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Você é a favor da legalização do aborto?

Você é contra ou a favor a legalização do aborto?


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Não entendi a sua linha de corte.
Minha opinião inicial (a favor, sem restrições) era a favor do aborto até qualquer momento antes do nascimento.

Poderiam escolher outro critério, como algum da página anterior. Esse me pareceu bom o suficiente:
4. Visão ecológica
A capacidade de sobreviver fora do útero é que faz do feto um ser independente e determina o início da vida. Médicos consideram que um bebê prematuro só se mantém vivo se tiver pulmões prontos, o que acontece entre a 20ª e a 24ª semana de gravidez. Foi o critério adotado pela Suprema Corte dos EUA na decisão que autorizou o direito do aborto.

O meu, inicialmente é o nascimento, mas confesso que não pensei muito nesse aspecto pra dar a resposta, pensei mais nas restrições quanto a ser legalizado somente em casos de estupro ou doenças.
 
Última edição:
Então, eu sei que é difícil "pensar separado", mas a questão da descriminalização é "a mulher que faz aborto deve ser presa?".
Descriminalizar não significa que toda gravidez indesejada implicará em aborto, pq muita mulher é contra o aborto, seja por religião, crenças pessoais, o que for. O que a gente quer é que a mulher que deseja abortar tenha a chance de fazer isso sem correr risco de vida.

Bel, eu parto do mesmo pressuposto. Num sim ou não, pendo pela descriminalização. Se a questão for "vida", a da mãe não é menos importante que a do feto e, na legalização, ela seria preservada. E tenho comigo que o número de abortos tenderia a diminuir, por conta de todo um acompanhamento. Mas como disse o @Mercúcio, o foro íntimo-religioso me coloca no campo das contradições e me trava em levantar essa bandeira sem nenhum porém.
 
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Reactions: Bel
"eu como mulher queria ter a mesma proteção da lei que um feto que ainda nem um ser vivo ainda é possuí".
Mesmo supondo uma legalização do aborto no Brasil semelhante aos demais países que já legalizaram, vamos supor aqui que seja permitido abortar até a 10ª semana.
A lei continuará protegendo a vida do feto assim como já o faz hoje, só teríamos um determinado período onde para fins morais consideraríamos o feto como um conjunto de células que não se constitui como indivíduo. A lei também continuaria protegendo a vida da mulher, permitindo o aborto em situações onde a vida dela esteja em risco mesmo após as 10 semanas, neste caso a vida do bebê, já considerado como um indivíduo humano, seria descartada para salvar a vida da mãe.
Na nossa situação atual a lei enxerga o feto como sendo vivo desde a sua concepção, porém esta vida sempre será sacrificada em um aborto legal caso a mãe corra risco de vida..

Essa é a forma que enxergo como a lei oferece proteção, colocando em primeiro lugar a vida que esteja em risco de morte, dando preferência inicial de salvar as duas e em último caso salvar a mãe descartando o bebê.
Então qual seria exatamente o tipo de proteção a mais que o feto estaria recebendo na nossa situação atual e que deixaria de receber com a legalização do aborto?

Lembrando que nós não temos e nunca poderemos ter o direito de tirar a vida de um ser humano, o máximo que podemos fazer é acreditar que durante um certo período o feto não pode ser visto como um ser humano, e por isso seu desenvolvimento pode ser interrompido, ou tomar como verdade que todas as complicações possíveis decorrentes da gravidez podem resultar em um dano à vida da mulher tão grave quanto um estupro, assim justificando o descarte da vida do bebê em prol da vida da mulher.
 
Vai virar papo de first date: "Aborto, sim ou não?". Já que o homem não pode se manifestar ex post, que o faça ex ante então.

No mais, acho que jogo a toalha nesse assunto.
 
Já com relação à questão de saúde pública acredito que as decisões se tornem mais simples, pois se torna necessário esquecer estes princípios de proteção à vida (toda vida) para tratar do problema mais urgente. Nesta situação acho válido o exemplo de outros países que já legalizaram o aborto, o fazendo não de forma isolada, mas acompanhado de um forte investimento na educação sexual, em programas de apoio ao planejamento familiar e no incentivo ao uso de métodos contraceptivos de forma correta, visando reduzir o número de abortos.
 
Sobre a taxa de suicídio: não tenho aqui nada prontinho para "linkar"; mas uma pesquisa rápida no Google deve indicar algumas matérias sobre o assunto. Já li algumas que faziam referência a esse aumento significativo na taxa entre mulheres que abortaram. Não sei o quão relevante é saber se o aborto era legal ou não; certamente o suicídio não se deve pela culpa de ter desrespeitado uma leizinha, né?

Faz diferença. Se esse aumento só ocorre em quem faz aborto ilegal e não ocorre em quem faz aborto legal temos mais um ponto a favor.

Ficou implícita a ideia de uma evolução quando você fez questão de salientar que o médico era "de 2014" e o outro era "da idade da pedra". A distinção não foi, portanto, apenas entre o técnico e o leigo. Mas whatever. Não é o foco aqui.

Não, não. A questão é em termos de conhecimendo do assunto. Agricultores judeus de mil anos antes de Cristo sabem mais de ginecologia que ginecologistas do século XXI?

Agora fiquei com uma dúvida, isso quer dizer que já é um fato cientificamente comprovado dizer que o feto até o terceiro mês não pode ser considerado um ser vivo ou um ser humano?
Porque a lei só criminaliza o aborto em virtude da proteção à vida, mas se já comprovaram a inexistência de vida no amontoado de células até o terceiro mês, não existe também motivos para discussão, afinal já temos um fato que valida a alteração da lei.
Seria isso mesmo?

Se formos pensar assim vírus são vida, bactérias são vida. A questão não é essa. Falo do sistema nervoso estar formado. Como apontado pelo seu post. Se é considerado morte o sistema nervoso deixar de funcionar então a vida deve começar pela mesma lógica, com impulsos nervosos.

Um ovo não é uma galinha, assim como um feto não é um ser humano. Podem dizer que isso é reducionismo. Que não faz sentido comparar um ser humano com uma galinha, só não sei porque não faz, pra mim faz.
 
Falo do sistema nervoso estar formado. Como apontado pelo seu post. Se é considerado morte o sistema nervoso deixar de funcionar então a vida deve começar pela mesma lógica, com impulsos nervosos.

Um ovo não é uma galinha, assim como um feto não é um ser humano. Podem dizer que isso é reducionismo. Que não faz sentido comparar um ser humano com uma galinha, só não sei porque não faz, pra mim faz.
O meu post que você citou mostra várias linhas de pensamento, porém como você optou por considerar verdade esse argumento do sistema nervoso eu fiquei em dúvida se por acaso já chegaram a confirmar esse argumento como um fato. Eu sei que existem pessoas que enxergam o início da vida dessa forma, mas também existem várias outras linhas de pensamento, todas científicas.
O que eu quero saber é: se outra pessoa aparecer tomando como verdade alguma das outras linhas de pensamento, seja o início da vida na concepção ou somente após o nascimento, qual das versões, incluindo a sua, deveria ser válida perante a lei que regerá todos nós?

Sobre o ovo, ele equivale ao óvulo, não ao feto.
 
Bom, eu vou no vácuo do Grimnir e deixo o tópico também; já disse o que pensava, e a conversa, depois de 29 páginas, já tá circular. ;)
 

Citando de novo pra falar que Obvious Child veio pro Festival do Rio e vai ter uma sessão no próximo fds =)

Já está disponível na net também. :dente:

Bom, eu vou no vácuo do Grimnir e deixo o tópico também; já disse o que pensava, e a conversa, depois de 29 páginas, já tá circular. ;)

Desde que eu me entendo por gente que essa discussão é circular. XD
 
O que eu quero saber é: se outra pessoa aparecer tomando como verdade alguma das outras linhas de pensamento, seja o início da vida na concepção ou somente após o nascimento, qual das versões, incluindo a sua, deveria ser válida perante a lei que regerá todos nós?

Todas são escolhas ideológicas, são "arbitrárias", portanto a princípio qualquer uma seria valida, dessa forma a discussão é: a vida da mulher é menos importante que a do feto? Porque no fim é pra onde volta. O feto atualmente tem mais direitos que a mãe.

Sobre o ovo, ele equivale ao óvulo, não ao feto.

Não falei do ovo em si, erro meu. Mas do que está dentro do ovo.
 
Todas são escolhas ideológicas, são "arbitrárias", portanto a princípio qualquer uma seria valida, dessa forma a discussão é: a vida da mulher é menos importante que a do feto? Porque no fim é pra onde volta. O feto atualmente tem mais direitos que a mãe.
Como eu já tinha falado, a escolha entre a vida da mãe ou do feto é um falso dilema, o que acontece na verdade é uma limitação dos direitos, a mesma limitação válida para todos nós, onde os direitos de um terminam quando começam o do outro.
E já que você acredita que o feto atualmente tem mais direitos, talvez possa responder esse meu post para esclarecer melhor seu pensamento.
 

Link para ver o vídeo no site em português.
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Formação do sistema nervoso central e desenvolvimento do comportamento fetal

A complexidade do desenvolvimento estrutural do SNC (Sistema Nervoso Central) é refletida na complexidade de seus desenvolvimentos sensorial-motor, cognitivo, afetivo e comportamental. A ocorrência dos primeiros movimentos fetais espontâneos entre a 7ª-8ª semana pós-concepcional coincide com a formação das primeiras sinapses e atividade elétrica cerebral. Os primeiros movimentos reflexos são fortes e indicam um número de sinapses ainda muito limitado nessa fase. As mãos iniciam sua atividade reflexa por volta da 10ª semana, enquanto que os membros inferiores iniciam sua participação nesses reflexos por volta da 14ª semana. O número de sinapses aumenta então significativamente entre 13ª e 15ª semanas, na 15ª semana, cerca de 15 diferentes movimentos fetais podem ser observados. Apenas no final desse período, um número considerável de sinapses aparece precedendo ao córtex cerebral, provavelmente formando um substrato para o início da atividade elétrica cortical, observada na 19ª semana.

A influência das estruturas supraespinhais no comportamento motor fetal, no período entre 17 e 20 semanas, foi confirmada por estudos em fetos anencéfalos. O trato espinotalâmico é estabelecido na 20ª e mielinizado por volta da 29ª semana de gestação; as conexões tálamo-corticais penetram na placa cortical entre 24-26 semanas. Na 29ª semana, é estabelecida a conexão funcional entre periferia e córtex em funcionamento. Entretanto, algumas investigações indicam que os reflexos faciais em resposta à estimulação somática, que poderiam indicar reação emocional à dor, desenvolvem-se precocemente na gestação. Esses reflexos parecem ser coordenados pelos sistemas subcorticais e, provavelmente, refletem o desenvolvimento destes circuitos cerebrais inferiores. Segundo Kurjak et al., os reflexos faciais se iniciariam na 7ª semana, pela presença da curvatura lateral do corpo, e estariam totalmente presentes na 11ª semana, de modo que, nesta fase, além dele, teríamos também movimento geral, sobressalto, movimento isolado dos braços e pernas, sucção, deglutição, mão na face, ante e retroflexão da cabeça, rotação da cabeça, movimento de respiração e alongamento, abertura da boca e bocejo.

O número de movimentos espontâneos tende a aumentar até a 32ª semana de gestação quando, então, começam a diminuir. Esta redução é considerada resultado do processo de maturação cerebral, bem como uma consequência da redução fisiológica do volume de líquido amniótico. Simultaneamente à redução do número de movimentos generalizados, pode ser observado um aumento no número de movimentos faciais, incluindo abertura/fechamento da mandíbula e atitudes de engolir e mastigar. Esse padrão é considerado um reflexo do desenvolvimento neurológico normal do feto. O sono REM e o não REM em fetos humanos começam a se manifestar na 33ª e 35ª semanas de gestação, indicando que a conexão dos neurônios da área córtico-talâmica e do tronco cerebral começa a funcionar neste período. Portanto, o padrão de comportamento fetal se modifica à medida que seu sistema nervoso amadurece.


Perspectivas da ultrassonografia de quarta dimensão na avaliação do comportamento fetal

A avaliação da integridade do SNC fetal e neonatal é um grande desafio para a moderna medicina perinatal. Embora tenha havido muitos esforços para se alcançar este objetivo, a avaliação direta da condição funcional do SNC do feto não tem sido possível até o momento. Entretanto, com o advento da US4D, a possibilidade de avaliação do padrão de comportamento intrauterino do feto humano parece ter dado o seu passo inicial.

A US4D oferece meios práticos de avaliação do desenvolvimento neurológico, bem como a detecção de patologias anatômicas. Os primeiros estudos do comportamento fetal pela US4D têm comprovado que este método pode ajudar num melhor entendimento tanto do desenvolvimento motor quanto somático do feto, além de avaliar a atividade e expressões faciais complexas, dando início a uma nova era na compreensão do estado neurológico fetal. Kurjak et al. tentaram correlacionar o padrão de comportamento pré-natal (expressões faciais e movimentos das mãos) observado pela US4D com o padrão pós-natal, a fim de avaliarem possíveis diferenças na frequência de movimentos durante os períodos fetal e neonatal precoces. Eles observaram uma continuidade no padrão de comportamento do período fetal para o neonatal, especialmente no que se refere aos movimentos isolados dos olhos, abertura da boca e pálpebras, bocejo, expulsão da língua, sorriso e movimentos das mãos direcionados à face. Os autores sugerem que a observação não apenas da quantidade, como também da qualidade desses movimentos fetais pode viabilizar a predição de condições neurológicas desfavoráveis intrauterinamente.

Outro trabalho teve como objetivo observar diferentes expressões e movimentos da face fetal durante estudo do comportamento fetal por meio da US4D, no segundo e terceiro trimestres da gestação, como provável manifestação da consciência fetal. Foi notada uma tendência para o aumento na frequência da observação de expressões faciais com o aumento da idade gestacional. A natureza de cada movimento facial incluiu a medida da velocidade, amplitude e força do movimento, combinadas a uma percepção complexa do mesmo, sugerindo que a observação da qualidade comportamental pode ser um bom preditor de comprometimento neurológico. Segundo esses autores, diferentes movimentos e expressões faciais observados por meio da US4D podem representar sinais de manifestações da consciência fetal.

Fonte
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Na minha opinião, a vida se inicia a partir do momento em que o indivíduo possui o seu código genético único, e independentemente de cada um escolher acreditar em determinismo genético ou apenas na influência que os genes tem na nossa formação, é um fato que nossas características enquanto humanos são definidas através do DNA. Eu prefiro me ater a este fato do que apelar à ignorância e fazer afirmações baseadas na falta de provas do contrário. Até porque a maioria dos conceitos sobre o que nos torna humanos acredito que habitem mais no campo da filosofia do que da ciência, senão essa questão toda não geraria tantas discussões e correlações entre humanidade e as capacidades de sentir ou pensar. De qualquer forma é impossível não estranhar essa possibilidade de destrinchar os estágios da vida de uma espécia para aplicar uma lógica de não existir vida em um determinado ponto, mesmo que para a aplicação desta lógica se faça necessária a existência de fato do indivíduo em primeiro lugar.

E repetindo a questão da legalização, pode ser a solução mais rápida para um problema de saúde pública, a qual eu gostaria de saber se ainda não aplicaram por já terem conhecimento de outras possíveis soluções ou simplesmente estão ignorando o problema, mas acho que a questão moral de respeito à vida persistiria sem conclusões.
 

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