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Clube de Leitura [6º livro] O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas

e me corrijam algo q lembro vagamente das adaptações cinematográficas q assisti: n me recordo do personagem fernand existir. lembro d alguém q misturava fernand e danglars, sendo q este além d orquestrar o plano contra dantes ainda se casa com mercedes depois. tá certo isso?


No filme de 1975 com Richard Chamberlain no papel de Dantés o Fernand Mondego foi interpretado por Tony Curtis e o Danglars por Donald Pleasence. Na versão de 2002, Mondego foi interpretado por Guy Pearce e Danglars, por Abbie Woodington.

São personagens muito distintos, muito embora a versão de 2002 tenha deturpado em muito a obra original.
 
chamo isso d instinto d sobrevivência básico: proteger vc e a sua família antes d tudo e d todos.

exceto pelo fato de que ele não estava protegendo o pai dele, ele queria mais é que o pai dele "se lascasse" contanto que a coisa não batesse no ventilador e respingasse nele, o que ele estava protegendo mesmo era sua "honra" e prestígio pessoal, pelo fato de ser uma pessoa ambiciosa, só isso.
 
exceto pelo fato de que ele não estava protegendo o pai dele, ele queria mais é que o pai dele "se lascasse" contanto que a coisa não batesse no ventilador e respingasse nele, o que ele estava protegendo mesmo era sua "honra" e prestígio pessoal, pelo fato de ser uma pessoa ambiciosa, só isso.
independente dos motivos egoístas, ele ainda assim protegeu o pai, n é? e, ainda por cima, com essa atitude, ganhou uma salvaguarda do velho caso bonaparte assumisse o poder. jogou dos 2 lados.

a própria conversa entre o pai e o filho mostra q há mto + no relacionamento d ambos dq só o desejo d poder d villefort. me pareceu q o pai conhece mto bem o filho, até + dq nós leitores supomos até então.
 
Última edição:
Concordo com a Erendis, pois para mim o personagem Villafort está agindo segundo a cartilha de Maquiavel, ou seja, não importam os meios para que ele possa atingir o seus fins, que, pelo visto, é se dar bem diante do regime e atingir prestígio pessoal.
 
a própria conversa entre o pai e o filho mostra q há mto + no relacionamento d ambos dq só o desejo d poder d villefort. me pareceu q o pai conhece mto bem o filho, até + dq nós leitores supomos até então.
eu não quero dar spoileeeaaarrrggghhhh!!!!

Concordo com a Erendis, pois para mim o personagem Villafort está agindo segundo a cartilha de Maquiavel, ou seja, não importam os meios para que ele possa atingir o seus fins, que, pelo visto, é se dar bem diante do regime e atingir prestígio pessoal.
exatamente, é exatamente isso que ele faz na cena que o @JLM descreveu...
you'll see...
 
Dantès na prisão.
Foi pra masmorra onde provavelmente vai ter que sobreviver comendo baratas.
Será que vai ter que enfiar dinheiro na bunda também, que nem o Papillon?

E eu só espero que a vingança do Dantès seja também contra o falso, mentiroso e cagão do Villefort.

Como já falei aqui, li o livro do Dumas sobre o Napoleão e digo que não me simpatizei em nada com ele (Napoleão) embora o Dumas o pinte como o mais corajoso, inteligente e boníssimo dos homens.
Mas aquele rei também, hein?
Que figurinha mais estúpida. =/
Me pareceu que os franceses estavam como os brasileiros de hoje, em matéria de líderes da nação. :gotinha:
 
os-crimes-de-napoleo-claude-ribbe-record.webp Segundo o historiador Caude Ribbe, [...] Napoleão Bonaparte tinha inclinações de natureza racista e demonstrava desprezo contra os judeus. Em das cartas endereçadas ao seu irmão, Jérôme, chega a compará-los a um bando de insetos que atrapalhavam o governo francês.

De fato, aqueles que acreditam que as atrocidades permitidas por Adolf Hitler nos campos de concentração o tornaram um genocida ímpar, não tem notícia das táticas adotadas por Bonaparte. Para controlar os levantes no Haiti, por exemplo, Napoleão permitiu que alguns prisioneiros fossem asfixiados com dióxido de enxofre, fazendo uma versão primitiva das câmaras de gás nazistas. Além disso, fez uso de afogamento ou do ataque de buldogues cubanos famintos.

Um outro ponto comum foi o processo de remodelação do espaço urbano da capital criando guetos reservados para determinadas etnias. Durante o seu governo, Napoleão Bonaparte não permitia que os militares negros morassem na capital francesa. Além disso, o general francês proibiu a realização de casamentos inter-raciais e anulou a abolição da escravatura nas colônias francesas. Dessa forma, teria Hitler copiado todas estas práticas instituídas pelo militar corso?

Em 1940, quando os alemães conseguiram invadir o território francês, o líder máximo da Alemanha Nazista fez questão de visitar o túmulo de Napoleão Bonaparte. Segundo conta o relato da visita de Hitler à França, o füher – vestido em trajes formais – fez uma reverência na lápide do lendário militar. Depois da homenagem prestada, derrubou uma estátua do general negro Thomas-Alexandre Dumas, que em vida sofreu com a perseguição do líder francês. [...] A matéria original é da revista Época, o link:
Fonte: http://www.alunosonline.com.br/historia/hitler-x-napoleao.html
 
Última edição:
Tá, enfiei o pé na jaca e ainda estou indo pro 10. Semana corrida etc. Mas consigo me inteirar sem problemas. Até agora, nada de mais. Ia falar sobre o caráter do Villefort mais um pouco, mas a discussão supriu o que eu iria dizer :)
 
Ainda estou no capítulo 9, mas pretendo chegar pelo menos até o 15 logo mais! Por isso, vamos comentando.

Sobre a narrativa do Dumas:
E que maravilha que é a narrativa do Dumas, hein?
Consegue fazer a gente se interessar até por um capítulo que tinha tudo pra ser um porre, como o VI (O substituto do procurador do rei) que é sobre bonapartismo, monarquistas e gerondinos, com aquelas pessoas endinheiradas e hipócritas se estapeando com palavras.
Clara, concordo com você. A narração de Dumas é daquelas que prende a atenção da gente e faz com que não vejamos a hora de ler a página seguinte, para ver o que vai ocorrer.
Também concordo. A narrativa dele é meio estranha: ele narra em 50 páginas o que parece caber em 10, mas mesmo assim a gente fica querendo ler mais e mais. É só lembrar que nessas primeiras 100 páginas só se passou 1 dia! Quanta coisa não aconteceu e o quanto a gente não fica sabendo. Ele devia esticar para ganhar mais dinheiro, já que alguém citou que ele ganhava por página.

Uma coisa que incomoda é que a narrativa se baseia muito em coincidências como o fato de Danglars ter escutado atrás da porta quando o capitão entregou a carta e a comissão a Dantès antes de morrer (a não ser que a víbora ficasse sempre escutando atrás das portas...) e a questão do sobrenome Noirtier dito ao filho. O próprio Villefort reconhece essas coincidências no final do cap. 7 quando diz que "se o procurador do rei estivesse presente naquela noite ou se o juiz de instrução tivesse aberto o envelope" ele é que teria se dado mal.

mas, realmente uma coisa que achei muito bacana desse livro e acho que isso é principalmente influenciado pela tradução é que, apesar de ele ter sido escrito há mais de 150 anos, a linguagem dele não se torna difícil, confesso que eu tenho um pouco de receio de ler livros muitos antigos por esse motivo, o linguajar que eles utilizavam antigamente é muito entediante pra mim (me julguem) e eu acabo detestando o livro muito simplesmente porque acho chato ter que ficar procurando no dicionário o significado de certas palavras que eu não entendo...
Na verdade o texto é bem tranquilo, então acho que não tem influência da tradução não. Por linguagem antiga você quer dizer descrições longas? Mas aqui tem mais diálogos, né? Deve ser por causa do público original do livro, de jornal. Tudo muito rápido. Se bem que alguns romances românticos brasileiros também foram publicados como folhetins e nem por isso...

Caráter de Dantès
Sem fibra, sem malícia, entende? No começo eu também achei que o Dantès era assim; mas depois que ele deu aquela resposta pro Caderousse quando o Caderousse viu as moedas em cima da mesa, aí eu percebi que o Dantès de bobo não tinha nada. Ou talvez tenha um pouco. Vamos ver.
Também tinha achado o Dantès meio inocente demais, sem malícia, dizendo que não tinha inimigos, que não tinha convicções políticas (meio perigoso isso em tempos como aqueles, não?), até por ter caído na conversa do Villefort de que seria solto (também caí =P), mas pensando agora, acho que é a "nobreza" do herói romântico.

Essa conversa com o Caderousse quando chegou, o fato de não ter contado a ninguém sobre a carta, a conversa com o Villefort durante o julgamento, mostram que ele sabe bem calcular o que diz e o caráter dos outros (o encontro com Mondego mostra isso também). (Até demais, achei, para um "homem do povo"). Villefort viu isso no cap. 7 quando diz que nos olhos dele há uma energia violenta sob a primeira impressão de doçura. Aí também há a impetuosidade do herói romântico. E no duelo com Danglars na ilha de Monte-Cristo que aparece no final do cap. 1.


E eu só espero que a vingança do Dantès seja também contra o falso, mentiroso e cagão do Villefort.
Também espero! Fortemente! Mas fico com pena da noiva, a Rénée. Parecia mais uma inocente em meio àqueles tubarões nobres do cap. 6...

Gérard de Villefort
Concordo com a Erendis e o Spartaco que o Villefort é um egoísta covarde, pensando na própria felicidade, ou nos 50 mil escudos de dote e nos 500 mil de herança no caso de morte do pai da noiva, filha única. Mas o cara chegou a procurador com 27 anos! e já é rico, chegou a trocar o próprio nome e comprar a nobreza como indica a partícula "de" (que em francês indica/va nobreza). Imaginem por cima de quantos ele já não passou!

O pai é que me pareceu mais maquiavélico, no sentido de tentar permanecer no poder a todo custo. Era girondino quanto os revolucionários estavam no poder, bonapartista com Bonaparte e realista quando chegou o rei, virando (comprando o título, claro) Conde. Não deve ser flor que se cheire e o filho tem a quem puxar. Vamos ver quando aparecer.

Napoleão e Hitler

Não defendendo o Napoleão, mas acho esse tipo de aproximação bem indevido. Não é por Hitler ter ido à França visitado o túmulo dele que ele gerou o extermínio de judeus e outros povos. O homem não tem culpa de quem o admirava (se é que isso é verdade e não um simples golpe de propaganda estatal, Goebbels-oi?, para aproximar deliberadamente a imagem dos dois).

Além disso, o antissemitismo foi/é muito comum ao longo de toda a história da Europa. Basta lembrar os vários pogroms desde a Idade Média; a expulsão dos judeus da Península Ibérica etc, processo de exclusão sistemática que podemos dizer que culminou no Holocausto. Desse ponto de vista, Napoleão estaria apenas fazendo parte da mentalidade geral, não criando algo.
 
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Ainda estou no capítulo 9, mas pretendo chegar pelo menos até o 15 logo mais! Por isso, vamos comentando.

Napoleão e Hitler

Não defendendo o Napoleão, mas acho esse tipo de aproximação bem indevido. Não é por Hitler ter ido à França visitado o túmulo dele que ele gerou o extermínio de judeus e outros povos. O homem não tem culpa de quem o admirava (se é que isso é verdade e não um simples golpe de propaganda estatal, Goebbels-oi?, para aproximar deliberadamente a imagem dos dois).

Além disso, o antissemitismo foi/é muito comum ao longo de toda a história da Europa. Basta lembrar os vários pogroms desde a Idade Média; a expulsão dos judeus da Península Ibérica etc, processo de exclusão sistemática que podemos dizer que culminou no Holocausto. Desse ponto de vista, Napoleão estaria apenas fazendo parte da mentalidade geral, não criando algo.

Esse livro me fez cair na real. Eu "acreditava" que Napoleão era tipo herói.
 
Estou conseguindo cumprir o cronograma, pois terminei ontem o capítulo 18. Parece que agora o nosso amigo Dantés está prestes a escapar da prisão. :joy:

Vamos aguardar os próximos capítulos. :uhum:
 
Personagens históricos não podem ser analisados no contexto de " herói ou bandido", são moldados pelos fatos históricos. Napoleão é tido como herói na França, para o resto da Europa não. Daí a dizer que ele foi influência para Hitler...
O Adolfinho poderia ter sido influenciado por Nero, Júlio Cesar, Átila o Huno.
O legado napoleônico dura ainda, com a criação do Código Civil o qual é influência até hoje.
Uma característica de Dumas é endeusar certos líderes. Quem leu "Os Três Mosqueteiros" pode observar como ele pinta Richelieu como um cara legal, quando na verdade era um déspota.
 
Uma característica de Dumas é endeusar certos líderes. Quem leu "Os Três Mosqueteiros" pode observar como ele pinta Richelieu como um cara legal, quando na verdade era um déspota.
vc n quis dizer o rei luís xiii ou o duque d buckingham?
pq richelieu n é mostrado nada legal, ele trama toda hora contra a rainha, contra o rei, contra os mosqueteiros e até contra a frança, sozinho ou com a milady.
n sei se ele melhora nas sequências, mas em os 3 mosqueteiros dá vontade d enfiar uma estaca no coração dele, d tto q se parece com os políticos brasileiros.
 
Luis XIII era um rei fraco, Ana d'Austria a rainha era apaixonada ( no livro) pelo 1o ministro de um país inimigo, O duque manipulava um país ao seu bel prazer.
Richelieu sempre se bateu pela França contra, Espanha, Inglaterra e Áustria, as grandes potências da época. Um estilo bem "Maquiavel" de governo.

Na real "um cara legal" não é um termo apropriado realmente. Richelieu era o cara preocupado com a França, não importando os meios.

Na sequência, "Vinte Anos Depois", cardeal 1o ministro muda e passa a ser Mazarino, que segue a linha do antecessor.
 
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Patrícia Carvalho disse: O legado napoleônico dura ainda, com a criação do Código Civil o qual é influência até hoje
.
E, Napoleão tocou a família real portuguesa pros trópicos ¬¬ Essa época é uma lama só. Ainda bem que tem algum resultado positivo.
 
Cheguei no capítulo 17 até agora, mas pelos títulos já dá para saber o que se passa nos 2 próximos pelo menos. Aliás, estou adorando os títulos. Acho que eles indicam bem para onde a história está indo, ou tem algumas referências interessantes (vocês já viram os títulos mais pra frente?)
Sobre o cap. 12
No final, o JLM tinha razão. Mesmo tendo ajudado ao pai (sem querer?), tentando proteger o próprio nome, a própria posição etc, Villefort acabou ajudando a si mesmo: permaneceu no poder com Napoleão e após a segunda queda dele.

A relação dos dois é bem estranha. O senhor Noirtier é um espião, que, como previsto, joga em interesse próprio. Não vimos ainda, mas espera-se que venha a apoiar Luís XVIII depois da queda de Napoleão... A partir dos títulos a gente pode comparar e fazer uma aproximação da relação pai x filho dos Dantès e dos Noirtier, que acham?

Acho a primeira baseada na afeição e a segunda, na desconfiança, por exemplo. O pai recebeu o filho muito bem após a viagem pelo mar dele, enquanto o segundo não queria receber o pai. Os primeiros não são ambiciosos nem ricos, os segundos sim. Que mais?

Sobre o cap. 13
No capítulo 13 vemos o seguimento do "desaparecimento" de Dantès para cada um: Danglars está muito bem, serviu como capitão e foi-se para Madrid (fugiu? com medo do retorno de Dantès?), Fernand (também sempre com medo do retorno de Dantès) e Caderousse foram para a guerra, o segundo na retaguarda. Dantès pai morreu depois de 5 meses. Mercédès dá um primeiro sinal de "fraqueza" em seus sentimentos por Dantès... Nããooo! :sad: Aliás, eles estão sempre desconfiando dos sentimentos um do outro.

No início do 13, vemos também o senhor Morrel tentando ajudar Dantès, pela segunda vez. Contudo, ele confiou em Villefort... Descobrimos aqui que Morrel conhecia Dantès há 10 anos, ou seja desde os 9 e que Dantès trabalhava para ele desde os 15.

Sobre os outros cap.
A partir daí o foco fica sobre Dantès, enquanto se passam 4 ou 5 anos (certo?). Temos o desespero crescente dele após a conversa com o governador até chegar a pensar no suicídio. Há aqui uma denúncia da situação das prisões?

Não pude deixar de traçar paralelos com a situação das prisões brasileiras com vários presos esquecidos da justiça... Não que eles sejam Edmonds Dantès, mas o mínimo que se poderia esperar seriam julgamentos, como para ele, não?

Sobre o suicídio, foi a mesma opção que surgiu para Mercédès... Aliás, toda a reação dos dois à prisão foi a mesma: catatonia inicial (choque?) e em seguida pensamentos suicidas. Essa decisão desesperada dele foi bem triste para mim.
O abade Faria
Conhecemos também a figura (completamente) improvável do abade Faria, o "prisioneiro louco" que é na verdade um sábio, o dono do tesouro que se havia anunciado desde vários capítulos atrás prometendo milhões ao governador. O homem sabe várias línguas, escreve livros, se lembra dos Clássicos, cria ferramentas... Sobre a prisão dele: acho que foi preso pelo tesouro, não pela ideia de uma união italiana.

O abade ajuda Dantès a (finalmente) descobrir tudo que ele não sabia e com isso planta a semente da vingança no coração dele. (A associação de Villefort com Noirtier me pareceu bem improvável também, mas...) De certa forma, vemos como Dantès vai se tornando um duplo do abade, um segundo abade: adquire os conhecimentos, o porte, a nobreza, e vai adquirir o dinheiro. Um abade mais jovem agora.
 
Bem, eu me aprumei.
Acho que Dantés foi criado daquele jeito típico de vilas antigas. Basta ver como era o pai dele, honesto, a ponto de passar fome para saldar uma dívida. Até hoje em comunidades simples a honestidade e a franqueza são atributos considerados básicos. Digamos que Maquiavel parece pop apenas para as elites.

Do 1 ao 6 - Da chegada até o banquete - Dantés parece infringir todas as regras do servilismo, por algum motivo esse moço não via distinção entre sua condição e dos demais, pode ser por ser marinheiro, pode ser por ter sido criado em uma época em que se divulgava a liberdade e a igualdade. Um caráter idealista e cheio de fé.
Há pouca informação sobre sua origem, fico imaginando de onde vem sua beleza, sua nobreza. Por fim, quem já viu alguém realmente feliz com sua sorte, lembrará que o felizardo pensa que todos, até a natureza ao seu redor ficará alegre e lhe emprestará graça.

As regras de relações humanas são desconhecidas por ele.
Primeiro toma decisões com autonomia, sem se preocupar em ter o apoio dos demais. Pode assim ser considerado arrogante e cheio de si.
Segundo considera-se amigo de uma pessoa que parece ter um caráter discutível, ou seja, confiava facilmente.
Parece para mim uma pessoa que deu toda a atenção a técnica de navegação, foi um bom trabalhador, mas nunca dedicou um segundo para aprender sobre a humanidade. Tenho até desculpas para ele, por ser assim. Criado por um pai legal e trabalhando para uma pessoa correta.

Do 7 ao 12 - O interrogatório até Pai e filho
Aqui perco toda a ilusão, se é que tenho alguma, de haver alguma honra na elite daquela época. Salvo o Sr. Morrel, tudo gira em salvar a própria pele e, ou, os interesses.
Do 13 ao 18 - Os cem dias até O tesouro
Custa a perceber, o herói, que não encontrará justiça ou misericórdia. Olha que até eu pensei que o rapaz estava com alguma sorte, quando recebeu a visita em sua cela, para voltar a realidade que um safado crescido, no geral é bem escolado em safadeza.

Dantés parece com as pessoas que dizem: "Meu nome é trabalho!", e acreditam que todo o resto se resolve por conta. Há pessoas acreditam que inspiram contando seus méritos, suas conquistas. Deveria dar esperanças a outros, não? Por que será que não é assim?

Concordo com a maioria é difícil parar de ler.
 
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Sobre a narrativa do Dumas:

Também concordo. A narrativa dele é meio estranha: ele narra em 50 páginas o que parece caber em 10, mas mesmo assim a gente fica querendo ler mais e mais. É só lembrar que nessas primeiras 100 páginas só se passou 1 dia! Quanta coisa não aconteceu e o quanto a gente não fica sabendo. Ele devia esticar para ganhar mais dinheiro, já que alguém citou que ele ganhava por página.

O que faz a gente admirar mais ainda as obras do homem, já que não é pra qualquer um conseguir enrolar e ao mesmo tempo prender a atenção do leitor.
Que o digam os escritores de novelas da TV brasileira.


Uma coisa que incomoda é que a narrativa se baseia muito em coincidências como o fato de Danglars ter escutado atrás da porta quando o capitão entregou a carta e a comissão a Dantès antes de morrer (a não ser que a víbora ficasse sempre escutando atrás das portas...) e a questão do sobrenome Noirtier dito ao filho. O próprio Villefort reconhece essas coincidências no final do cap. 7 quando diz que "se o procurador do rei estivesse presente naquela noite ou se o juiz de instrução tivesse aberto o envelope" ele é que teria se dado mal.

Dizem isso também do Charles Dickens, que as coincidências em suas histórias são forçadas pois o personagem em questão quase sempre é um(a) amigo(a) de infância esquecido, ou o primo do vizinho do tio de algum outro personagem (outro tipo de situação que acontece a rodo em telenovelas. :lol: ).
Não digo nada porque gosto muito desse tipo de coisa, mas só quando é bem escrito e "amarrado" como é nas histórias do Dickens e do Dumas.


Caráter de Dantès

Também tinha achado o Dantès meio inocente demais, sem malícia, dizendo que não tinha inimigos, que não tinha convicções políticas (meio perigoso isso em tempos como aqueles, não?), até por ter caído na conversa do Villefort de que seria solto (também caí =P), mas pensando agora, acho que é a "nobreza" do herói romântico.

As regras de relações humanas são desconhecidas por ele.
Primeiro toma decisões com autonomia, sem se preocupar em ter o apoio dos demais. Pode assim ser considerado arrogante e cheio de si.
Segundo considera-se amigo de uma pessoa que parece ter um caráter discutível, ou seja, confiava facilmente.
Parece para mim uma pessoa que deu toda a atenção a técnica de navegação, foi um bom trabalhador, mas nunca dedicou um segundo para aprender sobre a humanidade. Tenho até desculpas para ele, por ser assim. Criado por um pai legal e trabalhando para uma pessoa correta.

(...) Dantés parece com as pessoas que dizem: "Meu nome é trabalho!", e acreditam que todo o resto se resolve por conta. Há pessoas acreditam que inspiram contando seus méritos, suas conquistas. Deveria dar esperanças a outros, não? Por que será que não é assim?

Ele vai ter que passar (já passa, na verdade) por uma transformação física e moral: os sofrimentos da prisão devem lhe dar uma aparência mais velha e nobre, e perderá essa inocência e confiança no ser humano que tinha aos dezenove anos.
O herói tem que se ferrar bastante, comer o pão que o demo amassou com o rabo, pra gente entender o que o levou a planejar e executar a vingança.

Acho que isso tudo fica bem evidente no capítulo 15 "O Número 34 e o Número 27", que li duas vezes tamanha a intensidade da narrativa do sofrimento do infeliz Dantès.
Raiva, solidão, ódio por si mesmo, o não saber o motivo de tudo aquilo estar acontecendo com ele, e por fim, a súplica pela morte:
"...uma espécie de consolação vertiginosa que nos mostra o abismo escancarado e, no fundo do abismo, o nada. Lá chegando, Edmond encontrou certo consolo nessa ideia; todas as suas mágoas, todos os seus sofrimentos, com o cortejo dos espectros que arrastam atrás de si, pareceram alçar voo daquele canto de sua prisão onde o anjo da morte podia pousar o pé silencioso."

Sensacional!
Alexandre Dumas chuta bundas em matéria de narrativa! :obiggraz:


Do 13 ao 18 - Os cem dias até O tesouro
Custa a perceber, o herói, que não encontrará justiça ou misericórdia. Olha que até eu pensei que o rapaz estava com alguma sorte, quando recebeu a visita em sua cela, para voltar a realidade que um safado crescido, no geral é bem escolado em safadeza.

:rofl:


Patricia Carvalho disse:
Personagens históricos não podem ser analisados no contexto de " herói ou bandido", são moldados pelos fatos históricos. Napoleão é tido como herói na França, para o resto da Europa não. Daí a dizer que ele foi influência para Hitler...
Não defendendo o Napoleão, mas acho esse tipo de aproximação bem indevido. Não é por Hitler ter ido à França visitado o túmulo dele que ele gerou o extermínio de judeus e outros povos. O homem não tem culpa de quem o admirava (se é que isso é verdade e não um simples golpe de propaganda estatal, Goebbels-oi?, para aproximar deliberadamente a imagem dos dois).

Não foi por isso que não gostei do Napoleão.
Aliás, nem sabia dessa comparação que faziam dele com o Hitler e também não concordo com ela, afinal se existe uma coisa que não falta na história da humanidade, desde os primórdios, é líder perverso.
O que me incomodou na biografia que o Dumas escreveu é que o Napoleão era um homem extremamente vaidoso e fútil.
Parecia não estar nem aí com as tragédias que causava contanto que conseguisse o que queria.
A certa altura da narrativa Dumas escreve que o Napoleão queria impressionar uma moça e pra isso faz seus soldados simularem uma guerra.
Só que nessa guerra de "mentirinha" morrem doze soldados! Doze!
Gente, que tipo de homem escroto faz doze homens morrerem só pra conseguir comer uma vagabunda? :gotinha:
 
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[...] O que me incomodou na biografia que o Dumas escreveu é que o Napoleão era um homem extremamente vaidoso e fútil.
Parecia não estar nem aí com as tragédias que causava contanto que conseguisse o que queria.
A certa altura da narrativa Dumas escreve que o Napoleão queria impressionar uma moça e pra isso faz seus soldados simularem uma guerra.
Só que nessa guerra de "mentirinha" morrem doze soldados! Doze!
Gente, que tipo de homem escroto faz doze homens morrerem só pra conseguir comer uma vagabunda? :gotinha:
Vaidade, sujeito era o monstro da vaidade. O fato de ele ser traiçoeiro me incomoda mais. Ainda vamos descobrir que Villefort é filho de Napoleão. Todas as víboras devem ter sua linhagem. :uhum:

Aproveitando o embalo dos encrenqueiros ;)
Estamos esperando ainda alguns dos colegas que determinaram qual a obra que iríamos ler.
Para que não os esqueçamos, vou citá-los, pode ser que ainda estejam a caminho do Clube.
Chegaram juntos e enriquecem a leitura com suas observações:
@*Erendis*
@JLM
@Arringa Hrívë
@Patricia Carvalho
@Mavericco

Volta e meia dou uma espiada na porta do Clube a procura de:
@Vela- o Rousoku
@Ecthelion
@Indily
@Morfindel Werwulf Rúnarmo
@Pim
@Placebo
@Ainurian
@Calib Kérberos Kupo
@-Failivrin-
@Belle Vox
Lembrando que votamos na obra que queremos ler e comentar com os colegas, senão porque votar?
 
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