Claro, quebrar um ovo é simples e é uma coisa, matar um filhote de galinha, é outra história.
Assim como julgo que tirar um espermatozoide que fecundou um ovulo por 2 meses, não é semelhante a matar uma criança recém nascida.
E infelizmente vivemos no pais da desigualdade, onde a grande maioria é desinformada e idiotizada.
A comparação com animais não é muito feliz porque nós, eu principalmente, não temos impedimento em relação a matar animais para comê-los, por exemplo. Então, quebrar um ovo ou comer uma bela galinha caipira assada estará servindo ao mesmo propósito finalístico, que é a alimentação do homem. Agora veja: no alvorecer do liberalismo, no século XVII, questionava-se a liberdade para tudo fazer, salvo aquilo que decorra de proibição imposta pelo príncipe, porque imaginava-se que poderia ser estimulado o surgimento de empreendimentos jocosos e formas de sustento nada ortodoxas, tais como a comercialização de crianças recém nascidas para canibais. Outros matavam e escravizavam os povos conquistados e comercializavam os homens como escravos para trabalhos braçais e mulheres para "serviços sexuais compulsórios". Notou a diferença? Entregar bebês para canibais comerem, ou escravizar mulheres sexualmente? Não ambas as coisas plenamente reprováveis? Ambas são vidas ceifadas. Detalhe é que a mulher escravizada para fins sexuais pode se libertar e voltar a viver. Se vai viver novamente com qualidade essa é outra discussão. A criança, por outro lado, não terá chance alguma.
Sobre o Brasil: sim, aqui é a terra da desigualdade, certo? Significa que nem todos têm curso superior... eu mesmo não tenho. Estou ainda no nono semestre da minha graduação! Então nós somos levados a, rapidamente, dividir o Brasil entre os "educados" e os "não educados". Isso é simplista. Outra coisa, completamente diferente, é a diferenciação entre "informados" e "não informados". Aí sim, você pode ter jovens bem ricos mas desatentos e desinformados em relação a efeitos de drogas, consequências de sexo desprotegido, ou direção sob efeito de álcool. Um outro jovem, de baixa renda e sem chances de entrar numa Universidade, por outro lado, pode ter plena consciência de que não se deve dirigir bêbado e não se deve usar crack. Nisso temos, também, os que sabem das vantagens da camisinha e os que não sabem das vantagens da camisinha. Te digo: com certeza, absoluta, mais da metade dos brasileiros sabem sim das vantagens da camisinha. Mas só 43% dos homens usa regularmente (fonte: propagandas de carnaval dos governos).
E sim, são idiotizados em relação a muitos aspectos. O que fazer então: legalizar o aborto, ou... educar? Isso porque parece que concordamos em relação à educação. Educação é para sempre; ela se arraiga na sociedade.
A ressalva é: o fato de haver meninas de 16 anos que já são mães não significa que tenhamos que permiti-las que abortem. Melhor é preventir para que as meninas de 12 não queiram engravidar aos 14. É uma política a ser adotada massivamente, que pode reduzir, em muito, a evasão escolar.
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Jhulha: o problema é que não é exatamente o "próprio corpo"...