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Você é a favor da legalização do aborto?

Você é contra ou a favor a legalização do aborto?


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Significa então que é necessário que uma outra pessoa declare, ainda que não ultrapasse o foro íntimo, dizendo "pronto, agora você é uma pessoa de maior importância para mim", para que ela tenha o direito de viver? Se não tiver como viver, aí é que nunca terá a chance de tornar-se especial mesmo.

Sabe da diferença entre pisar num pintinho, e fazer uma omelete!? mais ou menos por ai.


Essa história das crianças na lata do lixo é outro argumento arrolado ao lado da questão da saúde pública, sensibilidade, humanidade, etc etc como eu falei acima. Há MILHARES de casais na fila para adoção. Casais que não têm, ao mesmo tempo, recursos nem condições de engravidar. Acontece! Nem todos têm dinheiro para fazer inseminação artificial... Mas há um desencontro muito grande entre pessoas que querem adotar e pessoas que não querem ter seus filhos já gerados. É até anti-econômico isso! Não se fica com peso na consciência, nem priva-se uma família pronta a adotar de ter um filho.

Quem joga crianças na lata do lixo tem que responder por homicídio, tentado ou consumado, com agravante de ser praticado contra descendente. Se bem provado, por infanticídio. Nada menos.

Adoção.... vc tem ideia de quão traumático é vc abandonar um filho pra adoção!? E sobre minha cunhada, após perder o filho, deu luz a gemeas, estão grandes, felizes e saudaveis, e aquele bebe simplesmente ficou pra tras, é a vida.
 
Sabe da diferença entre pisar num pintinho, e fazer uma omelete!? mais ou menos por ai.

Adoção.... vc tem ideia de quão traumático é vc abandonar um filho pra adoção!? E sobre minha cunhada, após perder o filho, deu luz a gemeas, estão grandes, felizes e saudaveis, e aquele bebe simplesmente ficou pra tras, é a vida.

Não entendi o que você quis dizer na primeira frase. Dá para arrazoar melhor?

Tenho noção sim de quão traumático é abandonar um filho. Claro que tenho, porque sei da importância que os filhos têm para os pais, especialmente para a mãe. Agora, se não quer abandonar, não abandone, e poupe-se do sofrimento que o abandono do filho proporciona! "Ah, mas essa é a questão, se o aborto fosse permitido, então esse abandono, que se tornou o centro da discussão agora, nem precisaria ser cogitado, e haveria menos sofrimento!" Não, não é essa a questão. A questão é ninguém é obrigado a ter filhos. E concordo com o poder da mulher em decidir se vai ou não ter filhos. A grande coisa é: em que momento ela pode decidir? ANTES! Ela é absolutamente soberana para decidir se vai ou não se prevenir contra gravidez. Aí sim, o aborto, que é a discussão central aqui, sequer precisaria estar sendo discutida.

"Sim, mané, mas estamos falando dos casos em que a mulher não conseguiu se prevenir, não usou camisinha, ou simplesmente é desinformada!"

Calminha aí. O Brasil é muito bom em informação nesse aspecto. E preservativos são distribuidos "a rodo" nos postos de saúde. Há uma cestinha com milhares. No carnaval então, a oferta multiplica por dez. Se o problema é causado pela desinformação, então temos uma nova solução para pensar: educação. Não será descriminalizando o aborto, assim legitimando o erro.
 
Não entendi o que você quis dizer na primeira frase. Dá para arrazoar melhor?

Claro, quebrar um ovo é simples e é uma coisa, matar um filhote de galinha, é outra história.
Assim como julgo que tirar um espermatozoide que fecundou um ovulo por 2 meses, não é semelhante a matar uma criança recém nascida.

E infelizmente vivemos no pais da desigualdade, onde a grande maioria é desinformada e idiotizada.

"Sim, mané, mas estamos falando dos casos em que a mulher não conseguiu se prevenir, não usou camisinha, ou simplesmente é desinformada!"

Calminha aí. O Brasil é muito bom em informação nesse aspecto. E preservativos são distribuidos "a rodo" nos postos de saúde. Há uma cestinha com milhares. No carnaval então, a oferta multiplica por dez. Se o problema é causado pela desinformação, então temos uma nova solução para pensar: educação. Não será descriminalizando o aborto, assim legitimando o erro.

E agora sim, EDUCAÇÃO!!! Porque sempre surge esse assunto!? porque sabem que a maioria das crianças que deveriam ser abortadas, e nascem contra a vontade dos pais, geralmente vem em má hora e provavelmente não terá acesso a uma educação de qualidade, ou a um auxilio materno de uma mãe prematura de 16 anos que não teve oportunidade de estudar mais por ser mãe em tempo integral.
 
Claro, quebrar um ovo é simples e é uma coisa, matar um filhote de galinha, é outra história.
Assim como julgo que tirar um espermatozoide que fecundou um ovulo por 2 meses, não é semelhante a matar uma criança recém nascida.

E infelizmente vivemos no pais da desigualdade, onde a grande maioria é desinformada e idiotizada.

A comparação com animais não é muito feliz porque nós, eu principalmente, não temos impedimento em relação a matar animais para comê-los, por exemplo. Então, quebrar um ovo ou comer uma bela galinha caipira assada estará servindo ao mesmo propósito finalístico, que é a alimentação do homem. Agora veja: no alvorecer do liberalismo, no século XVII, questionava-se a liberdade para tudo fazer, salvo aquilo que decorra de proibição imposta pelo príncipe, porque imaginava-se que poderia ser estimulado o surgimento de empreendimentos jocosos e formas de sustento nada ortodoxas, tais como a comercialização de crianças recém nascidas para canibais. Outros matavam e escravizavam os povos conquistados e comercializavam os homens como escravos para trabalhos braçais e mulheres para "serviços sexuais compulsórios". Notou a diferença? Entregar bebês para canibais comerem, ou escravizar mulheres sexualmente? Não ambas as coisas plenamente reprováveis? Ambas são vidas ceifadas. Detalhe é que a mulher escravizada para fins sexuais pode se libertar e voltar a viver. Se vai viver novamente com qualidade essa é outra discussão. A criança, por outro lado, não terá chance alguma.

Sobre o Brasil: sim, aqui é a terra da desigualdade, certo? Significa que nem todos têm curso superior... eu mesmo não tenho. Estou ainda no nono semestre da minha graduação! Então nós somos levados a, rapidamente, dividir o Brasil entre os "educados" e os "não educados". Isso é simplista. Outra coisa, completamente diferente, é a diferenciação entre "informados" e "não informados". Aí sim, você pode ter jovens bem ricos mas desatentos e desinformados em relação a efeitos de drogas, consequências de sexo desprotegido, ou direção sob efeito de álcool. Um outro jovem, de baixa renda e sem chances de entrar numa Universidade, por outro lado, pode ter plena consciência de que não se deve dirigir bêbado e não se deve usar crack. Nisso temos, também, os que sabem das vantagens da camisinha e os que não sabem das vantagens da camisinha. Te digo: com certeza, absoluta, mais da metade dos brasileiros sabem sim das vantagens da camisinha. Mas só 43% dos homens usa regularmente (fonte: propagandas de carnaval dos governos).

E sim, são idiotizados em relação a muitos aspectos. O que fazer então: legalizar o aborto, ou... educar? Isso porque parece que concordamos em relação à educação. Educação é para sempre; ela se arraiga na sociedade.

A ressalva é: o fato de haver meninas de 16 anos que já são mães não significa que tenhamos que permiti-las que abortem. Melhor é preventir para que as meninas de 12 não queiram engravidar aos 14. É uma política a ser adotada massivamente, que pode reduzir, em muito, a evasão escolar.

@Jhulha: o problema é que não é exatamente o "próprio corpo"...
 
Sabia que ia me arrepender de postar nesses tipo de topico.

@Jhulha: o problema é que não é exatamente o "próprio corpo"...
O corpo é da mulher, e ela faz o que bem entender, mas é muita falta de responsabilidade chegar a esse ponto.

É melhor aborta um feto, do que deixa-lo no futuro passar fome, sede e maus tratos, como acontece com muitos criaturas devidos a seus genitores iresponsaveis.

Isso não tem nada haver com a conversa mais, no corpo do homem ninguém ver problema nenhum quando ele pode matar os seus espermatozoides através de masturbação, ninguem ver nenhum problema nisso, quanta hipocrisia.
 
O corpo é da mulher, e ela faz o que bem entender, mas é muita falta de responsabilidade chegar a esse ponto.

É melhor aborta um feto, do que deixa-lo no futuro passar fome, sede e maus tratos, como acontece com muitos criaturas devidos a seus genitores iresponsaveis.

Isso não tem nada haver com a conversa mais, no corpo do homem ninguém ver problema nenhum quando ele pode matar os seus espermatozoides através de masturbação, ninguem ver nenhum problema nisso, quanta hipocrisia.

Imaginei que viria essa. "O corpo é da mulher, para o homem é bom, já que não tem 'encargos', né?"
O corpo da mulher é o corpo da mulher. Sagrado como qualquer outro. A criança não é 'vísceras' da mãe, como se acreditava na Roma Antiga. É um ser independente, que dela precisa, mas não significa que seja um mero objeto da mãe, que dele pode dispor quando quiser, e se quiser.

Não entendi onde que eu fui hipócrita. E qual é o problema de "matar" gametas? Em algum momento eu falei algo sobre "matar óvulos"? Falei sobre matar zigotos, e zigoto, como já deu para perceber, eu considero como pessoa humana. Leia o trecho em que eu falei, acima, do mérito biológico.

Por que você se arrependeu de postar num tópico tão esclarecedor? Não está saudável a discussão?
 
Sabia que ia me arrepender de postar nesses tipo de topico.


O corpo é da mulher, e ela faz o que bem entender, mas é muita falta de responsabilidade chegar a esse ponto.

É melhor aborta um feto, do que deixa-lo no futuro passar fome, sede e maus tratos, como acontece com muitos criaturas devidos a seus genitores iresponsaveis.

Isso não tem nada haver com a conversa mais, no corpo do homem ninguém ver problema nenhum quando ele pode matar os seus espermatozoides através de masturbação, ninguem ver nenhum problema nisso, quanta hipocrisia.

Interessante a ideia de "matar" espermatozoides. As mulheres matam óvulos todos os meses, né? Bah, que assassinas! :lol:

Bem, comecei no tópico marcando "a favor, com restrições", mas acabei chegando a conclusão de que sou contra.

Acho que todos nós, que defendem ou que são contra o aborto, concordamos em um ponto: educação (milagre se chegar a pelo menos um consenso nesse tipo de tópico).
O problema é usarmos a falta de educação das pessoas como motivo pra legalização do aborto. Não se corrige um erro legalizando outro.

Só lembrando que pra ganhar Bolsa Família ou qualquer outro benefício do governo a criança deve estar com vacinas em dia, matriculada na escola e com peso considerado dentro do esperado pra idade (ou tamanho, essa parte de pesos e medidas não sei direito, mas enfim).
Se isso é suficiente? Claro que não... Mas já é uma ajuda.
Apesar de achar que esse tipo de programa do governo é um escoro pra vagabundo, tem gente que pode precisar realmente e assim consegue dar uma vida mais decente pro filho.
O Fúria também citou o desencontro entre os que querem adotar e as crianças que são deixadas pelos pais. Esse é um problema social que o governo devia se empenhar em resolver.

Naquelas, legalizar o aborto no cenário atual seria pular etapas fundamentais pra construção da sociedade.
É preferível e mais eficiente resolver os problemas que atravancam o processo de adoção, investir em educação e programa de controle de natalidade.

Hoje eu vi a propaganda que o governo fez pro carnaval. Falam que a camisinha previne o diabo a quatro em matéria de doença, mas não citaram a gravidez.
 
Por que será, né? Por acaso, a legalização do aborto está no plano de governo da Dilma e no Plano Nacional de Direitos Humanos, proposto pelo PT. Sempre, claro, começando pelas beiradas: usando de termos mais abstratos como "afirmação do direito da mulher ao próprio corpo". Ora, a mulher já tem direito ao próprio corpo. Outra coisa é enaltecer a política de facilitação de aborto "nos casos permitidos em lei (Código Penal, art. 128). Queria entender por que não falam abertamente.
 
Pode parecer teoria da conspiração, mas até onde eu sei o primeiro país da era moderna a legalizar o aborto foi a União Soviética. Engraçado que o Lênin usava o mesmo discurso sobre liberdade da mulher...
 
O problema é usarmos a falta de educação das pessoas como motivo pra legalização do aborto. Não se corrige um erro legalizando outro

Ai sim você tem um ponto, mas o problema da educação é algo que desde os portugueses é um problema vigente, e é um problema que nunca foi resolvido (os motivos não vem ao caso), mas o fato é, legalizando o aborto, e assumindo que a taxa de natalidade anual diminua, vejo isso como benéfico para salas de aulas publicas, e vejo isso como um passo em direção a uma educação de mais qualidade.

E concordo com o seu ponto de vista de "Não podemos abrir mão de um valor importante, só pra resolver outro problema", não havia pensado sobre esse lado ainda, e achei brilhante essa colocação.

Mas minha opinião, legalizando o aborto, creio que abriríamos mão de um questão de quantidade por uma questão de qualidade. E os problemas da educação com sorte, vai demorar pelo menos uns 40 anos até termos um nível respeitável de conscientização, e o aborto é um problema que vem ocorrendo a pelo menos 20 anos...

Enfim, se o problema é agora, creio que temos que resolve-lo agora, mesmo que paleativamente, mas nunca abrir mão da conscientização e lutas por educação.
 
Calma, você tá dizendo que, com o aborto legalizado, a taxa de natalidade diminuiria, então também a taxa de natalidade das classes menos favorecidas, que não "despejariam crianças nas ruas", aumentando a demanda por educação?

Se é isso, também não significa que tenhamos que legalizar. Um país com muito mais crianças de baixa renda do que o Brasil (China) está conseguindo resolver esse problema implementando educação massiva, e, incrivelmente, elas ficaram feras em Matemática. É uma prova de que ser de baixa renda não significa que não aprenderá. Aprendendo, a criança, ao tornar-se jovem, será uma candidata a entrar no mercado de trabalho. O que falta no Brasil? Vontade política, e nada mais. Educação é um processo de longo prazo que não é visível aos olhos como obras faraônicas, portanto interessa menos à classe política. No Brasil, na verdade, não se gosta de nenhuma solução de médio ou longo prazo. Tudo tem que ser visível ou sensível. Os reflexos de uma boa educação, no entanto, só seriam visíveis em, no mínimo, 20 anos, e nenhum político quer gastar seu tempo fazendo algo que não salte aos olhos no prazo de 4 anos.

Agora veja, o Distrito Federal é uma região com grandes desigualdades entre pontos que ficam a distâncias muito curtas. Aqui onde moro os jovens, naturalmente, vão para melhores escolas, e têm, naturalmente, melhor educação. Em algumas Regiões Administrativas (cidades satélites), de acordo com o que foi relatado por um amigo médico que tenho, que fez internato num hospital de uma dessas cidades, a cultura vigente é que a menina adolescente é vista como "careta" se não perder a virgindade rapidamente. Ela é pressionada tanto por amigas mais velhas, que ditam o comportamento, quanto pelos seus namorados, também mais velhos, que pressionam para que ela faça sexo. Esse amigo meu atendeu na área de Ginecologia e espantou-se com a faixa etária em que as crianças começavam a procurar o médico. Todas com 11 a 13 anos, já com corpo e vida sexual ativa. Sabem como fazer sexo? Sim. Sabem o que estão fazendo? Não. Principalmente porque é nesses lugares onde a menina mais cede, por pressão, à vontade do parceiro (às vezes de 18, 21 anos, com a menina de 14) para transar sem camisinha. E, claro, várias aparecem buchudas.

O que falta em relação a essas meninas? Educação! Não apenas informativa, mas moral também. Antigamente não era tão fácil as meninas darem a rodo, nem os meninos fazerem campeonato de quem come mais. Hoje, é mais para dizer para os outros. Qual o sentido de dar para todo mundo?

Então é um problema complicado. Vamos solucionar como? Descriminalizando o aborto? Mas o que têm, com tudo isso, os filhos dessas meninas??
 
Última edição:
Calma, você tá dizendo que, com o aborto legalizado, a taxa de natalidade diminuiria, então também a taxa de natalidade das classes menos favorecidas, que não "despejariam crianças nas ruas", aumentando a demanda por educação?

Então é um problema complicado. Vamos solucionar como? Descriminalizando o aborto? Mas o que têm, com tudo isso, os filhos dessas meninas??

O problema da educação é outro assunto.

E ao meu ver é muito mais prejudicial para sociedade forçar familias sem estrutura a terem filhos, do que restirar um embrião com 2 ou 3 meses.

Se o cara se masturba, tudo bem, é só espermatozide.
Se a mulher mestrua, tudo bem, só óvulos
agora se for um espermatozoide dentro de um óvulo é sagrado!?

Enfim, precisamos de coerencia e tolerancia...

Abortar até o terceiro mês!? Acho plausível.
Abortar no sexto mês?! Ai sim podemos proibir o aborto.

Acho que devemos ser mais flexíveis com esse assunto, pois filho é talvez a decisão mais importante para uma família, muda completamente uma vida, E não acho que alguém que se sinta despreparado a assumir essa responsabilidade, devesse obrigado a isso.
 
Se o cara se masturba, tudo bem, é só espermatozide.
Se a mulher mestrua, tudo bem, só óvulos
agora se for um espermatozoide dentro de um óvulo é sagrado!?

Pois é, não há diferencia de dignidade humana entre gametas e zigotos... Um experimento mental que pode ser feito para atestar isso é o seguinte... Em fertilização em vitro, em geral, são produzidos vários zigotos, que passam um período armazenados antes de serem introduzidos no útero. Imagine uma situação hipotética, de um local onde sejam armazenadas dezenas desses zigotos, provenientes de várias mães... Alguma divindade irônica te dá a chance de escolher entre salvar essas dezenas de zigotos de um incêndio e da morte, ou salvar a vida de um tailandês de quarenta anos que está na Tailândia e que teria uma morte instantânea e indolor (cujo rosto você nunca viu e nem vai ver). Alguém teria dúvidas em escolher o tailandês? Ou perderia uma hora de sono pela morte de dezenas de zigotos, lamentando-se pelas "vidas humanas perdidas" devido a sua decisão? Duvido muitíssimo.

Quanto à questão se o Estado deve liberar o aborto, sou ciente de várias questões práticas envolvendo a questão, mas penso que, se o aborto não é imoral e nem traz malefícios para outras pessoas que não para aqueles que se envolvem no aborto, o Estado não tem direito de proibir, independente das más consequências que isso pode trazer para o indivíduo. É uma discussão parecida com a liberalização da maconha - penso que a descriminalização da maconha aumentaria o número de maconheiros, muita gente que nunca usaria maconha passaria a usar, o que vejo como uma pena e um prejuízo para a vida dessas pessoas... mas aí só resta a paciência, não cabe ao Estado tutelar os direitos do sujeito "para seu próprio bem". Nem com o argumento de que "antes é preciso educar, depois a gente libera tudo isso", pois não cabe ao Estado decidir quando a população é educada suficientemente ou não para fazer valer seus direitos 'naturais'...
 
Última edição:
Mas não é baseada nessa dignidade natural já presente no espermatozoide a fecundar que a moral, por exemplo, condena a masturbação? E voltamos à questão moral: se o aborto é moral basta legalizar.

O problema é que é imoral.
 
Se o cara se masturba, tudo bem, é só espermatozide.
Se a mulher mestrua, tudo bem, só óvulos
agora se for um espermatozoide dentro de um óvulo é sagrado!?

Enfim, precisamos de coerencia e tolerancia...
Só para esclarecer, o próprio organismo expulsa naturalmente espermatozoides e óvulos dos corpos da pessoa, e dentro ou fora dos corpos eles sozinhos não geram uma vida, menstruar ou se masturbar não é um ato que gera uma vida, o sexo sim, um óvulo fecundado sim, e a população considerando ou não este zigoto como uma pessoa ou até mesmo uma vida, é fato que ao menos existe a possibilidade de vida, e é isso o que as pessoas defendem.

Pois é, não há diferencia de dignidade humana entre gametas e zigotos... Um experimento mental que pode ser feito para atestar isso é o seguinte... Em fertilização em vitro, em geral, são produzidos vários zigotos, que passam um período armazenados antes de serem introduzidos no útero. Imagine uma situação hipotética, de um local onde sejam armazenadas dezenas desses zigotos, provenientes de várias mães... Alguma divindade irônica te dá a chance de escolher entre salvar essas dezenas de zigotos de um incêndio e da morte, ou salvar a vida de um tailandês de quarenta anos que está na Tailândia e que teria uma morte instantânea e indolor (cujo rosto você nunca viu e nem vai ver). Alguém teria dúvidas em escolher o tailandês? Ou perderia uma hora de sono pela morte de dezenas de zigotos, lamentando-se pelas "vidas humanas perdidas" devido a sua decisão? Duvido muitíssimo.
Comparações neste caso não acho muito úteis, por exemplo, para mim vale mais a vida de um animal ou de um ser humano? Tanto faz, o que importa é quem for matar o animal ou o ser humano ter motivos para tal, da mesma forma, tacar fogo neste local com os zigotos simplesmente para matá-los não parece ser algo que alguém aprovaria, nem mesmo se algum dos zigotos tivesse a possibilidade de se tornar um Hitler, ou um criminoso. Acredito que ninguém aqui queira proibir a mulher que precisa do aborto de fazer o aborto, o primeiro ponto seria simplesmente não matar zigotos por esporte, e o segundo seria levar a decisão não exatamente para a mulher, mas levar mais em conta a saúde dela do que questionamentos filosóficos. IMO.
 
e o segundo seria levar a decisão não exatamente para a mulher, mas levar mais em conta a saúde dela do que questionamentos filosóficos. IMO.

Só uma observação com relação a esse ponto: de tais questionamentos filosóficos dependem uma compreensão sobre a vida, vida que, se tais questionamentos forem ignorados, pode ser ceifada (ou não, se visto em outro sentido) e não vejo como tal assassinato deva ser levado menos em conta. Isso é desviar o assunto, não resolvê-lo.
 
Só uma observação com relação a esse ponto: de tais questionamentos filosóficos dependem uma compreensão sobre a vida, vida que, se tais questionamentos forem ignorados, pode ser ceifada (ou não, se visto em outro sentido) e não vejo como tal assassinato deva ser levado menos em conta. Isso é desviar o assunto, não resolvê-lo.
É como no caso em que eu exemplifiquei, não sei se neste tópico ou no da ministra, mas se um bandido quer me matar eu não vou me importar com a vida dele, vou mata-lo para salvar a minha, e não me importa se será ou não visto como legitima defesa, na hora só vou pensar em sobreviver, no caso da mãe que precisa abortar, não importa a inocência do bebê, causando um risco de vida ela precisa ter o direito de abortar.
O mesmo se aplica para qualquer outra situação na qual a mãe tem necessidade de abortar, mesmo que seja considerado assassinato e assassinato seja algo ruim (ou imoral), é uma necessidade da mãe, por isso disse que precisamos focar mais na saúde dela (porque decisões pessoais podem levar à banalização) do que em questões filosóficas, quando o aborto é uma necessidade ele não pode ser proibido.
Se a lei já está ou não protegendo todos os casos onde o aborto é realmente necessário eu não sei, só levantei este ponto para que a discussão não se perca nas nossas visões sobre o que é a vida e se esqueça do problema principal, a saúde da mãe.
 
Mas a saúde da mãe é um dos pontos a se considerar, não o foco! E eu não entendo como se fala de aborto sem se falar do que entendemos sobre vida. Se houver risco de morta, a mãe pode sim recorrer ao Estado, em um aborto restrito, controlado pelo Estado. Legalização ampla? Jamais. Se há legitimidade moral para esse aborto controlado ele não legitima a legalização do aborto a nível irrestrito para que seja buscado por qualquer mulher, em qualquer circunstância.

Então, ainda que não seja o ideal, creio que ainda há assassinato, mas com culpabilidade moral menor. A nível jurídico, que seja permitido tal aborto como medida última de prevenção da morte da mãe.
 
Mas não é baseada nessa dignidade natural já presente no espermatozoide a fecundar que a moral, por exemplo, condena a masturbação? E voltamos à questão moral: se o aborto é moral basta legalizar.

O problema é que é imoral.

Que moral que condena a masturbação? Não tô sabendo disso. Mas, se por "a moral" você quer dizer "a doutrina católica", penso que não, nem o catolicismo reconhece uma dignidade humana alguma nos gametas. O suposto pecado estaria em outros motivos (vide, por exemplo, parágrafo 2352 do catecismo da Igreja).

Comparações neste caso não acho muito úteis, por exemplo, para mim vale mais a vida de um animal ou de um ser humano? Tanto faz, o que importa é quem for matar o animal ou o ser humano ter motivos para tal, da mesma forma, tacar fogo neste local com os zigotos simplesmente para matá-los não parece ser algo que alguém aprovaria, nem mesmo se algum dos zigotos tivesse a possibilidade de se tornar um Hitler, ou um criminoso. Acredito que ninguém aqui queira proibir a mulher que precisa do aborto de fazer o aborto, o primeiro ponto seria simplesmente não matar zigotos por esporte, e o segundo seria levar a decisão não exatamente para a mulher, mas levar mais em conta a saúde dela do que questionamentos filosóficos. IMO.

Não entendi a objeção. Ninguém tá analisando a moralidade ou os motivos em tacar fogo em zigotos, tampouco em matar tailandeses, o que o experimento mental tenta mostrar é outra coisa - que o valor da vida de zigotos é extremamente menor do que a vida de um sujeito mesmo que desconhecido, isto é, que a tese "o zigoto é uma vida humana como qualquer outra" é falsa. Que é, afinal, a tese defendida pela maioria dos não-abortistas, quase nenhum deles defende algo do tipo "o zigoto não tem o mesmo valor que uma vida humana ordinária, mas ainda assim é imoral destruí-los".

Siker disse:
É como no caso em que eu exemplifiquei, não sei se neste tópico ou no da ministra, mas se um bandido quer me matar eu não vou me importar com a vida dele, vou mata-lo para salvar a minha, e não me importa se será ou não visto como legitima defesa, na hora só vou pensar em sobreviver, no caso da mãe que precisa abortar, não importa a inocência do bebê, causando um risco de vida ela precisa ter o direito de abortar.
O mesmo se aplica para qualquer outra situação na qual a mãe tem necessidade de abortar, mesmo que seja considerado assassinato e assassinato seja algo ruim (ou imoral), é uma necessidade da mãe, por isso disse que precisamos focar mais na saúde dela (porque decisões pessoais podem levar à banalização) do que em questões filosóficas, quando o aborto é uma necessidade ele não pode ser proibido.
Se a lei já está ou não protegendo todos os casos onde o aborto é realmente necessário eu não sei, só levantei este ponto para que a discussão não se perca nas nossas visões sobre o que é a vida e se esqueça do problema principal, a saúde da mãe.

Tá, mas o exemplo da legítima defesa, como também o exemplo da morte de animais, são indevidos porque já há uma concordância prévia que a morte de humanos e de animais são um mal que deve ser justificado em prol de se evitar um outro mal maior (a morte daquele que defende, a fome daquele que mata o animal, etc). O problema é que na discussão do aborto não há essa concordância de que matar um zigoto seja uma infelicidade, um mal, que só deve ser justificado com outro mal.
 

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