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Você é a favor da legalização do aborto?

Você é contra ou a favor a legalização do aborto?


  • Total de votantes
    116
não quer repensar nem pros casos de estupro, risco a vida da mae ou feto com malformação?

REpensar? Esse é um dos assuntos que eu já pensei, repensei, tripensei em muitos momentos da minha vida, em diferentes épocas, enquanto eu estive em diferentes vibes, em diferentes cursos, tanto antes, quando eu fazia Física, que era um curso que me instruía a pensar objetivamente, racionalmente, cartesianamente, quanto agora, que estou no Direito, uma ciência humana, ambiente em que tenho que considerar a mente humana, o coração humano e os diferentes nichos políticos em que os humanos podem estar insertos. Antigmaente eu era mais flexível, e eu pensava no lugar das mulheres estupradas, por exemplo, e outras excludentes da ilicitude do crime de aborto, e das eventuais causas excludentes da imoralidade ínsitas à prática do aborto em si. A conclusão que cheguei, neste ponto da minha vida, é que sou absolutamente contra o aborto, sem restrições, nem para casos de anencefalia, estupro, simples vontade da mulher ou do casal, ou o que quer que seja. Portanto, não é preconceito. É um autêntico pós-conceito.

Edit: é um assunto em que eu penso todos os dias, porque me inquieta. Angustia-me o dia em que remeterão, de uma vez por todas, o projeto de descriminalização ao Congresso. É questão de tempo. Por mim, jamais aconteceria.
 
Bem, quanto a alguns casos que você citou, seria interessante se você pudesse engravidar, e ver como seria isso. Digamos estupro e anencefalia.
Se ponha no lugar, ou ponha no lugar a sua namorada / esposa.

Não, realmente não consigo entender essa posição.
 
ok, se vc pensa tanto sobre o assunto, apresente-nos teus motivos :lol:

pq, mesmo para esses casos críticos, o aborto não deve ser permitido?

edit:
cara, relaxa, ninguém tá te chamando de insensível haha. só diga o que te faz acreditar que abortos não devem ser liberados pra absolutamente qualquer caso.
 
Última edição:
É o que eu já ouvi em mais de vinte diferentes oportunidades que tive de discutir o assunto com outras pessoas, em especial quando há mulheres na roda. Acusam-me de insensível por "não saber o que é ser mulher". Isso é, no mínimo, muito temerário. Não quero ser arrogante, mas se eu fosse um bruto, rústico e sistemático (procure essa música no youtube), aí sim, seria um argumento válido. Da mesma forma que não se pode acusar um obstetra homem de não saber o que é dor do parto. Ou mesmo um policial que trabalha com drogas há 30 anos e ocupa-se de dar palestras sobre seus efeitos, mas sem nunca ter usado.

Compreendo que é uma situação muito difícil, de verdade. Mas fazer o que, na verdade?
 
Bem, quanto a alguns casos que você citou, seria interessante se você pudesse engravidar, e ver como seria isso. Digamos estupro e anencefalia.
Se ponha no lugar, ou ponha no lugar a sua namorada / esposa.

Não, realmente não consigo entender essa posição.
Faço coro ao Rossa aqui. Por mais terríveis que possam ser essas situações a dignidade humana é ainda preferível, essencial de ser mantida em detrimento de dificuldades da criação da criança pela mãe e o mesmo vale para anencefalia. Penso que o Estado poderia fazer algo no sentido de proteger as crianças produto de estupro.
 
Amon_Gwareth, não vi sua resposta em tempo. Meus argumentos são ridiculamente simples, mas eles costumam ser batidos pela quantidade dos outros argumentos em sentido contrário. Prefiro um único argumento de qualidade do que ativistas femininstas que vêm com supostas estatísticas, colhidas não se sabe como, já que tudo é sigiloso, dizendo que o aborto, na verdade, é uma "questão de saúde pública, e não de polícia". É crime, e tem uma razão de ser: mata-se uma pessoa, tira-se uma vida. Tá certo que é uma vida intra-uterina, mas, pensando lá no fundo: qual é a diferença? O que a criança nascida tem de mais especial do que aquela que está prestes a nascer?

E outros argumentos que a galera da legalização gosta de alinhavar, tais como, além da saúde pública: sensibilidade, solidariedade, humanidade, praticidade, dignidade, liberdade. Nossa, quantas "dades"! Todas são altamente abstratas. Também é o argumento de alguns libertários, que usam a liberdade como pressuposto e fundamento de tudo. Ora, sem vida, nem se fala em liberdade. Para que alguém seja candidato a ser livre, este sujeito precisa, primeiramente, ter o direito de viver.

@Paganus: obrigado! :D by the way, seu avatar é hilário :P
 
Faço coro ao Rossa aqui. Por mais terríveis que possam ser essas situações a dignidade humana é ainda preferível, essencial de ser mantida em detrimento de dificuldades da criação da criança pela mãe e o mesmo vale para anencefalia. Penso que o Estado poderia fazer algo no sentido de proteger as crianças produto de estupro.

Sim, o estado esta preocupado em manter a dignidade humana do feto para que ele nasça, mas assim que sai da maternidade tira toda a responsabilidade de si.

Na minha opinião, quer forçar as pessoas a terem um filho!? Ok, mas garantam a mesma dignidade do ser humano antes de nascer, e depois de nascer. Porque ao meu ver, depois que a criança vem ao mundo, o estado não se preocupa nenhum pouco se essa criança vai ter moradia, comida ou saude, é tudo decisão e problema dos pais, exceto quando ter um filho...
 
Na minha opinião, quer forçar as pessoas a terem um filho!? Ok, mas garantam a mesma dignidade do ser humano antes de nascer, e depois de nascer. Porque ao meu ver, depois que a criança vem ao mundo, o estado não se preocupa nenhum pouco se essa criança vai ter moradia, comida ou saude, é tudo decisão e problema dos pais, exceto quando ter um filho...

Sim, mas isso é algo circunstancial e que não deve alterar a questão essencial. Se o Estado não está comparecendo, esse é outro problema, que, até por uma questão lógica, não deve ser resolvido descriminalizando-se o aborto. O que você acha?
 
Faço coro ao Rossa aqui. Por mais terríveis que possam ser essas situações a dignidade humana é ainda preferível, essencial de ser mantida em detrimento de dificuldades da criação da criança pela mãe e o mesmo vale para anencefalia. Penso que o Estado poderia fazer algo no sentido de proteger as crianças produto de estupro.

Bem, não sei. Estupro. Definitivamente proteger. Podem me chamar de má, mas eu não sei se conseguiria cuidar dessa criança, e se mesmo gostaria de carregar ela dentro de mim por nove meses. Por mais que pessoas digam que homem sabe sim, homem não sabe. Mulher que não teve filhos, também não sabe. Meu, pare e pense: ter dentro de você um filho de um (insira várias palavras aqui). Por nove meses. Para mim, é uma continuação de nove meses do estupro. Todo dia e toda noite.
Sim, algumas mulheres podem conseguir gostar dessa criança. Mas nem todas.

Anencefalia, é simples. Não quero ser um caixão.
Não, eu sei que as pessoas morrem no final, e eu sei que todos os filhos que eu tiver, vão morrer. Algum dia. Mas pelo menos quero ter esperança de ver eles crescerem e etc.

Enfim, creio que, nestes casos deve ser uma questão de consciência. Por mais que vocês abominem o aborto, pensem nisso: a mulher fica com a criança na barriga dela por nove meses. A criança fica com ela o tempo todo. Tentem imaginar bem, meninos.


Acho que esse tópico deveria ser recomeçado. Na votação, adicionar a opção de sexo, digamos: "sou a favor e sou mulher, sou contra e sou mulher, sou a favor e sou homem, sou contra e sou homem".
 
Bem, não sei. Estupro. Definitivamente proteger. Podem me chamar de má, mas eu não sei se conseguiria cuidar dessa criança, e se mesmo gostaria de carregar ela dentro de mim por nove meses. Por mais que pessoas digam que homem sabe sim, homem não sabe. Mulher que não teve filhos, também não sabe. Meu, pare e pense: ter dentro de você um filho de um (insira várias palavras aqui). Por nove meses. Para mim, é uma continuação de nove meses do estupro. Todo dia e toda noite.
Sim, algumas mulheres podem conseguir gostar dessa criança. Mas nem todas.

Anencefalia, é simples. Não quero ser um caixão.
Não, eu sei que as pessoas morrem no final, e eu sei que todos os filhos que eu tiver, vão morrer. Algum dia. Mas pelo menos quero ter esperança de ver eles crescerem e etc.

Enfim, creio que, nestes casos deve ser uma questão de consciência. Por mais que vocês abominem o aborto, pensem nisso: a mulher fica com a criança na barriga dela por nove meses. A criança fica com ela o tempo todo. Tentem imaginar bem, meninos.


Acho que esse tópico deveria ser recomeçado. Na votação, adicionar a opção de sexo, digamos: "sou a favor e sou mulher, sou contra e sou mulher, sou a favor e sou homem, sou contra e sou homem".
Sexismo wins, é isso? Olha, eu compreendo (e não preciso ser mulher) que deve ser realmente uma fardo terrível mas será que tal fardo não pode ser suavizado? Será que precisa-se de um assassinato para que tal fardo se torne mais suportável? Não se trata de banalização mas de o problema muito mais grave que é o da perda da própria noção de dignidade humana.
 
O que a criança nascida tem de mais especial do que aquela que está prestes a nascer?

tempo para ser realmente importante na vida de alguem.

Se abortar no segundo mês!? fácil

O dificil é passar 9 meses com aquele ser vivo dentro de vc crescendo, até o nascimento, a monstruosidade é a gente ver pessoas desfavorecidas abandonando crianças em lata de lixo pq naum tem como cuidar, e não teve como abortar.

Sim, mas isso é algo circunstancial e que não deve alterar a questão essencial. Se o Estado não está comparecendo, esse é outro problema, que, até por uma questão lógica, não deve ser resolvido descriminalizando-se o aborto. O que você acha?

Creio que a legalização do aborto acabrá co noticias de crianças abandonadas em lata de lixo, histórias de adolescentes bobos que perdem sua vida, ou cuidando da criança por ser mãe, ou trabalhando pra pagar pensão, e obviamente diminuiria a quantidade de filhos que uma mulher teria, enfraqueceria demais clinicas de aborto que vivem a décadas clandestinamente, enfim, acho que vale a experiencia, e creio que seria uma conquista rumo a uma sociedade mas justa.
 
Sexismo wins, é isso? Olha, eu compreendo (e não preciso ser mulher) que deve ser realmente uma fardo terrível mas será que tal fardo não pode ser suavizado? Será que precisa-se de um assassinato para que tal fardo se torne mais suportável? Não se trata de banalização mas de o problema muito mais grave que é o da perda da própria noção de dignidade humana.

Não é de sexismo. Leia o tópico desde o começo. Há uma grande diferença de opinião entre as mulheres e os homens.
Se ela existe, deve ser quantificada, ora bolas =)
É mais para pensamento estatístico que sexismo.

Honestamente, Pags, eu não passei por essas situações. Mas eu sei que há fardos que são pesados demais para a pessoa, por mais que se suavize. Afinal, o que você pode fazer no caso de estupro? Mesmo se for dar a criança para adoção depois, ainda são nove meses.
 
Sim, algumas mulheres podem conseguir gostar dessa criança. Mas nem todas.

Anencefalia, é simples. Não quero ser um caixão.
Não, eu sei que as pessoas morrem no final, e eu sei que todos os filhos que eu tiver, vão morrer. Algum dia. Mas pelo menos quero ter esperança de ver eles crescerem e etc.

Vamos lá. Você mesmo disse a seguinte frase, mas com outras palavras: "de um demônio pode nascer um santo". E pode sim. E ninguém está obrigando a mulher a gostar da criança, o que seria algo impossível mesmo. Mas gostar e ter compaixão é diferente. Isso porque você passa a ser, de fato, a pessoa que detém o poder de decidir se ela vive ou morre, e isso é uma grande, uma enorme responsabilidade, mesmo que indesejada. É como brincar de Deus.

Nove meses. Um longo período, se a gravidez é indesejada ou, mais ainda, se decorrente de estupro. Mas aqui o que está em cotejo não são nem direitos fundamentais juridicamente falando, mas sim valores fundamentais. Vida ou dignidade? Dignidade ou vida? Ou, ainda: vida ou liberdade, liberdade ou vida?

Anencefalia: há uma grande desinformação circulante a respeito dela. Anencefalia propriamente dita, na verdade, é algo muito raro, tão raro que não deveria ensejar todo uma mudança de paradigmas. O que existe mais é a meroanencefalia, em que a criança desenvolve-se sem ter parte da massa cerebral, mas sem prejuízo da vida. Já ouvi relatos de meroanencefálicos com 30 anos de idade. Como isso é possível? Porque existe a possibilidade de viver! Seja dois dias, dois meses, dois anos, ou duas décadas! Por que não conceder o benefício da dúvida, até porque o que está em jogo é a vida humana? Afinal, se você se importa com a sua dignidade enquanto mulher, na verdade, você também está importando com a sua vida. Entretanto, você não está no fio da faca. Significa, então, que há uma escala de importâncias?
 
EU não vejo muita esperança senão um acompanhamento psicológico intenso e se isso seria efetivo ou não, não sei dizer mas acho melhor que nada. Está longe de ser o ideal mas a própria situação de estupro está anos-luz do que poderíamos considerar ideal, não? Seria uma medida de contenção. E não, não estou dizendo que seria fácil, livre de dor, mágoas. Não é achar que a mulher tem de passar por esse sofrimento mas é achar que é menos pior isso acontecer que uma vida ser ceifada.

Apenas isso.
 
Não tinha visto isso quando digitei minha última resposta.

tempo para ser realmente importante na vida de alguem.

Significa então que é necessário que uma outra pessoa declare, ainda que não ultrapasse o foro íntimo, dizendo "pronto, agora você é uma pessoa de maior importância para mim", para que ela tenha o direito de viver? Se não tiver como viver, aí é que nunca terá a chance de tornar-se especial mesmo.

Se abortar no segundo mês!? fácil

O dificil é passar 9 meses com aquele ser vivo dentro de vc crescendo, até o nascimento, a monstruosidade é a gente ver pessoas desfavorecidas abandonando crianças em lata de lixo pq naum tem como cuidar, e não teve como abortar.

Essa história das crianças na lata do lixo é outro argumento arrolado ao lado da questão da saúde pública, sensibilidade, humanidade, etc etc como eu falei acima. Há MILHARES de casais na fila para adoção. Casais que não têm, ao mesmo tempo, recursos nem condições de engravidar. Acontece! Nem todos têm dinheiro para fazer inseminação artificial... Mas há um desencontro muito grande entre pessoas que querem adotar e pessoas que não querem ter seus filhos já gerados. É até anti-econômico isso! Não se fica com peso na consciência, nem priva-se uma família pronta a adotar de ter um filho.

Quem joga crianças na lata do lixo tem que responder por homicídio, tentado ou consumado, com agravante de ser praticado contra descendente. Se bem provado, por infanticídio. Nada menos.
 
Vamos lá. Você mesmo disse a seguinte frase, mas com outras palavras: "de um demônio pode nascer um santo". E pode sim. E ninguém está obrigando a mulher a gostar da criança, o que seria algo impossível mesmo. Mas gostar e ter compaixão é diferente. Isso porque você passa a ser, de fato, a pessoa que detém o poder de decidir se ela vive ou morre, e isso é uma grande, uma enorme responsabilidade, mesmo que indesejada. É como brincar de Deus.

Nove meses. Um longo período, se a gravidez é indesejada ou, mais ainda, se decorrente de estupro. Mas aqui o que está em cotejo não são nem direitos fundamentais juridicamente falando, mas sim valores fundamentais. Vida ou dignidade? Dignidade ou vida? Ou, ainda: vida ou liberdade, liberdade ou vida?

Anencefalia: há uma grande desinformação circulante a respeito dela. Anencefalia propriamente dita, na verdade, é algo muito raro, tão raro que não deveria ensejar todo uma mudança de paradigmas. O que existe mais é a meroanencefalia, em que a criança desenvolve-se sem ter parte da massa cerebral, mas sem prejuízo da vida. Já ouvi relatos de meroanencefálicos com 30 anos de idade. Como isso é possível? Porque existe a possibilidade de viver! Seja dois dias, dois meses, dois anos, ou duas décadas! Por que não conceder o benefício da dúvida, até porque o que está em jogo é a vida humana? Afinal, se você se importa com a sua dignidade enquanto mulher, na verdade, você também está importando com a sua vida. Entretanto, você não está no fio da faca. Significa, então, que há uma escala de importâncias?

Bem, valores? Sengundo as informações que tenho, não há provas de que o feto de dois meses seja um ser humano, e não um punhado de células. Então eu acredito que seja um punhado de células. Não vejo nenhum problema de valores nisso. Sim, tem potencial para se tornar uma vida humana, mas até aí, o espermatosóide também tem potencial, e um óvulo também.
 
Bem, valores? Sengundo as informações que tenho, não há provas de que o feto de dois meses seja um ser humano, e não um punhado de células. Então eu acredito que seja um punhado de células. Não vejo nenhum problema de valores nisso. Sim, tem potencial para se tornar uma vida humana, mas até aí, o espermatosóide também tem potencial, e um óvulo também.
Ahh claro, o feto será sempre menos humano e com menos dignidade e menos valor que um ser humano 'completo'. Desculpe mas é esse tipo de pensamento que eu não consigo concordar.
 
Ahh claro, o feto será sempre menos humano e com menos dignidade e menos valor que um ser humano 'completo'. Desculpe mas é esse tipo de pensamento que eu não consigo concordar.

Infelizmente, não consigo ver o feto como um ser humano, até um certo ponto...
Por isso falo para deixar para a consciencia de cada um. No momento, não tem como demonstrar que isso é ou não é verdadeiro.
 
Bem, valores? Sengundo as informações que tenho, não há provas de que o feto de dois meses seja um ser humano, e não um punhado de células. Então eu acredito que seja um punhado de células. Não vejo nenhum problema de valores nisso. Sim, tem potencial para se tornar uma vida humana, mas até aí, o espermatosóide também tem potencial, e um óvulo também.

Você é um ser humano?
Se sim, você está em desenvolvimento?

Se as perguntas forem direcionadas a mim, eu responderia sim para as duas perguntas. Quantos anos você tem? Desculpa pela pergunta indiscreta. Não precisa responder. Digamos que você tenha 30 anos. Você é um ser em desenvolvimento? Acho que sim. Não no sentido de puberdade, desenvolvimento corporal, ou da formação da primeira opinião. Mas o desenvolvimento como um todo, que só cessa com a morte.

Pois bem.

Qual deve ser, então, o critério para dizer quando temos um ser humano? Aos nove meses de gravidez, quando está na iminência de nascer? Um pouco antes, com sete meses, afinal há prematuros? Ou ainda antes, quando formam-se os membros do corpo? Ou ainda antes, quando se forma a notocorda e temos já algum avanço do desenvolvimento embrionário?

Na ausência de um critério válido, proponho um: a concepção. E não é ideia minha; há outros pensadores tanto do ramo biológico, quanto jurídico e até filosófico que concordam comigo que o momento da concepção é o mais lógico. Isso para deixar o religioso de fora, já que isso poderia atrair argumentos ad homini.

E sim, porque antes dela, não se fala nem em potencialidade. Já que você tocou no critério biológico, temos um espermatozóide com 23 cromossomos, que aí sim, não são um ser humano, mas sim um punhado de material genético. O mesmo para o óvulo. Entretanto, quando se unem, temos um zigoto, já com 46 cromossomos, característico da espécie humana, que só não se desenvolverá por completo se alguém intervier.

Por isso que acho por demais conveniente deixar os valores de fora quando o objeto é um ser ainda em desenvolvimento. Seu filho, se você tiver um, está em desenvolvimento. Ele também estava quando estava a poucos minutos de nascer. E também pouco depois de ser gerado. De novo, então: qual é a escala de importância?

"Vida em potencial", como gostam de chamar, é, na verdade, uma vida que só não se aperfeiçoará se houver interferência. É dessa interferência que estamos falando!
 
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