legal, motiva e movimenta... foto, chamar qualquer participante de calunia e EXPLICAR o motivo, não né. Até pq se qualquer coisa dita influenciar o juri ou juiz vocês estariam atrapalhando o processo!

Grata pela compreensão.
_____________________________________________

PEÇO PARA QUE A TESTEMUNHA DA ACUSAÇÃO, SRTA. @Malkyn APRESENTE SEU DEPOIMENTO!
SEU PRAZO SE ENCERRA ÀS 23:59 DE AMANHÃ, 18/02!
 
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