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Você é a favor da legalização do aborto?

Você é contra ou a favor a legalização do aborto?


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    116
"Então quem fundou a Igreja Católica?
Foi o próprio Senhor Jesus Cristo.
A palavra igreja deriva de outra palavra grega que significa assembléia convocada. Neste sentido a Igreja é a reunião de todos os que respondem ao chamado de Jesus:
"...ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo 10,16). "
(retirado do link do Paganus citado abaixo)
http://www.veritatis.com.br/apologe...a-igreja-catolica-foi-fundada-por-constantino

Agora sério.

Aconselho a procurarem fatos históricos e imparciais em livros acadêmicos, não em referencias da biblia.

"O paganismo, entretanto, ainda conservava posições muito sólidas. Em sua grande maioria, o exército ainda lhe era fiel. Geralmente, os “mistérios de Mitra”, um dos mais importantes cultos de mistérios, que prometia a imortalidade aos iniciados"

Segue abaixo um link do Google acadêmico (entre no google > Mais > Acadêmico) sobre a história do século IV em roma, não li, mas como já conheço a história, provavelmente não ira diferir do que li nos livros.

http://www.multiculturas.com/julianus/textos/CCarlan_Roma_sec_IV.pdf
:lol: Eu avisei que alguns links eram religiosos, ou seja, tendenciosos. Isso não invalida o todo do que está apresentado e nem todos os links são religiosos.

E eu não entendi porque sua fonte é tão mais imparcial que as minhas. É a típica noção de que a Igreja que Constantino aprovou e estruturou (não fundou) existia séculos antes dele e já com uma certa organização, disciplina, cânones etc.

Mas o Edra tem razão, off-topic

O tema do Veda era que não apenas baseada na Bíblia que cristãos se baseiam em fazer sua condenação do aborto. É isso parte de um desenvolvimento moral decorrente do pensamento cristão como o é de morais não-cristãs e mesmo não-religiosas.

Você esqueceu de comentar isso aqui.
 
O tema do Veda era que não apenas baseada na Bíblia que cristãos se baseiam em fazer sua condenação do aborto. É isso parte de um desenvolvimento moral decorrente do pensamento cristão como o é de morais não-cristãs e mesmo não-religiosas.

Quem diria que o Paganus um dia ia virar gente, hein? Ainda não desisti do Vini.

Agora voltem ao tema de aborto e parem de surtar sempre que alguém cita a Bíblia, ok?
 
Então... nem vou entrar na discussão, não vou ler 16 páginas.... Mas resolvi deixar minha opinião simplesmente porque acho o assunto muito relevante.

Eu sou radicalmente, totalmente contra aborto!

O argumento mais comum que se vê de quem é a favor do aborto é que "a mulher deve ter o direito de fazer o que quiser com seu corpo".
O problema é que, ao fazer o aborto, ela está fazendo algo não com o corpo dela, mas com o corpo de UM OUTRO SER VIVO que nem sequer teve chance de decidir nada na vida ainda! Esse corpinho em formação, essa VIDA, também não deve ter direitos??? Que culpa essa criança tem dos SEUS erros? Ela não tem voz ativa, ela não pode lutar por conta própria pela sua vida!

Uma coisa que eu acho muito engraçada é que quando a mulher fica grávida e quer exigir que o pai cumpra com seu dever, que é registrar, pagar pensão, etc... ela costuma usar o argumento de "não fiz esse bebê sozinha". Pois o MESMO argumento vale no caso do aborto se o pai for contra o aborto: "você NÃO fez essa criança sozinha. Eu sou o pai e tenho direito de querer criá-lo".
Não acho certo que a mãe tenha um direito maior em relação à vida da criança! Porque elas são muito boas na hora de cobrar, né... aí, o argumento é que a responsabilidade é meio-a-meio. Mas quando ela não quer arcar com a parte dela, aí.... é, aí são 2 pesos e 2 medidas, né?!

Tem gente que acha que filho, uma VIDA é algo DESCARTÁVEL!
Não é!!!
Mesmo que você não queira criar, tem TANTA gente no mundo que QUER filhos e NÃO PODE ter...

Aí, a moça grávida vai querer vir me dizer: "ah, mas sou EU que vou ter que carregar por 9 meses, é meu corpo que vai mudar, etc...".
Bom, como diria meu pai: na hora de fazer tava bom, não tava?

Se a natureza, Deus, o que for.. foi injusta porque a mulher teve que carregar um fardo maior, reclame, se revolte, fique de mal com as divindades... Mas NÃO desconte em um ser inocente. Você NÃO É mais importante do que essa criança!!! Você teve chance de escolher... o bebê ainda não teve chance nenhuma!!!
E o MESMO vale para o pai que não quer assumir e tem a CARA-DE-PAU de sugerir aborto! Porque eu vejo ambos os lados com o mesmo nível de culpa nessa história... tanto o homem, quanto a mulher!

Não é uma questão simplesmente de religião ou do que diz a justiça. É acima de tudo uma questão de

RESPONSABILIDADE!!!

É uma questão de ética, conscientização, educação...

Se você fez, assuma a responsabilidade dos seus atos!
TODO MUNDO sabe hoje em dia como evitar filhos e doenças... se não evitou, foi porque não quis... foi porque tava mais preocupado consigo mesmo, na hora de aproveitaro bem-bom, do que com as consequências futuras!

Cada vez mais nossa sociedade oferece alternativas práticas para fugirmos às nossas responsabilidades... pegar o caminho mais fácil!
Só que, mais cedo ou mais tarde, a pessoa se encontrará numa situação em que não vai ter volta, em que não vai ter caminho mais fácil... uma hora, vai ter que deixar de ser uma criança mimada e covarde.
Uma hora não vai ter como subornar alguém, não vai ter como mexer mais pauzinhos nem Q. I., não vai dar mais para 'fugir da realidade' com substâncias, não vai ter mais como simplesmente arrancar o "problema" como se fosse um lixo qualquer... uma hora, mais cedo ou mais tarde, as consequências dos seus atos vão aparecer, e vão cobrar os anos de impunidade.

Pra mim, quem comete aborto é o mesmo que um assassino covarde, uma vez que aquele que está sendo assassinado não teve NENHUMA chance de defesa!!!
 
Última edição:
Hesitei, mesmo, em postar aqui. Entretanto, eu não consigo ver propósito em estar em um fórum de discussões e deixar de opinar sobre algo tão caro aos seres humanos para não me estressar. Não vou quotar ninguém, não porque eu não saiba, seus malditos, eu não sei é criar enquete e anexar imagens (:rofl:), mas quotar, sei, sim. Não quotarei porque quero fazer um post geral, não direcionado a um usuário especificamente, mas, sim, a todos os usuários que lerem o tópico.

Eu posso falar algo que vai acabar desagradando a vocês, assim como muito do que já foi dito, me desagrada. Mas é só vocês entenderem uma coisinha: não há como desvincular a pessoa do lugar social que ela ocupa. Eu não vou transformar o tópico em um debate feminista, mas a minha opinião passará, TAMBÉM, pelo âmbito do feminismo, mas não ficará só aí. O debate é amplo, amplo demais para ser visto apenas sobre o dualismo Estado X Igreja. Ficar só nisso é muito simplista.

Bem, como eu disse, meu lugar de fala é o da mulher, então, sim, não vou tentar falar como se, efetivamente, soubesse como o homem se posiciona diante dessa situação. Entretanto, também não vou assumir uma postura radical a ponto de falar que homens não devem nem comentar sobre o aborto, já que eles não engravidam, não é o corpo deles que passa por transformações TEMÇAS, etc (se fosse radical assim, eu cometeria o mesmo erro das pessoas que ficam escandalizadas quando descobrem que eu, branquela e loira, estudo Literatura Africana. Pois é, vejam só a mediocridade dos seres humanos).

Eu acho que os homens têm de falar sobre o assunto, sim. Falam muito que se homens engravidassem, o aborto já teria sido legalizado, e seria até visto com um troféu (ah! homens, se vocês engravidassem, eu assistiria o parto, com uma garrafa de vinho e queijo. Eu não perderia, por nada, o momento em que vocês chorariam loucamente e gritariam "MÃEEEEE!" :rofl: Tá, parei, mas que vocês são fracos pra dor física, são, sim). Não gosto de colocar as coisas dessa maneira. Não vamos falar sobre o "SE", ok? Eles não engravidam, nós, mulheres, engravidamos, então, vamos falar do nosso lugar.

Uma das coisas que ouço falar, frequentemente, quando o assunto é a legalização do aborto, é a seguinte: "Ah! vai banalizar; mulher vai engravidar, dizer que não quer, e tirar". Gente, as coisas não são bem assim. Não são, mesmo. Vocês têm noção do quão doloroso é o processo do aborto para a mulher? Vocês acham que as mulheres saem fazendo aborto como se estivessem trocando de roupa? Vocês já viram alguma mulher de TPM, não viram? Vocês conseguem entender que NÃO É FRESCURA, NÉ? (porque se vocês me falarem que TPM é frescura eu vou assumir que estão sendo puramente machistas) Os hormônios FERRAM com a nossa vida. Eu falo sério, gente. Então, vamos lá, mulher grávida, OS HORMÔNIOS PIRA! A coisa é dolorosa demais, gente. Acreditem, nenhuma mulher acorda sorrindo "tô grávida, não quero, vou abortar". A coisa é mais complexa do que isso.

Olha, me desculpem, eu não acho que dizer "na hora de abrir as pernas, abriu, agora quer ser uma assassina" seja algo muito racional, não. Sinceramente. O ato sexual ocorre entre duas pessoas. As duas pessoas (não tô falando de gente que começa a vida sexual precocemente. Particularmente, acho bem complicado adolescentes que têm vida sexual ativa. E não é moralismo, é questão de bom senso. O útero delas não está preparado para isso. E muitas das doenças uterinas que ocorrem posteriormente, são derivadas do início precoce da atividade sexual) têm consciência de tudo o que envolve o ato. "Ah! usa a pílula, mulher!" Sim, mulher, SE ENCHA DE HORMÔNIOS, C'MON, É CONTIGO, MESMO, né? Não estou falando que não se deva usar a pílula, só estou mostrando a coisa do lado da mulher. Eu acho que se deve usar camisinha e pílula (ATÉ FAZER SIMPATIA, MEU DEUS DO CÉU! Sim, sou neurótica)...

Mas voltarei ao ponto, a questão de banalizar. Uma das coisas que eu gosto na minha pessoa é o fato de que eu não tenho uma opinião formada sobre tudo. Eu opino sobre tudo, mas nunca no sentido de dizer "olha, penso assim e nada vai mudar, abs!". Eu já fui completamente contra a legalização do aborto. (What? Como assim, uma feminista, petista, contra o aborto? Não forcem a barra, ok? Eu conheço o estatuto do meu partido. Não fiquem surpresos, eu não sigo nada "às escuras") Hoje, eu diria que sou mais flexível (hum...). NOSSA, VOCÊ É A FAVOR DA MORTE DE CRIANCINHAS INOCENTES? Poupem-me do sensacionalismo barato, ok? O ponto é o seguinte: eu não faria um aborto na época em que eu era contra a legalização. Eu não faria um aborto, hoje, quando posso dizer que sou praticamente a favor da legalização. (E se você fosse vítima de estupro, abortaria, Melian? Sinceramente, não sei. Eu precisaria colocar na balança e ver com qual trauma eu conseguiria lidar melhor: com o trauma de ter uma criança que me faria lembrar de uma das coisas que eu mais abomino no universo inteiro, a violência contra a mulher, seja sexual, ou não; ou com o trauma de ficar imaginando "e se eu conseguisse amar essa criança e não tivesse abortado? Quantos anos ela teria, agora? Eu teria guardado o primeiro sapatinho que tricotei para ela? Eu teria feito vestidos de crochê para ela?" [sim, sou uma moça prendada, sei fazer crochê. XD] As duas opções são traumáticas, mas elas são isso, OPÇÕES, não imposições, entendem? Eu acho que a mulher tem de ter as opções.)

Então, sério, não venham com esse papo de banalizar. Quem faria um aborto sem a legalização (mesmo correndo o risco de ir parar na cadeia e tal), continuará fazendo. Quem não faria, não fará. O que muda, para mim, é a questão de que uma menor quantidade de mulher morreria. Sim, gente, não venham com ilusões. Mulheres de classe alta fazem abortos em clínicas clandestinas e limpinhas, e organizadinhas. Mulheres pobres tomam uns remédios escrotos, procuram uns açougueiros, e correm mais risco de morrerem por causa de infecções. Ah! mas é só não fazer, se sabe que pode morrer, né? Gente, em que PLANETA vocês vivem? Pessoas deixam de cometer crimes por medo de pena de morte? NÃO. Estudos mostram que não, porque quando vai cometer um crime, a pessoa NUNCA acha que será presa. Mas o ponto nem é esse: o ponto é "deixem as bruxas morrerem, não mandei elas acenderem a fogueira". Assim, vocês acham desumano o aborto, mas não acham desumano o descaso para com a vida da mulher, né? Em um mundo ideal, nenhuma mulher teria gravidez indesejada, nenhuma mulher que não quisesse ser mãe, engravidaria, nenhuma mulher seria estuprada, e salvaríamos tanto a vida do bebê quanto a da mãe. Mas, então, por uma suposta defesa DA VIDA, já que vocês não podem evitar que o feto (vou chamar de bebê, se vocês assim preferirem. E sei que vocês entendem direitinho a questão das células e tal. Não sejamos sentimentalistas, ok?) e a mãe morram, que morram os dois, né? Salvar a vida da mulher, nesse caso, não é opção, né? Porque, sim, uma mulher não vai deixar de abortar porque isso é legalmente proibido. Então, a morte do "feto" é, potencialmente, um fato. E no caso do aborto feito como é, hoje, a morte da mulher, também. Não me falem que se a mulher morrer fazendo um aborto é castigo divino, gente. Colaborem, galerinha. Ou vou assumir que toda mulher que morre no parto também é por CASTIGO divino. Tá, não vou assumir, mas cês sacaram o ponto.

Também acho muito escroto dizerem que a legalização do aborto será importante para diminuir as favelas, o número de assassinos, etc. Não, gente. Qualidade de vida das pessoas se melhora não é com a legalização do aborto, não. Melhora-se com políticas públicas que realmente sejam voltadas para o desenvolvimento sócio-econômico-social das pessoas. "Ah! esses pobres não têm televisão em casa e só sabem fazer filhos que não terão como sustentar!" OLHA, NA BOA, eu me sinto ofendida quando as pessoas assumem que, por ser pobre, a pessoa será bandido. Eu não falo que as coisas serão faceis (sem acento, sou chique lol), não. É provável que sejam mais dificeis (sem acento, sou chique) do que são para pessoas de classe alta. Falo que é próvavel, porque eu não posso falar de um lugar social do qual não pertenço. Minha mãe teve quatro filhos. Preciso dizer que nenhuma gestação foi programada, né? Condições financeiras TEMÇAS. Casamento mais TEMÇO ainda. E, até onde eu sei, na gravidez dos outros três, embora a situação financeira fosse ruim, o casamento ainda era bom, ainda existia sentimento. Mas quando minha mãe estava grávida de mim, foi a pior época. Meu pai já tinha mandado o juízo tirar férias eternas. Minha mãe passou o natal de 85 grávida de sete meses, em casa, com os três filhos, comendo banada cozida, porque era a única coisa que tinha na casa. Meu pai, onde estava? Na rua, com outras mulheres. Chegou quatro horas da manhã. Eu fui amamentada por duas semanas, porque meu pai chegou, super agressivo, e irritou minha mãe a ponto de o leite secar. Segundo consta, naquela noite, eu tive de beber água com açúcar, porque minha mãe não tinha dinheiro nem mesmo para comprar leite. No outro dia, as vizinhas se reuniram e compraram duas caixas de leite. Eu cresci em uma vila, ainda moro nessa vila. Muitas pessoas que estudaram comigo, foram por caminhos complicados e acabaram morrendo. Isso me machuca tanto. E me machuca, também, quando chego do trabalho e vejo crianças brincando de bola na rua, e penso que muitas delas não chegarão nem mesmo à faculdade (cara, eu sou Pollyanna, eu tenho complexo de Jesus Cristo e queria salvar todo mundo. :lol: ). Eu quero chegar é no seguinte ponto: tive mil fatores para me tornar bandida, mas não me tornei. Sou uma mulher que trabalho, pago as minhas contas, sou professora por opção (não por falta de opção), porque acredito que a Eduação possa transformar. Ser professora é o que eu faço bem, é o que eu faço porque gosto, e porque acredito.

Eu trabalho desde nova: eu dava aulas de reforço, já trabalhei em uma clínica de olhos como secretária e fazendo serviços gerais, etc. Fui aluna ProUni, e para pagar passagem para a faculdade, eu fazia e vendia brigadeiro e beijinho. Nunca matei aula na minha vida. Tenho 26 anos e nunca matei aula na minha vida. Já vim, sim, embora mais cedo, da faculdade, por estar muito cansada do trabalho, ou por motivo de doença. Mas nunca deixei de assistir uma aula para ir para um bar, por exemplo. Faço mestrado porque tenho bolsa, etc.

Enfim, o que eu quero dizer é que a legalização do aborto não pode ser vista como um DETETIZADOR. Pobre não é inseto. Pensem nisso antes de saírem falando que se a penca de filhos de mulheres pobres não nascer, teremos menos bandidos. Eu acho super TRANQZ um tanto de criança passando fome? Não. Eu acho que tem de haver, como já falei, investimentos DE BASE para a melhoria efetiva da vida das pessoas. E acho que o planejamento familiar tem de ser melhor divulgado, porque não basta que ele exista, basta que as pessoas sejam conscientizadas a respeito dele, da importância dele. Esse é o papel do estado, sim, mostrar às mulheres e aos homens que há outras opções. Agora, escolher se a mulher deve fazer um aborto ou não, eu já acho que é uma coisa séria demais. Bater o pezinho e deixar a mulher morrer porque fez um aborto, é idade média demais para minha mente moderna. Desculpem-me.

Por que eu optei por um discurso bem subjetivo, neste tópico? Porque todo mundo fala com um distanciamento incrível, como se a vida dessas mulheres se tratasse apenas de estatísticas que analisamos cientificamente no âmbito acadêmico. Eu não sou assim, gente. Eu não consigo ver a situação dessa maneira Eu acho importante falar como a Cleonice mulher, como eu acho interessante ouvir o que as mulheres que cometem aborto têm a dizer. As pessoas costumam tirar todo o direito de fala delas. Todo o direito de escolha.
 
:clap: Pro post da Melian, bem subjetivo sem ser sentimentalista nem vazio. E, bem, é por aí mesmo. Não se pode concluir banalização do aborto a partir da legalização como não se pode crer em uma criminalização que ignore a saúde da mulher, o valor da dignidade da mãe. Isso é fato.

O que me irrita em certos discursos feministas é o que a Aranel apontou: crer que a dignidade da criança possa ser relativizada de acordo com a vontade da mãe. Isso pra mim não tem cabimento.
 
Aranel, não vou fazer um post te quotando, estou sem tempo e paciência.

Mas uma coisa eu digo com certeza: você NUNCA presenciou um casal jovem, que não tem condições de criar um filho, decidindo sobre aborto. Nunca mesmo. Se você tivesse visto alguém que ama decidindo isso pra possibilitar um futuro melhor para si e para os futuros filhos, não julgaria os outros com essa facilidade toda. Já vi isso, e vi com um jovem homem muito próximo a mim. Ele sofreu MUITO, adiou a decisão final o quanto pode, junto com a namorada. Você não viu um homem que ama sofrer desesperadamente por meses. Amuado, sendo um cara expansivo. Eu vi. Não foi nada fácil. Mas ou era isso ou ele comprometia sua vida e a dos futuros filhos com menos de 25 anos de vida, a namorada com menos de 30.

Se eles temeram inclusive religiosamente por isso? Sim, o casal não é ateu. Se eles sofreram por ver uma vida se esvaindo por acharem que o problema que ela tinha no útero ia dar conta de ser contraceptivo? Sofreram, muito. Desesperadamente.

Então por favor, não me venha julgar apressadamente pessoas que você não conhece só porque elas fizeram diferente do que você faria. É religiosa? Lembre-se, cabe a DEUS julgar os outros, não você.

E, claro: parabéns, Cleolinda, pelo lindo post :g:
 
Cein,

agora quem julgou sem conhecer foi você. Porque você não conhece a história da minha família, abç!

E outra, eu não sou religiosa... foi até por isso que o Edra fez a piadinha ali em cima e eu dei :lol:
 
Também defendo a opção da adoção, mas é sempre mais fácil falar quando o desesperado não é você... por isso não gosto de julgar os outros, ainda mais se a decisão for dolorosa como essa. E ah, nesse caso que falei, com a mãe da guria sendo evangélica, adoção não era opção. A única opção era f*der a vida de todo mundo ou o aborto.
 
Na verdade era uma opção sim, talvez eles não tenham sido bem orientados, o que é normal. E estamos cientes de como as coisas são na prática, acho que muitos de nós presenciaram ou pelo menos ouviram falar de algum casal conhecido em situação semelhante.

Mas não é esse o ponto. O ponto é o que podemos fazer para resolver ou minimizar os danos. Adoção é um caminho válido.
 
O problema está na pressão que se faz pela criação.

A minha cunhada engravidou tinha 15 anos e como o pai da criança era um moleque de m*#@%, ainda que meu sogro pensasse em forçar o casamento, todos eram contra. Graças a Deus não casaram. Ela teve o filho e criou (ou não, já que a responsabilidade caiu e MUITO para a minha sogra ... o que é normal acontecer).

O aborto não era a idéia, e muitos realmente não pensam na adoção por este senso de "teve agora cria". Para mim é errado, pois você pode forçar a ter e criar mas não a amar. Se houvesse uma política descente do governo sobre isso, seria mais fácil, mas como isso não virá (porque estão forçando a barra para liberar o aborto), acho que outros meios da sociedade devem apresentar as soluções e buscar ajudar.

Sei que muita gente é contra o aborto mas só fica gritando isso na internet. Estou tentando puxar para ações concretas em apresentar soluções (nada de piquetes e porrada). Talvez seja inocente ou utópico da minha parte, mas não vou ficar de braços cruzados.
 
Na minha visão, seja esta leiga ou deturpada, não há diferenças entre um casal abortar um zigoto/feto por qualquer motivo e um casal matar seu filho de 5 ou 12 anos também por qualquer motivo, a única diferença, que eu sou capaz de enxergar, que a sociedade cria para tal situação, é a suposta valorização da vida humana em diferentes níveis, por isso a discussão sempre recai em questões morais, religiosas, científicas, porque esta valorização em níveis é diferente para cada um, por isso eu acredito que o problema deve levar em conta somente os envolvidos, filho e mãe, com a saúde da mãe em primeiro lugar e a vida do filho em segundo, nada mais.
 
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Mãe e pai são quem cria a criança, não quem faz vuco-vuco e embucha. Acho que desde o início dessa discussão todos (ou quase) que são contra o aborto citaram a opção de deixar a criança pra adoção (sonho, porque como o Edrahil disse, o governo tá pouco se lixando pra população, negócio é pão e circo a rodo).

E, sem querer generalizar, dizer que o casal sofre na hora de decidir pelo aborto é mentira. No outro tópico com temática parecida eu falei que clínicas inglesas estão sendo investigadas por fazerem aborto por causa do sexo do bebê. Só repetindo (porque nesse fórum as pessoas tem mania de não ler, ou ler parcialmente) não digo que todos são tão filhos da puta, mas nem todos sofrem na hora da escolha.

Só repetir duas coisas que devem ser feitas antes que o governo libere o aborto (porque os cretinos filhos de quengas vão liberar mesmo): programa de controle de natalidade e campanhas favorecendo a adoção e a facilitação do processo.

O governo quer ir pelo caminho mais curto e viva a ignorância do povão.
 
Deixa eu esclarecer umas coisas aqui:

- O 1º ponto pra mim é a RESPONSABILIDADE antes de engravidar. Falando em português bem claro: custa usar a p*&%@ da camisinha?
Certa vez, eu tinha 12 ANOS, o pessoal de uma campanha de conscientização me entregou uma no meio da rua e eu tava com a minha mãe. Fiquei até chocada, pq sim, eu era uma menina inocente :lol: Mas a questão é que não tem desculpa de não conhecer NENHUM método para evitar. Sim, pode furar a camisinha, mas a chance é mínima (mínima mesmo).

A Melian falou da pílula. Concordo com ela nisso. EU não posso tomar nem por sonho!!! E, sim, já experimentei todas as marcas existentes, com acompanhamento médico. NÃO DÁ! Então vai depender de como o corpo de cada uma reage.

Mas acho que todo mundo sabe que estes dois NÃO são os únicos meios, né?
E, sinceramente, sou a favor da pílula do dia seguinte... melhor do que fazer aborto. O problema é que existem - sem hipocrisia, pq todo mundo sabe que isso existe sim... mas não quer dizer que sejam todos os casos - garotas e mulheres que acham que pode tomar todo dia, como se fosse balinha.



- 2º esclarecimento: em nenhum momento eu disse "engravidou = cria". Em nenhum momento eu disse que era contra a adoção!
Vide meu post:

"Aranel disse:
Tem gente que acha que filho, uma VIDA é algo DESCARTÁVEL!
Não é!!!
Mesmo que você não queira criar, tem TANTA gente no mundo que QUER filhos e NÃO PODE ter...

Por causa do problema que eu mesma tenho - ovário policístico - já participei de grupos de discussão de mulheres que tinham dificuldade de engravidar. Meu problema, felizmente não chega a ser tão sério. Mas se um dia eu quiser ter filho e não conseguir... NEM MORTA que faço tratamento de fertilidade. VÉI, prefiro passar por TODA BUROCRACIA do mundo a tomar injeção na bunda todo maldito dia, fora todo o resto do tratamento que é um pesadelo só!

Portanto, o 2º ponto sobre RESPONSABILIDADE ao qual eu me referi é o de MANTER A GRAVIDEZ SAUDÁVEL!!! Gerar a criança... FEZ a criança, agora vai até o fim.



- 3º: não entendo porque algumas mulheres insistem que só elas tem direito de decisão. A criança, bebê, feto, whatever... tem metade dos genes DO PAI também... Ele tem igual direito sobre a vida da criança! Se ele tem obrigação de pagar pensão, ele também tem DIREITO de querer que seu filho viva!
Por isso, sou contra essa história de "o corpo é meu...". A criança é um corpo dentro de outro corpo. Não é um objeto! Não PERTENCE à mãe, no sentido de POSSE.

É difícil, quase impossível, controlar isso... mas acho que deveria ser obrigatório a mãe contar ao pai que está grávida. Acho um absurdo a mãe não contar para o pai e resolver sozinha fazer o aborto, ou dar pra adoção, etc...



- 4º Sobre ações efetivas: acho que o processo de adoção tinha que ser mais fácil, óbvio. Não entendo muito bem como funciona nos EUA, mas acho interessante que a mãe possa combinar a adoção com os pais adotivos enquanto ainda está grávida e eles podem até acompanhar o pré-natal e tudo. Às vezes até pagam o tratamento...



- 5º Sobre religiosidade.
Acho muito bizarro alegar - principalmente nas religiões cristãs - que não usou camisinha / não pode dar pra adoção "porque a religião não permite..." Que eu saiba as religiões cristãs também não permitem relações sexuais antes do casamento, e mesmo assim a moça transou com o namorado e engravidou. Quer dizer... hipocrisia total, só pra ter uma desculpa esfarrapada.
Se seguisse mesmo a religião à risca, teria esperado o casamento pra engravidar.

(Esclarecendo que eu NÃO concordo com essa 'regra' de sexo só depois do casamento... Mas é óbvio que é muita cara-de-pau usar tal argumento em tal situação!)

No outro tópico com temática parecida eu falei que clínicas inglesas estão sendo investigadas por fazerem aborto por causa do sexo do bebê.

Isso é um PROBLEMÃO em alguns países como a Índia.

Lá é proibido o médico dizer no exame de ultrassom se é menina ou menino, para evitar abortos sexistas. E mesmo assim, a maioria mata as meninas logo após o nascimento. Vi num documentário uma mulher que engravidou 9 vezes e destas 9, ela e o marido mataram umas 7 ou 8.

São 2 motivos: para conseguir casamento para as moças, as famílias tem que pagar ao noivo valores exorbitantes de dote, que a família muitas vezes não tem!
O outro motivo é porque somente o "homem" leva o nome da família adiante! E isso também é um problemão na China, onde cada casal só pode ter 1 filho.

O resultado destes abortos e assassinatos sexistas é que os homens da minha geração (entre 20 e 30 anos), na Índia e na China, não tem mulher pra casar!

No caso da Índia a coisa tá mais grave, porque na fronteira com o Paquistão, os homens começaram a sequestrar mulheres muçulmanas para obrigá-las a casar com eles e obrigá-las a aceitarem o hinduísmo (islamismo e hinduísmo são praticamente opostos).
Desnecessário dizer que esse ciclo vicioso acaba em estupros, maus tratos e todo tipo de violência!

Só repetindo (porque nesse fórum as pessoas tem mania de não ler, ou ler parcialmente) não digo que todos são tão filhos da puta, mas nem todos sofrem na hora da escolha.

Exatamente.

Tem MUITA gente desnaturada nesse mundo!
 
Última edição:
Olha... eu tinha colocado contra... mas era "contra com exceções".


Acho que vida é algo precioso pra ir tirando assim por que quer... e infelizmente tem muito ser aí que ia tirar só pq "aiiii num queria" mas não cuidou antes pra não ter.

Acho sim que um possível controle de natalidade seria interessante, to cansada de ver mães e suas bolsas escolas pra ganhar grana em cima dos 7 filhos por aqui. Acho doentio com a criança. E abortar o cérebro da mãe nesses casos não dá pq a vaca já abortou isso. Então acho mto válido abortar em casos assim.

Acho tbém que ngm é obrigado a passar problemas sérios de saúde pra segurar uma possível vida. Afinal, "ajuste primeiro a máscara em seu rosto para depois ajudar quem está do seu lado"... ou seja, antes uma vida do que duas serem afetadas ou perdidas.

Acho tbém que mulher nenhuma é obrigada a carregar fruto de estupro.

Acho ainda que se protegeu, e engravidou, tbém num é justo... e que minha mãe não leia pq eu nasci com o uso do Dio e ela penou pra diabos pq não podia engravidar.... Quase que ela privou vcs da dádiva Liliã. :dente:


RESUMO. Mudei de ideia depois que notei que muitos dos casos de aborto são com mulheres que descuidam não utilizando nenhum tipo de proteção. Antes, eu achava "a vida não tem nada com isso, por que tirá-la?" Agora eu penso "A vida não tem nada com isso, por que fazer sofrer 9 meses em uma irresponsável que não a quer e depois sofrer para achar um novo lar?!"

Por achar a vida preciosa demais para ser levada na base do desdém é que sou a favor do aborto. Não acho justo fazer uma criança sofrer.
 
E, sem querer generalizar, dizer que o casal sofre na hora de decidir pelo aborto é mentira. No outro tópico com temática parecida eu falei que clínicas inglesas estão sendo investigadas por fazerem aborto por causa do sexo do bebê. Só repetindo (porque nesse fórum as pessoas tem mania de não ler, ou ler parcialmente) não digo que todos são tão filhos da puta, mas nem todos sofrem na hora da escolha.

Não acho que todos sofrem, mas acho que não se pode generalizar pro outro lado também, e foi por isso que postei sobre os sofrimentos que presenciei.

EDIT: sou a favor do aborto, exatamente pelo mesmo motivo que a Ly. A vida é preciosa demais pra ser tratada com tanto descaso.
E ainda a questão do estupro e da mãe em risco. Nesses casos acho que não tem nem muito o que discutir. Não quero nunca ser estuprada, e menos ainda lidar 9 meses com o fruto dessa violência. Foda-se que a criança não tem culpa do babaca do estuprador, mas a mãe tem mesmo que lidar com isso por 9 meses dentro do seu corpo, por causa de um feto? Ah, valha-me. E entre criança e mãe, a mãe. A mãe depois pode recuperar sua saúde, pode adotar, ter outro filho. Perder a mãe por causa de uma criança que é ainda feto? Não concordo mesmo.
 
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