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defesa ou acusação?defesa
Acusação vdddefesa ou acusação?
Agora, GANDALF está aqui, perante o Circulo da Lei para ser julgado por cada ato cometido na Terra Média!
(...) desse indivíduo que há muito tempo vem causando todo tipo de problema pelo mundo, com suas ideias absurdas e atitudes insensatas.
TRAMAR A CAPTURA DO ESPÓLIO DA MONTANHA SOLITÁRIA PARA SI
(...) este agitador desordeiro, badernista, pseudo-revolucionário anarquista valinoreano
(...) e fumando sabe-se lá o quê naquele cachimbo nojento
(...) Como se isso não bastasse, o traiçoeiro mago ainda enviou junto de Frodo o pobre Samwise Gamgi!
(...) comendo salgadinhos e fumando aquela porcaria?
(...) vede que as decisões tolas motivadas por razões ridículas do velho mago (...)
(...) condenação do Réu ao VAZIO, por toda a eternidade
Está exposto o nosso caso contra o réu.
Pena. A sua oitiva ao vivo era a que eu mais queria ver.A idéia é legal, mas não vou poder. O tempo que eu to dedicando pra isso aqui é nas brechas do trabalho, então já viu né...
Mellime arrebentouPô, mandaram bem.
Consta da exordial que “esse indivíduo [...] há muito tempo vem causando todo tipo de problema pelo mundo, com suas ideias absurdas e atitudes insensatas.” Ora, os argumentos da acusação, como um todo, perdem verossimilhança e confiabilidade no momento em que caracterizam Gandalf como um indivíduo “com ideias absurdas”, “atitudes insensatas”, “senil”, “um ser de todo mau”, que realiza “pérfidos planos”, e “de má-fé”.
Sabe-se perfeitamente bem, neste Máhanaxar, que, embora não dotado de perfeição – qualidade reservada exclusivamente a Eru – Gandalf realizou grandes feitos ao longo de toda a sua existência em Arda, tendo servido Manwë, Varda, Irmo e Nienna, de quem ele aprendeu a tratar a todas as criaturas com empatia e misericórdia. Nos anais da História de Arda, tomo DLXXXIII, página 982 e seguintes pode-se comprovar o referido acima, com registros do punho do próprio Manwë, detalhadamente narrando os méritos de Gandalf nas primeiras eras de Arda, quando vivia em Valinor em meio aos Poderes deste mundo.
Assim, logo de início, está clara a contradição em que incorre a peça inicial, que, se já não é confiável por ignorar fatos inquestionáveis ao genericamente imputar ao réu ‘’ser mau’’, carece ainda mais de força relativamente às acusações específicas de ilícitos em tese cometidos.
Vejam bem, nobre Juíza, estimados Jurados e respeitáveis Defensores, possivelmente de boa fé: vocês foram enganados por este vil Maia que aqui se encontra. É um ser de todo mau, e não há atitudes que tenha tomado para o bem? O papel deste conselho não é o de fazer tal julgamento: é apenas não permitir que o pérfido plano que a seguir será narrado seja deixado impune
Gandalf nunca desejou opulência, como Saruman, havendo de ser considerado o fato de que viveu todo o seu período na Terra Média passando-se por um velho senhor andante, jamais ostentando posses, e mantendo para si apenas os bens materiais absolutamente necessários para o cumprimento de sua missão (a espada Glamdring e o anel Narya). Gandalf tanto buscava viver em simplicidade que foi, talvez, o único dentre os grandes poderes a conferir importância ao Condado, fato que, bem sabemos, foi crucial para a descoberta do Anel de Poder antes do Inimigo, e, em última análise, o motivo pelo qual, ao fim e ao cabo, os Povos Livres da Terra Média venceram a Guerra do Anel.
Gandalf, inclusive, buscou preservar a autonomia e as tradições tanto de elfos, quanto de homens, quanto de anões e hobbits ao longo de sua permanência na Terra Média. Thráin II não foi forçado pelo réu a fornecer informações que anões não revelam a outros seres. Gandalf não buscou auxiliar a companhia de anões por ter falhado em obter informações de Thráin II, e sim porque prometeu a Thráin II que entregaria o mapa a seu filho, que mais tarde descobriu seu Thrórin Escudo de Carvalho. Assim o fez, por lealdade, jamais por cobiça.
Não houve tampouco desaparecimento de Gandalf em momentos cruciais na tentativa de sabotar o grupo que ele mesmo ajudou a criar. Ora, se era realmente o interesse do réu que os anões perecessem nos momentos citados pela acusação (muito antes, portanto, de alcançarem a Montanha Solitária), objetivar a morte dos anões naquele momento não seria apenas contraproducente, mas de uma estupidez digna do mais desafortunado troll das montanhas.
Ademais, se quisesse indicar a Thórin um hobbit incapaz de auxiliar a comitiva de anões, teria escolhido um Bolger qualquer (ou hobbit nenhum) e não Bilbo Bolseiro, que nitidamente possuía em si um potencial para Aventura pouco comum em sua raça, mesmo que ele próprio não soubesse disso até aquele momento. Não o fez, tendo convencido um hobbit talentoso e capaz para o papel de ladrão do grupo liderado por Thórin.
Após, afirma a acusação que Gandalf não contou com a saída do dragão de dentro da Montanha, nem com a Batalha dos Cinco Exércitos. Ora, é evidente que Gandalf não contou com a Batalha dos Cinco Exércitos, a qual constituiu verdadeira tragédia, e preferiria que o dragão tivesse sido expulso ou eliminado sem causar a morte de inocentes. Isso não significa que tenha havido qualquer indício de que cobiçou o tesouro para si, tanto é que, mesmo podendo fazê-lo, não levou consigo quase nada do tesouro de Smaug.
Como prova material, em anexo, apresentamos os Anais do Reino de Thranduil (tomo DV), na Floresta das Trevas, e de Erebor (Livro XXX), que não apresentam quaisquer contradições entre si, apesar de terem sido registrados por escribas diversos – o que comprova a sua coerência e veracidade. Ambos atestam a repartição dos tesouros da Montanha Solitária, tendo Gandalf somente levado consigo um pequeno baú de tesouro que restou, por fim, empregado em tarefas nobres voltadas ao benefício dos povos livres da Terra Média.
Acaso o objetivo de Gandalf réu “não fosse mudar o estado de qualquer das coisas: Lago, Dragão, Montanha ou Guerra” mas apenas querer “o ouro, e o poder que compraria através dele”, em primeiro lugar, Gandalf poderia aceitar os recursos e a influência de Galadriel e de Elrond, que lhe forneceriam toda a opulência que ele poderia desejar, e mais; e os registros mostrariam que Gandalf teria buscado prevalecer-se do tesouro da Montanha, o que está sobejamente comprovado que não ocorreu.
É cristalino que Gandalf não negligenciou ameaças evidentes (itens A, B, C e D). Em primeiro lugar, além dele próprio e do traidor Saruman, vieram à Terra Média mais três magos. Além dele próprio e do traidor Saruman, compunham o Conselho Branco a Dama Galadriel de Lothlórien, o Mestre Elrond de Imladris, Círdan dos Portos Cinzentos e o Istar Radagast. Por que somente Gandalf teria sido negligente? Pelo contrário, dentre os mais sábios da Terra Média, o comportamento de Gandalf não se desviou do que poderia, sob critérios de razoabilidade e proporcionalidade, ser dele esperado. Simplesmente não havia alternativa ao réu a não ser acatar as decisões tomadas em conjunto até o momento em que inescapavelmente a traição de Saruman se revelasse.
A acusação de que haveria notícias circulando sobre as transformações de Orthanc, além de genérica, não vem apoiada em qualquer elemento probatório ou lógico, até porque o réu acabou ele mesmo refém de Saruman em sua torre justamente por não fazer idéia – assim como todos os demais – do que ocorria por lá. Aliás, sua captura somente ocorreu justamente porque foi procurar conselho com Saruman assim que soube do ressurgimento do Anel (item B).
Ora, não se justifica a acusação de que Gandalf teria passado “16 anos vagando pelo mundo, matutando sem propósito, ocupando-se com tolices como festas e fogos de artifício e fofocando durante suas bebedeiras e fumando sabe-se lá o quê naquele cachimbo nojento”. Foi precisamente nesse período que Gandalf viajou o mundo em busca de respostas a respeito do Anel, conforme se prova pelos registros em anexo a esta petição de seus requerimentos perante os Anais de Gondor, de Imladris e de outras bibliotecas e registros da Terra Média, além de ter auxiliado Aragorn na captura de Gollum.
Durante a permanência em Imladris Gandalf fez o seu melhor, assim como Aragorn (item F). O fato de que não contou detalhadamente a este cada passo do caminho, evidentemente, deveu-se ao fato de que ele mesmo não sabia os percalços que haveriam de ser enfrentados. É uma acusação desprovida de sentido.
Quanto a Denethor, não se pode, por vezes, julgar o resultado ao invés do esforço (item G). Gandalf atuou ao máximo de suas habilidades em Gondor, tendo obtido o favor de Faramir, filho de Denethor. Denethor, conforme está bem registrado nos anais de Minas Tirith, estava além de qualquer possibilidade de convencimento em sua insanidade (documentos em anexo).
Sobre convencer Frodo Boleiro e Samwise Gamgi a partir para a jornada que culminou com a destruição do anel (item E), primeiramente, o réu somente pediu aos dois hobbits que levassem o anel do Condado a Imladris, caminho que até então não era particularmente perigoso. Em segundo lugar, sabia que o anel estaria demasiadamente tentado nas mãos de alguém tão poderoso quanto um Istar. Em terceiro lugar, quem decidiu seguir a jornada foram os próprios Hobbits, e Gandalf então percebeu que algum destino maior os aguardava e que fugia à sua própria compreensão.
Mais uma vez, trata-se de acusações genéricas que, por mais que poderiam, acaso fossem verdadeiras, indicar que Gandalf não é um ser perfeito (como dito anteriormente, uma franca redundância, porque nenhum ser exceto Eru o é), mas jamais um crime passível de punição com o Vazio, a mais grave de todas as penalidades que podem ser impostas a um Maia ou Vala.
1. "A acusação afirma que Gandalf é de todo mau porém atribui negligência no cumprimento do dever de Istar na segunda acusação (não má-fé)"
2." A acusação afirma que Gandalf é mau havendo prova em contrário."
3. "Não foi apontado de que forma as condutas supostamente praticadas pelo réu seriam crimes."
4. "Gandalf não tramou a expedição de Erebor para ficar com o ouro, que ele não cobiçava."
5. "Gandalf não foi negligente com seu dever durante a guerra do anel."
6. "Alternativamente, caso se entenda que foram cometidos crimes – o que se duvida – pede que a pena não seja o vazio mas prestação de serviços aos povos livres de Arda."