Cheguei no capítulo 17 até agora, mas pelos títulos já dá para saber o que se passa nos 2 próximos pelo menos. Aliás, estou adorando os títulos. Acho que eles indicam bem para onde a história está indo, ou tem algumas referências interessantes (vocês já viram os títulos mais pra frente?)
Sobre o cap. 12
No final, o JLM tinha razão. Mesmo tendo ajudado ao pai (sem querer?), tentando proteger o próprio nome, a própria posição etc, Villefort acabou ajudando a si mesmo: permaneceu no poder com Napoleão e após a segunda queda dele.
A relação dos dois é bem estranha. O senhor Noirtier é um espião, que, como previsto, joga em interesse próprio. Não vimos ainda, mas espera-se que venha a apoiar Luís XVIII depois da queda de Napoleão... A partir dos títulos a gente pode comparar e fazer uma aproximação da relação pai x filho dos Dantès e dos Noirtier, que acham?
Acho a primeira baseada na afeição e a segunda, na desconfiança, por exemplo. O pai recebeu o filho muito bem após a viagem pelo mar dele, enquanto o segundo não queria receber o pai. Os primeiros não são ambiciosos nem ricos, os segundos sim. Que mais?
Sobre o cap. 13
No capítulo 13 vemos o seguimento do "desaparecimento" de Dantès para cada um: Danglars está muito bem, serviu como capitão e foi-se para Madrid (fugiu? com medo do retorno de Dantès?), Fernand (também sempre com medo do retorno de Dantès) e Caderousse foram para a guerra, o segundo na retaguarda. Dantès pai morreu depois de 5 meses. Mercédès dá um primeiro sinal de "fraqueza" em seus sentimentos por Dantès... Nããooo!
Aliás, eles estão sempre desconfiando dos sentimentos um do outro.
No início do 13, vemos também o senhor Morrel tentando ajudar Dantès, pela segunda vez. Contudo, ele confiou em Villefort... Descobrimos aqui que Morrel conhecia Dantès há 10 anos, ou seja desde os 9 e que Dantès trabalhava para ele desde os 15.
Sobre os outros cap.
A partir daí o foco fica sobre Dantès, enquanto se passam 4 ou 5 anos (certo?). Temos o desespero crescente dele após a conversa com o governador até chegar a pensar no suicídio. Há aqui uma denúncia da situação das prisões?
Não pude deixar de traçar paralelos com a situação das prisões brasileiras com vários presos esquecidos da justiça... Não que eles sejam Edmonds Dantès, mas o mínimo que se poderia esperar seriam julgamentos, como para ele, não?
Sobre o suicídio, foi a mesma opção que surgiu para Mercédès... Aliás, toda a reação dos dois à prisão foi a mesma: catatonia inicial (choque?) e em seguida pensamentos suicidas. Essa decisão desesperada dele foi bem triste para mim.
O abade Faria
Conhecemos também a figura (completamente) improvável do abade Faria, o "prisioneiro louco" que é na verdade um sábio, o dono do tesouro que se havia anunciado desde vários capítulos atrás prometendo milhões ao governador. O homem sabe várias línguas, escreve livros, se lembra dos Clássicos, cria ferramentas... Sobre a prisão dele: acho que foi preso pelo tesouro, não pela ideia de uma união italiana.
O abade ajuda Dantès a (finalmente) descobrir tudo que ele não sabia e com isso planta a semente da vingança no coração dele. (A associação de Villefort com Noirtier me pareceu bem improvável também, mas...) De certa forma, vemos como Dantès vai se tornando um duplo do abade, um segundo abade: adquire os conhecimentos, o porte, a nobreza, e vai adquirir o dinheiro. Um abade mais jovem agora.