Limlug
Et Eärello Endorenna utúlien.
E tudo isso sem falar do que acho essencial: os produtores tiraram as genitálias para fora e deram uma bela mijada em cima do trabalho linguístico de Tolkien: se aqueles tais sulistas habitavam um país verdejante que depois se tornarará Mordor, como danado Orodruin já se chamava Orodruin?????
Para Tolkien, que escreveu as estórias para as línguas e não o contrário, Númenor era uma sociedade diglóssica, onde o vernáculo era o adûnaico e as línguas élficas, especialmente o quenya, próprio dos nomes régios, funcionavam como línguas altas. Quando os númenóreanos se distanciaram dos elfos, para Tolkien pareceu muito significativo marcar isso de forma sociolinguística: houve uma ascensão da língua adûnaica, na qual os reis passaram a adotar os seus nomes. Exceto, precisamente, no período de Inziladûn, que se renomeou Tar-Palantir, nome quenya, assim como o de sua filha, Tar-Míriel. Pharazôn não é um nome qualquer, como a série trata; Ar-Pharazôn é um nome régio em adûnaico e quer dizer "O Dourado", eloquente das suas altíssimas pretensões.
Num dos tópicos sobre os episódios 1, 2 e 3, eu já tinha colocado que parecia não haver nenhum trabalho etnolinguístico balizando a produção e disse que os sulistas têm nomes anglo-saxões. Não têm. São nomes inventados comercialmente, com raízes germânicas aqui e ali.
Tudo isso deve ter parecido aos produtores mero preciosismo acadêmico, que ninguém sabe e, por isso, não vai ligar. Mas essas coisas são a essência do trabalho cujos direitos compraram.
Para completar, os tradutores brasileiros das plataformas de streaming têm uma doença tão grave que se traduzirem lord e lady tal como se diz na nossa vernácula língua portuguesa, isto é, 'senhor' e 'senhora', eles morrem de repente de um mal súbito... "Lorde Celebrimbor" e "Lady Galadriel" devem ser dois distintos membros élficos da nobreza britânica...
Para Tolkien, que escreveu as estórias para as línguas e não o contrário, Númenor era uma sociedade diglóssica, onde o vernáculo era o adûnaico e as línguas élficas, especialmente o quenya, próprio dos nomes régios, funcionavam como línguas altas. Quando os númenóreanos se distanciaram dos elfos, para Tolkien pareceu muito significativo marcar isso de forma sociolinguística: houve uma ascensão da língua adûnaica, na qual os reis passaram a adotar os seus nomes. Exceto, precisamente, no período de Inziladûn, que se renomeou Tar-Palantir, nome quenya, assim como o de sua filha, Tar-Míriel. Pharazôn não é um nome qualquer, como a série trata; Ar-Pharazôn é um nome régio em adûnaico e quer dizer "O Dourado", eloquente das suas altíssimas pretensões.
Num dos tópicos sobre os episódios 1, 2 e 3, eu já tinha colocado que parecia não haver nenhum trabalho etnolinguístico balizando a produção e disse que os sulistas têm nomes anglo-saxões. Não têm. São nomes inventados comercialmente, com raízes germânicas aqui e ali.
Tudo isso deve ter parecido aos produtores mero preciosismo acadêmico, que ninguém sabe e, por isso, não vai ligar. Mas essas coisas são a essência do trabalho cujos direitos compraram.
Para completar, os tradutores brasileiros das plataformas de streaming têm uma doença tão grave que se traduzirem lord e lady tal como se diz na nossa vernácula língua portuguesa, isto é, 'senhor' e 'senhora', eles morrem de repente de um mal súbito... "Lorde Celebrimbor" e "Lady Galadriel" devem ser dois distintos membros élficos da nobreza britânica...