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[Círculo da Lei XI] Julgamento de Gandalf

  • Criador do tópico Criador do tópico Bel
  • Data de Criação Data de Criação
Gandalf deve ter ido pra alguma "missão urgente" em algum lugar que ninguém nunca ouviu falar pra enfrentar alguém que ninguém conhece por um motivo que ele não explica numa época que se perde numa cronologia confusa e tal. :blabla: Típico. Simplesmente típico. Ele é PhD nesse tipo de coisa. Mas felizmente conseguimos fotos do réu "ocupadíssimo" com suas missões urgentes enquanto o mundo desaba:
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E ainda por cima arrastando para o vício um cidadão que devia ser um exemplo de bom comportamento! Aqui, ó:
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Que vergonha, que vergonha!
 
É notável a pouca humildade do velho garoto ao dizer coisas como !!! Ora! Essa decisão não cabia ao réu, pois os objetos em questão pertenciam à Thórin, não importando se este tenha ou não posteriormente considerado tais objetos de pouca utilidade. Mas passemos para outra questão. Após notar a absurda arrogância do réu, que em sua mente senil se considera um exemplo de humildade e uma espécie de paladino da justiça, pedirei aos jurados para que relembrem a negligência do réu em suas ações tolas e atentem para as suas videocassetadas verbais enquanto fazemos a seguinte pergunta:

Gandalf, é sabido que Denethor, enquanto as forças de Mordor e de Sauron ganhavam forma, permanecera encastelado, com nítidos sinais de insanidade, em Minas Tirith. Ora, o senhor se instalando na cidade por algum tempo, para investigar o paradeiro do Um, qual a razão de não ter feito algo já nessa ocasião para impedir o avanço da amência do governante e, por conseguinte, melhor organizar as tropas do levante contra o Senhor do Escuro?


Poupe-nos dessas alfinetadas sem sentido! Nem mesmo os magos conseguem prever e acertar tudo, como foi um erro meu não ter percebido a traição do líder de minha ordem cedo o suficiente. Depois de tudo o que passei, o motivo de eu estar aqui não é para ouvir esse enxame de palavras vazias.

Denethor era legitimamente o regente. Nós magos não estamos aqui como reis ou imperadores, muito menos deidades a quem os mortais devam algum tipo de obediência. Não dei ordens a Théoden e nem a Aragorn, também não teria o direito de fazê-lo com Denethor. Se era dele o cargo governante, então a única coisa que me resta é a de tentar influenciá-lo. Nesse sentido, sua habilidade de ler mentes era muito inconveniente, já que tornava quase impossível manipulá-lo para o que eu queria.

Ele era uma personalidade complicada, mas sua insanidade não era clara no começo. Havia pouca distinção entre o grau de sua loucura e uma excentricidade negativa e autoritária, se é que ele era louco naquele momento. Perdeu a cabeça completamente durante a guerra, e qualquer um que tenha estado lá sabe que não é uma experiência para os mentalmente fracos.

Além de tudo isso, não era minha função organizar tropas e liderar um levante contra Sauron, ainda que fosse meu semelhante. Mesmo na Guerra do Anel, quando meus planos eram os planos de todos os homens livres da Terra Média, ainda assim deixei os reis mortais liderarem seus homens, participando somente com minha influência.
 
EXCELENTÍSSIMA SR.ª DR.ª JUÍZA DO EGRÉGIO MÁHANAXAR

HONRADOS JURADOS

SENHORAS E SENHORES PRESENTES NESTE JULGAMENTO

A DEFESA pergunta ao réu:

Conte ao Mahanáxar sua versão dos fatos imputados na denúncia, elucidando os principais pontos controvertidos.

Lembrando das acusações imputadas ao réu:
se Gandalf queria o tesouro para si, se Gandalf teria planejado a morte dos integrantes da companhia de Thorin, para seus próprios fins escusos, se Gandalf invejava Saruman e sua Orthanc, se Gandalf pesquisou a fundo para descobrir o paradeiro de Thráin II, para dele extrair informações, e se Gandalf "desaparecia" nos momentos mais delicados e reaparecia somente na iminência de a companhia ser dizimada, para permitir a morte dos anões mas não de todos, e, por fim, se agiu com negligência durante a Guerra do Anel.
 
A estratégia da defesa é astuta e sagaz: deixar o processo para as calendas gregas, esperando que o caso prescreva :gotinha:
 
* Gandalf permanece por alguns momentos franzindo a testa e murmurando algo consigo mesmo, enquanto organiza suas memórias diante da solicitação que ouviu, antes de uma resposta. Um silêncio extremamente desconfortável toma conta de todos os presentes, enquanto o olhar distante de Gandalf mantém a tensão do ambiente retesada como a corda de um arco prestes a disparar. *
 
* Ouve-se um som estrondoso. Thráin arremessara o próprio assento na parede de pedra.
- Vou mijar! - saiu bradando em fúria, desvencilhando-se dos guardas que tentavam orientá-lo ao local adequado. *
 
Reação da juíza aka Bel com essa letargia toda:
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** Posts duplicados combinados **
A PROMOTORIA vem, por meio desta, peticionar ao Juízo que, em vista da demora descomunal do réu para responder às questões levantadas pela Defesa, da qual nem prorrogação de prazo pediu-se, que se passe para a próxima fase do processo, as CONSIDERAÇÕES FINAIS.
 
* Enquanto todos aguardavam uma resposta, Gandalf parecia perdido em memórias *

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* Após longos momentos de impaciência e tensão, o silêncio foi subitamente quebrado por sua voz. *


Me questionam sobre os meus motivos para conduzir os anões e um hobbit em uma jornada perigosa. Me perguntam sobre o meu interesse. Pois bem! Meu interesse era mesmo no tesouro!

O tesouro pertence aos anões, e naturalmente deveria retornar a eles. No entanto, eu não tinha obrigação nenhuma em ajudá-los, e essa não era minha missão na Terra Média. Era justo, se meus préstimos foram tão úteis e decisivos nessa retomada, que um pagamento me recompensasse. Os anões sempre foram bons comerciantes e sempre se dedicaram a trabalhar como ferreiros, recebendo devido pagamento pelos seus negócios. Com certeza entendem o valor de uma retribuição adequada a um esforço incomum. Não quis tudo, ou sequer um quatorze avos do saque - o que preferi que fosse destinado a Bilbo - mas não pensei em sair de mãos vazias.

Os magos tem seus gastos, e os meus eram com erva. Sim, eu ia gastar tudo em erva do condado. Todos possuem o direito de se divertir quando não estão a trabalho, e eu definitivamente não estava a trabalho em todo esse episódio já que minha missão era com o Um. Achei que seria bom também ajudar os anões, tão obstinados e impotentes diante do dragão. Naturalmente que quando a desconfiança do Anel surgiu, muito tempo depois, passei a estar em serviço e abandonei imediatamente a vida relaxada.

Isso tudo pensei a princípio, mas é claro, como todos sabem, que nada saiu como planejado e todos desistiram de quaisquer acordos iniciais. Não planejei de forma alguma morte de quem quer que seja, e muito me doeu ver partir os que se foram. Desisti completamente de tocar em assunto de pagamento, um pouco por perder o interesse, mas principalmente por respeito à situação. Foi somente quando nenhum anão estava presente e apenas Bilbo - um coração bom demais para sentir ou perceber ofensa nesses assuntos - me ofereceu o tesouro dos Trolls, foi que aceitei. E ainda assim aceitei somente metade, porque a erva não é assim tão cara. Metade do saque me permitia comprá-la pelo resto do meu tempo em Arda. Caso eu ficasse mais tempo, pensaria em outro plano - tenho certeza que conseguiria não ficar sem erva.

Nunca invejei Saruman, e Orthanc nunca me interessou. Não faz o menor sentido ficar confinado em um prédio alto com tantas coisas a serem resolvidas ou apreciadas ao longo das terras. Quando estou ocioso, eu viajo, e não tenho interesse em liderar ordens de quaisquer tipos - embora muito me irrite quando os líderes de fato não me ouvem.

O relato que Thrain nos entregou é absolutamente... verdadeiro. Aquela conversa realmente aconteceu. Porém, não aconteceu comigo. Quando cheguei na sala, o encontrei já no meio do diálogo, aparentemente falando com as paredes. No início achei que havia ficado completamente insano, mas depois desconfiei que o Necromante estivesse colocando alguma ilusão em sua mente. Quando entrei no calabouço, o ouvi dizendo algo sobre um anel em seu poder, mas que havia sido roubado, junto com outras coisas. Seus pertences estavam sobre uma bancada num canto da sala, não distantes de seu corpo, e pude ver um rolo e um objeto de metal. Rapidamente os peguei, pensando que assim estaria impedindo o inimigo de tê-los, o que quer que fosse. Guardei-os em meu manto enquanto Thrain continuava um diálogo estranho, em que falava sobre um filho continuar uma missão com aqueles objetos. Nisso me aproximei, para tentar entender o que acontecia e ver se havia algo que eu pudesse fazer. Quando cheguei a seu lado, acredito que ele tenha pela primeira vez conseguido realmente me ver, e seu olhar mudou. Disse "Ajude-me, Gandalf!", e minha cautela foi substituída por uma enorme preocupação. Comecei a pensar em como tirá-lo dali, mas meus pensamentos rapidamente mudaram para um temor de que o Necromante tivesse percebido minha real presença através dos olhos e da mente de Thrain. Confuso, por um momento não soube o que fazer, e isso foi fatal para a situação: logo vi um vulto por trás do anão e senti uma força estranha, porém imensa em meu peito, da qual tentei desesperadamente desviar. Quando dei por mim, estava jogado em meio a pedras a alguma distância da masmorra, e sinto que naquele episódio quase pereci. Creio que se tivesse tentado uma luta, não estaria aqui hoje.

Como devem imaginar, o que eu tinha em meu manto era o mapa e a chave. Revisei muito as minhas memórias daquela conversa estranha para entender do que se tratava, e deduzir o que ele queria com aquilo. Infelizmente, não disse o nome de seu filho, e demorei muito para encontrá-lo. O inimigo parecia mais interessado nos sete anéis do que nesses itens, mas mesmo assim hesitei muito em entregar o mapa ou falar a respeito para quem quer que fosse. Théoden teve mais sorte, pois sua cegueira foi causada por alguém menos poderoso e foi possível removê-la. Sinto por Thrain, perdôo sua ingratidão, e me pergunto se algo conseguirá trazê-lo de volta.

Eu nunca "desapareci", eu tive que me ausentar. Muitas vezes tenho que decidir entre duas tarefas conflitantes, das quais uma apenas eu posso fazer, e outra pode ser feita pelos que deixo para trás. Não posso mandar um anão ou um hobbit em um conselho de magos - seria o mesmo que mandar um pônei - mas posso deixar que treze guerreiros e um ladrão caminhem por um pedaço de mato. Não é minha culpa se os anões orgulhosos às vezes tomam decisões estúpidas. Confesso que em alguns momentos da minha vida estive bastante irritado e preferi que uns anões e hobbits realmente fossem devorados por alguma besta, me livrando de sua estupidez e me dando um pouco de paz. Mas normalmente eu não me irrito, em parte devido à erva.
 

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